Capítulo 14

Eu, Elijah, Bonnie e Damon chegámos ao local onde o sacrifício estava a decorrer, e Elena estava a dirigir-se para o altar do sacrifício. Klaus seguiu-a.

Klaus. O meu coração aqueceu instantaneamente, e uma dor que me fez parar de respirar apoderou-se de mim. Uma coisa era vê-lo no corpo de outrem, mas naquele momento, era ele: corpo e mente. Elijah colocou uma mão no meu ombro e sussurrou:

-Está a chegar a hora.

-Eu fico com a bruxa – murmurou Damon e olhou para Bonnie. – Preparada para isto?

Bonnie acenou e eu voltei a focar-me no ritual.

-Obrigado, Elena – disse Klaus.

-Vai para o Inferno – retorquiu ela e Klaus mordeu-lhe o pescoço.

Então ouvi um rugido e olhei para o lugar de onde o som vinha: Stefan estava deitado no chão com um pedaço de madeira nas costas que ele não conseguia tirar.

-Meu Deus – murmurei e Elijah apertou-me o ombro, como que concordando comigo.

Elena caiu no chão, morta. O silêncio imperou pelo local, como se estivesse de luto pela morte dela. O fogo que iluminava a cena apagou-se e eu só conseguia ver graças à minha visão sobrenatural.

-Consigo sentir – disse Klaus e eu suspirei derrotada. Sim, ele sentia algo de certeza, mas não seria nada comparado com a dor que eu sentia por nunca o ter tido verdadeiramente para mim enquanto vampira. – Está a acontecer.

Ele começou a contorcer-se todo e caiu no chão.

-Agora – mandou Elijah e Bonnie entrou em ação, recitando algo em bruxês.

O fogo reacendeu-se e antes que a outra bruxa pudesse reagir, Damon partiu-lhe o pescoço. Eu e Elijah começámos a avançar lentamente, sem pressa.

-Não. Tu estavas morta – disse Klaus com dor, olhando para Bonnie.

O fogo intensificou-se e Klaus gritou em agonia. O vento acompanhou a fúria do fogo e toda aquela cena era um pequeno furacão.

Eu e Elijah aproximámo-nos de Klaus e ele olhou para nós surpreendido por estarmos ali.

-Elijah. Samantha – proferiu ele e eu levantei-o por um braço bruscamente e prendi-lhe as mãos atrás das costas. Ele gritou de dor, mas eu não me importei. Aquela dor não era nada comparada com as pessoas que morreram, com os familiares dos falecidos, com a minha.

-Olá, Niklaus.

-Olá, irmão – disse Elijah muito sério. De maneira rápida, colocou a mão no coração de Niklaus e ele agitou-se nas minhas mãos. – Em nome da minha família, Niklaus.

-Não os enterrei no mar – falou Klaus e eu olhei para Elijah, surpreendida pela revelação. Depois daquele tempo todo, ele ainda tinha coragem de mentir ao seu próprio irmão.

-Estás a mentir – afirmou Elijah, fazendo dos meus pensamentos as suas palavras.

-Eles estão guardados. Se vieres comigo, eu mostro-te. Samantha, também podes vir – disse Klaus e eu voltei a cruzar olhares com Elijah.

Ambos conhecíamos Klaus, e ambos não sabíamos se podíamos ou não confiar na sua palavra.

-Dou-vos a minha palavra – disse ele.

-Não o oiçam – pediu Stefan. – Ele não está a dizer a verdade.

-Poupem-no, e eu mato-vos – ameaçou Bonnie e eu olhei para eles, pesarosa.

-Isso iria acabar contigo – disse.

-Não me importo – falou ela, com determinação.

Voltei a olhar para Elijah, e acenei num movimento praticamente inexistente, sabendo muito bem o que ele estava a pensar.

-Sinto muito – disse Elijah e fugimos os três, atravessando o fogo.

-Não! – gritaram Stefan e Bonnie, mas já era demasiado tarde.

Começámos a correr mais depressa do que nunca e Klaus transformou-se em lobisomem. Era um lobo cor de areia, mas terrivelmente assustador. Parei assustada, olhando para ele, com os olhos amarelos e as presas de fora. Ele rosnou e Elijah colocou-se à minha frente.

-Corre! – exclamou ele e eu corri o mais que podia, assustada e sem saber muito bem o que fazer.

Trepei a uma árvore e passados alguns segundos Elijah apareceu e trepou à árvore vizinha.

-Não sei se isto nos tornará imune a ele, mas pelo menos valeu a pena tentarmos – murmurou ele, ofegante.

-Somos rápidos. Se acontecer alguma coisa sabemos correr – brinquei, mas ainda em choque.

Os minutos e as horas começaram a passar-se e nada de Klaus no estado humano. Em poucos minutos o sol iria levantar-se, anunciando a manhã e mostrando os estragos que ele tinha feito.

-Será que fizemos bem? – perguntei-lhe.

-Não sei. Espero que sim. E tu, o que achas?

-Ainda não sei.

©AnaTheresaC