Samantha Laine E A Benção De Pã escrita por Cat


Capítulo 5
Capítulo 5 - De volta a idade da pedra




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– Tudo bem campistas, as regras são bem simples, como eu já as espliquei no refeitório. Nada de ferir gravemente ou matar. Time azul : Ares, Zeus, Afrodite, Hades e Deméter. E time vermelho: Atena, Hermes, Apolo, Hefesto e Poseidon. Boa sorte.


–A nossa estratégia é bem fácil – Começou uma criança de Atena – Hermes, fiquem em formação no riacho, para impedir qualquer um de invadir o campo. Poseidon e Hefesto, irão atrair os defensores pela direita enquanto Atena ataca pela esquerda. E Apolo fica na defesa mais próxima da bandeira, caso Hermes precise de apoio ou deixe alguém passar. Alguma pergunta ?


Todos entenderam. Samantha estava armada com seu arco que ganhara de Pedro, e flechas de bronze celestial, já que não arriscaria perder umas daquelas que recebeu de presente do mesmo. Também tinha um punhal, caso precisasse lutar, o que ela esperava que não acontecesse.


A corneta soou. Samantha estava encima de um monte, para ter a mira melhor. Dava para ouvir as disputas de espadas que viam do riacho. Metais raspando um no outro, pessoas gritando. Mas ali o movimento era calmo, ainda bem.


Mas alguma coisa aconteceu, a defesa de frente se deslocou um pouco para a esquerda, já que tinha dois campistas dominados para aquele lado, o que deixou um buraco. Parece que um buraco bastante grande para um grupo de cinco passar. O chalé de Zeus, claro. Sam suspirou, estava tentando parecer aquele tempo todo confiante na frente de Liam, e agora ele iria ver o fracasso que ela era.


Ou não.


Sam e outro arqueiro conseguiram derrubar três dos cinco. Eles chegaram perto e um conseguiu dominar o outro arqueiro por trás, agora era Sam contra dois. E um deles, era Liam.


Liam avançou, Sam bloqueou seu ataque de espada de bronze celestial com o punhal. O outro veio por trás, ela virou e o derrubou no chão.


– Ahn, você está bem? – E estendeu a mão para ele se levantar. Ele riu.

– Você só pode estar brincando não é? Você não fez isso.

– Eu?... mas... - E então se virou e viu a espada de Liam no seu pescoço. – Ah, entendi. Que burrice a minha.

– Liam, cuide da prisioneira. Os outros de Apolo desceram para a defesa, é só pegar a bandeira. Não sei se era pra ser fácil assim.

– Por que você mesmo não cuida da prisioneira? – Perguntou Sam

– Está com medo de mim, abençoada? – Provocou Liam.

– Ah, esquece.

– E vocês dois se comportem – Disse o garoto, desaparecendo nas sombras


Dois longos minutos se passaram. O silêncio era constrangedor


– Ei, Liam, que tal tirar essa espada do meu pescoço? Eu não vou tentar nada.

– Quietinha prisioneira. Não quero que você fuja.


Sam suspirou, mais essa agora. Ela se concentrou na paisagem. “Use o que a situação oferece” teria dito Pedro. Um bando de árvores. Inútil.


Não quando as árvores te obedeciam.


Ela deu dois passos lentos para trás. Se encostando em uma árvore grande,com raízes longas. Liam nem se importou, Sam estava encurralada, era mais complicado de fugir agora.

Sam se concentrou nas raízes. “Por favor” ela pensava. De repente, uma das raízes grossas da árvore saltou para fora do solo, se enroscando em um dos pés de Liam.


– Mas o que... – Liam se abaixou para tentar desenrolar a raiz do seu pé, só conseguiu enrolar as mãos, e depois de uns instantes a sua perna toda estava presa a árvore. – Você fez isso?


– Parece que sim. – Sam pegou a espada dele e a jogou longe. – Agora, fique aí, vou atrás do seu amigo.


Sam pensou “pare, não quero que ele seja engolido pela terra”, mas era difícil. Se invocar aquele poder já exigia esforço, imagina parar.


Mas uma coisa fez com que a árvore parasse de enroscar Liam. Era um barulho imenso, seguido por um grito abafado. O garoto de Zeus que tinha dominado Sam, juntamente com Liam, vinha cambaleando, ele estava ferido, talvez gravemente. Ele tombou aos pés de Sam, inconsciente.


Então, do meio das árvores veio o que ferira o garoto, era... Um escorpião gigante. Bom, pelo menos era o que parecia. Ele tinha pinças imensas, e a sua calda estava cortada, talvez resultado de uma luta anterior. “Bom” pensou Sam. “O veneno dos escorpiões sai por uma pinça na calda, acho” Ela estendeu a mão aberta para a árvore.


– Desenrosque Liam, agora! – Disse com o seu maior tom de autoridade, em breve o escorpião iria vê-los. E ele não parecia muito amigável. A árvore obedeceu, a parte ruim foi que o barulho atraiu a atenção do escorpião.


Liam estava de pé, o escorpião vinha descendo o monte na maior velocidade, eles tinham 15 segundos, no máximo.


– Algum plano? - Perguntou Sam, nervosa, para Liam


– Que tal correr? – Ele segurou o garoto inconsciente nos braços. E puxou Sam


Por uma tremenda sorte, o que dava equilíbrio ao escorpião era sua calda, sem ela ele era tremendamente desajeitado. Mesmo segurando um garoto desmaiado, eles conseguiram despistar o escorpião e correr até uma espécie de caverna, formada por uma pilha de pedregulhos, bem distante da área de caça a bandeira.


– E agora ? – Perguntou Sam, ofegante – O bicho já saiu da nossa cola.

– Esperamos. – Respondeu Liam – Eles virão nos procurar. Se sairmos agora, nesse escuro, só iremos atrair mais monstros.

– Mas está congelando!

– Podemos acender uma fogueira. E acha que consegue fazer alguma coisa com o Jerry? Você é filha de Apolo e tal...

– Ótimo, de volta a idade da pedra – e olhou o garoto, machucado. – Não sei o que posso fazer, mas vou tentar.

– Tudo bem, vou arranjar alguma coisa para acender a fogueira.

– Tome cuidado.

– Está preocupada comigo, abençoada? – Zombou Liam

– Acho que por estarmos em uma caverna, no meio da floresta, cercados de monstros, você corre algum perigo.

– É, está certa, desculpe. Eu acho que estou com medo. Você parece tranqüila com a situação.

– Eu estou com medo. É a natureza, ela... me tranqüiliza.

– Depois do que você fez comigo no caça a bandeira, eu acho que estou seguro com você e esse tanto de árvores – Ele sorriu - Eu já volto.


Sam não disse, mas se sentia totalmente segura com Liam também.



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