You Wanna Be Loved escrita por Kate Simplicio


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! Aproveitem!!



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-Porque você não vem?- perguntou Charlie do outro lado da linha.

Sentada no meio fio em frente à casa de Louis, Carol tentava vasculhar na sua cabeça alguma desculpa convincente o suficiente para que a amiga não desconfiasse de nada.  A busca foi em vão, Carol não só não conseguiu pensar em algo para falar como também deu brecha para que Charlie notasse algo estranho no seu modo de agir.

-O que você vai fazer, hein?-perguntou a garota.

-A mãe do Louis me pediu para que eu ficasse de babá essa noite- disse Carol desistindo da sua tentativa de esconder tal fato.

-Junto com ele?- Charlie tentava segurar o riso.

-É, por quê?

-Nada, não- e a menina começou a rir- Que vocês tenham uma boa noite de babá juntos. Você e Louis, quem diria.

-Tchau Charlie!- e Carol desligou o celular sem esperar que a amiga se despedisse também.

Colocando o celular em um dos bolsos do seu jeans e se levantando do meio fio, Carol pegou sua mochila que estava jogada na calçada perto dela e atravessou a rua rumo à enorme casa branca a sua frente.

Os pais de Louis eram ricos, e muito atarefados, por isso eles sempre precisavam de babás nas noites de sábado, quando os dois geralmente tinham encontros e festas da empresa em que trabalhavam.

 Carol tinha sido a grande solução por muitos anos, mas quando saiu do emprego, nenhuma outra havia conseguido permanecer no trabalho por mais de um mês.  Algumas vezes devido às meninas, outras pela própria incapacidade de preencher o cargo. De qualquer modo,  ninguém duvidava que cada vez que uma nova babá era demitida não eram apenas  as quatro meninas que comemoravam o fato.

Sem ter como cancelar o evento e sem ter outras pessoas a quem recorrer, a mãe de Louis ficou sem alternativas. E Carol, que sempre possuiu uma grande afeição pela família Tomlinson, resolveu ajudá-la, estava na hora de ela voltar a trabalhar.

Logo após ter apertado a campainha, a porta se abriu e Louis apareceu diante dela.

-Oi- disse o menino.

-Oi- respondeu Carol ficando um pouquinho vermelha.

O menino se afastou da porta deixando um espaço para que a menina pudesse passar.

-Querida, que bom que você veio- disse Jay, mãe de Louis, assim que a menina entrou na sala-Não sei o que eu faria se você não aceitasse trabalhar, provavelmente teria que cancelar tudo.

Jay não parecia nenhum um pouco ser mãe de cinco filhos, e Carol realmente a admirava por isso. Não só por ter  conseguido tê-los, como também por tê-los educado tão bem. Até mesmo o Louis era educado e comportado, quando queria.

-Bom, eu tenho que ir. Você já sabe como tudo funciona, talvez até melhor do que eu- Jay ia dizendo enquanto procurava pela chave do carro- Qualquer coisa é só ligar para o meu celular. E Louis, comporte-se.

O menino concordou.

***

-Porque as meninas não vieram hoje?- Harry perguntou  ao mesmo tempo em que brincava com Emma no sofá.

Era sábado, e as cinco garotas supostamente deveriam estar cuidando da meia-irmã mais nova de Charlie, o que não estava acontecendo. Em vez disso, apenas Harry e ela que se ocupavam dessa tarefa.

-Sophie saiu com Niall, Georgina foi tomar um sorvete com Zayn, Olivia está de castigo e Carol está trabalhando de babá hoje- respondeu Charlie enquanto caminhava para sala levando a mamadeira de Emma.

-Na casa do Louis?

-Onde mais poderia ser?

Harry riu.

-Agora pelo visto só falta um casal ficar junto: Liam e Olivia.

-Esses dois, nem com muita reza.

Charlie sentou-se no sofá e pegou Charlie com um dos braços, segurando a mamadeira com a outra. Harry observava a menina sem comentar nada, aliás, não tinha mais nada a falar. Ou será que tinha?

-O que foi isso?- perguntou Harry apontando para uma mancha roxa no braço da menina.

Charlie olhou.

O lugar que o menino indicava era onde Will havia lhe segurado na noite passada. Não era para ter ficado roxo, mas como a pele de Charlie era muito branca qualquer machucado, por mais simples que fosse, ganhava proporções gigantescas. E era isso que havia acontecido no seu braço.

-Nada- mentiu Charlie, esquecendo-se totalmente que Harry conseguia identificar quando ela estava mentindo para ele.

-Sério o que foi isso?

-Nada- a menina negou novamente

-Charlie, não mente para mim- Harry começou a alterar o tom de voz – Quem fez isso com você?

“Eu nunca deveria ter feito aquilo sem o seu consentimento. Mas eu quero que saiba, que por mais errado  que seja eu não me arrependo. Eu fiz aquilo porque eu quis fazer.”

A voz de Will surgiu na sua cabeça, fazendo com que ela ouvisse o discurso dele novamente.

Charlie não queria contar que o menino a havia beijado. Não naquele momento, quando as coisas estavam tão bem. Mas ela não tinha outra opção. Qualquer desculpa que a menina inventasse faria com que Harry percebesse que ela estava mentindo.  O que ela deveria fazer?

-Harry- começou Charlie receosa- Aconteceu algo que eu gostaria muito de lhe dizer?

-O quê?- perguntou o menino já um pouco preocupado.

Charlie suspirou profundamente, contou até três e depois começou a falar.

***

-Nós podemos jogar de novo?- perguntou Daisy

-Diz que sim- disse Phoebe.

Carol olhou para o relógio e depois para as duas meninas idênticas que estavam na sua frente insistindo para que eles jogassem mais uma partida. Era a quinta vez que jogavam o mesmo jogo e, além disso, já se passava das dez horas. Era hora delas irem para a cama.

-Não- falou as duas ao mesmo tempo.

-Não o quê?- perguntou Carol se levantando- Vocês estão muito mal acostumadas pro meu gosto.

-Foram as outras babás que nos desacostumaram- disse Fizz deitada no sofá.

-Mas agora que eu voltei, tudo vai voltar ao que era antes.

- E você voltou para valer?

Carol olhou para Louis e depois tornou a olhar para Felicite.

-Claro –respondeu- Agora, vamos. Eu quero vocês dormindo agora. Cadê a Lottie?

-Falando com o namorado- respondeu Daisy

-E desde quando essa menina namora?

-Muitas coisas aconteceram enquanto você não estava por aqui- disse Fizz

Carol riu.

-Ok, depois vocês me contam as novidades, agora vão!

Louis estava no canto observando tudo em silêncio.

Depois que as meninas subiram, Carol começou a juntar as peças do jogo espalhadas por todo o tapete, Louis resolveu ajudar.

O menino não tinha dito praticamente nada, a não ser o necessário, durante a noite toda. Ele mal havia dirigido a palavra para Carol, e até mesmo no jogo evitou qualquer contato.

-Posso fazer uma pergunta?- disse Louis quando ambos terminaram de juntar as peças.

-Sim- disse Carol sem ver o que poderia existir de mal em uma simples pergunta.

-Porque você parou de trabalhar?

Carol não respondeu. Em vez disso, colocou o jogo sobre a mesinha de centro e foi em direção à cozinha com a pretensão de arrumá-la, mas Louis interrompeu o seu caminho.

-Porque é tão difícil me dá uma resposta- perguntou o menino a olhando nos olhos- Você simplesmente resolveu ir embora e foi. Você não se importou com a minha mãe, não se importou com as garotas, não se importou comigo.

-E porque eu deveria me importar com a sua pessoa?

-Porque eu te amo, Carol.

-Não, você não me ama- a menina tentava de todas as maneiras forçar a passagem tentando empurrá-lo para o lado, mas ela não conseguia. Louis era mais forte e, principalmente, mais persistente.

-Como você pode ter certeza disso?

-Como? Porque se você realmente me amasse, saberia que eu nutria um sentimento diferente por você desde o primeiro dia que entrei nessa casa.

Louis estava estupefato demais para falar, Carol então resolveu seguir adiante.

-Mas você não notou. Para você eu não passava de uma babá que lhe fazia companhia quando você era obrigado a ficar em casa em um sábado à noite, eu não era nada além de alguém para quem você poderia narrar as suas conquistas. E eu escutava tudo, por ser besta demais para me declarar.

As lágrimas rolavam pelo rosto da menina, queimando e aumentado a dor ao invés de aliviá-la. Mas Carol não iria parar era a primeira vez que ela realmente abria os seus sentimentos. Ela não podia deixá-los incompletos, ela tinha que continuar.

-E foi só quando eu fui embora é que você sentiu minha falta, porque não tinha mais ninguém para escutar o que você tinha a dizer. Você não me ama Louis, o único sentimento que possui por mim é dependência. Quando não mais depender de mim, a primeira coisa que vai fazer é me descartar fora, como mais uma de suas conquistas.

-Eu nunca faria isso!- gritou Louis.

-Faria sim. E o pior, não se arrependeria.

Carol pegou sua mochila e seus sapatos enquanto Louis falava alguma coisa. Por mais que ela quisesse não poderia prestar atenção a nenhuma das palavras que o garoto estava
tentando dizer para ela. Sua cabeça estava a mil por hora e seus sentimentos a flor da pele.

Era melhor sair antes que fizesse ou dissesse alguma besteira maior ainda.

E foi isso que a menina fez.

Ela não olhou para trás, não escutou Louis lhe chamando, apenas abriu a porta e saiu rumo a escuridão da noite.

Se tivesse ficado, poderia ter escutado uma das declarações mais lindas que já existiu.

Mas ela não ficou, e a declaração se perdeu em meio ao vazio.

***

-Eu não acredito que você fez isso!- disse Harry enquanto andava de um lado para o outro da sala de estar.

-Harry, me escuta- suplicava Charlie.

-Escutar o quê?- o menino sentia indignação, raiva e frustação, tudo ao mesmo tempo- Vocês se beijaram!

-Na verdade, foi ele que me beijou.

-E que diferença faz? Você poderia ter virado o rosto, mas não o fez.

-Harry...

-Eu fui pedir desculpas arrependido, porque eu  realmente pensei que eu estava errado, que eu estava sendo injusto com você. E agora, percebo que a todo o momento eu estive certo, eu não deveria ter confiado em você.

 -Harry...

-Não!- o menino gritou- Eu não quero lhe ouvir.

-Você está sendo um idiota- disse Charlie também começando a gritar.

-Eu já sou um idiota. Sou um idiota desde o dia em que decidi investir nessa loucura.

-Você está arrependido, agora?

-É, eu estou arrependido sim. Algum problema?

Os dois permaneceram calados, apenas se encarando.

Charlie queria falar, explicar, mas isso parecia ser algo impossível com Harry naquele estado.

Emma começou a chorar.

Harry olhou para a criança e depois para Charlie.

-Nós não podemos continuar com isso, acho que está tudo acabado.

Harry pegou seu casaco jogado em uma das poltronas e saiu. Charlie foi atrás dele.

-Harry, volta!

O menino se virou. Mesmo no escuro, Charlie podia perceber que ele possuía lágrimas nos olhos, e que estava fortemente lutando para que elas não começassem a cair.

-Eu não vou voltar, Charlie- disse- Porque nós não temos mais nada para conversar. Talvez tenha que ser assim. Talvez, pessoas como nós não mereçam ficar juntos.

E Harry atravessou o jardim até chegar à sua casa.


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Notas finais do capítulo

Duas brigas, acho que peguei um pouco pesado dessa vez...
E aí o que acharam desse clima tenso entre eles??
Comentem!! Quero ouvir o que vocês tem a dizer :)



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