A Marca De Atena escrita por rivaille


Capítulo 21
Um beijo de despedida


Notas iniciais do capítulo

Apolo aparece para os semideuses, e lhes dá mais uma obrigação. Piper negocia com ele, e eles são teletransportados para o Mundo Inferior. Mas eles não tem ideia do que os aguardava.



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JASON

Estávamos todos espremidos dentro daquela van imensa voadora de Apolo. Não fiquei muito tenso, já que estou acostumado com objetos que não DEVERIAM voar, voarem. Mas eu agradecia profundamente por aquilo. Sem ajuda, nunca iríamos ter saído daquela batalha. Éramos fortes, mas eles eram muitos.

- Espere aí. Por que está nos ajudando? – Começou Percy.

- Em primeiro lugar, de nada. – Disse Apolo, mau humorado e ao mesmo tempo parecendo divertido. – Em segundo lugar, vim cobrar os estragos que uma de vocês fez quando roubou o meu carro.

- O seu carro está com você. – Disse Leo. – E ninguém aqui saiu de perto para...

Ele parou. Parece que a mesma ideia que passou pela minha cabeça tinha passado pela dele: Annabeth. Porém, nós não ficamos muito tempo longe dela exatamente. Foram umas... 4 horas? 5? Como se nesse meio tempo alguém saísse de uma explosão e roubasse um dos artefatos mais poderosos da Terra.

Percy olhou para o deus, esperançoso.

- Está falando de Annabeth? – Perguntou.

- A garota espertinha? Deve ser. Isso que dá ajudar os semideuses, eles nos enganam! – Falou Apolo, com falsa tristeza evidente na voz.

- Não é possível. Annabeth sumiu após a explosão. E... bem, você é um DEUS. Como ser roubado? – Perguntou Leo. Senti que depois do que fizera no museu ele estava um pouco mais abusado. Agora, Apolo pareceu ofendido.

- Deuses, para o seu governo, são roubados, enganados, sequestrados... Já devia saber disto! – Falou, irritado. – Enfim, quer saber como a lourinha me roubou? Simples.

“Eu estava esquentando uma parte da Itália, quando passei por aqui. Encontrei a garota, e cara, vou te contar, ela estava a beira da morte. Uma pena mesmo. E eu a conhecia, sabia que era uma filha de Atena, e que se eu não fizesse alguma coisa... Bem, fui ajuda-la. Curei-a. Ela me contou que precisava ajudar seus amigos, ir atrás de vocês, porque se não iam fazer besteira. Aí eu disse ‘não mocinha, você não vai’ e ela disse ‘ah, agora quer dar uma de responsável’ e eu disse...”

- Te dou um dracma para ir direto ao ponto. – Falou Percy secamente.

- Se quer saber, espere! – Apolo rugiu. – Onde eu estava? Ah, sim. Então, eu disse que se Atena soubesse que ela estava quase morta e que EU deixei ela sair sem qualquer ajuda ela me mataria. Para o Sr. Espertinho ali – E apontou para Leo – É só jeito de falar. Sei que eu sou um deus. Bem, continuando, ela não ficou muito feliz com isso. Pediu para que eu fosse até o não sei o que II...

- Argo II! – Disse Leo, nervoso.

- Certo, posso continuar sem ser interrompido? Ok. Eu ia dirigindo até lá, mas a temperatura já estava ótima, não quis muda-la. Então fui até o Argo II e peguei o que ela pediu. Quando voltei, o meu carro não estava mais lá.

- Isso é impossível. – Falou Frank.

- Impossível, Frank Zhang, é acreditar que os estragos que aquela mocinha fez possam ser reparados.

- Mas como você recuperou o carro? E onde está Annabeth? – Perguntou Percy, impaciente.

- Eu sou um deus, como já disse. O carro ficou cerca de uns 20 minutos com a lourinha. Eu não tenho culpa que apareceu uma bela jovem enquanto eu caminhava ao Argo II, com cabelos negros compridos...

Pigarreei. Eu não estava tão ansioso como Percy, mas queria saber da historia. Infelizmente, Apolo dificultava tudo.

- Tá, tá bom! A lourinha pegou o MEU carro e, por incrível que pareça, estava saindo de Roma. Não sei qual era a intenção dela, mas a deixei lá mesmo, nos limites. Eles estão devastados com as perdas, e vocês vão ter que arrumar tudo agora. Não, nada de interrupções! – Falou Apolo, quando Leo estava prestes a interromper o deus novamente.

- Nós queriamos muito ajudar, mas não temos tempo. Precisamos ir para o mundo inferior, e depois voltamos. É só uma questão de tempo, Apolo, sei que vai entender. – Piper tentava convence-lo.

- O que!? Mas... – Ele disse, confuso.

- Precisamos ir para o mundo inferior, e depois voltamos! Nos mande para lá, você pode, não pode? – Disse Piper. Apolo pensou por um instante.

- Posso, é claro. – E parou. – Espere, você é a filha de Afrodite, não é? Eu sabia! Lá estava eu sendo enganado novamente!!! Mas eu concordo, se querem ir para lá, que seja. Se voltarem vivos, venham imediatamente para Roma, ou eu mandarei todos de volta ao Mundo Inferior da pior maneira possível.

- Isso não é típico de você. – Falou Percy.

- Aquela garotinha falou mal dos meus haicais!! – Ok, agora estava explicado. Ele olhou para Piper, e sua expressão mudou. – Quanto a você... bem, se quiser uma carona para ir a algum lugar quando for mais velha... estou aqui.

Piper arfou. Apolo abriu um sorriso imenso para ela, e aquilo me incomodou. Como ele tem coragem de cantar a minh... quer dizer, a Piper? Não pode! Isso está errado!

- Nos mande logo para a droga do mundo inferior. – Falei, irritado.

Do nada, o mundo começou a girar. Achei que Apolo faria uma corrida rápida até lá, mas ele simplesmente nos teletransportou. A sensação era esquisita, porem, eu até que gostei um pouco. Paramos em um estúdio de gravação, o que eu achei estranho, e só havia um guarda atrás de um balcão. Olhei para Percy.

- Apolo nos enganou? – Perguntei.

- Não. Por aqui.

Seguimos Percy até o segurança. Ele estava com um terno elegante, óculos escuros e um fone enorme para ouvidos. Isso que é se dedicar ao trabalho.

O homem olhou para nós, fitando cada um de nossos rostos. Até que parou no de Percy.

- Olha só quem está aqui... – Disse.

- Caronte, precisamos da sua ajuda. Não temos tempo pra conversa, só nos deixe entrar.

O sujeito que tinha o nome de Caronte suspirou.

- Sabia que viriam. Sinceramente? Não sei porque ainda me deixam como segurança. Vamos, entrem. Não suporto deixar as pessoas entrarem para elas simplesmente fugirem de novo. Os mortos nunca sabem o que querem. Peguem o barco, e vão para seu destino.

Assentimos. Confesso que não foi nada fácil. Já viajei em barcos e vans voadoras, mas aquilo ali era totalmente nauseante. E, para piorar, nosso destino não era um dos melhores. Paramos em um lugar onde tinha uma espécie de túnel profundo e escuro, e comecei a me sentir fraco e sem esperanças. O ar ficava mais gélido a cada momento em que nos aproximávamos.

Pulamos do barco, e seguimos em frente. Percy virou-se pra nós.

- Bom, o plano é o seguinte. Leo, invoque o fogo, para termos como enxergar. O resto, armem-se e fiquem preparados. Qualquer passo fora pode nos matar. E sabem que lá dentro tem os piores monstros que já imaginamos. Vamos.

Piper estava ao meu lado, e eu segurei na sua mão. Ela olhou para mim e sorriu. Eu havia decidido afinal de quem eu gostava. Percy sempre teve uma vaga lembrança de Annabeth. Eu realmente tinha sentimentos muito fortes por Reyna, mas não tinha nenhuma lembrança dela. E conheci Piper. Uma das pessoas mais especiais que já apareceu para mim. Prometi a mim mesmo que, depois de toda essa guerra, eu iria me declarar. Só que isso não ia ser nada fácil.

Chegamos perto do Tártaro, a um metro de distância. Eu me sentia fraco e despreparado. Toda vez que eu me concentrava nele, minhas energias sumiam e meus maiores medos despertavam.

Aquele não podia ser o lugar certo. Não mesmo. Como um lugar como aquela podia ser a única chance de voltar para a vida?

- Percy, não acho que estamos indo para o lugar certo. – Falei.

- É a nossa única opção, Jason. Aliás... – Ele parou. Olhava fixamente para um ponto além de mim. Virei para olhar também.

Um amontoado de mortos vinha em nossa direção. Entre eles, alguns eu fiquei em duvida se estavam mesmo mortos. Pareciam pessoas normais. Já não bastava o museu, e agora isso.

- Vamos. – Disse Percy. Ele se virou para pular no Tártaro, até que uma corda o puxou, e uma voz gritou ao fundo:

- Não!

Os mortos-vivos agora corriam para nós. Percy havia sido capturado, e sabia que se qualquer um tentasse chegar perto do Tártaro também seria. Por incrível que pareça, eles pareciam ser ainda mais que o exercito do museu. Nós já estávamos literalmente beirando a morte, e com todas aquelas pessoas, não teríamos nenhuma chance. Olhei para Piper, e ela estava tão amedrontada do que eu. Parecia saber exatamente o que iria acontecer. As pessoas chegavam mais perto. Os outros ficaram atrás, armados e observando em silencio. Todos estavam totalmente paralisados.

- Não vamos conseguir. – Sussurrou Hazel. Frank a segurava nos braços, como se fosse a ultima coisa que pudesse fazer.

Eu não queria ser pessimista, mas acreditava nela. Olhei para Piper novamente, e por impulso, a girei para mim. E então, como se fosse o único momento, a ultima coisa a ser feita, eu a beijei. Não importava se morrêssemos agora. Eu a tinha naquele momento. Estávamos perto do Tártaro, com milhares de mortos correndo para nós, mas eu já não me importava. Eu queria que ela soubesse o quanto eu gostava dela, mesmo que nada desse certo, mesmo que nós nunca tivéssemos uma verdadeira chance.


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Notas finais do capítulo

Capítulo quase romântico para os meus queridos leitores!
Enfim, espero que gostem.
No próximo capítulo, eles descobrem que na verdade, o que eles estavam pensando não é exatamente o que eles estavam pensando (especifica eu magina?!?!?!?!) Jason fica muito constrangido, mas ao mesmo tempo aliviado, pois a principal coisa para ele estava esclarecida.



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