A Marca De Atena escrita por rivaille


Capítulo 20
Eu viro o tocha-humana


Notas iniciais do capítulo

No castelo, Leo e os outros descobrem o que pode ser a passagem da morte para a vida. Por azar, monstros estavam no local, milhares deles, e Leo invoca um poder que nunca pensou dominar antes.



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LEO

É claro que ninguém viu o que ia acontecer.

Até chegarmos no castelo, tudo bem. Depois, que descobrimos que o tal castelo era um museu, a coisa começou a ficar complicada. Por que? Bom, primeiro, não tínhamos dinheiro para entrar, muito menos autorizações, documentos etc. Segundo, o guarda estava com uma cara bastante suspeita. Fiquei pensando no sossego que estava no Argo II. Adeus, paz.

Piper bolava um plano para deixar todos entrarem, porém, se o guarda fosse mesmo um monstro ou coisa do tipo, sua persuasão não ia funcionar. Percy sugeriu invadirmos, mas era difícil. Quando chegamos mais perto, Jason reconheceu o lugar, e disse que ele era uma prisão, antigamente. E se já era difícil escapar de uma prisão, imagine invadi-la. Por mais que agora fosse um museu, não parecia que ia ser fácil;  o lugar já tinha uma estrutura confusa, e vários guardas cobriam a entrada. Já as câmeras, eu podia resolver.

Hazel admirava a entrada do castelo. De fato, era muito bonita. A entrada, quero dizer. Não que a Hazel não seja também, mas... Ahn, esqueça.

- Então como vamos entrar sem ser vistos? – Perguntou Frank.

- Podemos explodir alguma coisa. Aí você se transforma no guarda e nos deixa passar. – Brinquei. Todos olharam pra mim como se eu tivesse dito alguma coisa que preste.

Hazel olhou para Frank.

- Você pode se transformar em pessoas também? – Ela disse, esperançosa e admirada.

- Na verdade, eu nunca tentei. Acho que só funciona em animais.

- Espere, mesmo assim, a ideia é boa. Explodimos alguma coisa aqui, e Frank causa algum problema lá dentro, em qualquer forma que seja. Enquanto os guardas se preparam, nós entramos. – Disse Jason. – Genial, Leo.

Está certo que eu fiquei feliz de ter o plano perfeito, mesmo que fosse só por um comentário impróprio. Consegui umas bombas no meu cinto, e me preparei para jogar ali perto. Frank ia se transformar em um rato, como aquele que nos mostrou a primeira vez, para entrar. Todos nós nos arrumamos perto da entrada, longe do olhar dos seguranças, como adolescentes normais. Até que eu lancei a primeira bomba.

Foi um caos. As pessoas corriam desesperadas, e alguns guardas ali perto saíram de seus postos para ver o que estava acontecendo. Frank entrou no castelo, e a gritaria ficou mais alta. Por fim, o guarda suspeito virou-se para ver o que estava acontecendo, e o que quer que fosse, teve que entrar. Algumas pessoas de fora também corriam para dentro do castelo, e ao mesmo tempo, pessoas de dentro saiam. Aproveitamos esse momento para entrar, lancei mais uma bomba para ter certeza de que não ia ter problema, e entramos.

- Tem certeza que ninguém te viu? – Perguntou Piper, enquanto corríamos.

- Não. – Respondi com sinceridade. – Precisamos encontrar o lugar onde desliga as câmeras!

- Vamos para o terraço superior! – Gritou Jason.

Subimos apressados. Frank continuava a fazer seu trabalho, mas eu não sabia quanto tempo aquilo ia durar. Os guardas corriam atrás dele, o que era bizarro. Eu ia até achar engraçado, se não estivesse tão ocupado.

Encontrar o lugar foi fácil, só não imaginávamos que era tão equipado. O museu, na verdade, tinha milhares de equipamentos de segurança de ultima geração. Graças aos deuses, meu pai era Hefesto. Desliguei aquilo em um piscar de olhos.

- Por que tudo isso ainda esta ligado? Não é mais uma prisão. – Falou Piper.

- Talvez alguma coisa muito perigosa esteja escondida aqui. – Falei. – Não era de se esperar que esse lugar fosse assim, afinal, fomos mandados para cá.

- Bem, isso a gente ainda não sabe. – Disse Jason. – Vai ver não é o lugar.

Eu queria concordar, mas eu tinha quase certeza aquele era o lugar certo. Primeiro, o sujeito na entrada. Depois, toda aquela segurança aparentemente desnecessária. Algo estava errado.

- E agora? – Hazel perguntou. – Ninguém sabe onde procurar, nem o que esta procurando. E todo lugar onde a gente vai tem um titã.

- Podemos procurar imagens. Leo, você pode...

- Deixa comigo. – Respondi a Jason. Liguei as TVs onde estavam as gravações.

Ninguém esperava nada normal, mas aquilo ali era sinistro.

Monstros surgiam do nada. Milhares deles. Não dava pra saber de onde eles surgiam, mas isso nos fez perceber uma coisa. Se os monstros saiam dali, o segurança geral do museu era um dos responsáveis por manter aquilo acontecendo, em segredo. E mais: aquele castelo era provavelmente a sede dos monstros que Gaia “guardava” em Roma.

- Precisamos avisar Quíron... – Sussurrou Percy. – Mas como?

- De onde eles estão saindo? Eles... eles estão aqui? – Sussurrou Piper, amedrontada.

- Precisamos sair daqui! Cadê o Frank????? – Perguntou Hazel.

- Espere!! O que é aquilo?

Olhei para onde Percy apontava. A câmera 3 mostrava uma parte bem detalhada de onde os monstros vinham. Quando um monstro saia, abria tipo um buraco negro na parede. Fiquei nervoso de repente, olhando para os lados. Se aquilo estava acontecendo, poderia muito bem abrir um desses buracos agora, e um monstros nos agarrar e nos puxar para o lugar de onde estão saindo.

- Por que aqui? – Perguntei.

- Não sei. Annabeth saberia responder. – Percy fez uma pausa curta. – Mas eu acho que dá para tirarmos nossas conclusões. Esses monstros são provavelmente os que estão nos lugares mais profundos do Tártaro. Talvez seja de lá que eles estão vindo.

- Não é possível. Pra voltar a vida, temos que cair no Tártaro? Lembre-se Percy, quando Gwen morreu. Ela não foi direto para lá, foi?

- Hazel, pode ser que sim, pode ser que não, o que sabemos realmente é que vem de uma parte muito obscura do mundo inferior, e que se nem o próprio deus da morte consegue chegar e fechar as portas sozinho, imagine onde ela pode está. – Percy respondeu.

- Mas como voltar da morte se está no Tártaro? É como se suicidar da própria morte! – Falei.

- Eles não pulam do Elísio para o Tártaro, Leo. Monstros nunca fariam isso, porque eles JÁ estão lá. O que pode estar acontecendo é o seguinte, os mortos descobriram o lugar onde voltar, e estão indo para lá, mesmo que seja no pior local. Talvez, o mundo inferior esteja tão ruim que as pessoas nem morrem e já voltam. Só que alguém por lá está trabalhando por eles. – Percy disse. Sinceramente? Aquilo fazia sentido. Só que era estranho.

- Então temos que pular no Tártaro? – Hazel perguntou. Antes que alguém respondesse, Frank bateu a porta com toda a força possível, e ele estava sem fôlego.

- É melhor vocês terem descoberto alguma coisa, porque temos que dar o fora daqui AGORA! – Gritou.

Pulei da minha cadeira. Os outros também, segurando suas armas. Eu estava torcendo para aquilo ser fácil, sei que era meio impossível, mas eu estava perdendo o controle. Quando fico muito nervoso, começo a pegar fogo. No mal sentido. Como quando eu estava no acampamento, tive um sonho com a irmã de Jason. Ela pulava de um lugar muito alto. Não contei para ninguém, e, na reunião com Quíron, tentei disfarçar o máximo que pude. Mas não pude evitar de deixar meu cabelo pegar fogo quando acordei.

Seguimos Frank. Embaixo, dava para ouvir as pessoas desesperadas gritando por socorro. As portas foram fechadas. Eu não fazia ideia do que estava apavorando eles, mas sabia que não era nada de bom. E eu também não fazia ideia de como íamos escapar.

Frank pegou seu arco, e começou a atirar. Agora eu via algumas monstruosas ali em baixo: cães infernais, ciclopes, entre outros. Eles se transformavam em pó quando as flechas de Frank os acertavam, porém, voltavam logo. Eles se aproximavam a cada passo que nós dávamos. Estávamos encurralados.

- Hazel! Não tem como fazer um terremoto daqueles? – Perguntou Percy.

- Não! Vamos todos morrer, não faça nada! – Ela respondeu.

- Então faça alguns diamantes saírem do chão!! – Ele gritou.

- O que? Percy, é perigoso, e se eles não morrerem?? - Eu estava começando a não acreditar na conversa deles. Até porque, não estava entendendo nada.

Enfim, eles chegaram perto. Piper estava na frente com Jason, e vou dizer, eles estavam imbatíveis. Piper fazia os monstros caírem no chão inesperadamente, com seu charme, imagino, e Jason golpeava sem parar. Percy entrou na luta, com um furacão particular. Até aquele momento, eu não tinha pegado fogo, o que era bom, então resolvi me juntar a batalha.

- Não podemos fazer muito! Temos que libertar aqueles mortais! – Gritou Jason.

- Leo! – Pediu Percy.

Pulei da sacada. Não sabia exatamente o que eles queriam que eu fizesse, mas corri para a porta, na esperança de abri-la. Até que o guarda me recebeu, em uma voz familiar.

- Filho de Hefesto! Que bom que o reencontrei. Só tenho uma coisa a dizer. Não vai destruir esse lugar como destruiu a casa de madeira. Agora, é minha vez de acabar com você! – Reconheci aquele tom arrogante e superior. Palas, o titã, voltara para se vingar. Achei que ele não tinha sobrevivido a aquela explosão. Enfim, não importava, porque eu já estava com fogo nos dois braços.

- Como você está vivo? – Perguntei, tentando arrancar alguma informação dele e distraí-lo.

- Sou um titã, garoto tolo. Quase conseguiu me destronar de vez, mas Gaia sempre tem uma solução para mim. O que mais odeia todos os deuses. Só uma coisa, filho de Hefesto: Hoje, quem vai matar alguém sou eu. E eu não tenho tanta certeza se você conseguirá escapar.

Lancei fogo contra ele, e ele rugiu. Tentou me atacar, mas eu desviava. Até que resolvi tentar algo que nunca tentei antes; invocar todo o meu poder, para mim mesmo. Já coloquei fogo em várias coisas, mas nunca tentei ficar em chamas, inteiramente. Pense nas possibilidades!

Comecei a puxar todo o poder de dentro de mim. O fogo não me incomodava; pelo contrario, era muito reconfortante. Palas começou a olhar para mim com um terror evidente em seu rosto. Eu tremia, liberando tudo o que podia. Quase estava me esquecendo, e rezei para que minhas roupas sobrevivessem. Olhei para o lado, no auge da minha transformação em homem-fogo.

- Afastem-se! – Gritei para os mortais. Eles olhavam com olhos arregalados de puro medo. Mas eu só podia fazer aquilo, eu tinha que salvá-los.

Arrisquei um pulo, e deu certo. Pulei uns cinco metros no ar, o fogo me levantando. Eu confesso: agora estava me divertindo. Palas engoliu em seco, e foi para o mais longe que podia. Mal sabia ele que era essa minha intenção. Me joguei com toda a força que pude no chão, causando um impacto tão forte que as paredes tremeram. A porta, de pedra, começou a rachar. Mas não era o suficiente para derrubá-la. Procurei pelos outros, e logo os vi. Estavam em apuros. É CLARO que estavam.

- JASON! UM RAIO AGORA IA BEM! – Gritei para Jason. Ele virou, e sua expressão foi de ódio (por lutar com os monstros) para surpresa, e depois para divertimento. Sim, eu causei.

Jason se concentrou o máximo que pôde, e me afastei da porta. Um raio enorme atravessou a porta, quebrando-a por completo. Os mortais saíram correndo, deixando apenas nós e os monstros. O titã Palas havia desaparecido.

Todos se esforçavam para lutar contra os monstros, mas eram muitos. E, fora, havia alguns curiosos espiando de longe a luta mortal acontecendo aqui dentro.

Eu não estava cansado. O fogo parecia me deixar ainda mais forte. Eu conseguia derrotar alguns monstros, mas outros, eram imunes ao meu poder. Não era possível acabar com todos eles, então só nos restava uma única opção: fugir. Como eu não sabia.

- TEMOS QUE SAIR DAQUI!! – Gritei para os outros. Eles se aproximavam aos poucos, trazendo alguns outros monstros com eles. Frank estava ao meu lado.

- Como vamos escapar? – Perguntou. Que pena, eu queria muito que ele soubesse.

Até que uma figura de um homem apareceu em um carro vermelho ofuscante. O homem parecia aborrecido com algo, mas depois que deu uma bela olhada no museu, abriu um sorriso imenso.

- Ora, ora... – Ele falou. – Semideuses, hoje é o seu dia de sorte. Apolo veio os ajudar. Entrem no carro!

- Caso você não percebeu, não tem espaço para todos! – Gritou Percy, que lutava com um cão infernal do tamanho de um armário.

- Ah é. Ei, saia daqui! Ei, pare! – Gritava Apolo, para os monstros que se aproximavam dele, tentando atacá-lo. O carro transformou-se em uma van. Corri para ele.

- Vamos! – Chamei os outros.

- Nesse estado você não entra! – Falou Apolo para mim. Percebi que ainda estava em chamas, e “apaguei”. Abençoado seja Hefesto; eu estava vestido.

No fim, conseguimos nos ajeitar aos poucos no carro de Apolo. Quando os monstros chegavam perto, alguma força agia contra eles, lançando-os para longe. E então, Apolo girou a chave, e voamos pelo céu, deixando uma plateia de monstros raivosos nos observando frustrados do museu.


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Notas finais do capítulo

Bom galera, preparem seus guardas-chuvas, porque depois desse milagre, vai chover. Eu postei esse cap rapidinho, uau! Agradeçam também a minha gripe, que me trancou dentro de casa no pc. Enfim, gostxei desse cap, e espero que gostem também. Alias, não liguem pra minha falta de atenção, mas eu quero agradecer a Thalia Weasley que me recomendou. Obrigada flor!
No próximo capítulo, Apolo mostra algumas cositas que Annabeth andou aprontando nesse pouquíssimo tempo que está desaparecida. Percy fica muito aliviado por saber que ela está viva, e os semideuses partem para o mundo inferior. Jason não consegue se segurar, (não perguntem o que isso que dizer, apenas aguardem o próximo cap! u.u)



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