Dream World - Fic Interativa escrita por Price of Reality


Capítulo 2
Elliot Harris - 1° Convidado


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu como podem ver este é o primeiro capítulo. Todos os convidados terão um capítulo próprio como uma pequena introdução. Já, já vou anunciar o próximo convidado(a) então continuem ai.



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Parecia perdido, olhava para os lados procurando por algo que nem mesmo sabia. Fora o primeiro convidado a chegar naquele mundo incomum. Pensava em algo, pensava em seu nome, tinha certeza de que era Elliot Harris, mas por que estava ali mesmo? Era isso que o incomodava. A incerteza, a dúvida e a sua falta de conhecimento sobre sí mesmo. Mesmo estando sozinho não se importou, achava aquele silêncio até calmo para descansar a própria mente, mas precisava lembrar o porque estava naquele lugar e porque não se lembrava de nada.

O jovem convidado tinha olhos castanho claro e cabelos loiros. Vestia um cachecol e um grande casaco, calças compridas e um sapato preto.

Estava de frente a um enorme lago onde haviam cartas jogadas, todas encharcadas pela água. Uma casa estava do outro lado do lago bem distante da borda em que estava, mas havia um ponte que a ligava, parecia abandonada e mal cuidada.

Elliot não tinha muito o que fazer, pensou que talvez alguma daquelas cartas podiam conter as respostas, então pegou uma delas, mas antes que pudesse abrir ouviu algo.


–Não deveria abrir cartas que não são suas...


–Quem está ai? - perguntou olhando em volta.


–Mas acho que você pode encontrar uma destinada a você.


A porta da casa se abriu, revelando uma criança, um garoto de mais ou menos 10 anos, seus olhos estavam fechados, mas Elliot sentia que ele podia vê-lo de alguma forma. O garoto vestia roupas grandes para ele mesmo, o cabelo era castanho escuro e vestia um grande chapéu provavelmente por causa do sol.


–Por que essas cartas estão aqui?


–Não conseguiram chegar até seu destino. - ele respondeu se sentando em um banquinho.


–E você acha que alguém escreveu alguma para mim?


–Não sei, por que não procura?


–É impossível. - ele disse olhando a quantidade de cartas.



–Já tentou?


–Não, mas aqui tem muitas.


–Pelo menos tente.


Deixou um leve suspiro escapar pelos lábios, tentaria apenas uma vez e depois iria sair daquele lugar, ainda precisava se lembrar sobre qualquer coisa sobre ele mesmo. Olhou em volta e pegou outra carta que estava próxima aos seus pés, uma com um selo branco e sem qualquer capricho, parecia a carta mais comum ali, mas fora aquela que chamou sua atenção.


"De:


Para: Elliot Harris"


Por um momento ficou impressionado, se sentiu uma pessoa realmente importante pelo menos para alguém mesmo que não se lembrasse, abriu a carta rapidamente com ansiedade, porém decepcionou-se, a carta estava em branco... O papel era muito bonito, mas não haviam palavras escritas nele o que fazia com que a carta perdesse toda sua beleza.


–Encontrou a carta?


–Encontrei, mas não há nada escrito aqui. - ele disse virando a carta para o garoto.


–Uhm... Apenas guarde-a, talvez com o tempo você descubra quem enviou.


Fez como o garoto disse, colocou a carta no bolso mas sentiu algo já dentro, quando tirou o que estava ali entrou em choque. Estava com um revolver, por causa do susto deixou-o cair no chão e se afastou da arma que desapareu em seguida. Sentiu o peso voltar na roupa, temia que estivesse no seu bolso novamente então não quis arriscar a colocar as mãos nos bolsos novamente.


O que fazia afinal? Por que tinha uma arma? Por que não se lembrava de nada? Por que estava ali?


–Você sabe porque estou aqui? - Elliot perguntou.


O garoto não disse nada por alguns segundos, parecia pensar. Enquanto isso Elliot estava perdendo a paciência, tudo se acumulava a cada minuto que passava naquele lugar.


–Não sabe? - perguntou de volta.


–Não, se não eu não estaria perguntando.


Ainda parecia processar as informações em sua própria mente sem responder as perguntas de Elliot.


–Tem uma arma leal também... Enfim, ela apenas serve para proteger você caso algo aconteça, então não fique tão assustado.


–Arma leal?


–Você só pode ser um convidado. - concluiu.


–Do que está falando?! - perguntou já irritado.


–Os convidados são pessoas de outro mundo que ganham a chance de iniciar suas vidas novamente aqui, então não tem memórias. Aqui os sonhos, a principal razão de estarem aqui, podem ser realizados mas antes de tudo devem conversar com a Rainha. Eu não tenho muita informação apenas sabia que convidados estavam vindo, é a primeira vez que Rainha permitiu algo desse tipo.


–Rainha?


–Sim, acho que você ainda não convocado, mas não se preocupe quando todos chegarem você será.


–Então o que faço enquanto isso? - perguntou enquanto tentava se acalmar um pouco.


–Pode esperar aqui ou procurar outro lugar para ficar.


Naquele momento sentiu uma leve pontada no coração, aquela palavra, "lugar" tinha algum tipo de efeito nele mas é claro que não sabia a razão.


–Eu posso mesmo ficar aqui?


–Até a Rainha convocar você.


–Não, eu quero dizer neste mundo.


–Ah, sim. De agora em diante ficará aqui.


Quando recebeu a resposta Elliot deixou um leve sorriso surgir em seu rosto, mas não sabia bem o porque, será que tinha algo haver com suas memórias?


–Você é um convidado bem confuso, não é?


–É apenas porque não me lembro de nada.


–Não. - o garoto se levantou e se aproximou da porta.


–Como não? Se você perdesse sua memória, não saberia o que fazer, não é?


–Eu não sei, nunca perdi a memória e além disso apenas precisaria esperar a ordem da Rainha. - ele respondeu enquanto recolhia o banquinho - Então, não vai entrar?


Elliot não entendeu muito bem aquela resposta, aquele garoto dependia das ordens de outra pessoa? Não era esse tipo de futuro que ele queria para ele também.


–Ah... Obrigado.


O garoto entrou dentro da casa e deixou a porta aberta para Elliot. Ele o seguiu, mas ao dar alguns passos sobre a ponte, ela se quebrou derrubando-o dentro do lago. Aquilo o fez sentir como se já tivesse passado por algo parecido, mas o que?


Tentava nadar, tentava prender a respiração mas continuava afundando, as bolhas escapavam sem parar por seus lábios e nariz... Até ele desistir. Olhava em volta enquanto afundava lentamente e observava as várias cartas com diferentes tipos de envelopes e caligrafias, nenhuma delas eram para ele, haviam vários nomes desconhecidos e nenhum que ele reconhecia. Aos poucos seus olhos se fecharam por vontade própria e logo não sentia mais nada mas sabia que ainda estava caindo e o ar também já havia acabado. Segurava firmemente entre sua mão direita a única carta que podia chamar de sua, mesmo que estivesse sem palavras aquela podia ser sua única ligação com sua memórias de quem quer que seja a pessoa que havia escrito, havia pensado nele, não havia se esquecido de sua existência.


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Notas finais do capítulo

Ainda podem mandar fichas por mensagem privada :3