The Fourth Quarter Quell escrita por Izzy Figueiredo


Capítulo 35
Catlyn, a Brilhante


Notas iniciais do capítulo

Acho que estou enrolando vocês com o final... mas é que não dá para parar de escrever! Hahaha, comentem!



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Imediatamente, fiquei nervosa:

_Por quê? - perguntei, trêmula.

_Agora que você é uma vitoriosa, tem que se ser cautelosa com o que fala e faz. Algumas pessoas na Capital estavam comentando, e era sobre isso que eu queria falar com você...

_Comentando o quê? É... seguro falar aqui? - falar sobre cuidado na Capital, isso não combinava.

_Relaxa... você já sabe que as vezes fala durante o sono né? - assenti. Era um problema que eu odiava, pois as vezes guardava segrado de todos e contava aos mesmos durante o sono. - Então, haviam noites em que você... murmura cois...

_Que coisas? O que eu falei? Ah, meu Deus!

_Posso terminar? - tentei ficar quieta e Flinn continuou. - Você disse umas coisas tipo... "Irá pagar... estúpida Capital... Não podia... Eles vão pagar..." e coisas desse tipo. A nossa TV, do prédio, conseguia ver umas partes especiais, sabe? Mas os Idealizadores não mostraram isso. Quando estava falando com uns deles, antes de terminar os Jogos, eu os encontrara na rua, eles estavam sérios e me disseram para "segurar" você. Senão...

Flinn parou e eu quase gritei:

_Senão o quê? _Quem iria pagar seria você. E seria ruim...

_Quantas vezes eu falei isso?

_Várias, tipo, depois da morte de Bárbare, e depois das brigas com Billiam, quando ele morreu... frases diferentes, mas sempre envolvendo a Capital ou o Presidente.

_Eu. Estou. Perdida. - disse, pasma.

Eu nunca me importara tanto com esse problema, afinal, até antes de virar Tributo ninguém me gravava dormindo! Mas agora... tinha que ter tomado cuidado. Mas como? Agora eu teria que trabalhar bastante para paparicar a Capital, ou ficar de boca calada pelo resto da minha vida... Não queria acabar como a Katniss Everdeen!

_Tem que tomar cuidado agora, Ly, repito. Mais cuidado do que teria que tomar se não falasse durante o sono; porque agora eles irão te observar. Na Turnê da Vitória, no Distrito, em casa... eles sempre dão um jeito de te ver.

Suspirei, me levantei e comecei a andar de um lado para o outro. EU E MINHA MALDITA DOENÇA! Quer dizer, vamos pretender que é uma doença, pois eu não sei em que categoria "murmuros no sono" está. Como queria que nada disso tivesse acontecido, nem os Jogos, nem as novas regras, nem nada... mas isso não iria acontecer. Iria, claro, seguir o conselho de Flinn e me observar 24 horas por dia. Ou pelo menos tentar.

_E o que eu faço agora... pra tomar cuidado?

_Primeiro, fale mais baixo! - Flinn repreendeu, e descobri que estava gritando. - Segundo... não fale mal da Capital... se falar, fale baixo, pense mas... ah, você entendeu. Não fique falando bem toda hora, descobrirão que você sabe o que tem feito se assim fizer. Mas se te perguntarem como foi, diga que a Capital é maravilhosa, o Presidente foi muito amável, coisas desse tipo, ok? Tente não vacilar mais.

_Nem você! - disse e ele me olhou, confuso. - É, nem você, Senhor Eu Poderia Explodir A Capital Se Tivesse Dinamite, ok?

Flinn riu e me abraçou. Sentir o cheiro dele... era uma das melhores coisas do mundo pra mim. Me senti protegida por um momento, e descobri, como precisava dele.

_Vamos logo, temos que ir pro prédio, amanhã tem mais entrevistas, gata.

Descemos, e ficamos mais um pouco na festa com as pessoas de sotaque e roupas ridículas da Capital (estou só pensando isso, tá?), que estavam super embreagadas nesse ponto da festa; e fomos para o prédio.

Agora tínhamos o prédio inteiro para nós. Por isso, Vaktor quis ficar no primeiro andar (ele disse que, caso houver um incêndio poderá sair mais rápido - vai entender), Dórict e Légict ficaram no quinto, Ane ficou no decímo primeiro e eu e Flinn, no último, feito para a Capital. Queria ver como era todos os andares, e poderia fazer isso no próximo dia (pelo menos era o que dizia o recado que estava no elevador).

Eu não estava tão exausta assim. Estava com muito sono, mas acho que, quando cheguei da Arena, eles, sei lá, me "revigoraram".

_Juízo, tá? - Ane disse, enquanto entrava no décimo primeiro andar. O que ela achava que íriamos fazer? Dei uma risada e o elevador se fechou.

_Nossa. - Cheguei no andar, e me maravilhei. Quer dizer, não tanto assim, mas no Estilo Capital, estava bem bonito. As paredes eram coloridas, uma de cada cor. Os móveis, coloridos e bem bonitos (nobres, é claro) também. Havia a cozinha, a sala de jantar, a sala de televisão e um corredor com três suítes. Fui para o quarto do meio, mas era muitíssimo colorido (a cama era neon). O quarto da esquerda, tinha um colchão muito duro (estou exigente agora, não posso? Estou na Capital!), porém o quarto da direita... tinha uma cama d'água! UMA CAMA D'ÁGUA! Eu já ouvi falar disso, e sempre fiquei curiosa, afinal... eu nunca tivera uma né, só tinha uma cama, pequena, e água (demais). Pulei na cama, e nossa, que delícia!

Estava devaniando, quando de repente fui tomada por um medo... neste momento, Flinn apareceu.

_Tem pijamas no guarda-roupa, ok? Eu vou dormir já... aqui no quarto ao lado.

Me troquei, escovei os dentes e tirei a maquiagem... não conseguiria dormir, não agora. Fui para a sala, e o que estava passando? Caesar, é claro! Repercurtindo minha entrevista, e falando sobre como me saí nela.

Nem estava prestando atenção, queria me desviar disso, mas não estava dando certo.

_Não vai dormir não? - meu "mentor" (nossa, isso soa meio... estranho) apareceu, sentando-se ao meu lado (nota mental: ele estava sem camisa, nossa!)

_Como se eu pudesse. - respondi, ainda com medo.

_Eu entendo, tá? Mas você precisa relaxar... Olhei para a TV por mais um tempo e depois cheguei mais perto de Flinn. Ele me abraçou, forte, e me senti segura, como sempre sentia quando ele estava perto... não sei o que faria sem ele ali.

_Vamos. - ele disse, se levantando. O segui, pensando em ir para o meu quarto. Entrei em "meu" quarto e estava fechando a porta, quando Flinn apareceu:

_Ei! Calma aí! - ele abriu a porta e se deitou na cama (diga-se pulou). _Você devia dormir também... - falei, constrangida. Ele queria dormir comigo, é isso? Flinn me encarou por um tempo, fez uma cara triste e se levantou, devagar.

_Ok... - ele estava saindo, quando respirei fundo, ri, peguei em seu braço e falei, em um tom doce:

_Fica? - fiz uma carinha triste, e ele riu. Me deitei na cama, puxando as cobertas, e ele fez o mesmo.

Me virei para o outro lado, e tentei dormir. Senti Flinn se aproximar, sua respiração em meu pescoço. Sorri e me virei para ele, ficando nariz com nariz. No impulso, lhe dei um beijo. Doce, calmo, protetor... E aí o abracei, e acabei dormindo assim mesmo.

* * *

_Se vocês dois não levantarem agora, vou jogar água fervente em vocês! - Ane gritava em meu ouvido e no de Flinn, mas nós não queríamos acordar de jeito nenhum. - Ah, estou indo lá!

Alguns minutos depois, ela voltou e falou:

_Eu vou contar até 3... 1; 2...

_Acordamos! - disse Flinn, dando-me um empurrão. Para mim era blefe, ela não nos molharia, mas ia fazê-lo, sim. Levantei, rapidamente.

_Sai, você! - ela disse a Flinn, que com uma cara ofendida, se retirou do quarto. - Você, para o banho! - estava em estado de choque, por isso fui correndo, apertei qualquer botão no banho e fui me esfregando rapidamente.

Voltei um momento depois, de roupão.

_Vamos, vamos, vocês já atrasaram muito!

_Ei, pega leve! - disse a Aneliz, que sorriu, apressada. _Desculpe mas... precisamos caprichar! - ela saiu de meu quarto e começou a gritar pelo resto da equipe.

Dórict e Légict entraram correndo no quarto, e um segundo depois veio Vaktor, com um grande pedaço de bolo de chocolate nas mãos.

_Para o quarto ao lado, todos! - Ane gritou e nós quatro, como militares, a obedecemos. O quarto em que entramos estava organizado como o que eu me arrumara para a Entrevista de volta. Me sentei na cadeira, e a equipe já começou a mexer em mim. Dessa vez não quis conversar, quis meditar (embora fosse difícil com eles tagarelando). Eu precisava tomar cuidado agora, pensava repetidamente.

Fiquei de olhos fechados o tempo todo, pensando em maneiras de me manter calada.

_Ela está pronta? - ouvi minha estilista chegar no quarto e soltar um grande suspiro. - Nossa.

Eu abri o olho e vi o vestido que seria usado hoje: era longo, tomara que caia, com uma abertura em V, dourado (era brilhante), e fino. Estava lindo. Vesti-me cuidadosamente e pus um sapato dourado também, com um salto não muito grande. O vestido ficou um pouquinho grande em mim, no sentido de ter uma "cauda". Mas era leve, quando passava a mão sentia cada brilho (pareciam pequenos diamantes dourados). A maquiagem tinha rímel dourado e nenhuma outra maquiagem, apenas um batom nude. Eu achei exagerado, mas Aneliz explicou:

_Hoje a entrevista irá ser... na Arena, Cat.

* * *

_Isso é loucura! - disse, pela milésima vez, entrando na sala onde tinha o tubo.

_Vai dizer isso para eles! - respondeu Flinn, nervoso com a notícia. - Não, não vai não!

_É claro que eu não vou! Mas... eu não quero voltar ali. Que ideia maluca era essa? Isso nunca tinha acontecido... mas tinha que fingir que fiquei feliz com isso, é claro.

"Catlyn Grown, por favor, se dirija ao tubo para ser introduzida na Entrevista.", disse a voz que me avisou para entrar no tubo pela primeira vez.

Beijei Flinn e entrei, com medo como da primeira vez. Senti o tubo subindo, e olhei para cima. Estava na Arena do Castelo, na sala do trono.

Toda a minha luta na Arena passou em minha frente, e senti um calafrio. A um metro de mim haviam duas poltrona aveludadas em vermelho, uma vazia e outra habitada por Caesar. Estávamos rodeados por câmeras.

_Venha, Cat! - disse Caesar, com seu sorriso forçado e uma trança no cabelo. Me aproximei e me sentei, sorrindo. Ouvi um sinal de um homem, e percebi que a entrevista havia começado.

_Então, Catlyn, não tivemos tempo de conversar ontem, então... explique-me, como foi entrar aqui e sair viva? Precisava pensar direito agora.

_Foi revigorante. Quer dizer, eu não estava segura de que ganharia...

_Oh, sério? Mas você se saiu muito bem. - interviu Caesar.

_...Ah, obrigada. Ganhar foi a melhor coisa... eu sei que guerreei com força, por isso estou aqui.

_E o que você sentiu quando acordou no hospital e viu que estava viva?

_Foi maravilhoso. Primeiro pensei que havia morrido e chegado ao céu... - dei uma risada, e o apresentador me acompanhou. - Mas, quando encontrei meu mentor e minha estilista e equipe... foi uma ótima sensação.

_E como está o coração, Catlyn? - Caesar perguntou, me olhando de um modo engraçado.

_Batendo? - disse e ele riu. - Está... com saudades. Da minha família. E está apaixonado, mas só um pouquinho...

Fiquei envergonhada e Caesar (obrigada, Senhor!) percebeu que eu não queria falar sobre o assunto. Continuamos conversando, sobre o que passei na Arena, o que achei da Capital e esse estilo de coisa, até que ele veio com a última pergunta:

_Catlyn, gostaria de agradecer a alguém? - ele ficou sério. Era uma indireta? Uma ordem de Brandog para me perguntarem isso? Se fosse ou não, eu capricharia.

_A Capital, primeiramente. Eu tinha medo de muita coisa antes de vir para cá, e lutar na Arena me fez muito forte. Claro, foi difícil, mas agora eu me sinto... revigorada, entende? Aqui é maravilhoso, eu gostei de participar. Ao Presidente, pois ele me ajudou muito, ele nos ajuda muito, certo? - Ok, sem exagerar, Catlyn! - E a minha equipe, por me produzir e me aturar, eles fizeram looks e makeups maravilhosos. Ah, e a você, Caesar! - ele pareceu lisonjeado e eu ri.

_Com isso, e com muito orgulho de mim mesmo, terminamos essa Entrevista. Daqui a alguns meses, você estará de volta, que bom né? - concordei e ele se levantou. - Vocês, telespectadores, fiquem ligados! Me levantei e Caesar me fez girar, fazendo meu vestido se levantar levemente.

_Corta! - ouvi um homem gritar, e quis imediatamente voltar para o hotel (ou para a casa).

_Ótimo trabalho, Lyn! - Caesar me abraçou, ele cheirava a rosas. - Você foi muito... brilhante! Ri, e ele fez aspas com as mãos, dizendo:

_Catlyn, a Brilhante. Que tal esse apelido? - Caesar riu de si mesmo, e assim eu o fiz. Ele era bem... bobo, e engraçado. Catlyn, a Brilhante?!

_Bom, acho que temos de ir... boa sorte voltando, e não se esqueça de mim!

_Não irei! - disse , e um homem me levou a uma escada no final da sala. Desci, e voltei novamente a sala do tubo, com Flinn e Ane me esperando.





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