The Fourth Quarter Quell escrita por Izzy Figueiredo


Capítulo 23
Sem escolha




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/245696/chapter/23

_Eu não quero você! - eu estava na sala de estar dos tributos, na Capital, e Flinn gritava com alguém.

_Mas você sabe que ela não vai sair viva dali, não alimente esperanças! - agora quem falava era... Louise, a mentora. O que ela estava querendo dizer?

_Ela vai sair viva dali, eu sei disso! E... - Flinn parou e respirou fundo. - Mesmo que ela não saia, eu não vou ficar com você, nunca! - dizendo isso, ele foi para a cozinha, bravo. Eu o segui, ele estava sentado em uma mesa, e percebi que estava chorando.

_Flinn... - tentei falar, mas nada saiu de minha boca. Deixei, também, uma lágrima cair, doía vê-lo sofrer. Sofrer por mim. De repente, como se estivesse dormindo e caísse da cama, acordei, e me deparei com Gunt, um dos carreiristas.

Ele sorriu pra mim, e rapidamente enfiou sua arma em minha coxa esquerda. Gritei, e ela começou a queimar...

* * *

Acordei sobressaltada, e rapidamente percebi que minha coxa realmente queimava, olhei para ela, estava sangrando muito. Olhei ao redor, e vi um menino no chão, com duas flechas, uma na costa e a outra na perna.

_Bill! - gritei, e ele rapidamente apareceu na fresta entre as pedras, sua testa tinha um corte. Ele correu para mim e foi ver meu ferimento.

_Au... - ele observou e só disse isso.

_O que diabos aconteceu aqui? - perguntei, enquanto segurava minha coxa.

_Eu fui lá fora, ver como estava, rapidinho, e aí esse estúpido entrou aqui e tentou te atacar, só qu...

_Tentou? Minha coxa está morta, cara! - foi o primeiro pensamento que me veio, a coxa realmente estava feia.

_Desculpa! Eu não consegui ver ele, só quando ele entrou, aí eu já joguei duas flechas e ele caiu! Só que o canhão não soou ainda...

Me segurava para não chorar, o ferimento foi bem feio! E como Billiam não viu esse menino entrar? Ele precisava acordar e prestar atenção! Aposto como estava pensando em Irmand...

Imediatamente peguei meu machado o enfiei na cabeça do garoto, quase rachando-a ao meio. 5 segundos depois... BOOM! Bill olhou sobressaltado para mim, mas não disse nada, simplesmente arrastou o garoto para fora. Ele voltou um momento depois, e se dirigiu a mochila, pegando o unguento.

_Deixa eu ver isso. - disse, abrindo o pote. Tentei subir a calça para mostrar o fermineto, foi muito difícil; doía muito e até me dava medo de ver o resultado do ataque do ímbecil... quando olhei, virei minha cabeça para o lado, e fiquei mais tonta ainda.

O ferimento tinha quase uns 5 centímetros e estava muito, muito profundo. Bill olhou e fez uma cara de nojo.

_Ah, essa expressão no seu rosto é muito animadora, ein? - disse, apertando cada vez mais minha coxa.

_Desculpe... - ele segurava o tom de voz. Antes de passar o unguento, ele se dirigiu a mochila novamente e pegou a corda.

_O que você va... - tentei perguntar, mas Billiam rapidamente amarrou a corda acima do ferimento, o que doeu um pouco. Depois, pegou unguento e passou na minha coxa. Comecei a gritar e ele parou.

_Vai com calma! - gritei, segurando o choro.

_Desculpa! - ele repetiu, e recomeçou a passar, mais devagar. Depois de 5 minutos passando o unguento, parou de queimar um pouco, mas a dor ainda era imensa. Esse menino lançou um ótimo golpe em mim.

Encostei a cabeça em uma pedra e tentei não mexer a perna. Como conseguiria andar? E se algum tributo atacasse, como eu faria? Com essa perna não conseguiria fazer nada... A tarde passou devagar, acho que minha perna melhorou um pouco, e a chuva continuava lá fora... estava rezando pra ninguém encontrar nosso esconderijo, porque se alguém nos encontrasse, Bill estaria “sozinho”... Billiam havia me falado que agora as samambaias estavam quase sumindo, o que não era bom, pois logo nós precisaríamos encontrar um novo lugar, quando a chuva parasse.

Mais 2 canhões foram ouvidos. No final da tarde, Billiam foi conversar comigo.

_Se sentindo melhor? - ele perguntou, com sua arma a postos.

_Um pouquinho... Ah, o que nós vamos fazer? Com essa perna eu não vou poder te ajudar e além disso eu nã...

_Calma! - ele me interrompeu e pos a mão em meu ombro. - A gente vai achar um jeito. Quer... tentar levantar, pra vermos se o ferimento é profundo?

_Ele é profundo, Billiam, acredite em mim. - revirei os olhos; ah, ok, eu vou levantar com essa perna.

_Vamos! - ele insistiu, e eu, mesmo sabendo que não era boa ideia, tentei levantar, com auxílio dele. Me apoiei na outra perna, doeu, mas consegui. Porém, quando fui tentar apoiar a outra... fui pondo meu peso sobre a perna esquerda lentamente, até que quase consegui apoia metade, então a senti queimar. Nunca que eu conseguiria andar.

Bill me ajudou a sentar novamente, e fizemos uma janta rápida. O hino foi anunciado umas horas depois, graças a Deus ninguém encontrou nosso lugar. As mortes de hoje foram: Jon, do Distrito 7; Drako, do 9 (foi esse que estraçalhou minha perna); e Bens, do 12.

Billiam, obviamente, ia ficar de guarda. Ele estava andando de um lado para outro, na entrada da “caverna”, quando nós dois ouvimos uns barulhos lá fora. Meu coração acelerou e instintivamente peguei o machado e a lança. Bill se escondeu, perto da entrada, e uns minutos tensos depois, vi uma sombra. Arregalei os olhos e respirei fundo. Um segundo depois, duas meninas entraram, sem delongas. Não reconheci nenhuma, porém uma tinha cabelos loiros e a outra era morena.. Billiam saiu de trás do esconderijo e jogou uma flecha em uma das garotas, que desviou, tentei jogar a lança, mas só acertou o pé da morena, acho que ela nem notou. Esta avançou para mim, com uma espada na mão, e então tirei o machado de debaixo de uma pedra (deixei-o escondido para pensarem que sem a lança eu estava indefesa).

Ela estava se aproximando, a espada pronta para atacar, quando joguei o machado bem no pescoço dela. BOOM! A espada caiu no chão e a loira olhou assustadoramente para a morena caída, e Billiam conseguiu enfiar uma faca na barriga dela. Esta caiu e Bill, sem demora, jogou uma flecha na cabeça da menina. BOOM! Mais duas mortes. Quantos restaram agora?

Fechei os olhos e respirei profundamente. Essa foi por muito pouco. Essa perna vai me atrapalhar muito. Bill olhou para mim, preocupado, e levou os dois corpos para fora. Guardou a espada e a lança das meninas na bolsa; agora tínhamos 1 machado, 2 lanças, 1 espada, 3 facas e 1 arco e flecha. Era muita coisa... Quando Billiam voltou, foi direto:

_Precisamos sair daqui. A chuva está parando, lentamente, mas logo nosso esconderijo vai ficar óbvio.

_Ah, o que vou fazer com minha perna?

_Eu vou te carregar, precisamos sair até amanhã a noite. Estamos sem escolhas, Catlyn, desculpa. - ele olhou tristemente para mim. - Já vou arrumar as coisas, deixar tudo pronto.

Ótimo, agora a coisa vai ficar difícil... Como vou sobreviver? De repente, minha segurança de voltar pra Flinn se foi. Eu não sobreviveria desse jeito...

_Tente dormir. Deitei e fechei os olhos, o sono custou a vir, porém finalmente, este me venceu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem... comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Fourth Quarter Quell" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.