Small Bump escrita por seaweedbrain


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Estão prontas para o último capítulo? Nem eu!



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Giovanna estava lendo seu livro do outro lado da sala, enquanto Goularth trabalhava na cozinha digitando em seu notebook, mas com a cabeça longe por conta da briga de ontem com Zack. Já era quase 23h da noite de domingo e Goularth estranhou por Giovanna estar ali e não com Elliot, ou vice-versa. Eles não ficavam separados, e quando é não, é nunca. A amiga tinha passado o dia atrás das coisas do casamento, e estava um pouco chateada com Victória pela garota não ter a acompanhado, mas nem de longe Goularth tinha paciência para olhar bolos de casamento ou vestidos de noiva, afinal tudo aquilo poderia lembrar Zack, mesmo que os dois nunca tenham pensado em algo tão grande como pensamento. Goularth iria perguntar para Giovanna algo quando Elliot entrou afoito no apartamento.

– Oi Vick. – Elliot a cumprimentou de longe e fez sinal para Giovanna ir para o quarto, os dois partiram para o corredor. Victória achou aquilo estranho, mas não opôs nada, somente deu de ombros tentando voltar a se concentrar o que era certamente inútil. Se ela estava preocupada com Zack? Claro que sim! Ele tinha saído de certa forma do apartamento que qualquer um sabia que ele faria uma besteira. Goularth ficou teclando a mesma tecla do teclado várias vezes e se revoltou, mas assim que decidiu ir para o quarto ver o que os dois estavam falando, se é que estavam falando, eles saíram do mesmo os dois com as cabeças baixas, mas as mãos dadas.

– O que aconteceu? – ela deu a volta no balcão da cozinha.

– Não foi...

– Vick, Zack veio aqui ontem? – Giovanna cortou Elliot dando um passo à frente na direção de Goularth, a mesma coçou a nuca e assentiu. – Eu sabia!

– O que aconteceu? Porque vocês dois estão estranhos? Algo aconteceu com Donovan?! – Victória já estava com falta de fôlego, mas a expressão de Elliot era de alivio, o que não devia ser levado tão a sério.

– Zack foi para a casa nas montanhas, acho que ontem de noite. Provavelmente depois de sair daqui. – White explicou. Mas na cabeça de Victória nada se conectava. – E é muito raro ele ir para lá, da ultima vez que ele foi demorou quase seis meses para voltar. Só voltou mesmo porque tínhamos um acordo a assinar aqui em Londres, depois ficou. Estamos... Preocupados.

– Onde é esse lugar? – Goularth parecia determinada a sair dali e ir atrás de Zack.

– Vick eu não acho uma boa hora pra vocês conversarem. Se vocês brigaram, deixa o Donovan esfriar a cabeça. – Wicthoff tentou amenizar a situação, mas é claro que nem ela parava Goularth naquele estado.

– Elliot? – ela perguntou, o menino só abaixou a cabeça e negou como se dissesse “não posso”. – Ótimo! Vou perguntar pra quem me ajude de verdade.

Victória não sabia para onde ir, não sabia para qual dos meninos que sobraram perguntar e estava perdendo tempo, porque Elliot e Giovanna podiam ligar para cada um para impedir ela. Sabia que a melhor amiga e o noivo dela queriam fazer o bem, mas nesse momento ela tinha de ver Zack, tinha que falar na cara dele o quanto o amava e o quanto o queria por perto. Não podia ficar nem mais um segundo longe de Donovan, caso contrario ela endoidaria. Ela pensou rapidamente em Ana Carolina, e consequentemente em Sam. Se os dois tiverem mesmo se acertados como Adriane comentou, Evans poderia estar no apartamento de Marins nesse exato momento, e o apartamento era no andar superior ao de Giovanna e Victória, sem pensar muito a garota rumou para lá, tocando desesperadamente a campainha cinco minutos depois. Ela suspirou aliviada quando um Sam só de samba canção apareceu na porta, não sabia como Ana Carolina deixou o garoto fazer isso, mas nem se quer ligou para os trajes do garoto agora.

– Sam. Preciso de sua ajuda! – ela falou e entrou rápido no apartamento. Evans coçou a nuca e a olhou, cruzando os braços na altura do peito depois.

– Pode falar. – ele tinha a voz de sono.

– Zack foi para uma tal casa das montanhas ontem, acho que é o local onde ele passou seis meses, ou algo assim. Preciso saber onde é.

– Para que? – Evans a olhou desconfiado. – Eu não acho ser uma...

– Escuta aqui Sam, não quero ouvir isso de novo. Giovanna já se negou em me ajudar, juntamente com Elliot. Eu amo Zack está bem? E ele está lá por minha causa. Preciso ir até lá e desfazer o mal entendido que eu fiz há cinco anos. Porque sou burra o suficiente para acreditar que ele não ligava para mim, enquanto meu coração clamava por ele. – Victória deixou uma lagrima escorrer, mas a pose de forte ainda continuava ali. – Por... Favor!

– Não sei se é uma boa ideia você aparecer lá. Você pode ver coisas que não vai gostar.

– Zack na cama com outra? Ou outras? Até mesmo com Larissa. Não ligo, preciso falar para ele o que está entalado na minha garganta. Zack não é meu, mas eu vou fazer qualquer coisa para que ele seja. – Sam pareceu amolecer, e então pegou um papel e uma caneta ali perto, enquanto anotava algumas coisas Victória estava inquieta enrolando uma mecha do cabelo, batendo o pé no chão, entre outras coisas que ela fazia quando ficava inquieta. Depois suspirou e leu o que tinha no papel que Evans a entregou.

– Leve meu carro, é melhor pra subir as montanhas do que seu porche. – os dois se abraçaram brevemente. – Traga-o de volta.

– Cuide de Emily por mim.

Zack jogou para o canto mais uma das garrafas de Stella que ele bebia, já estava cansado de beber. E de chorar também. Não tinha mais lágrimas para esgotar ali, e estava com a barriga vazia. Porque ele deixou ela o magoar mais uma vez? Ele precisava esfriar a cabeça, mas sabia o quanto tinha sido inconsequente saindo daquela forma de casa, porque isso iria deixar todos loucos. Não tinha planos de ficar ali, mas aquele lugar, aquela casa era tão bom para ele. Ficar ali sozinho o trazia a paz que ele havia perdido quando encontrou Victória, e se perguntou mentalmente se um dia ele a levaria até ali para experimentar a sensação, mal havia pegado na outra garrafa cheia e a jogou na parede perto dali. Ele não queria estar aqui, queria estar com ela a onde ela estivesse. Victória era o amor da sua vida e tudo ficava pior só dele pensar no sorriso dela, nos tipos idiotas de sorrisos que ela tinha. “Porque eu te amo, e sou um babaca, por isso eu conheço todos os tipos do seu sorriso” ele pensou e bagunçou seu cabelo se levantando rápido em seguida. Pareceu um pouco tonto, mas conseguiu andar até a geladeira e percebeu que seu abastecimento de cerveja tinha acabado, resolveu então fazer um café, e colocou a pequena cafeteira para trabalhar. Ela não queria estar ali na verdade, porque ao mesmo tempo em que aquele lugar era bom, era ruim. Já tinha trago mais de vinte namoradas para passar um fim de semana naquela casa, e lembrar-se disso o frustrava, porque mesmo grávida o sexo de Victória ainda era o melhor entre todas as outras.

– Babaca! – ele falou colocando o café na xícara, não sabia se estava se xingando, ou xingando ela. Mas tanto fazia, na cabeça de Donovan os dois eram uns idiotas, por isso estavam longe um do outro. O garoto se levou até a varanda e um ar fresco corria do lado de fora, ali nem se quer parecia estar nas extremidades de Londres porque não nevava como fazia na cidade, ainda era possível ver o orvalho verde e a ponte que ligava as ruas. As mesmas todas fazias, sem nem um carro passar nem perto dali. Donovan suspirou aquele ar e uma vontade de chorar o subiu no peito, e não tivesse louco estaria sentindo o cheiro de Goularth. “Que tipo de pessoa memoriza cheiros?” ele quis se bater, mas deixou isso para lá quando foi levantar a mão e quase caiu. Não estava tão mal assim, seis ou sete garrafas de Stella, mas o que era pior era a dor que ele sentia no peito. Uma do de muito tempo, quase interminável. O garoto olhou para o céu que estava quase violeta por conta da noite que era clara ali, não havia estrelas e estava claro de que uma tempestade chegaria logo ali. Deveria ir embora, mas só de pensar em Londres se lembrava de Victória, e isso o fazia mal. Ele virou o rosto e deu risada de si mesmo, depois ouviu um barulho estranho vindo da estrada, e um carro cinza atravessando a ponte indo em direção a casa. Ele sabia de quem era aquele carro; Sam. Mas o que o amigo estava fazendo ali ele não sabia.

Quando ele teve uma surpresa maior, quando o carro foi parado e o motorista saiu do mesmo. Victória estava ali. O que ela estava fazendo ali? Zack não fazia a menor ideia, assim como não sabia se ficava feliz ou triste de vela. A garota fechou a porta e andou em passos rápidos até a varanda de madeira, olhando Zack ainda da grama, ela nem se quer subiu o primeiro degrau da escada da entrada.

– O que você quer aqui? – Donovan conseguiu falar, mas por dentro estava paralisado. A casa não era tão perto assim de Londres, três ou quatro horas de carro, e isso se você não se perdesse por conta das curvas. Como Goularth chegará ali ele não fazia a mínima ideia. Mas sabia que a garota estava incrivelmente linda naquela rouba desarrumada, e completamente confusa.

– Zack, eu vim conversar com você! – ela falou firme, mas dava para ver de longe que iria desmoronar a qualquer momento.

– Não temos nada para conversar Victória.

– Sabe... Eu senti sua falta. Eu chorava todas as noites quando cheguei a São Paulo. Eu cheguei a pensar em suicídio sabia? Eu precisava de você Donovan, precisava do seu conforto e meu mundo caiu quando eu soube que você estava de casamento marcado com outra mulher. E então... – ela suspirou, segurando as lágrimas. – Emily cresceu e eu tive que aprender a ser forte, por ela, e por mim também. Ela me perguntava por que os pais das amigas dela eram casados, e nós morávamos tão longe. Sabe como era ruim ouvir isso? Quando eu queria poder ter você ali comigo, fazendo até mesmo inveja para os pais dessas amigas de Emily? Você não me procurou Donovan, e eu fiquei completamente quebrada. – Goularth não conseguiu mais olhar para Zack e se virou andando dois passos em direção ao carro, agoniada por o garoto não ter falado nada até agora. – Eu queria te ligar, queria mandar sinal de fumaça. Mas eu tinha orgulho, e toda vez que eu ouvia a sua voz, eu queria que aquela voz estivesse falando comigo. Eu queria você do meu lado. – Donovan se levantou, mas não andou passo algum. – Eu queria e eu quero. Porque eu te amo Zack, com todas as minhas forças, de todo o meu coração. Eu te amo mais que tudo nessa vida, e eu quero você. Eu preciso de você! Eu amo você. Eu demorei tempo demais para perceber isso, e para dizer isso, mas agora eu não quero mais te afastar. Eu te quero perto, eu sei que pode ser tarde demais... Mais... Zack? – Victória falou quando o menino andou em passos lentos até ela, ele estava sério. Mas parecia ter lágrimas nos olhos. – Olha, eu posso entrar nesse carro e nunca mais voltar. Mas você tem que me dizer que... – Goularth não conseguiu terminar, foi tomada pelas mãos de Donovan que lhe envolveram o corpo e depois os dois já se beijaram ferozmente, o beijo começou tão rápido quanto à velocidade da luz, era urgente e tinha vontade demais. Depois que Donovan passou finalmente os braços envolvendo a cintura de Victória o beijo ficou calmo e lento, dando todas as sensações possíveis. Medo, desejo, amor, despertando rancor, saudade, raiva. Mas ainda sim a ternura, a paixão e a eternidade estavam mais presentes. Goularth teve vontade de sorrir, mas teve medo de quebrar o beijo e não acontecer aquilo de novo nunca mais, quando os dois ficaram sem ar se soltaram rapidamente ofegando.

– Goularth...

– Espera. Só mais um pouco... – Zack fechou os olhos quando Goularth colocou a ponta do dedo em seus lábios, ela sorria, mas sabia que aquilo nãoseria um “final feliz”, ela esperava ser um começo na verdade. – Eu sei que disse que éramos um milagre sem causa, dei a entender uma rua sem saída. Mas os milagres não precisam de uma causa, eles acontecem simplesmente. E as ruas sem saídas na maioria das vezes são as ruas mais belas. – Vick aproximou seu rosto de Zack e colou suas testas enquanto ainda sorria. – Vamos tentar esquecer o que passou e construir tudo de novo Donovan.

– Eu... – sem esperar Victória puxou Donovan para mais perto e o beijou novamente, ela não queria que ele a mandasse embora agora. Agora que finalmente tinha conseguido falar tudo o que tinha de ser dito ela esperava pelo menos algo bom em troca. Esperava que ele dissesse coisas bonitas para ela. Mas se não acontecesse, ela não se importaria. Queria Donovan com ela, e isso era mais que certeza. Os dois cessaram o beijo, e Zack sorriu confuso ainda com toda aquela situação, seu coração e sua cabeça tinha uma mistura incorreta de sentimentos, mas a saudade de Victória era tão grande que fez o desejo por ela ser muito maior. – Eu amo você. Sempre para sempre. – os dois sorriram juntos quando Donovan repetiu a frase da sua pequena filha.

– Emily vai amar essa notícia. – Victória riu baixo passando os braços pelo pescoço de Donovan que a segurou pela cintura e a rodou no ar, fazendo a gargalhar.

– Tenho certeza que ela vai gostar mais ainda de ter um irmãozinho novo. – ele riu maroto e com Victória em seus braços foi andando em passos lentos para a casa de madeira ali aos beijos trocados com Victória.

“Deixaria tudo para trás, a partir de agora” também pode ser uma frase boa para fechar uma história, afinal... Depois de tudo o que aconteceu os dois estariam recomeçando uma vida. Victória daria seu melhor ali, e Zack seria o melhor para ela. Contos de fadas na maioria das vezes não precisam ter princesas, príncipes bem vestidos, cavalos brancos ou em castelos. Contos de fadas também podem ser iniciados em um bar de Nova York, tomando um drink para esquecer o que não deu certo, se passar em Londres com muitos problemas e terminar em uma casa de montanha esquecida pelo tempo; mas se pensarmos bem esse ainda é um bom cenário para um conto de fadas.

– Zack espera um pouco... – Goularth parou os beijos empurrando Zack pelo peito quando ele a deitou na cama grande de casal do interior da casa. – lembrei-me agora que em Nova York um sutiã meu acabou ficando com você, você o jogou fora?

– Amanhã de manhã veremos se ele ainda cabe em você! – Alguém ainda tem duvidas de que isso pode ser um conto de fadas?

FIM



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Notas finais do capítulo

- Só eu chorei com isso? Eu espero realmente que não.
- Eu espero que vocês tenham gostado, e eu queria pedir desculpas por não estar mais respondendo os comentários, mas eu tenho a impressão de que se eu responder as coisas lindas que vocês me mandam eu vou realmente chorar.
- Eu queria AGRADECER, mandar um enorme obrigada para todas as minhas cup cakes lindas que ficaram aqui comigo, me acompanharam e me fortaleceram. Eu não teria feito nada sem vocês.
- Minhas quatro melhores amigas, que me inspiraram essa fanfic.
- Mas sério, agora eu vou morrer de chorar porque SB acabou... Vamos ficar com o capítulo bônus já que não restou mais nada :/