Small Bump escrita por seaweedbrain


Capítulo 2
Capítulo 2




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Dois meses depois.

Victória encontrava-se abaixada de frente ao vaso sanitário do apartamento que dividia com a melhor amiga, Giovanna. Ouvia a amiga sem parar resmungando do lado de fora, vazia quase duas ou até mesmo três semanas que a garota não parava de vomitar e ter enjoos assim, estava começando a ficar nervosa, quando ontem mesmo um médico disse a Giovanna que podia ser somente uma das viroses que estavam se espalhando por Londres, como previsto por conta do aquecimento imediato. Isso não deixou Wicthoff nem um pouco menos preocupada com a amiga, que já lhe deu vários remédios, com Victória recusando ir ao medico, e alegando seriamente que iria passar rápido.

– Isso não vai passar rápido, coisa nenhuma! – Era sempre o que Giovanna falava, no final de cada bronca. Estava preocupada não por estar sustentando a casa praticamente sozinha, tirando a mesada que a amiga ainda recebia de sua “avó”, mas sim por conta que se preocupava com o estado da amiga, que parecia morrer e colocar até o estomago todo para fora. – Vick, eu não sei, a gente pode ir até o hospital e...

– Não Giovanna! – falou se levantando e lavando o rosto e boca, em seguida se jogou na própria cama de cara com o travesseiro falando com a voz abafada depois. – Eu estou completamente bem! – e depois disso se sentiu enjoada novamente, mas tentou segurar firme o que não teve muito sucesso e voltou para o banheiro ouvindo a risada de desaprovação de Wicthoff. Não estava certo! Ela não tinha comido nada que pudesse estar tão estragado assim, e se fosse uma virose provavelmente ela já tinha ido embora ou algum dos milhões de remédios de Giovanna já tinham o feito curar. Mas não, nem ao menos comer ela conseguia e já se notava isso pela sua expressão do rosto e o corpo mais magro do que já era, o máximo que comia era a sopa que Giovanna passava na casa da avó e pegava de vez em quando, se não vivia a base somente de leite, e isso quando bebia.

– Muito bem, estou percebendo. – Giovanna bufou se encostando na porta no banheiro, ver a amiga ali sentada com a cara do vaso já era quase rotina. Uma rotina que ela não gostava nem um pouco para falar a verdade. – Nathan vai passar aqui mais tarde. Vai trazer tacos para você comer. – Gi deu ombros e se voltou para a cozinha, Vick riu sozinha; como se tivesse lá com humor para tacos e pimenta, ou mesmo seu estomago, levariam menos de dois minutos para jogar fora. Mas ver Nathan ia ser bom, afinal não tinha visto o amigo desde que ele fora há um mês passar alguns dias com a namorada em Nova York. Suspirou lembrando-se do lugar e teve uma vontade imensa de quebrar a própria cara. Como era ridícula, lembrava mais a cada dia de seu ex-namorado, que até então não parava de ligar para a mesma tentando a qualquer custo se explicar para a mesma que o ignorava facilmente, afinal Erick agora era passado. Levantou e fechou a porta do banheiro, decidindo tomar o segundo banho do dia, depois do banho colocou suas roupas intimas depois uma calça de moletom de veludo preta e uma blusa branca folgada por cima, não estava tanto frio assim fazendo a menina apenas colocar uma meia e sua bota pantufa de ficar em casa de qualquer jeito, prendeu o cabelo em um coque e se olhou no espelho, estava acabada, mas com a aparência um pouco melhor. Suspirou. Aquilo precisava acabar qualquer coisa que seja estar matando a por dentro, precisava morrer por qualquer custo.

– Vick o seu remédio pra dor de cabeça acabou. – Giovanna gritou da cozinha. – E a comida também. – concluiu rindo, fazendo Victória dar um leve sorriso de lado, talvez estivesse mesmo na hora de sair nem que seja um pouco para ir ao mercado de casa. Ver gente talvez a faria bem, e talvez ela esquecesse por um único segundo toda a dor do seu estomago vazio, mas que não iria conseguir comer nada.

– E porque não vamos ao mercado? – A garota se prontificou segurando as chaves do carro de Giovanna que sorriu de lado e assentiu, as duas saíram cantando no carro com uma música paralela que tocava ali, as animando nem que seja um pouco. Não era como se a vontade de vomitar novamente tivesse passado, cessado um pouco, Vick pensou. Compraram algumas coisas uteis no mercado, e Giovanna se aliviou vendo Victória colocar algumas coisas no carrinho também, talvez ela comeria, talvez mofasse no armário. Decidiu não pensar na ultima opção, como realmente uma opção. Depois de comprar certas coisas entram no carro e foram para a farmácia na entrada da rua de onde as duas moravam, era um lugar pacato, vazio quase, raramente se via uma só alma na rua, mas era normal até pelo frio quanto para a movimentação do bairro que Wicthoff escolhera morar.

Estava escolhendo algumas balas para dor de garganta no fundo da pequena farmácia quando sentiu alguém tocar seu ombro, virou pensando ser Giovanna mesmo sendo um ato completamente diferente da amiga e deu de cara com um garoto, sentiu que o conhecia de algum lugar, mas não sabia de onde.

– Pois não? – perguntou o encarando, o mesmo tinha um pacote de lenços de papel, sabonete líquido e um papel que mais parecia uma receita em mãos, ela o encarou mais uma vez tentando inutilmente lembrar-se de onde o conhecia.

– Oi. É... Victória não é? – ele perguntou e ela apenas assentiu depois que ele tirou a mãos do ombro dela. – Nós... Hm... Nós nos conhecemos numa balada em Nova York, acho que um dia antes de você vir para Londres.

– Ah sim! – ela suspirou esbofeteada, mesmo não se lembrando de quem era o sujeito. Não que tivesse uma memória tão ruim assim, mas aquele não era um bom momento e de algum jeito Goularth conseguiu apagar todos os momentos – bons e ruins – de quando esteve em NY. – Como você, hm... – tossiu limpando a garganta e sorriu. – Como você está? – olhou para o que estava nas mãos dele, vendo o garoto sorrir tímido e suar frio.

– Isso não é para mim. E para uma amiga. – Vick concordou, mesmo não se importando, nem ao menos se lembrava do nome do garoto. – Eu lhe disse que lhe encontraria novamente.

– Destino! – falou somente, sem nem saber do que se tratava, o garoto sorriu e eles se fitaram por um tempo fazendo com que ficasse um momento completamente constrangedor para ambos.

– Zack.– Eles ouviram alguém gritar e Zack olhou por cima de seu ombro sorrindo de lado.

– Eu preciso ir, a gente se vê por aí então. Espero que ainda esteja com meu número. – ele se virou para sair e Goularth somente assentiu desinteressada.

– Com certeza. Até logo, Zack. – esperou seriamente que aquele fosse o nome dele quando ele sorriu apenas e acenou com a mão livre, indo ao encontro de dois outros garotos e um homem alto que estavam no caixa da farmácia, não sabia nem ao menos de onde conhecia aquele garoto, e nem porque tinha o número dele. Balançou a cabeça e foi até Giovanna no outro caixa, sentiu que olhos estavam em cima dela, mas preferiu não virar para olhar, entregou as coisas de sua mão para Wicthoff que passou para a senhora no caixa. Percebeu Zack e os amigos passarem atrás das duas rindo e indo embora, olhou de relance e se lembrou de tudo. Da balada, das provocações, dos beijos, da ida até o hotel do modo como ele sorria pra ela que foi quase o mesmo sorriso de alguns minutos atrás e de como ela se despediu ridiculamente dele na manhã seguinte. Permitiu-se olhar para o carro onde ele entrou e o viu olhando para ela lá dentro, o mesmo sorriu e segundos após onde o carro estava era somente vazio na frente da farmácia.

– Só isso Vick? – Gi a acordou de seu transe momentâneo e a garota a olhou erguendo uma sobrancelha, ela se virou e perguntou para a ajudante mais próxima sorrindo timidamente.

– Vocês tem teste de gravidez aqui?

Victória entrou com Giovanna em seu apartamento, a mesma fazia piadinha, outra hora estava séria e parecia que iria ter um colapso nervoso pela atitude da amiga, ficou com vontade de gritar com a amiga e a mandar calar a boca, mas nem ela conseguiu fazer isso com o seu próprio cérebro que estava reagindo de uma forma completamente estranha desde que aquele pensamento tinha passado pela sua cabeça. Qual é ela mal conseguia lembrar-se do nome do cara, não é possível estar esperando o filho dele não é? Ficou com vontade de rir, mas seu rosto estava tenso e nem isso ele fazia para ajudar. Simplesmente, como se fosse mecanizada pegou o teste de gravidez da sacola e foi para o banheiro com Wicthoff atrás, ela falava muito, mas nada Vick escutava, entrou lá e se trancou lendo em seguida as instruções na embalagem do produto e fazendo o que mandava lá.

– E então? – Giovanna perguntou afoita para a amiga que deu ombros e se sentou na cama.

– E só esperar. Diz na embalagem que precisa esperar de quarenta minutos o resultado. – suspirou facilmente e se jogou de costas para a cama, pensando em como tudo aquilo era loucura. Não estava grávida, não podia!

– Como você percebeu isso Vick? Quer dizer, eu já tinha pensado nessa possibilidade... Mas não achei que você fosse tão irresponsável para transar sem camisinha.

– Você viu aqueles garotos na farmácia? – Giovanna assentiu atenta. – Um deles, o de cabelo cacheado eu conheci em Nova York duas noites antes de vir para cá. Eu tinha acabado de pegar Erick na cama, e tinha decidido encher a cara naquele momento, então eu fui pra balada mais longe de onde eu morava e simplesmente ele apareceu, com aquele sorriso de que tudo vai ficar bem e me conquistou. Não me lembro de tudo, eu estava realmente muito bêbada porque antes mesmo de o amigo dele o chamar nem o nome do cara eu sabia, mas lembrei-me de tudo. A gente dormiu no quarto de hotel dele, e aqueles dois meninos que estavam lá com ele hoje, estavam no mesmo hotel quando eu saí de seu quarto, quase correndo apavorada. Nunca dormi com nenhum cara na mesma noite que eu conheci ele.

– Espera um pouco. – Giovanna riu sarcástica e ao mesmo tempo nervosa, depois balançou a cabeça igual uma louca e olhou fixamente para Victória, a mesma teve medo da reação da amiga, achou que iria levar um tapa na mesma quando viu sua reação completamente diferente. – Você quer dizer que... Você transou com Zack Donovan?

– Isso. Mas espera... Como você...

– Vick você não tá entendendo. – Giovanna gargalhou e pegou o notebook que as duas haviam esquecido ligado consequentemente, quero dizer, ela mesmo porque Vick não tinha tempo para o mundo virtual àquela hora, digitou algo no pesquisador e virou a tela na direção de Goularth. – Você quer dizer que transou, e provavelmente está esperando um filho de um dos guys mais famosos do momento?

Victória encarou a tela perplexa, com fotos de Zack espalhadas pela tela, algumas com os dois garotos de hoje cedo que o acompanhavam e mais outros dois que ela não fazia a mínima ideia de quem eram. Isso não podia estar acontecendo, tentou pensar várias vezes de como teria se metido naquela merda completa e chegou à conclusão de que tinha alguém lá em cima de que não gostava muito dela. Foda-se se Zack era realmente um dos caras mais lindos que ela já vira na vida. Ele era famoso, ele era parte de um grupo de boyband, isso não era nem de longe bom. Sabia disso porque fez jornalismo tempo o suficiente para saber que pessoas no auge da fama não tem descanso de paparazzi, e na verdade ninguém precisa ser formado para entender isso.

– Não. Espera um pouco. – Vick encarou Giovanna que estava com um mini sorriso no rosto, não conseguia entender a felicidade da garota já que sua vida poderia estar acabada em apenas quarenta minutos. – Eu não disse que estou grávida dele, nem ao menos sei que estou grávida. De qualquer forma, Zack foi o último cara com quem estive na cama.

– E o Erick? – ela perguntou, Goularth percebeu que de todo aquele rolo ainda tinha Erick metido no meio. Preferiu mil vezes que se estivesse grávida - que ela preferia nem cogitar na possibilidade - queria que Zack fosse o pai, não Erick. Contanto de que Sparks não era de longe o cara mais sensato que ela já conheceu, iria morrer tendo que dividir um filho com ele, isso os deixariam juntos para o resto da vida, não que fosse uma hipótese procurar Erick depois de tudo o que ele fez, e com quem fez, mas não queria de maneira alguma carregar em seu corpo algo vindo dele. Preferiria morrer, e mesmo sabendo o quanto isso soaria altamente clichê.

– Não... Não quero pensar nisso agora. – Gi olhou o relógio e constataram que já havia passado os quarenta minutos e até um pouco mais desde que Vick fez o teste, a mesma se levantou e foi até o banheiro segurando seu próprio futuro em mãos, leu que se caso tiver duas listras vermelhas estaria perdida, mas se caso fosse uma única listra azul, iria rir disso tudo mais tarde. Virou com medo e com um olho fechado o pequeno palito e se se encostou à parede deslizando por ela em seguida.

– E aí, o que deu? – Wicthoff perguntou da porta quando a garota no chão olhou para ela e a lançou um sorriso tremulo.

– Não vou ser mamãe!



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Notas finais do capítulo

- Quero comentários pessoal se vocês estão lendo e gostando se prontifiquem por favor :/
- xoxô.



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