Is This Real

by Miss Hope

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Acordo com um barulho em minha janela.

Levanto coçando os olhos e vejo meus amigos jogando alguma coisa na janela de meu quarto. Troquei-me rapidamente, já eram 5 da manhã, e Jason e Bryan e eu fomos rapidamente até o centro de treinamento do Distrito 2, como sempre fazíamos há quatro anos atrás, quando fiquei sabendo que seria escolhido para os Jogos Vorazes deste ano. Tenho treinado muito mais há alguns dias atrás, pois só falta uma semana para a colheita e tenho que estar pronto para trazer honra ao meu Distrito, como ganhador dos Jogos.

Chegamos rápido ao centro de treinamento e logo cada um foi fazer o treinamento de sempre. Hoje Bryan que treinaria sozinho e Jason e eu treinaríamos luta corpo a corpo, que é meu ponto forte.

Nós treinamos por bastante tempo, já deveria fazer umas duas horas. Jason foi embora logo que depois que eu, sem querer, cortei seu ombro. Eu e Bryan ficamos dando risada sobre o acidente não tão “acidental” e depois ele treinou luta comigo. Algumas horas depois, ouvimos alguém chegar ao centro de treinamento, mas eu não entendi porque haveria alguém ali, já que hoje é sábado e nenhum dos treinadores aparece nos sábados, então não tem treinamento.

Eu e Bryan já iríamos falar para pessoa ir embora, mas logo que abriu a boca, Bryan não conseguiu falar nada, só conseguia sorrir e falar um – envergonhado – “oi”. Eu dei risada, mas fiquei decepcionado por ele não falar para pessoa ir embora, o que ele geralmente faz.

– O que houve? – perguntei. – Por que não mandou a pessoa embora? – perguntei erguendo um pouco a voz. Ele não me disse nada, só riu como se eu fosse um idiota e não visse o óbvio. Ele me deu uma cutucada e logo depois ouvi o som de algo sendo cravado em um dos alvos. Eu ergo as sobrancelhas e olho para ver quem conseguiu fazer isso na primeira tentativa. Só lembrara uma pessoa que conseguia fazer isso, mas não à via há seis anos.

Olhei por cima do ombro de Bryan e a vi. A garota que não via há seis anos, estava parada há alguns metros de mim, arremessando facas, como da primeira vez que a vi.

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Fazia algumas semanas que eu havia feito nove anos e que eu comecei a treinar para ir para os Jogos Vorazes algum dia. Já tinha treinado muito em casa, para não fazer feio no salão e para impressionar os treinadores, e por sorte, não havia ninguém que treinava a tempo lá, só os iniciantes. Eu, Bryan, Jason e mais alguns de nossos amigos, estávamos treinando quando Bryan parou bruscamente e olhou para porta enquanto eu quase acertei sua cabeça. Gritei com ele, mas ele parecia simplesmente não ouvir, estava muito concentrado no que ele estava observando. Queria saber qual o bom motivo dele fazer aquilo. Jason veio para perto de nós e ficou olhando fixamente para a porta – igual Bryan. Eu me virei para olhar o que eles estavam encarando e quando vi o que era, ou melhor, quem era eu perdi o fôlego.

Uma pequena e linda garota estava entrando no centro de treinamento, vestida igual a todos, mas ela parecia se destacar entre todos, pois alguns garotos além de nós três pararam de fazer o que estava fazendo para observá-la. Eu conhecia muitas garotas no centro de treinamento e no Distrito 2, mas nunca havia visto uma tão bonita quanto aquela. Ela era um pouco mais baixa que eu, mas nem tanto. Tinha cabelos negros, pele clara e olhos azuis, se não me engano e era um ano mais nova que eu. Muitos garotos voltaram a treinar depois que ela entrou, como se nada tivesse acontecido. Ela agiu como se nem tivesse notado que todos os garotos pararam para olhá-la, ou melhor, ela parecia não dar importância que todos fizeram isso, era como se ela não ligasse.

Ela não demorou a escolher uma das estações para treinar, e quando ela foi para a de arremesso de facas, Jason comentou: “Ela não deve nem chegar perto de acertar algo.” E eu ri. Ela deu um meio sorriso e achei que ela havia escutado o que nós tínhamos falado, pois ela pegou duas facas e arremessou-as seguidamente, as duas acertando a cabeça de dois alvos. Nós ficamos boquiabertos e ela se virou para nos encarar. Eu prendi a respiração, pois naquele momento, eu sabia que ela havia escutado. Ela sorriu ironicamente e ergueu as sobrancelhas. Eu senti total admiração pelo que ela fez. O resto do treino foi normal.

Alguns dias depois, eu estava indo treinar sozinho, era bem cedo e estava chovendo, o que significava que não tinha ninguém além de mim no salão. Mas logo que cheguei, eu vi que estava enganado. Aquela garota estava arremessando facas e no momento que cheguei lá, ela parou e me olhou. Senti estar sendo analisado e reprovado. Ela colocou seu típico sorriso irônico no rosto e voltou a arremessar as facas e eu fui treinar alguns golpes. Passamos mais ou menos duas horas treinando em silêncio. Eu já havia treinado em todas as estações, menos a que ela estava principalmente porque não era tão bom naquilo como ela, e eu estava cansado, então me sentei no banco e observei-a treinar. Era quase cômico ela só treinar aquilo por horas. Eu queria muito falar com ela, mas sabia que ela me ignoraria enquanto treinasse.

– Duas horas depois e ela ainda não errou nenhum alvo. – comentei rindo.

Ela arremessou a última faca que estava em sua mão e consegui ouvi-la rir. Ela se virou para mim, sorrindo. Era o sorriso mais bonito e mais honesto que já havia recebido na vida.

– E somente com duas horas de treinamento, ele já está cansado. – retribuiu ela. Eu ri. Ela me conquistou com somente algumas palavras.

Eu me levantei e me aproximei dela. – Sou Cato. – falei sorrindo.

Ela me olhou por alguns segundos. – Clove. – disse me dando um beijo na bochecha.

Depois desses dois e simples comentários, nós paramos de treinar e começamos a conversar. Ela, além de bonita e habilidosa, era muito doce e divertida. E no pouco tempo que conversamos, viramos amigos.