Distrito 5 - A Força Da Inteligência escrita por BelleJRock


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Ei gente foi mal a demora >< Eu estou em semana de prova T.T bem, eu acho que o próximo capítulo vai sair só quando acabar minhas provas mas tentarei escrever nesse fim de semana ;) Boa leitura e espero que gostem.



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Acordei mais cedo do que tinha previsto. O sol ainda mal tinha nascido e eu já estava de pé. Por mais que tenha dormido sem muitos sustos, continuo muito cansada e muito assustada. Todo dia é uma adrenalina que acelera no corpo, principalmente quando os carreiristas estão por aí caçando um por um. Eu penso que eles estão caçando a menina do 12, Katniss, pois sua nota na sessão individual fora um belo onze. Não tenho certeza que o garoto do 12 está de aliança com Katniss. Seria uma grande chance já que eles apareceram como os amantes desafortunados na capital. Ou então aquilo era mentira e eles estão separados. Ainda tenho dúvidas.

              Agora preciso deixar o local em que eu dormira e não deixar rastros, então depois que eu limpei quaisquer pistas sobre alguma existência humana naquele lugar, segui meu caminho. Catei alguns galhos que estavam espalhados por aí e consegui achar um de bom tamanho e força para usar como bengala.

                Minha estratégia, lembrei-me. Queria achar algumas dos grupos e ou pessoas que eu distingui que serviriam para mim. Katniss somente depois que eu descobrir sua grande habilidade. Os carreiristas me assustam... E eles também não montaram nenhuma base fixa, e eu acredito que seja em breve já que andar por aí e dormir em chãos ou árvores são desconfortáveis demais para eles. A menina do 11 seria um bom começo. Mas com aquele tamanho ela parece ser bem rápida e fácil de esconder. Existem também muitos outros tributos que pensarei mais tarde. Mas o que eu realmente necessitava era uma arma de boa qualidade. Uma faca que mal corta não me adiantaria de nada, principalmente porque minhas armadilhas precisam de um bom corte na madeira para que eu consiga comida.

                - Minha nossa, está muito quente. – Eu disse á mim mesma. – Está muito... Quente.

                Não estaria tão quente se não fosse pelo paredão de fogo que seguia ao meu lado. Em uma fração de segundos desatei a correr pela direção oposta. O fogo não avançava em minha direção, ele corria ao meu lado. Fui para a direção oposta e não precisei de alguns minutos para me distanciar dele. Era algo estranho aquilo. Por que não pegou fogo nas folhas que estavam ao meu lado? Por que seguiam em somente uma direção? Existiam várias folhas secas lá. Várias folhas. Bem... Tinha bolas de fogo que explodiam naquela mesma direção, aquilo não era natural. Ah, é claro! Os idealizadores fizeram aquilo, provavelmente para matar alguém ou para tributos se encontrarem ‘’por acaso’’. Isso saciaria a fome de sangue da capital. Talvez o fogo não pegou em mim por que eu devo estar perto de algum tributo.

                  Eu estava certa. Alguns metros adiante tinha um acampamento numa clareira. Uma barraca de tamanho médio, á frente dela algumas garrafas de água e lanças com facas altamente afiadas. O lugar constava vazio, provavelmente o tributo estaria na barraca. Tudo que eu precisava estava adiante dos meus olhos e eu poderia pegar mais do que uma faca ou uma lança dali. Estava perfeito. Perfeito até demais. A perfeição era que aquilo estava óbvio demais. Uma armadilha perfeita, eu acho. Atrás de algumas árvores observava a cena. Estava tudo muito quieto, se o tributo está dormindo na barraca seria um grande erro, ou não há ninguém lá. Peguei minha bengala improvisada e cheguei mais perto do local. Realmente não havia ninguém ali. Nas árvores... Olhei para cima, dei a volta na clareira somente olhando para cima, mas não achei ninguém. Aproximei-me um pouco mais do local. Eu olhei perto das garrafas de água, apertei os olhos e focava e desfocava minha visão. Foi aí que eu vi uma linha bem fina quase transparente amarradas no bico das garrafas, segui o fio e vi que parava numa árvore perto dali, tentei continuar e vi que depois a linha subia mais e chegara num galho grande e forte, e foi aí que eu vi um garoto enorme. Seus ombros eram largos e ele era muito alto. Sua pele era morena com uma cara assustadora. Aparentava alguém forte. E estava com uma mochila nas costas. Olhei depois para as armas e também estavam com linhas. Tive certeza que ele era alguém forte o bastante contra os carreiristas por que os objetos que tinha ali só podia ter pego na cornucópia. As armas que tinha ali eram diferentes tipos de facas, machados e canivetes. E a linha serviria para que assim que alguém chegasse perto dos objetos tentadores ele as puxasse e pulasse em cima do inimigo ou arremessasse alguma arma. Eu precisava de um daqueles, assim como um plano.

                Depois de mais ou menos meia hora observando ele, o tributo que me lembrei de que era do 11, nem se mexeu. Ninguém veio na barraca e nem mesmo um animal passou por ali. Isso pelo menos me deu tempo para pensar num plano: Montarei uma espécie de estilingue e atirarei uma pedra nas cordas que sustentam a barraca, assim a fazendo cair e o tributo sair da árvore para ver quem supostamente entrara na barraca. Porém antes que ele puxasse a corda para subir com os suprimentos eu vou cortá-la, mas marcarei o lugar onde ela exatamente está para não ocorrer problemas. E então irei embora rapidamente. Fiquei parada analisando minha sombra e vi que eu teria que atravessar o acampamento para ir seguindo ao norte. Já que lá era uma descida e tenho muitas certezas de que encontrarei mais fonte d’água.  É isso, vamos lá. Peguei algumas varetas que já tinha recolhido quando eu procurara a bengala improvisada e peguei uma tira de tecido, era tudo o que eu tinha. Achei uma pedra arredondada e de bom peso e fiz um teste. Afastei-me um pouco e atirei num tronco de árvore. O barulho foi mais ou menos alto. Serviria.

                Em poucos segundos voltei onde eu estava e localizei-me e procurei os fios. Á minha esquerda ficava os fios das armas, e á direita ficava os das garrafas. Respirei fundo, olhei para cima e ele não se mexia. Tinha a leve impressão que dormia ou observava meu plano, que eu esperava que ele não tivesse percebido nada. Soltei a mão e a pedra foi indo em direção ao aro que sustentava a barraca. Deu um pequeno estalo, mas a barraca não caiu. Berrei dentro de mim e a raiva subiu. As folhas da copa da árvore se mexeram, e eu me desesperei. Respirei fundo e peguei uma pedra qualquer ao me lado e joguei mais uma vez. Sem sucesso. Fiquei indignada. E de repente vi uma homem enorme cair da árvore com um rugido que quase me fez temê-lo mais que os próprios carreiristas. Escondi-me rapidamente atrás de uma árvore e passei a mão na faca presa ao meu cinto. Ouvi-o avançar alguns passos para o meu lado oposto e procurei uma saída para aquilo. Vi que ele tentava procurar-me e sem perder um minuto saí de trás da árvore e cortei as cordas das armas. Não pude acreditar que ele não me percebeu, continuava de costas. Peguei uma faca altamente cortante, um canivete e... Não tive mais tempo. Vi que o garoto do 11 corria a minha frente, bufando e com suas mãos enormes abertas que provavelmente iria me estrangular.

           Num movimento rápido corri para meu lado oposto em direção ás garrafas. Eu iria fazer meu plano por completo. E antes que eu conseguisse levantar a mão e cortar os fios ele chegara ao meu alcance. Dera um soco em minha direção e consegui me abaixar e desviar. Caí para trás e rastejei-me para que ele não me pegasse. De repente o vi com um facão enorme que brilhava o aço em minha direção:

               - Não! – Gritei alto e quando ele ia enfiá-lo em meu coração levei meu corpo para o lado e desviei a morte certa, mas não de uma ardência no ombro segundos depois. A dor foi estonteante, tentei gritar, mas a força não vinha. A única coisa que pensei é que morreria e isso me levou a levantar, e na mesma hora recebi um empurrão e meu ombro ardia e doía. Tentei esquecer a dor e o sangue que caía pelo mato. Numa tontura terrível, vi ao fundo as garrafas. Preciso ir lá... Preciso... Eu estava deitada e era como toda a dor e energia tivessem explodido no meu ombro. E assim para completar meu pesadelo me vi erguida no ar, de costas para um tronco e sem ar. Ser estrangulada não estava em meus planos. E a dor se multiplicou e essa parte foi para minha garganta. Tentei puxar o ar e não consegui. Vi seu rosto assustado e suado á minha frente. Ele estava apavorado, porém não me deixaria sair viva de lá. Minha pele ficava roxa e meus olhos reviravam. Não vi mais nada além de uma grande mancha em minha visão. Uma última vez abri os olhos e o vi descer uma lágrima, uma força me veio pela última vez:

             - Não... Eu... Não... Pare... – O ar não vinha e ele continuava.

             - Não posso. – Ele respondeu com dificuldade e melancolia. Foi só depois que me lembrei da faca em meu cinto. Minhas mãos soltaram as enormes mãos do garoto do 11. A garganta não parecia mais nem existir, mas peguei a faca e com um único movimento senti-a percorrer alguma parte do corpo do garoto:

              -Mas o quê?! –Ele deu um grito e soltou-me na hora. Eu caí no chão sem mais nenhuma forças. O ar que finalmente conseguira puxar veio de uma vez e eu tive uma crise de tosse. A minha visão começou a ficar melhor e vi o quanto de sangue que saía da coxa do garoto. Ele era forte, em algum momento não muito longe ele iria parar de ver esse machucado e correria atrás de mim. Levantei com forças de não sei de onde, saí correndo aos tropeços e não conseguia respirar novamente. Com a tontura passei das garrafas e olhei para trás. O garoto corria freneticamente atrás de mim de novo, gritava e com mais raiva. Peguei meu canivete, deixei em posição e com o resto de forças que sobrou em mim arremessei nas garrafas. O estrondo foi grande. Mas as garrafas quase não se mexeram. Ele parou, olhou para elas e sorriu. Percebi o quanto fui idiota: nas garrafas havia pedra, e não água. Virei as costas e entrei na mata que já estava escura. Tinha certeza que iria desmaiar.   


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Odiaram? Amaram? Algum erro? Mande reviews ^^ eu mereço?



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