Distrito 5 - A Força Da Inteligência escrita por BelleJRock


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Eu amei fazer esse capítulo também *-* hahaha Boa leitura!



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Meus sonhos na noite antes da entrevista com Caesar fora devorada por pesadelos. Eu estava andando numa floresta quente e abafada com árvores que se erguiam até o céu. Parei por um momento e encontrei meu pai que jazia perto de uma árvore cheia de frutos. Vi minha família que chorava por ele e me olhavam como se estivessem furiosos comigo. Foi num piscar de olhos e todo mundo jazia perto da árvore com frutos. Uma armadilha elétrica se ergueu entre nós como muralhas gigantes e um Caesar gigante apareceu e começava a perguntar : e sua família? Como está? Tentava fugir para um dos lados, mas a armadilha estava ligada e mortal. Onde está sua família? Ela está bem? Você os ama? Felizmente meus olhos se abriram e deram de encontro ao teto cinzento e sem vida do quarto, mas que pelo menos, me trouxe de volta a realidade.

            Uma saia preta com uma bata azul – piscina e uma sapatilha branca me esperavam em cima da cômoda. Vesti sem a menor cerimônia e me encaminhei á sala de jantar. Panquecas, tortas de limão, amoras, pães, sucos e café ou algo do gênero estava sob a mesa. Rodney, Leah e Avery já se encontravam á mesa e quando cheguei Leah soltou um gritinho de satisfação:

             - Aaaah! Na mosca! – Ela apontava para mim com um grande sorriso, ela viu que eu fiquei sem entender nada e disse explicando-me – É que estive pensando numa roupa para sua entrevista e queria testar se a cor azul – piscina combinava com você o quanto antes para que o vestido seja feita ainda antes que anoiteça. – Eu realmente não dava á mínima para aquilo, mas dei um sorriso em troca. Somente quando Ethan e sua estilista chegaram, Rodney começou a falar:

              -Boas notícias! Devolveram minhas barrinhas – E então somente ele começou a rir

              - Rodney! Hoje é a entrevista. Faça algo de útil e esqueça essas barrinhas. – Disse Leah. – Rodney grunhiu, deu uma mordida em sua barrinha e voltou a falar:

             - Bem, lá eles vão saber como você é e blá blá blá. Cuidado com o que falam. Sejam vocês mesmo só que ao gostinho da Capital.

              - Eu não sei fazer isso e não quero. Serei eu mesma. – Respondi com frieza.

              -Somente façam todos gostarem de você.

              -E... Tudo isso por causa de patrocinadores, né?

              -Quem mais seria? –Sorriu Rodney. Depois pegou seu pão e espalhou geleia e queijo sobre ele.

                Depois do café da manhã fiquei o resto da tarde trancada no quarto sendo preparada para minha entrevista. As três mulheres que faziam parte da minha equipe não paravam de falar um minuto enquanto faziam e desmanchavam, faziam e desmanchavam várias das tentativas de um penteado. Ás vezes faziam perguntas para mim e eu as respondia com educação, mas a maior parte do tempo eu ficara rindo baixinho com o sotaque estranho da Capital.

               Faltava uma hora para a entrevista com Caesar e eu já estava com câimbra em todas as partes do corpo quando me levantei da cadeira para colocar meu salto alto e me ver no espelho. Uau. Aquilo era um choque para mim, a única vez que me preparei tanto e até usei um vestido bonito daquele foi aos nove anos na apresentação de teatro da escola. Com minha pele á base de uma maquiagem me deixou mais branca e meus cabelos muito mais vivos e chamativos. Ele estava preso á um meio coque e estava um pouco cacheado na parte solta. Meu vestido era um tomara que caia colado até minha cintura e dela para baixo se soltava e caído em várias camadas que ia até o joelho. De cor azul – piscina era simples e sem muitos adornos. Eu achei até bonito. O único problema foi usar um colar bem colado na garganta de cor prata. Incomodava muito.

             Demorou somente dez minutos para que chegássemos ao local das filmagens e fomos colocados todos numa fila em ordem dos números dos distritos. Estava muito nervosa e com isso ansiosa para que tudo aquilo acabasse e me jogasse logo naquela arena friamente. Tudo passara tão rápido que já tinha começado a escutar a voz de Caesar chamando-nos. Depois dos divertidos tributos do 1, dos durões e mortíferos tributos do 2, dos agitados do 3 e os amigáveis tributos do 4 ouvi meu nome ser chamado. Sem hesitar fui andando em direção ao palco, meu coração poderia ter parado de tanto nervosismo. Ouvi todos aplaudindo e gritando e as luzes fortes que apontavam em minha direção me fazia apertar os olhos. E então tudo silenciara, podia ouvir a respiração das pessoas da primeira fila. Sentei-me e olhei para Caesar que abria um enorme e estonteante sorriso para mim. Ele olhou para todos e então disse:

            -Ah! Como é bom tê-la aqui, senhorita.

            - Muito prazer, Caesar. – Eu disse forçando um sorriso. Cada vez que eu olhava para a plateia eu tinha uma parada cardíaca de nervosismo. Caesar começava a falar, apresentava-me e eu não ouvia nada direito. Pensei que se eu conseguisse ver minha professora da escola nele, talvez minhas respostas saísse menos toscas ou gaguejadas, já que geralmente sou eu que fazia discursos na sala. Era somente três minutos, seria rápido e eu cairia fora dali rápido também.

            - Você está es-ton-te-an-te, querida. Bem vamos falar de você agora – Ele disse e começou a dar uma risada – O que você acha que vai ser a arena esse ano? Você acha que conseguirá se adaptar? – Ele começava a aproximar-se de mim com se estivesse realmente interessado.

           - Bem... Eu não faço a mínima ideia do que vai ser a Arena. Mas, não importa o que venha se eu souber me situar bem e agir do modo correto irei me dar bem. Muitas vezes é somente pensar. – E por fim devolvi um sorriso à plateia.

            - Woo-hoo. Essa menina é um cérebro em pessoa. Inteligência nota máxima. – Ele disse soltando uma gargalhada. – Fiquem atentos tributos eu não daria as costas para ela na arena. Aposto que é a melhor na escola. – E deu mais uma gargalhada.

            -Obrigada.

           - Não seja modesta, sei que é. Mas e aí? O que você achou da Capital maravilhosa?

           - Grande... E tecnológica. – Me esforcei para não parecer que eu mentia, lá não era maravilhoso. Era horrível acordar e ver todas aquelas pessoas se vestindo com todas as cores possíveis e saber que se divertem vendo mortes.

            - Com certeza! – Ele respondeu – Então... Um passarinho me contou que você tem dois irmãos em casa. Sei que... Briga muito com o mais velho, certo? O que ele lhe disse quando foi escolhida? O que você disse? – Ele tinha se tornado muito mais sério, conseguia fazer a pessoa praticamente se entregar ao nervosismo. Fora só eu ouvir sobre meu irmão que meus olhos quase me denunciaram com lágrimas, segurei-as. Eles sempre fazem isso, eles atingem a pessoa lá no fundo para que se consuma de raiva e no resultado (como eles querem) um bom jogo. E eles conseguiram, não podia acreditar que eles vasculhavam tudo para informações dos tributos, como pode falar a Panem inteira sobre meu irmão?

             - Ele disse... Ele disse que me amava. – O lugar silenciara totalmente.

             - E você?

             - Eu não precisei falar. Estava segura em seus braços, aquele abraço que eu dera nele... Ele soube o que significou. O pouco tempo que nos dão é ruim. – Estava fixada nos olhos de Caesar Flickerman. Ele só me retribuiu um sorriso inocente.

             -Isso é lindo, sabia? Amor fraternal, povo de Panem. – Ele disse para as câmeras com seu sorriso diferente para cada situação.

            - E sua estratégia?

            - Acho que não é uma boa ideia, Caesar. – Eu respondi com um sorriso irônico.

            - Mas é claro, claro. – Ele disse dando mais uma vez aquela gargalhada. – Com vocês: A sabida do distrito 5! Palmas, palmas! – Ele disse enquanto nós nos levantávamos e ele pegava minha mão e a dava um beijo. – Muito obrigada.

            - Foi um prazer todo meu. – Eu disse, e saí de lá sem olhar para trás.

            Quando sai do palco, fiquei no mesmo lugar onde ficava a fila dos tributos, os carreiristas que já foram entrevistados ficaram conversando e o resto olhando a TV. Ethan era o próximo. Na entrevista Caesar e ele ficaram falando assuntos que não me interessavam muito até que ele foi perguntado como de costume sobre sua família. Ethan se entregou totalmente á ele, porém não teve lágrimas. Ele dizia que os pais morreram quando ainda era criança de uma doença rara. A tia ficara cuidando dele e ela era muito rígida. No dia da colheita quando foi sorteado e estava no quarto para se despedir da família só recebeu a visita da tia e de seus dois melhores amigos. A tia lhe dissera (pela primeira vez) que sentiria falta dele, e quando foi retirada do quarto ela gritou: Ethan, eu... E não conseguira a ouvir totalmente. Ele esperava que fosse um te amo, mas não sabe. Era por isso que Ethan tentava me copiar e nunca se sentia seguro, pois era comparado em toda sua vida. Por fim para animar o astral ele dissera que antes dos pais morrerem era muito feliz e seus amigos sempre o ajudaram em tudo, e que pelo menos a tia sempre o alimentou e lhe dera estudo. E por fim era por isso que Ethan só se sentia seguro quando éramos o amigo dele e não somente alguém para treiná-lo. Era por isso.

             Estava de olho nos tributos do 12. Na entrevista deles deu o maior sucesso. Os amantes desafortunados. Aquilo tudo era real? Gostaria de perguntar algum dia. De lá seguimos para o apartamento. Tomei uma ducha e mudei todas as temperaturas dá agua, o modo de cair, sabão e sais. Aqueles botões no Box fora uma bela distração. Tirei toda a maquiagem e todo o resto de brilho e esmalte que continha. Vesti uma camisola cor de vinho que ia até embaixo do joelho e me afundei nos travesseiros. Espera, eu tenho que fazer algo, lembrei-me, saí do quarto quando todos já estavam dormindo e andei de passinho em passinho, estava torcendo que Ethan ainda estivesse acordado, abri a porta e ele estava lá encarando o teto brincando com um controle.

            - Quem é? – Ele perguntou.

            - Eu.

            - Ah, olá Eu. – Ele disse se levantando e dando um sorriso. E eu sorri de volta, sem precisar forçar nada. Era ótimo poder fazer aquilo novamente.

            - Vim aqui rapidinho. Só para dizer que sou sua amiga. – Talvez ele se sentisse seguro sabendo que sou uma amiga para ele, e para mim eu realmente me sentia sua amiga. Ele começou a caminhar em minha direção e parou a centímetros de mim, e foi aí que senti uma sensação de protegê-lo. Abracei-o e disse boa noite. Ele estava como meu irmão no dia em que ele parara de sentir as pernas. Inseguro. Sim, como meu irmão.  


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Notas finais do capítulo

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