Spell The Most escrita por Angel Salvatore


Capítulo 45
Capítulo 44


Notas iniciais do capítulo

Faltam seis capítulos. Que pena.



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Voltei a mente de Sam.

Dessa vez, todos estavam sentados em uma roda, incluindo os animais elementares. Lien tinha um papel na mão, onde estavam os nomes de todos os possíveis suspeitos. Daemen, ora ou outra, acrescentava um motivo. Era como se eles estivessem brincando de Detetive e Assassino, mas Sam sabia que aquilo era uma corrida contra o tempo.

“Tire o nome de Fox.”, Luen disse.

Lien levantou os olhos da lista.

“Por que?”, ela questionou a irmã.

“Alex tinha comentado esses dias que Fox tinha desaparecido”, Luen respondeu e lhe mostrou a língua, enquanto Suzy concordava.

“É verdade, eu lembro”, a pequena bruxa disse.

“Tudo bem”, Lien riscou o nome de Fox da lista.

Sam estava ficando frustado. A cada minutos em que ficavam naquela brincadeira ridícula de quem atirou em quem, era um minuto a menos de vida para mim. Ele , de algum jeito, parecia sentir que eu estava mal. Parecendo ler os pensamentos de Sam, Nick disse:

“Não é melhor pensar no lugar onde eles estão, do que em quem os pegou, no momento? Talvez, se descobrimos a tempo, podermos soltá-los, sem que o culpado veja”, naquele momento Sam beijaria Nick, se não fosse o fato dele ser do elemento oposto o dele. Nick apenas deu de ombros enquanto Lien estreitava os olhos para ele.

“E deixar o assassino solto? Nem pensar”, ela disse, teimosa.

E isso que deixava Nick louco da vida com Lien.

“O que você acha mais importante no momento? Salvar sua amiga ou deter um maluco que pode te matar sem nem pensar duas vezes? Ele pode nem estar mais na escola, Lien. Pense nos outros primeiro, depois em sua diversão, pelo menos uma vez.”, Nick disse, cansado.

Lien abriu a boca para responder, mas nada saiu dela. Todos os outros soltaram o ar aliviados com a reação boa de Lien. Ela abaixou a cabeça , derrotada por um momento. Então levantou os olhos e assentiu.

“Tem razão”, ela disse.

E parecendo ler a mente de todos naquele momento, Daemen disse.

“Meu Deus, o mundo vai acabar. Lien admitiu que estava errada”

“E não para qualquer pessoa,”, Luen acrescentou. “Para ninguém mais, ninguém menos que seu maior inimigo, Nicolas Wave.”

“Tudo bem , tudo bem”, Lien disse dando um sorriso brincalhão. “Se você não pararem, eu retiro tudo o que o disse e xingo a todos.”

Por um breve momento, Lien trocou um olhar rápido com Suzy e corou. Eu nunca tinha percebido isso antes, sempre indo na onda dos meus amigos, mas Sam percebeu. E agora, vendo pelos olhos de Sam, eu também tinha percebido. Nick ficou tão surpreso que nem soube o que dizer, por isso, quem tomou a palavra, foi Ryan.

“Sam,”, o bruxo do ar chamou-lhe a atenção. Se Sam tivesse sobrancelha, ele estaria erguendo uma agora. “Tem certeza que..., como eu vou dizer, Meu Deus?”, ele perguntou para si mesmo. Sam tomou a palavra.

“Que Alexa não está morta?”, ele perguntou sem alterar a expressão, mas por dentro, aquelas palavras o estavam matando. E aquela distância e a certeza que eu não estava bem, principalmente. “Eu consigo sentí-la. Temos um vínculo meio, incomum”, ele teve cuidado nas escolhas de palavras. Ninguém sabia sobre os treinamentos e por isso não sabiam que eu lia a mente de Sam e visse versa.

“E você não poderia nos guiar até ela?”, Nick perguntou.

Sam lançou um olhar morta na sua direção.

“Você achar que se eu pudesse fazer isso, eu estaria aqui, perdendo tempo?”, ele retrucou. “Tem alguma coisa me bloqueando de achar Alexa. Como um celular com uma péssima recepção. Eu sei que ela está viva, mas não sei onde ela está.”

Também sei que não está bem., ele pensou.

Um silêncio perturbador se instalou no quarto enquanto todos pensavam nas possibilidades. Sam quase conseguia escutar as engrenagem se mexendo na cabeça deles. Se a situação não fosse tão trágica, ele poderia rir. Ele voltou a olhar para a tigresa. Ele não sabia o por que, mas não conseguia deixar de olhá-la.

Não era como antes, disse ele tinha certeza, mas tinha alguma coisa que ele tinha deixado passar, ele só não lembrava o que era. Ele não a desejava com desejava Fleur, mas gostava de sua companhia. Ele tinha sido uma boa amiga. E achava que era disso que estava precisando naquele momento. Alguém que lhe desse apoio e dissesse que tudo ficaria bem. E como lesse a mente dele, Frances assentiu e deu uma sugestão de sorriso.

Ele poderia ter ido até lá e ter conversado com ela, mas foi interrompido por um salto fenomenal e repentino de Lien. Seus olhos brilhavam violeta de espectativa. Sam se sentou novamente no seu lugar, entre Chelsea e Daemen e esperou.

“E já sei onde Alexa está”, Lien disse parecendo que iria pular.

“Onde?”, Ryan perguntou.

Lien levantou-se e foi para frente do espelho novamente e se concentrou. “Lembram-se no primeiro ano, quando eu dei um tapa em Mia por ter me chamado de vadia?”

“Oh, claro.”, Daemen concordou, dando um fraco sorriso pela lembrança. “Você ficou tão irada que ameaçou Mia.”

“Disse que a mataria durante a noite”, Luen acrescentou.

“E a diretora a colocou em uma câmara anti-mágica por uma semana.”, Suzy terminou. Então ela entendeu. “OMG!”, ela pôs as mãos na boca. “Alexa e Nathan estão presos em uma sala anti-mágica.”

“Como pode ter tanta certeza?”, Ryan perguntou abraçando Suzy, que estava em choque.

“Tudo aponta para lá, Ryan.”, Lien disse sem tirar os olhos do espelho. Seu reflexo se mexeu e virou um tipo de mapa da Spell the Most. Sam se levantou e se sentou nas patas de trás ao lado dela, também olhando para o espelho. “Sam disse que consegue sentir Alexa, mas não sabe onde ela está. O fato deles não terem aparecido, ou de Alexa não ter posto fogo em nada para fugir...”

“Ou dela não ter me recolhido”, Sam completou e então compreendeu outra coisa. “Droga! Temos que ser rápidos. Quanto mais tempo eu fico aqui fora, mais fraca ela fica. E sem magia para se recuperar, ela pode virar uma mortal, ou até pior.”, ele respirou fundo. “Ela pode morrer”

Isso foi o suficiente. Todos os meus amigos estavam atrás de Lien olhando o mapa e vendo quais eram as possíveis câmaras anti-mágica que eu estava. Tinham 20, no total. Eles iam eliminando como Usando, Destruída, Longe Demais. Até que só sobraram 3. Lien, novamente que deu a luz. Ela apontou para uma , onde a abertura era atrás da igreja. Todos a olharam como se não a conhecessem.

“É a mais perto de onde eles foram atacados e também a que tinha a maior probabilidade de ninguém ver eles.”, ela deu de ombros. “Quase ninguém aqui frequenta a igreja. A culpa é minha?”, ela levantou uma sobrancelha.

“Sem brincadeiras agora.”, Nick disse.

“Mauricinho tem razão.”, Lien disse. “Temos que achar Nathan e Alexa.”

“Finalmente”, Sam disse enquanto todos saiam do quarto para a noite mais fria do ano na Spell the Most. Ele suspirou e olhou mais uma vez para o espelho, como se , olhando para os seus olhos, ele me visse.

Me espere, Aly. Eu estou indo.

********

Acordei ainda nos braços de Nathan. Esperava que aquilo não fosse um sonho. Se fosse, eu acho que morreria de desgosto. Ele me olhou preocupado, mas sorriu, aliviado. Quando tempo será que eu tinha ficado fora do ar. Pela dor em meu corpo, muito tempo. Assim que me afastei um pouco de Nathan, o frio voltou e a dor no peito também. Tremi.

“É a falta da magia que te faz tão fraca”, Nathan disse.

Eu olhei para ele. Ele estava tão belo e tão perto. Quanto eu daria para ter aqueles lábios, uma última vez pressionadas sobre os meus. Nossos olhos se encontraram e eu senti o tempo parar. E eu sabia que se fosse para morrer, que fosse nos braços de Nathan , por ele. Eu tremi, só que dessa vez, não de frio.

“É melhor eu te passar um poco de magia”, ele disse se aproximando. Eu fechei meus olhos. “E, além disso, seus lábios ainda estão um pouco azuis”

Senti os lábios de Nathan se moldando perfeitamente sobre os meus. Meu coração parecia dar várias cambalhotas e eu sentia que, se o mundo fosse acabar, que se danasse. Eu não ligava. Portanto que tivesse Nathan e seu beijo ao meu lado. Portanto que ele me amasse. Mas não era isso o que me deixava mais entusiasmada.

Tinha algo no beijo, um tipo de corrente de energia que parecia passar de Nathan para mim, e aquilo estava me aquecendo e me fazendo ter forças novamente. Poderia ser

clichê falar isso, mas na minha mente, aquilo era o poder do amor. Se ele podia quebrar a Atração Elementar, porque não poderia me dar forças, novamente?

As mãos de Nathan escorregaram pelas minhas costas, até pararem em meus braços e me puxar para longe. Eu fiquei um pouco confusa, mas não triste. Ele parecia mais pálido ou era impressão minha. Também mais fraco. Por mais intenso que fosse nosso beijo, ele nunca saía arfando como estava naquele momento. Quem fazia isso, geralmente era eu. Mas, ao contrário de sempre, eu me sentia forte. Senti um pouco de frio ainda, mas nada comparado com antes.

“Está melhor?”, ele disse tocando em meu rosto.

Eu assenti.

“O que você fez?”, eu perguntei , retribuindo o toque em seu rosto. Ele estava um pouco gelado, além de pálido. Parecia um espelho meu antes dele me beijar. “O beijo!”, eu exclamei.

“Sim, eu te passei um pouco da minha mágica”, ele deu um riso fraco. “Vai te manter por um tempo. Não muito, mas vai.”

“Como? Você é terra, eu sou fogo. Você não pode me passar um poder diferente”, eu questionei, levantando uma sobrancelha. Nathan se sentou encostando suas costas e sua cabeça na parede e fechando os olhos por um momento. Ele parecia pensar no que iria falar comigo.

“Antes de ser um Elementar, eu sou um Bruxo.”, ele me encarou pelo canto do olho. “Assim como você. Se eu quiser te passar um pouco do minha magia de bruxo, eu posso, mesmo sendo desgastante”, ele balançou a cabeça e pareceu falar mais consigo mesmo do que comigo. “Eu só não entendo como você ficou tão fraca de repente. A Atração Elementar com o Wave deveria te manter por mais um tempo e drenar as energias dele.”, ele me lançou um olhar acusador.

“Sabe, eu ia te contar isso.”, eu comecei. De repente, meu vestido tinha ficado tão interessante que eu não conseguia parar de brincar com o pano.

“Já que sabemos que vamos ficar um tempo aqui, que tal me contar?”, ele levantou uma sobrancelha de novo e me esperou. Meu vestido nunca tinha ficado tão interessante quando naquele momento. Eu soltei um suspiro.

“Minha Atração Elementar com Nick quebrou”, eu disse de uma vez.

O silêncio se imperou.

Acho que Nathan não estava nem respirando. O olhei e ele estava com os olhos negros arregalados. Tão rápido que eu quase não vi, ele estava deitado em cima de mim, me beijando como se o mundo fosse acabar amanhã ou hoje. E talvez acabasse mesmo. No início, me senti um pouco confusa, mas foi só Nathan aprofundar um pouco o beijo para eu me entregar totalmente a ele. Minhas mãos passeavam pelos seus cabelos lisos com seda e eles escorregavam pelos meus dedos.

Nathan me pressionou entre o chão frio e o seu corpo quente. Tinha uma intensidade que eu nunca sentia antes. Ele sempre me beijava como se eu fosse a única e como se me quisesse naquele momento, mas não pudesse. Mas, parecia que ele ia me ter naquele momento. Naquele lugar. Eu tremi quando ele beijou meu pescoço e passou para o ombro e pela clavícula, mas parou aí. Nathan levantou seu cabeça e me encarou. Seus olhos pareciam um buraco sem fim.

“Me diz que é mentira.”, ele disse respirando um pouco forte. Seus cabelos caíam pelo seu rosto, o moldando. Seus lábios estavam um pouco inchados. “Me diz que você ainda é dele, pelo menos, é atraída por ele. Me diz que você não é minha.”

“Me desculpe, mas eu não posso.”, eu sorri, sentindo a liberdade tocando-me. “Eu. Sou. Sua, Nathan Castille. Sou e sempre vou ser.”

Ele ficou me olhando como se eu fosse outra pessoa, como se não me conhecesse. Então se inclinou novamente e me beijou mais uma vez, mas suavemente. Um encostar de lábios, apenas. Ele se sentou e me puxou para o abrigo de seus braços, novamente. Eu escutava seu coração batendo, frenético como se fosse explodir em seu peito, rivalizando com o meu.

“Eu adoraria ficar, horas e horas te beijando e pedindo desculpas”, ele disse e começou a acariciar meus cabelos. “Mas, Amor, você precisa me ajudar?”

Não sei o que me deixou mais surpresa naquela hora. O fato dele estar me pedindo ajuda ou ele ter me chamado de Amor. Acho que os dois em deixaram com os olhos arregalados, por que ele soltou um riso suave e tocou minha bochecha com a ponta do dedo. Eu assenti.

“Então, vamos começar.”, ele disse e fez a mesma expressão de quando estava lendo. Como se enxergasse uma coisa que ninguém mais podia. “Temos alguma informação do Assassino?”, ele me encarou.

Eu pensei e uma coisa veio a minha mente.

“Quando eu estava inconsciente, eu estava com Sam. Ele e os outros descobriram que, quem quer que tenha nos pego, era um bruxo já formado,ou um professor, por causa do feitiço.”, eu disse e vi Nathan pensando e balançando a cabeça distraidamente.

“E ele, ou ela, segue uma sequência.”, ele disse e levantou os dedos enquanto falava. “Mia desaparecia, Mia morta. Jack desaparecido, Jack morto. Lana desaparecida, Lana morta. Dylan desaparecido e Dylan morto.”

“Espera.”, eu interrompi. “Tem uma coisa errada com esse padrão”

“O que?”, Nathan parecia confuso.

“Fox. Ele desapareceu, também.”, eu fiz um calculo mental rápido. “Foi depois de encontrarem Lana morta e antes do desaparecimento de Dylan.”, eu parei um momento, tentando ter certeza. “É , isso mesmo. O padrão está errado.”

“Ou alguém está fora do padrão.”, Nathan acrescentou e ficou pensativo. Ele se mexeu um pouco e pelo canto do olho pude ver o curativo em seu braço. Isso me fez ter uma ideia e , infelizmente, ela incriminava alguém. Eu peguei o braço de Nathan e fui tirando a atadura , enquanto explicava a ele , confuso, o que tinha em minha mente.

“Quando fomos atacados, eu vi uma coisa nos arbusto. E essa coisa tinha olhos verdes.”, eu desamarrei e puxei sua blusa para cima. Quando vi o machucado, arfei. Não porque ele estava feio, mas porque ele me dava a certeza de uma coisa que eu não queria.

“O que foi?”, Nathan perguntou cada vez mais confuso. Eu levantei meus olhos para ele.

“No primeiro ano, eu machuquei minha mão na aula de arco e flecha.”, levantei minha mão mostrando a quase invisível marca do meu passado. Era idêntica a de Nathan. Eu o encarei e ele ainda parecia confuso. “Pense , Nathan. Quem da nossa escola inteira,

tem olhos verdes, é bruxo já formado, está acima de qualquer suspeita e tem uma ótima pontaria com arco e flecha?”

“Eu não acredito.”, ele disse me encarando.

Nesse instante, escutamos bagulhos vindos da porta e nos levantamos, tentando nos preparar para o que viria. Nathan se pôs um pouco a minha frente, como se para me defender, mas fraco do jeito que estávamos, eu achava difícil. O pior, foi quando a porta se abriu totalmente e ele se revelou. Mas não estava sozinho. Um leopardo estava ao lado de sua perna direita e ele rosnava descontroladamente, olhando diretamente para Nathan.

“Ora, ora.”, ele disse com o mesmo sorriso que tinha conquistado meu coração no primeiro ano. “Vejamos quem caiu na minha rede: O pequeno espião e minha aluna favorita.”

Fox sorria como se tivesse ganho na loteria.

E talvez tivesse ganho mesmo.


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