Spell The Most escrita por Angel Salvatore


Capítulo 41
Capítulo 40




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Se eu não estivesse tão em choque, eu pularia como nunca pulei em toda minha vida. Dylan tinha desaparecido. Pelo menos esse assassino mágico não parecia estar fazendo um mal trabalho. Era até seletivo. Que bom.

Como eu já imaginava, Lien não estava falando comigo. No almoço, quando eu e Nathan fomos nos sentar, ela nos encarou com um ódio que eu nunca tinha visto em toda a minha vida e se levantou dizendo que o cheiro ali estava ruim. Nathan me deu um beijo rápido nos cabelos e disse que Lien era muito exagerada.

Em parte, Daemen tinha concordado com o nosso romance , claro que com a condição de eu contar tudo a Nick no momento em que ele pisasse na Spell the Most. Eu tinha concordado, vendo o sorriso de Nathan ficar sonhador. Ele queria isso tanto quanto eu. Ele realmente queria que ficássemos juntos.

Ao final das aulas de sexta, fui tomar banho e me arrumar para sair com Suzy. Tinha falado para Nathan que , assim que chegasse iria a cabana, mas ele disse que era melhor não. Que iria trabalhar hoje. Dois sumiços em dois dias não era uma coisa que poderia se ignorar. Ele tinha que se concentrar no trabalho, o pessoal estava cobrando.

Mas, em poucos dias, isso acabaria, ele me garantiu. Eu realmente esperava que fosse verdade. Para sair com Suzy, eu nem precisava me produzir muito. Coloquei uma calça jeans e uma blusa branca com manga curta.

Encontrei Suzy no estacionamento, ao lado do carro , conversando com sua mãe, seu pai e suas irmãs mais novas. Nem sinal de Ryan. Antes que eu chegasse perto do carro, Suzy se virou e sorriu. É claro que ela sabia que eu estava chegando de longe. Carly parecia emburrada num canto e seus olhos , tão cinzas quantos os de Suzy, estavam baixo.

“Demorou”,Suzy disse colocando seus braços cruzados com o meu. Tinha um sorriso tão grande em seus lábios que quase rasgava o seu pequeno rosto.

“Desculpa, estava terminando de me arrumar.”, eu a abracei e olhei para dentro do carro, vendo a pequena Natálie, ali, sorrindo e acenando. Acenei de volta.

“Obrigada, pai, por nos buscar”, Suzy abraçou Paul, seu pai. “Era uma emergência”

“Uma unha quebrada é uma emergência para você, Suzy”, Carly disse, mais emburrada do que é, geralmente. Ela estava encostada no carro, com os braços cruzados e uma expressão de poucos amigos. Seja o que tivesse acontecido, tinha acabado com o pouco bom humor dela.

Helena, sua mãe, a fuzilou com os olhos verdes. Suzy apenas ignorou o mal humor da irmã e tentou nos defender.

“Mas, essa é uma emergência, Carly.”, Suzy continuou e me lançou um olhar acusativo. “Alexa avisou de última hora que iria ao baile, e não tem um vestido”

Os olhos de Helena se iluminaram , como raios atingindo o céu. Ela lançou um olhar semelhante ao que Suzy tinha lançado para mim, só que para Carly e sorriu.

“Em falar de emergência e vestidos”, Helena começou. Carly descruzou os braços e gemeu. “O aniversário de Carly está chegando e ela ainda não achou nenhum vestido que gostasse. Talvez indo com vocês, envés da mãe...”, ela deixou a frase em aberto.

Eu e Carly trocamos olhares derrotados enquanto Suzy batia palmas e entrava no carro, que já tinha Natálie dentro, que sorria como nunca. Eu entrei e Carly por último.

Geralmente, quando eu saía com a minha família, íamos quietos, cada um imerso em seus pensamentos. Mas isso era quase impossível com a família Cool. Paul ligou o rádio e começou a cantarolar. Helena o seguiu, desafinando um pouco, mas sempre sorrindo. Natálie e Suzy, não ficavam para trás e se mexiam no ritmo da música. Até mesmo Carly, que estava meio na dela, hora ou outra mexia os lábios e as mãos conforme a música. Eu não conhecia muito a letra daquela música, por isso apenas sorri e balancei a cabeça no ritmo.

“Então, Alexa.”, Helena disse ao final da música, chamando minha atenção. “Já que você vai comprar um vestido para o baile, presumo que Nicolas já tenha voltado a Spell the Most”

Toda aquela alegria que estava comigo em poucos segundos se esvaiu, deixando apenas tensão. Suzy sentiu-a junto comigo e ficou estática. Mas, tão de repente ela ficou assim, se recuperou e foi me ajudar.

“Nicolas não voltou para a escola, mãe”, ela disse, sem hesitar.

“Como assim?”, Helena se virou no banco da frente, confusa. “Como você vai ao baile, sem seu namorado?”

“Esse é o século XXI, Helena. A menina é bonita e tem muitas opções”, Paul disse e pegou na mão de sua esposa.

Senti todos os olhares em mim. Até mesmo de Paul, que estava dirigindo, me encarando pelo espelho retrovisor. Me senti corando como nunca. Suzy, novamente, veio me resgatar.

“Mãe, Nicolas demorará muito para voltar. Não achei justo que Aly perdesse o baile, então arrumei um par para ela.”, Suzy disse.

Mais uns minutos em silêncio , até que Helena, soltou um suspiro e voltou a olhar para frente. Aos poucos a tensão foi se decepando e a mãe de Suzy ficou comentando sobre fatos mais mundanos.

A festa de Carly, por exemplo.

“Sabe, Suzenny, eu quero que a festa da sua irmã seja tão perfeita quanto a sua, mas ela não colabora.”, Helena se lamentou com a filha mais velha.

“Mãe”, Carly afundou seu rosto nas mãos.

“Deixe a mamãe se divertir, Carly”, Natálie disse, rindo. Suzy apenas assentiu e Helena continuou se lamentando.

“Ela nem, ao menos, escolheu seu príncipe. Como ela poderá dançar a valsa, sem um príncipe?”, Helena passou a mão pelo cabelo loiro e arregalou os olhos verdes. Era engraçado ver o quanto ela se preocupava com a festa, como se fosse os seus quinze anos.

“Sem príncipe?”, Suzy disse, realmente surpresa. “Mas, Carly, faltam só duas semanas. Como você vai encontrar um príncipe e ensaiar em duas semanas?”

“É isso que eu a digo todos os dias.”, Helena disse. Então seus olhos se iluminaram. “A não ser...”, ela deixou em aberto e me encarou. “Alexa, você acha que o Drake estaria disponível para ser o príncipe de Carly?”

Eu e Carly engasgamos na mesma hora com a saliva. A encarei pelo canto de olho e a vi corando. Ela gostava de Drake. Quem não gostava? E ter a oportunidade de tê-lo como príncipe era única. Eu não a deixaria perder por vergonha.

“Vou falar com ele”, eu prometi, recebendo um olhar de Carly, pedindo para mim não o fazer.

Logo chegamos ao shopping e saímos as três: eu, Suzy e Carly. Natálie reclamou um pouco, mas Suzy prometeu que a levaria na próxima vez. Paul nos disse que voltaria em 2 horas e para nós três fazermos nosso melhor.

Observar Suzy enquanto ela procurava o vestido perfeito para mim era interessante. Era como se ela fosse usar, mas eu sabia que ela tinha vindo semana passada com Luen e Lien. Eu estava na casa da minha mãe, na época. Com Nathan.

Depois de muitos discutir, Suzy escolheu a loja em que ela tinha comprado o vestido dela. Uma vendedora veio nos atender, com um grande sorriso no rosto.

“Senhorita Cool”, ela cumprimentou Suzy. “A senhorita aqui, de novo, em menos de um mês? Ainda com mais duas belas jovens? Deve ser o nosso dia de sorte.”

“Que nada, Marie”, Suzy respondeu a atendente. “Esse é um caso de emergência e eu sei que sua loja é a melhor para isso.”

Marie soltou um riso.

“Faremos o melhor, senhorita Cool.”, ela disse e olhou para mim e para Carly. “E essas seriam?”

“Oh, que falta de educação a minha”, Suzy se fingiu de esquecida e gesticulou para mim e para Carly. “Essas são Carly Cool, minha irmã do meio, e Alexa Night, minha melhor amiga.”

“Elas são bem importantes, então. Teremos um cuidado especial.” Marie olhou para nós duas e sorriu. “Pois bem, meninas, o que vocês estão procurando?”

Antes que eu ou Carly pudéssemos responder qualquer coisa, Suzy tomou nossa frente e respondeu. Era fascinante ver como minha melhor amiga se enchia de confiança quando atravessava as portas de vidro de uma loja. Cada um com sua fonte de poder.

“Alexa quer um vestido para o baile e Carly quer um, para sua festa de 15 anos”, Suzy esclareceu.

“Então vamos começar pelo baile.”, Marie pegou minha mãe e começou a me mostrar a variedade de vestidos pendurados nas araras.

Suzy acompanhava-nos um pouco mais atrás, com Carly nos calcanhares. Hora ou outra, ela dava suas opiniões. Eu apenas assentia e dizia quando um vestido era bonito ou não fazia o meu gosto. Carly seguia quieta olhando as variedades e pensando. Teve um momento que ela tocou em um e sorriu. Suzy notou ao mesmo tempo que eu e também sorriu.

“Não, vermelho não.”, Suzy repreende-nos. “É clichê demais.”, ela balançou a cabeça. Marie nos olhou, confusa, mas resolveu deixar para lá. Se ela soubesse... “Preto também não. É a cor do vestido de Lien”

Não fiquei surpresa ao saber que o vestido de Lien seria preto. Fazia parte de sua personalidade obscura. No final, escolhemos um vestido azul escuro, que ficava lindo com meu tom de pele e com meus cabelos escuros.

“Tem certeza que não quer experimentar, querida?”, Marie perguntou.

“Tenho.”, eu sorri. “Gosto da surpresa do momento.”

Eu diria que tinha sido até fácil para escolher um vestido para mim, comparado ao que foi enquanto escolhíamos um para Carly. Ela parecia relutante em escolher o que usar. Recusava todas as opções de Marie e da sua irmã, quase as levando a loucura.

Voltei a arara onde ela tinha parado antes e puxei dali um vestido verde acinzentado. Esse que a tinha sorrir. Porque era da mesma cor dos olhos de Drake. Eu o levei até Carly e ela sorriu, de novo.

“É esse.”, ela disse, o tocando.

**********

“Cheguei”, eu disse entrando em meu quarto e encontrando Luen, sentada na sua cama de pernas cruzadas e mexendo em seu laptop.

Ela levantou seus olhos azuis violetas da tela e me deu um sorriso rápido. Caminhei até o armário e guardei as caixas com o vestido e com o sapato de alto alto que Suzy tinha me obrigado a comprar. Me joguei em minha cama e suspirei. Levantei-me com um cotovelo e encarei minha colega de quarto , vidente.

“Então, novidades?”, perguntei.

Luen tirou os olhos da tela e me encarou.

“As boas? Você vai ficar linda nesse vestido. Realmente destaca sua pele e seu cabelo.”, ela fechou o laptop e me encarou, séria. “As ruins? Tive uma visão com você e estava bastante triste, Alex, mesmo estando bastante bonita.” , ela levantou uma sobrancelha. “Ah é, Dylan foi encontrado morto”

“O que?”, eu disse, me sentando direito.

“A uma hora atrás, perto da fonte. Faca dourada no coração e decapitado.”, Luen disse, mas, diferente dos outros assassinatos, esse não a tinha abalado tanto. Nem, sequer, tinha um rastro de lágrimas em seu rosto.

Eu engoli a seco.

“Ah, quase que eu esqueço.”, ela disse se levantando da cama e saltitando até o banheiro. Voltando com um pequeno buquê de rosas vermelhas. “Passaram aqui e deixaram isso para você”, ela me entregou e sentou na cama , a minha frente.

Senti a magia elementar, antes de sentir o cheiro. Fechei meus olhos inconscientemente e sorri. Luen pigarreou , me tirando do meu momento e gesticulou para o cartão grudado a uma das rosas. Abri o cartão e o li em voz alta:

Estou ansioso para amanhã. Não posso acreditar que será minha por uma noite inteira. Não que isso fosse novidade comparada com as noite anteriores que ficou em meus braços, mas será diferente, eu sinto.

N.C.

A razão pela qual eu respiro.

E a razão para mim usar uma droga de vestido amanhã.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo é o meu favorito.



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