Spell The Most escrita por Angel Salvatore


Capítulo 39
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Estou programando mais capítulos para não atrasar. Beijos.



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Nathan não foi para aula no dia seguinte.

Não que eu tenha me impressionado com isso, mas , pelo menos, esperava que ele tivesse pedido a Ryan me mandar um recado. Mas nem isso. Ryan não parecia saber de nada também. Me olhava com o sorriso amigável de sempre, com minha melhor amiga pendurada em seu braço, também sorrindo.

Desde que anunciaram a morte de Lana, sentia Suzy mais ... aliviada. Como se o peso do mundo tivesse saído de suas costas, de repente. Não que ela desejasse isso. Oh, não. Mas de um jeito ruim, Lana estava fora do caminho da felicidade de Suzy e Ryan.

E do meu com Nathan.

Mas, é claro que ainda tinha uns pontos sem nós. Por exemplo, Nick. Isso sim seria um problema. Ainda mais com Luen no meu pé, podendo, a qualquer hora abrir o bico para Daemen, e a bomba estouraria. Eu ainda não sabia qual seria a reação de Lien. Ela sempre se mostrou imparcial sobre a minha relação com Nick e irônica com a minha ligação com Nathan.

Passei as aulas inteiras aérea. Sempre que fechava os olhos lembrava do beijo de Nathan. Dos lábios macios, dos fios de seda que eram seus cabelos, o jeito com seus dedos dedilhavam meu corpo. Como ele tinha confiança em cada toque em minha pele, fazendo-me arrepiar. Era como se eu tivesse uma noção da terra ao nosso redor, como um mapa em minha cabeça.

E o reconhecimento.

Saber que Nathan estava falando a verdade esse tempo todo, era meio chocante, mas no fundo era extasiante. Então, Nathan não era maluco nem gostava de piadas de mal gosto. Eu que era muito sem confiança e não acreditei nele.

No almoço, que todos deram a falta de Nate.

“Hey, Alex”, Ryan me chamou do outro lado da mesa enquanto eu brincava com as minhas rosquinhas. Estava pensando se era certo ou não ir a cabana de Nate essa noite. Luen não iria gostar nada, mas o que eu poderia fazer?

“Alexa”, Suzy me chamou estalando os dedos na minha frente.

Eu só acordei quando levei um chute na canela, possivelmente vindo de Lien. Levantei minha cabeça e passei a mão pelos meus cabelos, um hábito que eu tinha pego de Nate. Balancei minha cabeça e encarei meus amigos.

“Me desculpem, estou pensando muito”, eu disse e forcei um sorriso em meu rosto. “Então, do que vocês estavam falando?”, perguntei.

A expressão de Luen era uma cópia quase perfeita de Lien quando estava enfurecida. Eu lhe lancei um olhar implorando que relevasse, então ela suspirou e também forçou um sorriso em seus lábios, como se tivesse empolgada.

“Estávamos falando do baile de Outono”, ela disse e seus olhos brilharam ao olhar para Daemen. Com certeza esse olhar essa sincero. Então ela voltou a me encarar e o brilho no olhar sumiu. “É na semana que vem, esqueceu?”

Eu assenti e coloquei mais um pedaço da minha rosquinha na boca.

“Mas, você vem, não é?”, Suzy perguntou e seus olhos cinzas brilhavam. Como eu poderia negar alguma coisas aqueles olhos?

Dei de ombros. Sabia que Nathan não era muito chegado a essas coisas, eu muito menos. Renegava todos os meus bailes desde que tinha chego a Spell the Most, mesmo meus amigos sempre tentando arrumar um jeito de me arrastar para um. Ryan se inclinou e tocou a minha mão. No mesmo instante uma brisa soprou em meus cabelos.

“Vamos, Alexa. Será legal.”, ele pediu.

“Eu segurando vela”, eu rolei meus olhos. “Nossa, que legal.”

Lien abafou um riso e me lançou um olhar de campeã.

“Talvez você não precise ir sozinha”, Ryan disse.

Eu arrastei meus olhos até os dele pronta para dizer que ir com a turma não seria ir com alguém. Eu sabia que até Lien tinha um par. Connor a tinha convidado semana passada e Nathan a tinha zoado durante todo o almoço. Se eu não tivesse entrado no meio da confusão, a uma horas dessas, Nate estaria na África sendo comida de leão.

Quando fitei os olhos verdes florescentes de Ryan, percebi que tinha uma segunda intenção por baixo daquelas palavras. Por algum motivo, eu achava que isso não acabaria muito bem para mim.

“Do que você está falando, Ryan?”, Lien perguntou.

Quando a olhei, vi que também estava encarando Ryan e possivelmente estava vendo a mesma coisa brilhando em seus olhos. Todos o encararam esperando suas palavras. O Ryan de antigamente (o de antes da chegada de Nathan), teria ficado meio incomodado com tanta atenção, mas agora ele parecia até gostar. Me perguntei por um momento se ele sabia que Nathan era um espião.

“Estou falando que Alexa poderia ir com outra pessoa”, Ryan disparou. Eu prendi a respiração. Escutei Luen engasgar com a comida. “Tipo, um dos vampiros ou outra pessoa. Com certeza, Nick não estará aqui a tempo do baile e não deixaremos que Alex passe esse dia no quarto, isolada, não é?”

Todos ficaram em silêncio cogitando. Cogitando algo que eu deveria decidir.

Daemen foi o primeiro a falar.

“Com quem Alexa iria?”, ele perguntou.

“Quem a convidasse primeiro”, Ryan disse e me jogou um olhar significativo.

Eu não tinha entendido, por isso abaixei minha cabeça e continuei beliscando as minha rosquinhas, enquanto esperava a palavra final de Daemen. Antes dele ser amigo de Nick, ele era meu amigo. Por isso tinha que pensar além do que o seu amigo acharia e pensar na minha felicidade.

“Tudo bem, está certo”, Daemen disse, num tom de quem foi vencido. “Quem a convidar primeiro, e ela aceitar, vai levá-la ao baile.”

“Sem preconceito ou crítica?”, Ryan disse.

Daemen suspirou.

“Sem preconceito ou crítica”

*******

Fox não apareceu para dar aula, algo que eu meio que estranhei. Ele sempre era pontual e nunca faltava. Dar aula era como estar em casa para ele. E, como ele sumiu, eu fui a supervisora da aula e tive que ajudar os novatos.

Como isso era cansativo. E prazeroso.

Claro que alguns alunos não gostaram nada de me ter no comando, como Paloma Justine, por exemplo. Ficou querendo se mostrar a melhor, usando os poderes de fada, claro. Alguns dos alunos ficaram impressionados, mas só até eu ir dar uma bronca nela. Sua cara ficou fechada a aula inteira. E eu dei graças a Deus quando o sinal tocou.

A aula de equitação passou voando e quando eu menos esperava anoiteceu. Fiquei andando pelo quarto ansiosamente, esperando que o toque de recolher tocasse logo. Uns dez minutos antes que isso acontecer, Luen entrou no quarto.

Ficamos nos encarando por alguns segundos, até que ela balançou a cabeça e se jogou em sua cama. Eu fiquei tentada a ir falar com ela.

“Luen, por favor. Não faz isso”, eu pedi , me sentando ao seu lado.

“Quem te pedi por favor , sou eu, Alexa.”, ela disse e se levantou, indo para o armário. “Você está me fazendo mentir para o meu namorado e ainda vai se encontrar com Castille de novo.”, ela me encarou. “Você quer que eu aja como?”

Eu suspirei , derrotada. Por mais que eu não quisesse admitir, ela tinha razão. Eu estava enganando Nick com Nathan. Estava enganado a mim mesma, pensando que essa relação poderia ficar nessa para sempre. Uma hora Nick voltaria, e eu teria que escolher.

E se eu ainda sentisse a atração elementar?

E se eu ainda amar Nathan?

Passei a mão pelo cabelo e enterrei meu rosto em minhas mãos, abafando um grito , que, com certeza, chegaria ao outro lado do campus. Senti uma mão em meus ombros e me surpreendi ao ver Luen ali, me ajudando.

“Eu ainda sou sua amiga, Alex.”, Luen disse. “Mas só enquanto você fizer as escolhas certas”, ela me lembrou e se sentou ao meu lado. “E você sabe que manter isso em segredo, não é certo.”

“Eu sei”, admiti. “Mas também não é certo contar aos outros sem o consentimento de Nathan. Ele está tão envolvido quanto eu.”, eu suspirei. “Vou conversar com ele hoje.”

“Sim, claro”, seus olhos azuis violetas brilharam. Então um sorriso maroto, característico de Luen pareceu em seu rosto. “Parece que estamos falando de uma gravidez, não de um beijo”

“Parece mesmo.”, eu ri.

O sinal tocou.

Eu me levantei e passei a mão pela minha calça. Luen ficou me encarando ainda sorrindo. Andei até a porta, e assim como ontem, ela me chamou.

“Alexa”, ela disse. Eu a encarei por cima do ombro. “Você gosta mesmo dele , não é?”

Eu sorri também.

“Gosto, Luen.”, eu saí. “Gosto mesmo.”

******

Andar pela floresta sozinha estava se tornando mais e mais familiar para mim, a cada dia. Eu sabia que Sam estava meio que me castigando, por que se ele quisesse, já tinha aparecido e reclamado, a muito tempo.

As luzes da cabana estavam acenas e do lado de fora eu já conseguia escutar o rock fluindo. As voz estridente, os altos acordes. Me aproximei de um arbusto de rosas e toquei. A mágica me levou para um paraíso inimaginável. Então eu lembrei que tinha perdido a minha ontem a noite pelo chão da escola. Culpa de Nathan.

Subi as escadas e , como ontem, a porta estava aberta. Ou Nathan era bastante confiante que ninguém nunca saberia dessa cabana ou era bastante confiante que ninguém entraria nela.

Entrei e me encostei na parede, o observando. Como antes, ele estava lendo um livro, de óculos. Ainda era meio estranho vê-lo assim. Meio desconhecido. Ele me olhou por cima do livro e sorriu.

“Você veio”, ele disse e fechou o livro.

“Você sabia que eu viria”, eu disse.

Nathan colocou o livro no criado mudo e tirou os óculos. Voltou a ser o meu Nathan. Ele se deitou de lado e sorriu, batendo no espaço na cama ao seu lado. Não precisou nem fazer isso duas vezes. Eu já estava deitada ao seu lado.

Ele passou a ponta do seu dedo por meu rosto e eu fechei os olhos , tremendo. Um toque e eu era dele. Totalmente dele. Senti o colchão se mexendo, enquanto ele se inclinava e me beijava. Ficamos assim por um tempo, até que eu quis pegar um ar. Eu respirava como uma maluca asmática e meu coração batia a mil por hora.

Nathan continuou tocando em meu rosto, e sorrindo. O som do rock era a única coisa que parecia estar fora do lugar. E eu adoraria levantar e desligar o som, mas os olhos escuros de Nathan sabiam me prender como ninguém mais sabia.

Limpei minha garganta e resolvi puxar um assunto.

“Então, você é mesmo um espião”, eu disse.

Isso só fez o sorriso de Nathan crescer.

“Eu pensei em muitos assuntos que poderíamos falar, mas não esse.”, ele disse. “Mas, sim, eu sou. Precisou um Reconhecimento Elementar para você acreditar em mim?”

“Você precisa me entender, Nathan”, eu disse. “Não é como se eu vivesse totalmente num mundo de fantasia, só porque sei que algumas coisas incomuns existem.”

“Se você diz”, ele deu de ombros e continuo acariciando meu rosto.

Eu deliraria de vez se isso continuasse. Arfei quando seu dedo passou para o meu pescoço e clavícula. Passei a língua pelos meus lábios e pigarreei. Nathan riu e parou. Ele se endireitou na cama e colocou os braços atrás da cabeça, ainda sorrindo e de olhos fechados.

“Então, seu tema é Sexo, Drogas e Rock n' Roll?”, eu perguntei.

Ele abriu um dos olhos e me olhou pelo canto. Então viu que a pergunta era séria e parou para pensar. Um solo de bateria encheu a casa. Como aquilo não incomodava Nathan? Sem que eu percebesse, comecei a brincar com a correntinha pendurada na calça dele, esperando a resposta.

“Droga, não, nunca usei.”, ele disse. “Rock n' Roll, sempre. Já sexo...”, ele se virou para mim e voltou a tocar meu rosto. “Só se for com você”

Meus olhos se arregalaram e senti meu rosto corando. Nathan tornou a rir e colocou novamente os braços atrás da cabeça.

“Se acalme, pequena virgem”, ele disse olhando para o telhado com um sorriso no rosto. “Sua inocência está salva comigo.”, ele me olhou de canto. “Por enquanto.”

Levantei minha mão para bater nele, mas , quando ela estava a centímetros de tocá-lo, Nathan a agarrou e me puxou de encontro ao seu corpo. Como ele conseguiu fazer isso? Antes ele estava de olhos fechados, agora estavam bem acesos e alertas. Além de escuros. Seu rosto a um suspiro de distância. E meu coração batiam como nunca, brigando com o solo de bateria.

Eu já estava beijando-o novamente, sem que percebesse. Era como se nos encaixássemos. Como peças de um quebra cabeça. Eu enrolava meus dedos em seus cabelos e ele apertava minha cintura com uma força inimaginável, mas eu meio que gostava. Era bom tirar o auto controle de Nathan. Era só nos tocarmos e pronto. Estávamos nos beijando.

“É melhor eu te levar de volta para o dormitório, antes que eu te deixe uma marca”, ele disse ainda sob meus lábios.

Quando eu abri meus olhos, fiquei impressionada ao encontrar Nathan em baixo de mim, com cada uma de suas mãos em um lado de minha cintura, a apertando. Como nós tínhamos ficado assim? A quanto tempo estávamos nos beijando? Tantas perguntas e nenhuma resposta.

“Acho que é bom você sair de cima de mim, senão vou meio que contrariar o que eu disse antes sobre a sua inocência”, ele disse com seu meio sorriso arrogante. Não precisou dizer mais nada, e eu já estava fora da cama.

Nathan riu, enquanto coloca os sapatos. Passei a mão pelo meu corpo, tentando me ajeitar, e senti a pele da minha cintura sensível. Levantei a blusa de um lado e vi que estava marcado com a mão de Nate. Se Luen ver isso , vai ter um ataque.

Nate se levantou e entrelaçou meus dedos no dele, enquanto me guiava para fora da casa. Olhei para nossas mãos e sorri. Olhei para cima e encontrei o olhar sério de Nathan no meu.

“Muito rápido?”, ele perguntou e afrouxou seus dedos.

“Não.”, eu balancei minha cabeça e apertei ainda mais nossas mãos juntas. “No momento certo.”, eu sorri novamente e o vi retribuindo. Mas por pouco tempo.

Estávamos em silêncio, ainda de mão dadas passando pela floresta, quando Nathan tocou em um assunto, que eu preferia deixar para outro momento.

“O que você vai fazer quando o Mauricinho voltar?”, ele perguntou.

Eu parei, fazendo-o parar junto comigo. Eu o encarei séria e sem palavras. Queria que ele entendesse as minhas dúvidas, mas nem eu mesma entendia.

“Eu, eu não sei”, eu disse balançando a cabeça. “Conversar, eu acho. Entrar em um acordo. Não quero perder a amizade dele por causa disso”, eu disse.

Nathan me puxou para si e me abraçou, colocando sua cabeça por cima da minha. Eu conseguia sentir seu cheiro floral, junto com seu pós-barba. Era tão bom que eu suspirei.

“Não importa o que você decidir fazer”, ele me segurou pelos ombros. “Eu sempre estarei com você”, ele disse .

Por um segundo fiquei triste. Esperava que ele dissesse que me amava ou coisa do tipo, mas assumir isso já seria um longo passo que Nathan ainda não estava pronto para dar. E já que ele tinha tocado nesse assunto.

“Vou contar sobre nós para os meus amigos”, eu disse.

Ele me segurou pelos ombros novamente e me encarou confuso e cauteloso.

“Tem certeza?”, ele perguntou.

“Sim”, eu assenti, mesmo não tendo muita segurança. “Não posso esconder isso para sempre. Esconder isso de Nick já é ruim o suficiente, dos meus amigos é demais.”

Ele ficou me encarando por um momento, me estudando, até que disse.

“Quer que vá com você?”, ele perguntou.

“Não”, eu balancei a cabeça e dei um sorriso triste. “Tenho que fazer isso sozinha”

Ele assentiu e voltamos a andar em silêncio. Foi assim até que chegamos a porta da saída de emergência, por onde eu também entrava. Nathan me deu um beijo rápido e seu sorriso cresceu. Seu olhar tinha um brilho diferente, enquanto ele colocava a mão no bolso e puxava dois pedaços de papel, balançando-os de um lado para o outro.

“O que é isso, Nathan?”, eu perguntei.

“Entradas para o baile”, ele disse e eu arregalei meus olhos. “E quero que você, Alexa Night me acompanhe”, ele levantou as sobrancelhas e eu peguei as entradas. Eram mesmo do baile e eram mesmo de Nathan.

Por um momento, eu fiquei tentada a dizer que meus amigos nunca deixariam, mas então eu me toquei de uma coisa. Ele tinha sido o primeiro a me convidar. Era tudo um plano dele para que eu não tivesse que me preocupar com a opinião dos meus amigos.

“Ryan”, eu disse , sorrindo.

“Eu fui o primeiro, não é?”, ele perguntou preocupado.

“É claro que sim.”, eu pulei em cima dele e o abracei. “O primeiro e único”

“Assim eu espero”, ele riu.


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