Shadow Touch escrita por Lady TMS


Capítulo 28
Capitulo 27-2




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Como podia errar tanto com todos? Talvez ela não fosse capaz de cuidar de ninguém, de proteger por quem era responsável. Estava duvidando pela primeira vez da sua capacidade de tomar decisões. Parecia que tudo o que havia feito em sua vida não a havia preparado para nada. Errava toda vez que fazia algo por conta própria. Sentiu-se desanimar.

Como tomaria conta de uma família numerosa quando nem de duas conseguia tomar medidas para proteger? Se tivesse feito uma garantia a eles, como um testamento em caso de desaparecimento...

Eram vidas! E poderiam morrer pela falta do dinheiro até achar outro sustento. Mas Jonh não entendia isso. O quanto era difícil arrumar um emprego na parte pobre da cidade, que pelo desespero, as crianças poderiam ser forçadas a trabalhar.

Estremeceu ao pensar nos cinco pares de mãozinhas pequenininhas que conhecia tão bem tendo que fazer trabalho sujo e pesado de adultos. As duas famílias que a ajudaram desde o começo e depositaram confiança nela mereciam mais que um desaparecimento da empregadora e serem abandonadas a própria sorte, sem receber no mínimo uma notificação e o dinheiro por seu trabalho.

–Jonh – respirou - Vá comigo. Eu só precisaria dividir a terra legalmente entre as duas famílias, e informa-las com quem negociar as mercadorias e o preço para não serem roubadas. O resto, eles cuidariam como sempre. Não demoraria mais que uma semana, talvez menos, e enquanto isso, treinaríamos em casa – e depois com mais convicção - Eu devo isso a elas. E se for preciso vou fazer de tudo para voltar.

Cruzou os braços e se mostrou tão determinada quanto podia vestindo só uma camiseta e com um metro e sessenta de altura.

– Você esta sendo problemática – ele disse depois de um tempo – tenho assuntos que cuidar que não envolvem só você.

–Pode parecer isso, mas estou sendo responsável da minha maneira. Não posso permitir que algo ruim aconteça a eles por minha culpa. Outra pessoa poderia ir comigo. Talvez Josh?

Ele estremeceu a deixando curiosa do por que. Acaso não se davam bem?

–Não. Impossível para ele.

–Então qualquer outra pessoa. Até sua tia. O treinamento ia ser o mesmo. Não custaria nada. E eu poderia ficar tranquila e mais focada depois.

Ele pareceu pensar sobre isso.

–Quatro dias. E você vai voltar por vontade própria. Se... As bruxas permitirem.

–Porque elas não permitiriam? – bufou.

–Além do óbvio... Há problemas em massa em toda Ebon. Você ficaria surpresa de quantas reuniões a toda semana com Magistrados e anciões de todas as cidades. Além disso, logo você vai perceber quando conhecer as extensões de seus poderes, que de vez em quando você não conseguirá o controlar.

–Por quê?

–Ninguém sabe. Vem acontecendo nos últimos seis meses. As pessoas perdendo eles de repente. Não conseguindo usa-los – ele suspirou – alguns acham que é por causa do desequilíbrio que sua família causou. Por isso você aqui é um segredo. Não hesitariam nem um minuto antes de mata-la.

Engoliu em seco. Todo dia aparecia alguém querendo mata-la.

– Será que foi por isso que entrei no meio da floresta de Ebon nesse mundo? As bruxas também estão com problemas na magia?

Jonh confirmou com a cabeça.

–Por isso mandaram que eu a trouxesse, ou pelo menos a vigiasse – ele engasgou - Havia o risco de que o portal fosse aberto em outro lugar.

Bom trabalho em cuidar de mim...

–E os homens com você? Eram humanos mesmo?

–Eles me seguiram. Quando ouvi os gritos e cheguei até eles todos já estavam mortos.

E quase eu também...

–Avise as bruxas – ela decidiu cortar a conversa – mas não diga por que vou lá. Só que faz parte do treinamento.

Ele arqueou a sobrancelha em um gesto de arrogância.

–Você manda em mim agora?

Sem uma resposta para aquilo ela deu dois passos e se apoiou em seus ombros altos e musculosos que flexionaram com o peso extra.

Lentamente plantou um beijo em seu rosto como forma de agradecimento. O contato morno do rosto recém-barbeado e o cheiro de sabonete a incomodando por parecer real demais.

Não queria reconhecer que ela sonhava com um pouco daquele contato a algum tempo, que desejava mexer com ele do mesmo jeito que fazia com ela.

Com o rosto quente se deixou ficar nas pontas dos pés, e pôde ver o choque em seu rosto e como ele demorou um momento para reagir. Seus olhos mudando os matizes de azul para uma cor mais escura.

Como uma covarde se afastou antes que Jonh pensasse em fazer algo e sorriu de sua reação.

– Ficando desse jeito por causa de um beijo na bochecha – se afastou mais dois passos para trás – relaxa. Estava só agradecendo.

Porque não queria pensar talvez não tivesse sido só pelo fato de ele a ajudar. Não queria que algo surgisse entre eles. Principalmente algo com esse Jonh que ria em poucas ocasiões, cheio de responsabilidades e mentiras em sua volta.

–Você costuma dar muitos beijos como recompensa? – ele deu mais um passo para perto dela.

Ela engoliu em seco com aquele tom de voz. Ele tinha aquele jeito que às vezes a fazia se sentir inapropriada e terrivelmente infantil.

Queria poder responder a altura. Mas de repente, sua cabeça estava em branco e ela nada podia fazer além de ver ele se aproximando um pouco mais enquanto ela lutava para se afastar no pequeno espaço do hall.

Naquele momento, já havia se arrependido do que havia feito de um milhão de maneiras diferentes. Por ter começado algo que não estava pronta para terminar. Mas não ia se desculpar com Jonh- que parecia bem ofendido- quando odiava o jeito como ele a estava fazendo se sentir.

–Jonhathan – a voz da sua tia vinda das escadas aumentou enquanto subia – Jonhatan espero que não esteja sozinho com a senhorita Locker. Não é apropriado... A aí esta vocês. Vamos. Deixe a menina pelo menos trocar de roupa antes de conversarem. Não é apropriado.

Piscou os cílios postiços enquanto cravava suas unhas enormes e coloridas nos braços de Johana e a puxava para o corredor.

–Agora. Se me lembro bem esse deve ser o seu quarto?

Entrou sem deixar de falar e logo fechou a porta elegantemente atrás dela.


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