I Wont Let You Go escrita por Jessie Austen


Capítulo 20
I Know You Care


Notas iniciais do capítulo

"Agarrado em mim
Como um último sopro que você respiraria
Você era como um lar para mim
Eu não reconheço esta rua
Por favor, não feche seus olhos
Não sei para onde olhar sem eles
Lá fora os carros passam acelerados
Eu nunca os tinha ouvido até agora
Sei que você se importa
Sei que sempre esteve lá
Mas há problemas à frente, posso sentir
Você está apenas se preservando quando esconde isso
Sim, eu sei que você se importa
Vejo na maneira como você encara
Como se houvesse problema à frente e você soubesse
Estarei me preservando da ruína
E sei que você se importa
Eu costumava descer as escadas correndo
Até a porta e eu achava que você estava lá
Para ajustar as coisas ao nosso gosto
Dois amantes amados fora do amor
Oh, mas eu sei que você se importa
Sei que sempre esteve lá
Mas há problemas à frente, eu posso sentir
Você está apenas se preservando quando esconde isso
Sim, eu sei que você se importa
Eu vejo na maneira como você encara
Como se houvesse problema à frente e você soubesse
Estarei me preservando da ruína
Sei que nem sempre foi errado
Mas eu nunca conheci um inverno tão frio
Não, eu não quero minhas mãos num casaco
Mas ainda espero
Porque é assim que as coisas deveriam ser
E eu conheço as palavras
Não foi tudo o que pareceu
Por que não posso sonhar?
Eu quero sonhar?
Porque eu sei que você se importa
E sei que você se importa
Eu sei que você se importa
Eu sei que você se importa
Eu sei que sempre esteve lá."
[Ellie Goulding]



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Laufey x Odin


(...)

– Já disse. Eu não me importo com ninguém. Odin, diga-me que está tudo certo para amanhã. Que partiremos e que nunca mais lembraremos, nos arrependeremos...sequer olharemos para o passado.

– Eu prometo. – após alguns instantes, respondeu abraçando o gigante de maneira urgente.



Laufey então o beijou com urgência, como se soubesse que a cada segundo que viviam era um menos que estariam juntos.

Odin sorriu e isso tranquilizou o Gigante que parecia nervoso e então ele disse:

– Para você deve ser normal. Deve ser fácil...mas para mim, é quase inaceitável. Queria ter nascido asgardiano...

– Ou eu poderia ter nascido gigante. Laufey, o que sentimos está muito além do que somos...ou que os outros veem.

– Eu sei...mas seria mais fácil se não fôssemos quem somos.

O asgardiano segurou fortemente seus braços e o trouxe para perto dele, dizendo:

– Dará tudo certo...tenho que ir. Já devem estar sentindo minha falta...vou vir amanhã no horário combinado. Até mais, meu amor.

– Até amanhã.

Os dois se despediram e Odin voltou rapidamente para casa. Havia muito a ser feito em pouco tempo. Naturalmente sentia medo, mas sentia-se feliz e ancioso...queria pular a parte da fuga. Queria acordar num lugar onde só ele e Laufey existissem e pudessem ficar juntos para sempre.

Se surpreendeu quando entrando no palácio encontrou seus pais o esperando com seus típicos rostos severos e sem dizerem sequer uma palavra.

Sendo o rei, o pai de Odin a essa altura já sabia de tudo que acontecia e quando entraram em seu quarto, ele foi bem objetivo ao dizer: “Escolha: Laufey...ou Jotunheim...”.

Por mais que o jovem asgardiano implorasse por liberdade só ouvia como resposta: “Com a fuga de vocês, os jotuns atacarão e eu revidarei”.

Odin foi tomado por um desespero além do que era capaz de suportar. Como agir sem pensar dessa maneira? Já era errada a fuga em si, afinal eles não estavam fazendo nada proibido, pelo menos não para eles. Mas agora isso...arriscar reinos, vidas.

– Eu não me importo. - declarou sem ter ao menos certeza.

– Pois se importará quando eu disser que nós o obrigaremos a esquecer este jotun...

– O nome é Laufey, meu pai...

– Eu não me importo. Você se casará e em breve e será rei de Asgard. Lutará pela a paz, pelo poder entre os outros reinos. Não permitirei tal erro. Amanhã você o procurará...e terminará com essa loucura de uma vez por todas.

– Vocês não podem fazer isso com a gente!

– Não falarei mais, Odin. Ou isso...ou vocês arcarão com as consequências. Imaginem só! Um filho meu fugindo...com um jotun.

O velho rei saiu do quarto enquanto Odin ainda tentava respirar e pensar ao mesmo tempo.

Então...tudo deveria terminar assim. Laufey passaria a odiá-lo, ele sabia.

Quando se tem obrigações tão grandiosas, é quase impossível não colocar emoção nelas. Odin havia sido sempre tão correto, tão...tão covarde.

Sentando-se em sua cama, desejou sumir para sempre.

E levando as mãos ao rosto não pode evitar o choro que veio a seguir.



–-----------------------------------------------



Quando Thor voltou para Asgard logo foi procurar seu exército e pedir que todos ficassem preparados, literalmente à postos em caso de um ataque inimigo.

Sabia que provavelmente tal ato não ocorreria, não com Laufey agora morto, sem mencionar na vantagem sobre o número de soldados que ele e agora o reino de Jotunheim possuíam juntos.

Já começava a amanhecer quando finalmente voltou ao seu palácio. Como estava completamente sem sono resolveu caminhar pela sacada, olhar o nascer do sol que naquele momento estava belíssimo, dando tons roxos e ao mesmo tempo laranjas em toda a extensão que seus olhos enxergavam.

Sentou-se numa cadeira e ficou apenas pensando um tudo que tinha acontecido.

– Filho? Sem sono?

Thor virou-se e viu Odin próximo dele.

– Pai? Bom dia. Sem sono...e o senhor?

– Eu não consegui dormir essa noite.

– Entendo.

– E como foi em Jotunheim? – perguntou o mais velho enquanto sentava-se próximo do rei.

– Apesar de tudo, muito bem. Aconteceram algumas coisas...significativas. Boas...ruins...Laufey está morto, meu pai.

Seus olhos se encontraram por um segundo e logo em seguida Odin levou suas mãos ao seu rosto, como se tivesse vergonha de todas as vezes (raras vezes) que precisava chorar.

– Pai? O senhor está bem? Meu pai? – Thor preocupou-se enquanto Odin agora soluçava. Ele nunca tinha visto o daquela maneira.

– Me deixe...Thor. Deixe-me tentar respirar um pouco. Deixe me acalmar...- respondeu ele se levantando e ficando de costas, enquanto olhava a imensidão à sua frente.

– Pai...o senhor quer me contar algo? Pode falar...não precisa fazer sentido para mim se não quiser...só desabafe.

– Oh, Thor. Você é nobre...e eu me silenciei por tanto tempo. Eu me escondi. Agora não mais.

– O senhor e Laufey. Vocês tiveram uma história?

– Nós éramos tão novos...eu era bem mais novo que Loki. Engraçado, parece que foi ontem...consigo me lembrar do jeito que ele falou comigo quando nos vimos pela primeira vez. Você precisava vê-lo...lembrava um pouco a genialidade de Loki, sabe? Encantador...- explicou enquanto chorava ainda mais, fazendo Thor levantar e segurar seus ombros, confortando-o.

– Antes de morrer, Laufey disse algo sobre vocês...sobre traição. Por quê nunca quiseram falar sobre isso? Por que o senhor nunca nos disse, nos contou....o que houve?

– Eu...na época não vi outra escolha além de desistir do que eu mais queria. Thor, eu era tão covarde. Laufey a partir desse momento passou a me odiar.

Odin contou brevemente sobre a sua história com o jotun e continuou dizendo:

– Laufey foi para o exército jotun contra vontade. Era o que ele mais temia...e eu o obriguei a isso. Eu nesta época me casei....sua mãe, sempre soube. Frigga e eu sempre tivemos respeito e carinho um pelo o outro. Seu avô morreu logo em seguida e eu assumi o trono de Asgard. Laufey voltou...completamente mudado e assumiu o torno de Jotunheim, declarando ódio por todos os oito reinos, se afastando cada vez mais de seus poucos aliados, tornando cada um deles seu próximo alvo...tinha sede de vingança, parte dela por minha causa...eu precisava pará-lo, mas Thor...eu nunca o mataria. Nunca.

– Você apenas o baniu, tirando a caixa azul dos jotuns. Vocês nunca tentaram conversar? Quero dizer...depois de tanto tempo.

– Por milhares de vezes eu implorei por isso, mas nunca adiantou. Tal postura se tornou definitiva quando nós vencemos os gigantes...

– E mesmo assim o senhor resgatou Loki...

– Não poderia deixa-lo. Era um bebê...tão frágil. E filho de Laufey, eu precisava de certa forma tentar me redimir por ele...eu sempre amei Loki, ele é meu filho e ele lembra Laufey, é um gigante como ele...

– Por isso o senhor nunca foi contra eu e Loki. Quero dizer, além das preocupações normais...você e mamãe sempre levaram tão bem. É bem compreensível agora. Pai...o senhor está bem? Quer água?

– Se me permitir, eu quero ficar sozinho. Tudo bem?

– Claro.

– Loki está chegando. Vá recebê-lo. Depois podemos continuar...

– Quando o senhor quiser. – respondeu Thor levantando-se e entrando para a sala de visitas, deixando Odin absorto em seus próprios pensamentos.

Thor não conseguia entender. Tentava mas não era possível. Se isso tivesse acontecido com ele, provavelmente não estaria mais vivo, já que preferia morrer a ser inimigo do amor de sua vida.

– Thor! – disse Loki que o aguardava com a pequena Mya adormecida em seu colo.

– Meu amor...- disse correndo em sua direção.

Os dois se abraçaram e Loki o beijou carinhosamente.

– Mya...veio conhecer sua casa? Quer que eu a pegue no colo? – perguntou Thor enquanto Loki sentava-se e tirava alguns papeis de dentro de seu casaco.

– Sim, por favor. Sente-se aqui comigo, gostaria de apresentá-la a todos o quanto antes. Thor, antes eu queria lhe mostrar, achei alguns papéis...antes de vir para cá eu precisava ver se tinha algo na sala de Laufey, sobre seu plano e sobre o feitiço que ele lançou contra mim. Entre muitas coisas, achei essa carta...leia.

Loki o entregou um pedaço de papel muito velho, amarelado que parecia ter ficado escondido por muito tempo. Nele havia escrito tais palavras:


“Odin,


Sei que é tolice escrever uma carta mesmo sabendo que você nunca vai ler. Mesmo assim eu faço porque preciso. Mesmo depois de tanto tempo.

Hoje foi mais um dia na minha existência. Uma existência da qual eu ainda não descobri a razão.

Porque ninguém, além de mim, sabe que nada mais faz sentido desde quando nos separaram.

E bem hoje me lembrei de que faz exatamente 25 anos que nos conhecemos. É, eu sei que é tolice.

Nestas horas tento me lembrar da minha postura de jotun. Devo ser forte, sem sentimentos, lembra? Sim...depois de tanto tempo posso lhe garantir que isso é impossível.

É só mais uma lenda dos gigantes. Oh, não...eu não mentiria para você. Se bem que essa é uma característica que nós jotuns temos: saber mentir bem.

Exatamente isso que eu tenho feito nestas duas décadas. Para você. Para mim.

Mas eu realmente acreditava que era possível ficar indiferente quando o assunto era nós dois.

Meu coração é seu. Sempre foi.

Lembra-se de quando disse que me amava pelo o que eu era? Espero que em algum lugar você ainda tenha essa lembrança...pois eu não tenho mais.

Nada mais importa, mas eu ainda me importo. Eu gosto de viver as experiências, lembra? É claro que não, faz muito tempo.

Um jotun sentimental. Não há nada mais irônico.

Eu te amo. E isso também é irônico, porque não faz mais sentido nenhum eu te dizer isso.

Estraguei tudo ao atacar Asgard, ao dizer que te odiaria para sempre...

Meu asgardiano, por hoje eu só precisava escrever essas palavras.

Parabéns para nós dois.


Laufey.”



Após terminar ele voltou-se para Loki que agora segurava com uma de suas mãos o seu pulso e Thor pode perceber que elas estavam quentes e macias como antes.





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