I Wont Let You Go escrita por Jessie Austen


Capítulo 18
Lithium


Notas iniciais do capítulo

"Lítio - não quero me trancar por dentro
Lítio - não quero esquecer como é sentir saudades
Lítio - quero permanecer apaixonada pela minha tristeza
Oh, mas Deus, eu quero deixá-lo ir
Venha para a cama, não me faça dormir sozinha
Não poderia esconder o vazio que você deixou à mostra
Nunca quis que fosse tão frio
Apenas não bebeu o suficiente para dizer que me ama
Não consigo me segurar,
Pergunto-me o que há de errado comigo?
Lítio - não quero me trancar por dentro
Lítio - não quero esquecer como é sentir saudades
Lítio - quero permanecer apaixonada pela minha tristeza
Não quero deixar isso me abater desta vez
Afogar minha vontade de voar
Aqui na escuridão eu me conheço
Não posso me libertar até largar isso, me deixe ir
Querido, eu perdoo você depois de tudo
Qualquer coisa é melhor do que ficar sozinha
E no final eu acho que eu tinha que cair
Sempre encontro o meu lugar entre as cinzas
Não consigo me segurar
Pergunto-me o que há de errado comigo?
Lítio - não quero me trancar por dentro
Lítio - não quero esquecer como é sentir saudades
Lítio - ficar apaixonada por você
Oh, eu vou deixá-lo ir."
[Evanescence s2]



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Laufey x Odin

O jovem jotun olhou ao seu redor e finalmente o encontrou. Ele. O aguardando naquele mesmo lugar onde haviam se conhecido há alguns meses atrás.Abriu um enorme sorriso e correu ao seu encontro.

- Eu achei que você não viesse...- disse quando ficaram próximos.

- Eu dei um jeito, eu sempre darei. Acho que meu pai está desconfiado...mas não me importo. Ele não pode escolher os amigos que tenho, que quero ter. – respondeu Odin de maneira decidida.

- O meu pai já sabe de tudo, eu creio. Hoje de manhã me ameaçou mandar para as montanhas mais distantes de Jotunheim para me tornar um soldado...ele acha que pode mandar em mim.

Laufey queria completar aquela frase e dizer que ninguém poderia fazer isso. Ninguém poderia afastá-lo de seus sentimentos

Os dois começaram a entrar lado a lado pela floresta escura, feitas de árvores secas e imensas.

O gigante se sentia sufocado, precisava falar...mas tinha medo. Odin, o atraente asgardiano sempre fora tão bom e amigo. Era um tolo por sentir o que sentia. Mas como evitar? Impossível...era tão natural como querer respirar, era preciso e o tomava por inteiro e a cada dia mais.

Lutava todos os dias com seu próprio orgulho, porque se declarasse o que sentia, obviamente Odin se afastaria e isso era algo inimaginável. Preferia ter um centésimo de sua atenção, de seu afeto do que nunca mais vê-lo, do que ser rejeitado.

O príncipe de Asgard estava estranhamente silencioso naquele dia. Sempre tivera sido tão espirituoso, bem humorado...mas ultimamente estava completamente sério, pensativo.

“Aos poucos se afastará, veja...já está começando.” concluiu tristemente Laufey enquanto paravam próximo de um pedra de gelo.

- Laufey, eu preciso falar. – disse Odin com uma voz um pouco falha – Peço que deixe-me falar até o fim antes de tomar qualquer decisão. Posso contar com isso, pela nossa amizade?

- Naturalmente que sim.

Os dois se olharam por poucos instantes e por fim Odin disse:

- Quando nos conhecemos...eu...quando eu te vi, bem...Laufey, eu não sei o que aconteceu comigo. Eu não paro de pensar em você por nenhum segundo...e isso me consome. Eu não posso mais ficar indiferente com o que sinto. Sei que somos amigos e o respeito mesmo com todas as diferenças que os mundos insistem em nos apontar. Mas somos mais fortes que isso, certo? Laufey, eu...devo, eu tenho que dizer: te amo. – declarou ele, fechando os olhos e abaixando sua cabeça como se tivesse acabado de assumir o pior dos crimes.

Laufey mal conseguia respirar, sentia seu coração bater muito forte e uma lágrima quente correu lentamente por seu rosto. Tomou coragem suficiente para ir ao seu encontro e o abraçar.

Odin que não esperava tal ato, respondeu com outro abraço ainda mais forte. Laufey sorrindo e segurando levemente seu rosto, passou seus longos dedos por aqueles cabelos claros que tanto amava e se aproximou, beijando-o lentamente, com muito cuidado. Odin o puxou, deslizando suas mãos pelo corpo azulado e gelado, acariciando e o conhecendo aos poucos.

- E eu te amo, Odin de Asgard. Desde o momento que eu te vi, completamente perdido no meio do salão. Sagrado foi o instante em que eu decidi te seguir...- Laufey sorriu dizendo em seu ouvido.

Os dois os se encararam. Algo tão inesperado e maravilhoso havia acontecido. Agora eles tinham certeza disso. Odin sorrindo o puxou com mais força e o beijou até fazer cair na risada.

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Loki e Thor caminhavam pela floresta escura adentro.

- Temos que achá-los. Temos que encontrar com Laufey e o impedir de fazer o que está tentando fazer...- declarou o mais novo.

- E o que ele pretende?

- Algo horrível, Thor. E Mya soube disso...por isso morreu. O que aconteceu comigo, não foi algo natural, eu me tornar um gigante, assim...de repente.

- Você acredita estar enfeitiçado?

- Sim, faz todo o sentido agora. Como pude ser tão inocente?

- Você não poderia saber, Loki...tudo aconteceu tão rápido, você sempre teve esse receio desde quando descobriu sua origem.

- E é exatamente por isso que eu não deveria ter vindo....usou a minha fraqueza. Ele sabia que eu me afastaria, essa era a intenção desde o príncipio...nos afastar. Eu só não entendo o motivo de ter me tornado rei...

Neste instante os dois paralisaram com o som de uma risada quase metálica que cortava o silêncio violentamente. Thor segurou forte a mão de Loki e se agradeceu por não ter deixado sua mjolnir em casa, esta se encontrava na outra mão.

- Assassino...apareça. Isso é uma ordem! – esbravejou Loki.

- É o conselheiro de Laufey! – disse Thor.

- Os dois são inteligentes...em diferentes proporções, eu diria. Loki, tão esperto, sagaz...tomou de seu próprio veneno. Sim, você de fato foi enfeitiçado. Laufey sabia que você nunca lidaria bem com seu lado Jotun, vocês precisavam ser separados.

- APAREÇA AGORA! – gritou o mais velho agora sem paciência.

- Fico feliz que esteja aqui, filho de Odin. Você o lembra muito quando jovem...a mesma estupidez. Aliás, parece que estou vivendo os mesmos dias de muitos anos atrás. Laufey e Odin...bom, se eles nunca falaram sobre isso, não sou eu que trarei tal assunto à tona.

Thor e Loki se olharam por alguns segundos sem entender nada e então o segundo disse:

- Apareça, seu verme. O seu rei ordena.

A voz metálica sorriu mais uma vez antes de finalmente o conselheiro surgir rapidamente próximos deles, imenso e cruel.

- Você...terá o pior fim que pode imaginar. Como pode matar uma mãe? Como ousou ter me enfeitiçado?  – questionou Loki se aproximando com seu cetro.

O gigante sorriu de uma maneira que o deixou ainda mais monstruosa e respondeu secamente:

- Oh, sim. São méritos inteiramente meus...devo escolher qual me agradou mais? A bela gigante morta no corredor ou você sofrendo por causa de um simples feitiço? Sempre me disseram que era um dos mais inteligentes de Asgard...acho que o subestimaram...se fosse, saberia mais sobre o povo do qual faz parte!

Loki então num impulso foi para cima do imenso jotun, que rapidamente desviou e o golpeou nas costas, fazendo-o bater com toda a força num galho imenso que estava caído.

- Como ousa encostar um dedo no rei de Jotunheim? – questionou Thor que em um simples e certeiro movimento, lançou seu martelo em sua direção, fazendo-o partir em pedaços.

- Loki? Loki? Olha para mim...- disse desesperado se aproximando deste que estava agora recompondo do baque.

- Thor...temos que procurar Laufey – respondeu se levantando. Olhou com todo o desprezo para os restos mortais do conselheiro e com a ajuda de Thor, os dois continuaram o caminho.

Depois de alguns minutos caminhando lentamente, Loki se sentiu disposto novamente para andar sozinho. Viram a floresta sem vida acabar e à frente uma montanha que dava para um precipício surgir.

Laufey estava lá, olhando para baixo, como quem já esperava por aquele momento. Virando-se, olhou para os dois que agora o encaravam e disse:

- Parece que vocês fizeram o favor de me livrar daquele velho tolo. Já não era sem tempo, mas não agradecerei, não seria um Jotun se fizesse isso.

- E por falar em não ser Jotun...me diga: o que levou a fazer o que fez? – questionou Loki tomando a frente.

- Oh, meu caro. Não é óbvio? Eu quero meu poder de volta...a caixa Jotun. E para isso, preciso acabar com quem estiver no meu caminho. Seu pai está incluso nessa, Thor.

O mais velho fez o encarou e Laufey gargalhou. Loki então continuou:

- Você não fará nada. Nós somos reis agora, você não tem mais poder...

- De fato, mas tenho meus contatos...se tenho! Eu vou invadir e acabar com todos que estiveram contra Jotunheim! Vou mostrar o quanto somos superiores a todas as outras raças e que não precisamos de ninguém!!

- Laufey, já chega! Há tempos estamos em paz...muitos perderam suas vidas em guerras completamente desnecessárias! – declarou Thor parando ao lado do rei Jotun.

- A princesa de Asgard não gosta mais de lutar com seus inimigos? Alguns seres evoluem, então! Não conte com isso...quem começou com essa guerra foi seu pai, Thor.

- O quê? Do que você está falando?

- Sim, seu pai! Decepcionante, não? Pois é exatamente isso...invadir Jotunheim foi uma das primeiras coisas que ele fez após se tornar rei! Logo ele, sempre tão justo...tão bom!

- Cale-se, Laufey! Você não é digno de dizer o nome de nosso pai...- respondeu o loiro ameaçando-o.

Laufey gargalhou novamente e por fim encarou Loki e disse:

- Em algumas coisas somos idênticos. Mas você nunca poderia ser meu filho...você é ignorante, prepotente: estilo predominante em Asgard.

- Cale-se agora seu monstro horrendo. Criatura sem coração! – gritou Thor repetindo o mesmo movimento e jogando a mjolnir contra Laufey que desviou o lançou uma pedra na direção dos dois, atingindo parcialmente uma pedra gigantesca atrás deles.

Loki com um movimento rápido, correu de volta para a floresta, mas os outros dois acabaram sofrendo as consequências de seus golpes, já que a montanha agora parecia querer se partir com o peso da pedra que se partira e milhares de pedaços.

Sem ao menos conseguir pensar, Loki sentiu a geleira abaixo seus pés se partir e Thor e Laufey ficarem pendurados no segundo seguinte pela ponta de uma pedra que ainda não havia deslizado.

- LOKI! – Thor gritava enquanto tentava subir novamente à superfície, seu martelo havia caído no precipício junto com metade do local onde eles se encontravam antes.

O mais novo correu e o segurou forte pelos dois braços, puxando-o para cima. Laufey  encarava-os ainda pendurado próximo deles, com uma expressão completamente vazia.

Quando Thor voltou ao chão firme, Loki se aproximou e o olhou com desprezo.

- Não me olhe assim. Você quer que eu me arrependa das coisas que fiz, mas eu não posso...não poderia mais. Isso me foi tirado. Tudo podia ser tão diferente...mas não foi, não sei por quê por um instante isso passou por minha mente. – Laufey falou, com seus olhos vermelhos agora muito abertos.

- Você tinha razão quando disse que eu não poderia ser seu filho. Eu sou filho de Odin, e hoje você pagará por ter me abandonado. – Loki respondeu, levantando seu cajado e planejando seu movimento certeiro para terminar de derrubar o pedaço onde o ex-rei se encontrava.

- É compreensível. Se ainda tiver curiosidade, saiba com seu pai quem realmente abandonou quem. As coisas nem sempre são o que parecem, Loki. Você...mais do que ninguém já deveria saber disso.

Loki que ia fazer seu último movimento, mas desistiu no último instante.  Laufey percebeu isso, e percebeu também que Thor não seria tão misericordioso. Encarou então os dois por uma última vez antes de fechar muito bem os olhos e se soltar, deixando ser tomado pela escuridão que o aguardava.


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