Jody mal encostou na cama e já se levantou de novo.  

-Que péssima hora pra alguém estar perdido. – Ela resmungou, calçando os tênis que estavam na beira da cama. Seu livro teria que ficar para depois.

Ela desceu as escadas resmungando e bateu a porta de leve para não acordar ninguém. O jardim da casa já estava quase emergido no breu, mas nada que impedisse Jody de andar. Poderia seguia aquele caminho de olhos fechados.

Foram uns 3 ou 4 minutos até a fronteira da floresta e uns bons 20 minutos até chegar a clareira onde encontrava as pessoas perdidas. O caminho todo foi feito em silencio como sempre. Alguns bichos colocavam as cabeças para fora das arvores para ver quem passava, mas as recolhiam depois de perceber que era somente Jody.

Chegando perto da clareira, Jody escalou um árvore, chegando no topo em questão de segundos e observou a clareira em silencio.

O breu era quasa enlouquecedor, mas os olhos de Jody já eram treinados para o escuro.

Uma garota de casaco vermelho andava desesperada, tateando as árvores e chorando baixo. O pânico era claro em seu choro.

Jody armou seu melhor sorriso amigável e saltou, caindo em pé na frente da menina.

-Hey, hey, você. –Ela falou, depois esticou  mão para a garota, que tinha caído no chão com o susto. Ela hesitou, mas depois segurou a mão de Jody. –Está perdida?

Sua cabeça fez um movimento rápido de sim e ela se encolheu.

-Tem um homem. –A menina falou ofegante. –Ele quer me matar. Esse era o único lugar que dava para fugir.

Jody olhou fundo nos olhos da menina e depois sorriu mais ainda.

-Eu sei sair daqui. Me siga.