Venatus Hags escrita por Mayumi Kawakami


Capítulo 3
Proibição


Notas iniciais do capítulo

O-olá ^^' *leitores matam a autora* *revive* Pois é, um ano sem postar capítulos nisso. Estava sem inspiração ou ideias, além de não saber interpretar certos personagens. Mas agora planejo uma grande volta, com várias fic's e a finalização desta, o que está um pouco longe. Sim, eu bolei algum enredo para isso, então por mais que demore algo sempre estará sendo planejado. Aos antigos leitores desculpe-me, aos novos sejam muito bem-vindos. E boa leitura à ambos ♥



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Uma canção se ouvia. Uma linda voz ecoava entre as árvores do bosque e espantava todas as energias negativas. E agora as duas bruxas que vagavam pelo bosque a ouviam atenciosamente.

Ou’ri ji’geum’bu’tuh shi’jak’e’ya

Agora é o começo para nós

Ou’ril mo’eun’kkoom’e ha’na dwen e’got “to love”

Este lugar, onde os nossos maiores sonhos se tornarão um "para amar".

– Ouça Mari! E a Amy, certo?

– Correto. Ela realmente tem talento na voz.

A pequena se afastou um pouco da Mari e caminhou mais depressa, quase correndo.

“Forever, chase”

"Para sempre, caçada."

“Go! For the lost world”

"Vamos! Para o mundo perdido.”

Amy tinha acabado de cantar um dos trechos da sua canção mais famosa e Arme toda alegre veio pulando e abraçando a rosada. Logo atrás vinha Mari, com mais cuidado e calma, selando a entrada do abrigo para que ninguém as vissem.

– Amy! Quanto tempo eu não te vejo ou escuto! Porque você sempre demora tanto para vir nos visitar? – a roxinha fez um pequeno bico.

– Haha! A diva aqui sempre tem muitos compromissos. – arrumou os cabelos para dar uma ênfase na frase. – Aliás, eu vou passar um tempo por aqui e fazer um conserto, vocês terão a honra de ir!

– Concerto? Na cidade..? – Arme se afastou um pouco e ficou mais séria.

– Não se preocupe, eu prepararei um modo que ninguém perceba nossa presença mágica. Durante várias viagens que eu fiz alguns fãs meus me contaram sobre muita coisa! Mari, você ainda guarda aqueles braceletes com símbolos estranhos?

– Hum, acho que eles devem estar na minha mala... Esperem aqui, vou buscá-los. – E assim foi para mais fundo da caverna, onde elas guardavam suas coisas.

– Bem, Arme esses braceletes parecem ser muito poderosos! Você já ouviu falar sobre Cazeaje, a maior bruxa que já existiu nesse mundo, não? – Amy sentou em algo parecido como um travesseiro velho, para ficar ao lado da roxinha enquanto falava.

– Claro que sim! Muitos livros de magia negra a citam, mas ela desapareceu desse mundo faz séculos.

– Digamos que ela não desapareceu, e sim foi derrotada. – a baixinha fez um rosto surpreendido – Algumas histórias dizem que alguém da família Sieghart a derrotou e tentou selá-la em uma pedra. E com isso os deuses o concederam imortalidade.

– Imortalidade?! Mas isso é... Nem com magia podemos viver para sempre! – a garota estava completamente surpresa. Como alguém poderia derrotar Cazeaje? E começava a se lembrar de vários livros sobre a origem da magia negra – Mas acho que alguns livros diziam que algumas pedras guardavam um grande poder de anos atrás... – pensativa ficou sobre o assunto.

– Amy, esses são os braceletes de que você perguntou? – Mari voltou com quatro braceletes dourados, todos com detalhes e símbolos diferentes.

– Esses mesmo! Ah, estou feliz que você os guardou como eu pedi Mari! Venham aqui, eu preciso de ajuda para decifrar algumas coisas. – logo as três formaram um circulo em volta dos acessórios.

Os braceletes eram incrivelmente bonitos, dourados com bordas diferenciadas e soldados com muitos símbolos mágicos, a maioria de barreiras e “filtros de poder”. No centro havia dois círculos proporcionais, entre eles estavam escritos os quatro elementos da natureza do pentagrama, que estava no dentro dos círculos, e mais um nome que mudava a cada bracelete. O mais importante era a pedra no meio de todos os símbolos, fosca e escura, cada bracelete tinha uma cor: preto, roxo, vermelho e azul.

– Supostamente essa é uma parte da pedra que selou Cazeaje, e ouvi dizer que esses braceletes são tão poderosos que impedem uma bruxa comum de realizar magias, mas eu não sei de detalhes. – Amy fez um biquinho por não entender a maioria dos símbolos. Apesar de ser uma bruxa também, nunca se dedicou a isso ou teve muito interesse, pois sua vida era a música e apenas isso era de grande importância para ela. Pelo menos até agora.

– Então aquela teoria sua, você a confirmou? – Mari perguntou, como sempre, objetiva.

– Confirmar assim... Não, hehe. – e deu um sorriso para descontrair – Mas Arme, você que conhece mais os símbolos mágicos, não acha que ao usar o bracelete ele reduz ou até mesmo sela seus poderes temporariamente?

– Pela quantidade de símbolos de grande poder eu poderia dizer que ele bloqueia toda a magia do usuário... E como assim Mari, você já sabia tudo isso?

– Da ultima vez que a Amy nos visitou ela me contou sobre esses braceletes. Então achei melhor leva-los comigo, ao invés de ficar no porão daquela antiga casa.

– E você não me conta nada?! Você é sempre assim, Mari, malvada! – a roxinha estufou as bochechas e fechou a cara, tentando parecer irritada.

– Queria que a Amy confirmasse isso primeiro para lhe contar, ou do contrario você ia ficar pesquisando em livros por semanas. – ela se explicou e Arme pareceu aceitar.

– Hump! Mas o que me intriga é isso – apontou as letras que indicavam o significado da primeira ponta do pentagrama e as duas prestaram atenção – aqui deveria estar escrito o espirito que rege os quatro elementos da natureza, ou seja, quem selou Cazeaje na pedra ou fez o feitiço. Geralmente selamentos feitos com pentagramas são assim, mas parece que está escrito o nome de quem reside adormecido na pedra, pela posição dos símbolos, e não é Cazeaje nesses três braceletes. Apenas o bracelete com a pedra preta tem o nome Cazeaje.

– Eu acho que eu consigo decifrar essa pedra aqui. – falou Mari enquanto observava o bracelete com a pedra azul – Parece que está escrito... Elen.. não, Kamiki, provavelmente.

– Ah, eu acho que sei quem é essa garota! Se não me engano era uma das melhores subordinadas de Cazeaje, mas com tanta magia negra no seu coração ela se transformou em um demônio. – Amy contava.

– Amy, Cazeaje tinha mais subordinados importantes? – perguntou Arme.

– Hmmm, muitos seguiam as ordens delas por poder... Mas não sei de nenhum em especifico. – a rosada ficou seria e pensativa, coisa rara da parte dela.

– Ei, Mari, você reconhece algumas dessas letras? – a moça de olhos bicolores ajeitou os óculos e observou para onde a outra aprontava, balançado a cabeça negativamente em seguida.

– Acho que está na hora de testa-los não? – sugeriu a cantora – Arme, porque não os testa? Assim vocês poderão ir ao meu concerto na cidade sem problemas! Nossas auras estarão contidas e não poderemos conjurar nenhum feitiço que aponte uma suspeita sobre nós! – a garota estava realmente animada com essa ideia.

– Bem, então eu só vou o colocar e conjurar algo. – a bruxa pegou o bracelete de cor roxa e na intensão de coloca-lo uma luz dourada acendeu em volta dele, expandindo-o e se ajustando ao pulso da roxinha. Onde se via a abertura para colocar o acessório uma escrita em latim “Verdadeira determinação” apareceu, juntando as duas partes. - Mas... Mas... O que aconteceu aqui?! – gritou Arme perplexa – Como eu vou tirar isso agora?!

– Arme, você está bem!? Se sentindo estranha? - a azulada questionou surpresa, se aproximando preocupada.

– A-Arme, não se machucou, né? – com pequenas gotas nos olhos e a ponto de chorar, Amy perguntou.

– Não, eu estou bem, mas... Vou tentar conjurar uma bola de luz. – feito isso as duas se afastaram para Arme se concentrar. Levantou sua mão e logo um circulo magico apareceu acima dela e energias começaram a se juntar, – Luminarium – conjurou, mas logo em seguida uma esfera rosa cheia de símbolos envolveu a bruxa e com raios destruiu o circulo junto da esfera de luz. – AI!

– Arme!! – Mari e Amy gritaram em uníssono, indo socorrer a menor.

– Urgh, eu estou bem gente, porém aquele raio quase acerta minha mão!

– Acho melhor você usar magia por um tempo. – comentou a garota de olhos heterocromáticos.

– Não usar magia Mari? Mas eu sempre faço todas as minhas coisas com magia... – a pequena rapidamente ficou triste.

– Nyahh, Arme me desculpe, eu a fiz usar os braceletes! – a rosada abraçou Arme, com lagrimas nos olhos, estava quase chorando, mais triste do que a que estava proibida de usar magia.

– Ahhh, tudo bem Amy! – disse numa tentativa de acalmar a outra – De qualquer jeito eu vou poder ir ao seu concerto, mas você tem que nos ajudar a procurar uma solução!

– O-okay... – limpou as pequenas gotas nos olhos e ficou mais animada. Percebeu que os pequenos raios de sol iam iluminando a floresta e consequentemente a caverna também. Já estava amanhecendo – Mas já é tão cedo assim?

– Acho melhor você para a cidade Amy. – a mais responsável dali falou indo retirar a barreira da caverna.

– Meninas eu vou indo – e se levantou apressada – porque também o meu “eu” supostamente está dormindo e tenho de ir antes de ser acordada. Mas eu voltarei, beijinhos!

– Até Amy, e venha nos visitar logo! – acenou para a outra que ia correndo pela floresta.

– Acho melhor nos descansarmos por enquanto Arme. – a azulada foi guardar os braceletes restantes e pegar os lençóis para poderem dormir. – Será um dia duro hoje. – Suspirou.

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Um longo bocejo foi dado, diante da escuridão do céu estrelado. Nem os mais tímidos raios de sol haviam nascido e Ronan já estava a caminho do palácio dos Eryuell, tentando se manter acordado na carruagem, acompanhado por Harpe.

– Senhor, se não teve uma boa noite de sono deveria repousar enquanto não chegamos ao nosso destino... – o albino sugeriu a Ronan observando os olhos cansados do mesmo.

– Já lhe disse para não tratar com formalidade Harpe. – o outro se desculpou – E eu não me sinto muito bem com os outros se esforçando tanto para trabalhar enquanto eu estou aqui dormindo... – disse com sonolência e bocejou novamente.

– Mas não seria agradável o senhor aparecer com essa aparência para a família Eryuell, certo? – O cavaleiro pensou um pouco na situação e suas bochechas ficaram levemente rosadas. Um pequeno sorriso se abriu no rosto de Harpe – Eu lhe acordarei quando estivermos nos arredores do castelo.

– Obrigado Harpe, então vou descansar um pouco... – dito isso fechou os olhos, relaxou e só acordou quando um desjejum atrasado poderia ser servido.

Quando abriu os olhos azuis, viu a carruagem atravessando uma pequena ponte sobre um rio. E mais a frente se via um extenso jardim muito bem cuidado, com uma variedade de flores coloridas e árvores. Um colírio para os olhos, e Ronan se notou encantado pelo verde vivo que estava em um só lugar.

– Os Eryuell tem certa paixão pela flora, então tem orgulho de seu jardim diversificado. – comentou o outro presente na carruagem, também observando as flores.

Lentamente o ritmo da carruagem foi diminuindo, até parar em frente da entrada do palácio Eryuell. O coração do cavalheiro batia mais rápido e forte, ansioso pelo encontro. Como deveria se apresentar? Sobre quais assuntos falar? Será que Lire Eryuell gostaria dele? E com todas as duvidas pairando sobre a mente de Ronan, ele desceu da carruagem, notavelmente nervoso.

– Ronan, a família Eryuell está no momento no jardim e... Acho melhor você se acalmar, a tensão é claramente vista no senhor. – o albino apertou as costas do outro sem muita força, fazendo uma rápida massagem – Agora respire lentamente.

Dito isso o azulado foi acalmando seus pensamentos, respirando profundamente. Decidiu com mais calma como iria se apresentar e seu semblante sereno estava novamente em seu rosto.

– Obrigada Harpe, eu fico aliviado que você esteja aqui. – e deu um sorriso ao amigo.

– Então venha por aqui Ronan, eles devem estar à espera – começou a caminhar em uma trilha entre as árvores do jardim, o maior só o seguia observando as flores muito bem cuidadas.

Mais à frente avistou um espaço maior no jardim, quatro pessoas sentadas à mesa branca e larga, degustando de chá e bolos, apreciando a paisagem. Harpe chegou primeiro, anunciando a chegada do tão esperado visitante, Ronan Erudon. Todos se levantaram para cumprimentar o cavaleiro, e talvez futuro membro da família.

– Prazer em conhecê-los senhores Eryuell, sou Ronan Erudon, da França, e venho passar uma temporada aqui sob seus cuidados. – e se curvou em um gesto de respeito.

– Sr. Erudon seja muito bem-vindo! Sou Magna Eryuell, dono destas terras e um nobre comerciante. Espero que aproveite sua estadia aqui. – um homem que aparentava quarenta anos acabara de seu apresentar. Ele era alto e tinha cabelos louro escuros, em um tom muito bonito para Ronan. Seu rosto parecia avaliar o azulado, que ficava um pouco nervoso com isso, mas ignorava – Espero que seus pais venham no baile que marquei daqui a algumas semanas, temos muitos assuntos a tratar.

– É claro, minha família fica honrada em saber que nossa presença agrada aos Eryuell – o azulado manteve a calma e respondeu, não sabia de tal festa. Sua mãe provavelmente planejava discutir o noivado nesse baile, e nem citara nada ao filho.

– E essa é minha esposa, Astra Eryuell – a mulher ao lado dele se curvou, levemente levantando o vestido. Estava sempre com um pequeno e gracioso sorriso no rosto, e combinados com seus olhos verdes, tinham uma beleza admirável.

– Vamos Lire, não seja rude com o rapaz, apresente-se. – Astra dirigiu-se à filha, que veio lentamente na direção de Ronan.

– Prazer em conhecê-lo Ronan, sou Lire Eryuell. – sua voz era doce e firme, que naquele primeiro momento, o azulado ficou tão encantado que se assustou quando ela ergueu a mão direita e se curvou. – Espero que nos demos bem e se divirta nesse período. – ela abriu um sorriso resplandecente, sua serenidade de era inegável. O loiro de seus cabelos, com os olhos verdes contrastavam com sua pele branca e delicada.

– Encantado senhorita Eryuell – o rapaz pegou a mão da dama e a beijou, se curvando em um gesto para cumprimentá-la. E suas palavras não eram apenas por respeito.

– Após o desjejum, irei lhe apresentar seus aposentos e a casa. Gostaria de se juntar a nos e observar a paisagem? – perguntou a loira.

– Claro, eu realmente fiquei maravilhado com a diversidade de seu jardim. É um verdadeiro colírio para os olhos.

– Então vou pedir um assento para o senhor. – com um sorriso pequeno se retirou, indo falar com alguns mordomos.

Nesse intervalo, um rapaz pouco maior que o Erudon se aproximou, estendendo a mão para cumprimenta-lo.

– Sou Ladmir Eryuell, irmão mais velho da Lire, prazer. – o recém-conhecido encarava Ronan intensamente, mas não o avaliando como o pai da loira, ao contrário, o encarava com raiva e desgosto. Seria ele um irmão muito protetor? O Erudon esboçou um sorriso, ou pelo menos tentou, pois logo que o rapaz o cumprimentou foi embora mais rápido do que chegou.

– Sr. Erudon venha se sentar, gostaria de um bolo? - a irmã mais nova de Ladmir chegou perto da mesa e mostrou uma cadeira para o outro se sentar.

– Obrigado senhorita Lire e, por favor, me chame apenas de Ronan. Gostaria de apenas um chá. – o azulado se sentou e relaxou, observando o jardim. Algumas árvores eram bem altas, fazendo uma sombra leve sobre o local, em outras desabrochavam várias flores, sendo que com a brisa leve o farfalhar das folhas era ouvido e pétalas iam caindo suavemente. Olhou um pouco mais a volta e percebeu que em um local do jardim, mais afastado, as árvores e plantas pareciam menos cuidadas e um tanto desorganizadas.

– Senhorita Lire, aquela parte mais afastada é parte do jardim? – perguntou curioso à moça que havia acabado de servi-lhe o chá.

– Ah, aqueles territórios não são nossos, portanto não fazem parte do jardim. Apesar de ser uma densa e perigosa floresta, o senhor meu pai gosta de ir à caçada por aquela região. Tenho quase certeza de que alguns convidados virão aqui amanhã ou depois, para se hospedarem aos arredores, visando o baile, e vão aproveitar para caçar. – a de olhos verdes explicava.

Uma floresta densa e perigosa? Pensava o cavaleiro. Mal sabia das coisas que estavam por vir daquela floresta. Tomou um gole do chá relaxando e refletindo. Lire Eryuell era bonita e serena, e tinha passado uma boa impressão como Erudon. Achava que tinha começado sua temporada no palácio Eryuell bem, mas o vento estava agitado. Uma tempestade estava por vir.


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Notas finais do capítulo

Espero que a Amy não tenha ficado OOC, sinceramente, não sei fazer ela Y-Y E o trecho da música é o tema antigo do GC. Aumentei o número de palavras o/ Espero comentários sobre a fic, queria as opiniões dos leitores ^^



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