Fate escrita por NandaC


Capítulo 24
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Final!!



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FATE

CAPITULO 26

            A morena soltou um grunhido, parecia um rosnado gutural, só exprimia raiva e talvez frustração. Kuchiki Rukia, sim, ela fazia esse barulho assustador. Ichigo segurou a mão dela, Rukia a estapeou e berrou:

– Tire as mãos de mim! Seu canalha é tudo culpa sua.

– Amor, – Ichigo disse com calma massageando a mão no lugar avermelhado – Não foi culpa minha. Sabe que não foi culpa minha. Você sabe. Sabe que a culpa foi dela.

Rukia grunhiu de novo, ele tinha coragem de por a culpa nela?! Não era possível, ela direcionou os olhos para ele, viu tudo ali, refletido no castanho. Era a mais pura verdade, a culpa era dele.

Soltou mais um grunhido, desta vez tentando ao máximo manter a calma. Queria, naquele momento, apertar tanto o pescoço do ruivo, sentia as mãos coçarem. Outra onda de calor passou por ela, mais um dos sons guturais escapou de sua garganta. Ichigo tocou o ombro dela, era como tocar uma leoa prestes a atacar, ou tentar abraçar um guerreiro africano com uma lança, ou querer chegar perto de um maluco com uma metralhadora. Enfim, era perigoso. Rukia grunhiu mais uma vez, sinceramente, ele preferia estar usando mini saia do que estar ali, levando tapas e olhares mortais da esposa.

Tudo bem, em parte ela tinha razão, era culpa dele, mas, não necessariamente dele, e ela esteve bem á vontade até o momento em que chegaram ao fim de um certo período e ele decidira contar a verdade. A culpa, na verdade, era dela. Porque ela não quis aceitar de boa, então a forçou a fazer aquilo. Um grito soou pelo local, Ichigo sentiu um arrepio na espinha. Ferrou.

... Depois de um tempo, ouviu-se uma voz entre os sons de raiva da morena.

– Ele já está coroando. – A obstetra exclamou se elevando um pouco acima das pernas abertas de Rukia, ela gemeu.

            Ele, Kurosaki Ichigo estava prestes a ser pai. De gêmeos. Ambos meninos.

– Ichigooo... – A morena gemeu manhosa. – Me abraça por favooor!

            Ichigo obedeceu e segurou a morena, ela gemeu mais um pouco e então suspirou, de susto e alívio, ela se sentiu vazia. Os olhos de Ichigo brilharam ao ver as pequenas crianças ali, e queimaram ao ver a enfermeira leva-las para longe.

            A morena procurou o tempo todo com os olhos, estava exausta. Depois de uns pequenos minutos pousaram duas cabecinhas laranjadas acima de seus seios.

            Eles eram tão pequeninos que caberiam em metade dos braços do pai, tinham bastante cabelo, fios alaranjados e revoltos, finos e brilhantes como pequenos raios de sol. Eram réplicas de Ichigo, exceto pelos olhos, amendoados também, mas de um violeta intenso. Eram lindos. E toda a raiva ao saber o peso de Ichigo naquilo havia passado. Ichigo tocou as pequenas cabecinhas e olhou para Rukia, ela sorriu e o beijou.

– Eu te amo... – O ruivo disse o mesmo – E os nomes?

– O que acha de algo parecido com o meu nome? Afinal, são minhas réplicas...

– Calado, eles tem meus olhos. – As crianças soluçaram, um deles parecia ser um pouco maior. – O maior vai se chamar Ichiru... O que acha?

– É lindo... Ele nasceu primeiro, e é parecido com o meu nome.

– E o segundo? – Ela perguntou esperando um nome.

– Luka... Kurosaki Luka, Kurosaki Ichiru, Kurosaki Rukia e Kurosaki Ichigo. Somos perfeitos, não acha?

– Sim, perfeitos...

X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X-X

            Rukia e Ichigo se preparavam, cada um tinha uma criança no colo, era inverno, eles estavam praticamente sumindo entre os tecidos em que os enrolaram, era a hora de enfrentar o pior, certa pessoa que viajara para Ottawa à trabalho e que não sabia daquilo, simplesmente porque acharam melhor contar pessoalmente, afinal, ele voltaria em seis meses, mas a viagem durou doze, e os pequenos agora tinham quase três meses.

            Seria super legal sair de casa com tudo em ótimas condições e na volta encontrar os gemêos que agora são seus sobrinhos. Kuchiki Byakuya teria um ataque do coração, ah, se teria.

            Pensaram em escondê-los e conversarem com o moreno antes de mostrar as duas laranjinhas, mas acharam melhor uma abordagem direta.

            Ouviram o carro, passos até a porta, e então o moreno entrou pela porta, Rukia correu abraçar o irmão, deixando os dois pequenos nos braços de Ichigo. Ele retribiu largando a mala no chão. Rukia guiou, um pouco séria, o irmão até a poltrona, de frente para Ichigo com duas trouxinhas de anos nos braços.

– O que é isso, Kurosaki? – Ele perguntou sem desconfiança.

– Já vamos explicar... – Rukia soltou calma, sentou-se ao lado de Ichigo e apoiou a mão na perna deste. – Espero... Que você entenda que acidentes, mesmo que não acidentais, acontecem.

– O que foi? Está me deixando nervoso, Rukia. - Byakuya soltou um pouco nervoso.

– Não é nada ruim, acredite. – Soltou Ichigo olhando as trouxinhas.

– O que tem demais nesses panos enrolados. Vocês não cortaram mãos e enrolaram aí, não é mesmo? Não posso ser irmão de uma assassina. – Ele disse tentando se descontrair.

– São bebês! – A mulher disse alto não conseguindo enrolar mais.

– Rukia... Você não precisa trabalhar de babá, sabia. Temos dinheiro...

– Não são bebês de qualquer um! Pelo amor de Deus, ninguém teria filhos assim!

– Do que está falando, está começando a me assustar! – Byakuya levantou, Ichigo olhou para ele como se pedisse calma.

– Ichigo... – Rukia pegou uma das trouxinhas e junto de Ichigo abaixou levemente uma parte do tecido revelando as cabecinhas das crianças, cabecinhas laranjadas, levaram os dois até Byakuya, eles abriram os olhinhos para o moreno. Olhos roxos. Ele parou de respirar.

            Rukia continuou a segurar a criança mas tocou com as mãos os ombros de Byakuya. Ele olhou assustado.

 – Como foi que isso... aconteceu? Quando foi que isso aconteceu?! Porque não me disseram nada?! Kurosaki Ichigo eu vou te matar!!

– Errado – Rukia soltou – Você não vai matar o pai dos meus filhos. E sinceramente, você vai odiar Ichigo se souber como aconteceu, e quando, bom, há uns meses, na mesa de jantar. Me desculpe. Já trocamos ela, está limpinha.

– Na mesa de jantar? Puxa vida, Rukia! Na mesa de jantar!

– Em compensação eles são lindos... – disse Ichigo orgulhoso.

– Mas, Rukia, você disse que não pretendia engravidar, e... E...

– O Ichigo pode explicar essa! – Ela disse com um certo tom de crueldade para com ele, o ruivo suspirou.

            Era de tardezinha, na mansão Kuchiki, Rukia estava visivelmente cansada daquela discussão, aquela discussão:

– Rukia! Só falta esse item na minha listinha de sonhos de consumo.

– Olha Ichigo, eu adoraria, mas e o nii-sama? Sem contar que eu sou jovem e---

– Rukia... -  o ruivo soltou num tom sério que fez Rukia parar na hora – A única coisa que eu quero agora que eu já tenho você, que é o mais importante, é ter um filho com você.

– Eu também.

            Nisso Ichigo avançou nela como um leão na sua presa, tomou seus lábios com paixão, isso até ser empurrado por Rukia.

– Não agora, espere alguns meses, um ano talvez...

            Ichigo assentiu desapontado e nisso a vida seguiu, dois dias depois Rukia estava certa de que Ichigo tinha entendido, ela estava na cozinha, fazendo brigadeiro, o deixara pra esfriar e lambia a colher de pau que usara, apoiada na mesa de mogno. Ichigo chegou matreiro e sorrindo, mordeu e beliscou o pescoço dela.

– Ichigo, eu já disse---

            Ele tapou a boca dela com os próprios lábios. Mostrou a ela um pacotinho verde... Aconteceu.

Houve apenas um detalhe

O qual ela não percebeu

Para abrir o pacotinho verde

Ichigo o mordeu

Com vontade demais...

            Byakuya fuzilou ele com os olhos acinzentados.

– Você furou a camisinha de propósito?! – viu o ruivo assentir – Rukia, traga-me, por favor- uma faca, eu vou castrar esse maldito!

– Na verdade -  Rukia interrompeu quando Ichigo foi pra trás dela – não. – Ela sorriu para o irmão, esse se mostrou frio novamente,  a morena colocou as crianças no colo do maior, elas se agarraram ao tecido do terno e o olharam com os belos olhos, olhos que lembravam os de Hisana, assim como os de Rukia.

            A pequena agachou-se em frente ao irmão para olhar melhor os pequenos, Ichigo fez o mesmo, o moreno não resistiu, tocou primeiro Ichiru, esse o ignorou e se esticou para Ichigo, depois tocou Luka, o menor simplesmente se agarrou mais a Byakuya.

– Toda vez que estou com eles me lembro de Hisana, quando ela penteava meu cabelo tarde da noite porque eu não queria dormir. Ela sempre dizia que um dia eu teria uma menininha muito linda, e que eu teria que pentear os cabelos dela tarde da noite só porque ela não ia querer dormir. Ela estaria orgulhosa, não? Apesar de serem meninos, e de que eles simplesmente odeiam que tentem lhe arrumar as madeixas. – Ela riu.

– É... ela estaria orgulhosa. Eu também estou...

x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x- 3 anos depois –x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x

            Rukia estava sentada, conversando com Nell, Yoruichi, Matsumoto e Tatsuki. Ichigo tinha entre suas pernas abertas dois garotinhos sentados no chão. 3 anos e três meses desde que aqueles milagres aconteceram. Ishida, Renji, Grimmjow e Toushirou estavam abobados com as crianças. Renji e Ichigo acabaram se tornando amigos, ainda existia uma certa rivalidade, nada anormal. Grimmjow e Nell após se conhecerem já começaram a namorar, Matsumoto ainda curtia a vida e Yoruichi continuava com o namorado a longo prazo.

            Byakua se mantinha o mesmo, mas a paixão por Luka e Ichiru era o que o tornava tão carinhoso, Luka ainda era seu preferido.

            Quanto aos dois, Ichiru continuava maior, também era mau humorado, mas com o pai era todo meloso, Luka por outro lado era mais calmo e manhoso, adorava o Tio Bya e nunca desgrudava de Rukia.

            Simples assim, o destino deixou por um tempo a vida dessas pessoas sem mudanças drásticas, mas ele gosta de se divertir, então não deixaria tudo tão parado. O mais importante é que tinha unido duas peças as quais por muito tempo, por muitas vidas, tentara unir. Fizera gente chorar, tirara gente amada de pessoas que se tornaram frias, levou a vida de uma mãe apenas para que o curso se mudasse e o filho desta pudesse achá-la, mas ele continuava invicto, certo, e infalível, como só o destino pode ser. Mas as vidas tiradas não seriam em vão, ah não.

– Ichigo! – Rukia o chamou, o marido perguntou “o que foi?” de longe, ela respondeu casualmente – Estou meio gorda, não?

           

O ruivo simplesmente não entendeu.

– Na verdade, não é nada tão importante, só avisando: Estou grávida, e o nome dela vai ser Masaki Hisana, certo amor? Vou comer um bolo com as meninas e---

            Ichigo a abraçou, estava de joelhos e seus olhos lacrimejavam, beijou a barriga da mulher.

            Ah destino, sempre certo e infalível.


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Notas finais do capítulo

Agradeço a todos que acompanharam a fic e que mandaram reviews mesmo após minha mancadinhas básicas. Agora que acabou, eu vou ali [fazer uma sopa pá nois] comemorar!
Muito obrigado.