CAPITULO 18

Ichigo já saia com o carro, Nell tinha ficado no apartamento dele, antes ela lá do que ser mandado pro hospital pelo irmão de Rukia. Já parava em frente a casa branca e Rukia já entrava no carro. Trajava uma linda blusinha comprida lilás por cima de um shortinho branco, nos pés tinha um chinelo e carregava uma bolsa de tecido. Ela sorriu para ele e teve o gesto retribuído. Partiram em direção a casa do ruivo. O caminho foi silencioso, apesar da frequente troca de olhares, Ichigo se incomodou pela falta de um beijo, mas cobraria ele depois. Ele estacionou o carro na garagem e levou Rukia pela mão até a porta, após ele a abrir e antes de entrar Rukia o puchou para um beijo, ele estava perdendo, as iniciativas eram dela agora, o ruivo aprofundou o beijo a segurando pela cintura, simplesmente esquecendo a amiga que poderia estar ali, olhando tudo, mas se estivesse, importaria?

Não! Ele a puchou mais perto, se é que era possível, e afundou ainda mais a boca na dela, sentia aquele gosto único que o inebriava, Rukia abriu os olhos por um segundo vendo uma mulher de cabelos verdes olhando suavemente. Colocou as mãos espalmadas nos ombros de Ichigo e com uma força sobrehumana o tirou de perto dela, o jogando no chão.

– Ai cacete! Rukia, pirou de vez, é?!

– Olá – Disse Nell feliz. – Não se preocupe, eu não ligo pra pegação, o Itsugo já me aguentou muito segurando vela.

– Itsugo? – Rukia olhou para Ichigo com uma expressão de dúvida. O silêncio pairou por algum tempo e Nell percebeu o que Rukia quis dizer.

– Ah, não pense besteira! Eu e o Itsugo nunca tivemos nada! Nos conhecemos desde o jardim e eu batia nele. – Disse a última parte rindo e Rukia acompanhou.

– Apanhava, Ichigo? – Perguntou a baixinha rindo, o ruivo bufou e foi para a cozinha deixando as duas sozinhas. – Disse algo que não devia. – constatou deixando a bolsa numa mesinha.

– Deixa disso, o Itsugo que é sensível demais mesmo...

As garotas ainda trocaram algumas palavras antes de Ichigo chegar com uma bela salada de frutas. Serviu as garotas e depois a si mesmo se sentando ao lado de Rukia que assistia atentamente a TV. Nell trocava longos olhares de ‘faça alguma coisa!’ que enchiam cada vez mais a paciência dele, não demorou muito e como previsto, ele estourou.

– Bom, Nell, é hora de você ir, não? Te dei uns documentos e acho que você não os leu ainda.

– Que documentos? – Disse sem a mínima noção de estar sendo expulsa, até a ficha cair. – Ah, sim, documentos. Bom, foi legal estar com vocês, e com a salada de frutas do Itsugo, que sempre arrasou quarteirões, mas tenho que ir. Beijinhos!

A garota saiu rápido da casa, com medo de que Ichigo a empurrasse de lá. Rukia sorriu para a porta que fechava e em seguida para Ichigo.

– Bela casa... É a sua cara. – Ela olhou em volta.

­– Sempre me disseram que a casa é bonita demais para mim! – Riram, Ichigo teve uma pequena mas brilhante idéia. – Gosta de desenhar?

– Provavelmente não tão bem como você, mas adoro.

– Vem...

Ele simplesmente se levantou e foi andando para um outro quarto da casa. Rukia o seguiu e o viu entra num quarto grande, ele ligou a luz e ela voiu várias tela, um mesa com papeis, uma estante cheia de lápis e pincéis, o ruivo abriu a imensa cortina revelando a linda paisagem noturna e a frondosa árvore ainda lá. Ichigo pode ver de longe os olhos da morena brilhando, ela andou até o vidro e colocou de leve as mãos nele sorrindo. Ichigo logo pegou um papel e começou.

– Mas já? Estou em desvantagem! – Rukia correu pegar um lápis e um papel para desenhar. – O que esta desenhando?

– Não sei...

–Sabe... Isso não tem lógica. – Ela soltou antes de começar a rabiscar.

Se passaram um ou dois tempos de silêncio, nenhum dos dois tinha a menor vontade de parar, pairava a sensação gostosa de estar com alguém importante, mesmo que de um dos lados da equação ainda houvessem dúvidas e questões a serem respondidas, e também uma pergunta, uma pergunta que pairava na mente daquela moreninha, porque não tentar achar uma resposta?

– Ichigo?

– Sim...? – O garoto demorou a responder e olhá-la nos olhos.

– O que somos? – Foi objetivo, o sangue parecia correr de seus dedos, estavam frios.

– Humanos, eu acho.

– Não nesse sentido. Eu quis dizer. O que nós somos. Eu não sei... estamos juntos mas eu estou um tanto confusa e---

Ichigo colocou um dos dedos sobre os lábios rosados da morena. Se ajoelhou em frente à ela e lhe mostrou o desenho.

– Da próxima vez tente não ler minha mente, é chato. – No desenho tinham rosas por todos os lados e no centro um pedido “Quer ser minha namorada?” sobre uma mão que segurava um anel. – Eu só não tive tempo de arrumar um anel. Me diz que sim, por favor.

– Você é um idiota. – Disse sorrindo. – Como pode pensar que eu diria não? É claro que eu quero ser sua namorada!

Ichigo primeiramente deu um selinho nos lábios de Rukia e saiu a procura de algo. A garota ouviu alguns barulhos e depois passos rápidos até pararem mais uma vez ajoelhado em sua frente.

– Foi o que consegui. – Ele mostrou alguns anéis de chaveiros de tamanhos diferente, um maior outro menor, colocou um no dedo dela e pôs o seu próprio. – Eu arranjo anéis em breve.

– Não tem necessidade. São perfeitos. – Rukia o abraçou forte e logo estavam se beijando, de novo, era como magnetismo.

Rukia se encontrava sentada na mesa com Ichigo em sua frente, ouviram uma musiquinha ao longe que parecia um celular, ou melhor, era um celular. Rukia saiu do aperto do ruivo e correu para a sala, procurou algo dentro da bolsa e achou o celular.

– “Pode sair daí, estou em frente a casa do Kurosaki Ichigo.” – Rukia suspirou

– Já estou indo. 5 minutos, por favor.

Ichigo apareceu na porta da sala um tanto frustrado, Rukia lhe enviou u olhar que esclareceu tudo “Nii-sama chegou”. Ele pegou a bolsa dela e a entregou com delicadeza. Sussurrou em seu ouvido: “ Promete que volta?” ela respondeu “Prometo, mas porque está sussurrando?” “Não é seguro” apontou para a porta e ouviram o ronco leve do carro. Rukia lhe deu um beijo e saiu por aquela porta com Ichigo às suas costas, lançou um beijo e se foi. O ruivo suspirou.

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A garota admirava o ‘anel’ sentada na cama, o irmão estava ali deitado ao lado dela. Não poderia dizer que estava 100%. Estar com Ichigo era arriscado, a qualquer minuto ele poderia encontrar uma mulher e o que Rukia estava sentindo iria por água abaixo. Não queria que isso acontecesse, ela sabia que o amava, mas e ele? E se tudo aquilo fosse só um passatempo do rapaz? Pensativa deitou-se ao lado do irmão qua a envolveu com os braços e depositou um beijo na testa dela “Não fique tão preocupada.” Foi o que ela ouviu antes de cair nos braços de Morfeu.