CAPITULO 12

Matsumoto não acreditava no que estava acontecendo, sua melhor amiga terminara com o namorado ali, na frente dela, a culpa lhe subiu à cabeça.

– Desculpe!  - A loura se dependurou no pescoço da amiga com olhos marejados. A morena não entendeu. – Fui eu quem contei pra ele. – Rukia bufou e afastou a amiga.

– Como se fosse muito culpa sua... Você é idiota? Quem mentiu fui eu, você fez o que era certo, era injusto com ele, mas se é pra ser assim... – As amigas não entendiam.

– Sério que não vai correr atrás do gato do Renji? – Tatsuki soltou incrédula.

– Ele era ciúmento, e estavamos em maus lençóis, sempre estivemos, eu acho... Enfim, acham que eu, Kuchiki Rukia fico sozinha por muito tempo? Só se eu quiser. O que pode ser o caso...

– Tudo bem...  – Soltaram as três amigas em um tom um tanto desconfiado, viram a amiga pegar o celular. – Aonde vai, senhorita?

– Pra casa, tomar sorvete, não sou de ferro...

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            Ichigo tinha nas mãos uma mochila, apenas uma mochila com tudo que precisava dentro, a caminhada não o tinha cansado tanto quanto deveria, o caminho era íngrime e limpo, apenas com a vegetação rasteira a sua volta, logo estava ali na árvore, seus galhos curvos faziam com que suas folhas tocassem o chão contra o sentido do sol fazendo uma sombra aconchegante, Ichigo jogou a mochila num canto e se deitou ali, como era bom voltar, quando fechou os olhos o celular tocou, bufou a o atendeu.

– “Ichigo?” – A voz forte soou na linha.

– Rukia? – Ichigo se supreendeu.

– “Olha só, você sabe que sou eu. Aleluia! Então vai me levar amanhã?”

– Sim, fazer o que né... – Rukia engoliu em seco.

– “Quer conversar?” – Ichigo sorriu do outro lado da linha, mais uma vez ela roubava seu momento ‘Zen’ e ele aceitava na boa,não era todo mundo que saia vivo de algo assim.

– Vamos lá...

            Exatamente duas horas de telefonema foram completadas as quatro e meia, conversaram tanto que seus maxilares pediam folga, riam das besteiras um do outro e, apesar de brigarem a cada 5 ou 7 minutos, se entendiam e voltavam a rir de novo.

 Foi como passarem a tarde um ao lado do outro, ela ali, debaixo da árvore olhando os desenhos que ele fazia ao conversar com ela, e ele ali, sentado no sofá ao lado dela enquanto ela jogava algo no video game.

 Ichigo já tinha dito à ela sobre o logo, e a garota dava muitas idéias, mesmo que algumas não fossem boas e originais, entre os socos e chutes que podia ouví-la dar no video game, ouvia ela resmungar constantemente, e quando conseguia algo dava um belo grito de satisfação, Ichigo se matava de rir, por outro lado, a morena podia ouvir quando ele riscava forte o papel, não era tão difícil já que ele estava bem curvado sobre o caderno, podia ouví-lo resmungar se errava algo e também ouvia quando ele assinava um desenho terminado, parecia bem rápido.

– E seu namorado – disse Ichigo hesitante – está tudo bem? – porque ele entrara naquele assunto mesmo?

– “Não tenho mais namorado, terminamos hoje...” – a garota enfraqueceu um pouco a voz.

– Lamen---

– “Não lamente! Nem eu lamentei, eu fiz algo errado e sei que mereci...”

– Fez algo errado? – o ruivo deslizava sua mão rápida pelo papel, não sabia o que desenhava, a base apareceu e seria uma pessoa.

– “Menti, não disse a verdade para ele porque queria esconder ela de mim... Não ia dar certo mesmo, não depois do que aconteceu comigo...” – Ichigo arqueou as sombrancelhas e a ouviu sussurrar – “com a gente...”

            Tentou ignorar mas não conseguiu, eles tinham terminado por causa dele? Por causa do que aconteceu com ele e Rukia? Mas... O que tinha acontecido? Não tinha acontecido nada, não por falta de tentativas de Ichigo. Rukia sempre dava seu jeito de escapar depois que se entregava, talvez fosse tudo aquilo que ele via nos olhos dela toda vez que ficavam muito próximos, todo aquele sentimento que ela insistia em bloquear e ele em liberar. Suspirou e olhou o relógio e era tarde, ele chegara ali de manhã e já eram quase cinco horas.

– “Eu tenho que ir, e não se esqueça de passar aqui as 8 da manhã, só porque você é playboy não significa que tem que acordar tarde!” -  Os dois riram.

– Pra uma Patricinha, você é bem ativa... Não faz maratona no Shopping, mas anda de patins... – ouviu a garota rir e murmurar “Odeio shopping.” – Passo ai amanha ás 8.

– “Até mais, Ichigo.” – a voz estava suave, como seda.

– Até amanhã, Ru-ki-a – Ichigo murmurou rouco e devagar, então desligou o telefone com um suspiro.

            “Game Over” foi a única coisa que Rukia pode entender, tinha perdido, morreu no jogo por causa daquele idiota de cabelo laranja, aquele lindo idiota de cabelo laranja, iria se vingar, quando ele estivesse no auge, ela ia se vingar, desligou o video game e subiu para tomar um banho, depois recebeu as amigas em casa onde ficaram conversando e brincando até tarde da noite.

– Então, Kia. Se o tal Ichigo não é só seu motorista o que ele é? – Soltou abusada Yoruichi.

– Nada... – desviou o assunto – Querem sorvete?

– Tudo bem, sabemos que a Rukia não vai contar nada, vamos para casa, tenho treino amanhã... – Tatsuki disse se levantando. – Quando quiser compartilhar algo...

– Com certeza procuro um psicólogo! – Disse rukia irritando as amigas, que depois de fazerem uma guerra de travesseiros foram embora.

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            Ichigo estava apenas com um atoalha amarrada na cintura e olhava para o desenho que tinha no caderno, não estava completo, tinha um belo corpo feminino desenhado ali, e seu rosto era pequeno e perfeito, ele sabia quem tinha desenhado só pelos grandes olhos que fez, olhos que eram o ponto de tensão do desenho, não importava onde você quisesse prestar atenção, sempre olharia nos olhos. Pegou um lápis e continuou, tinha que se vestir, mas de que importava? Começou com o contorno um tanto infantil do rosto e realçou os lábios, depois foi para o cabelo, curto e repicado com uma mecha da franja que insistia em ficar entre os olhos. Continuou pelos ombros pequenos e assim por diante. Não tinha terminado ela, o corpo ainda não estava completo, então apenas a deixou ali, o cansaço o estava vencendo queria continuar aquele desenho até o último detalhe mas teve que por uma roupa e dormir, porque senão seria o playboy que chegaria tarde, riu.