Eu precisava cuidar dela. Então tratei de conseguir o telefone do ‘patrão’ do seu Raul, liguei e me fiz de ‘pai da Julie’ pedindo para passar uns tempos na sede da empresa em outro estado. Prontamente ele aceitou, disse que conversaríamos quando ‘eu’ chegasse na empresa.

Fiquei apreensivo, torcendo para o meu plano dar certo. Julie me olhava e ria baixinho. Em menos de uma hora o pai dela chegou em casa, me escondi no armário (6’) e fiquei ouvindo (tinha essa mania mesmo de quando eu era fantasma).

- Filha, aconteceu algo muito estranho hoje na empresa o.O meu chefe do nada falou que eu iria para Minas Gerais passar um tempo lá cuidando de tudo. Achei melhor não contrariar... então terei que ir, como vou fazer com vc? Do jeito que está, não conseguirá viajar... Vou deixar vc aqui e vou levar o Pedrinho. Pode pedir para a Bia ficar de olho em vc? Sabe que tá proibida de ver aquele rapaz, por tanto, nem ouse. Se eu ficar sabendo... bom, vou indo...

- Tchau pai, vou ficar bem – não é que o meu plano sem noção funcionou?

Fiquei preso lá no armário por algumas HORAS até Julie me chamar dizendo que o pai já tinha ido.

- Eu falei que daria certo – falei convencido

- Nem vc sabia que ia dar certo né kkkk – ela riu

- Na verdade não – sorri de canto

Agora tinha minha Julie só para mim, por um bom tempo. Eu poderia ficar de olho nela, e cuidar para Demétrius não fazer mal nenhum para meus dois amores.

- Julie... – cheguei perto dela, a abraçando – eu te amo, sabe?

- Nãão... – ela falou fazendo bico e voz manhosa

- Aah, mas agora vc sabe =)

A aconcheguei em meus braços, ela encostou a cabeça no meu peito... Queria que aquele momento durasse para sempre, eu estava construindo uma família, algo que nunca pensei que poderia ter... e eu lutaria por isso, com a minha vida se fosse preciso.

Que sentimento estranho é o amor, meu peito doída só de pensar que teria que deixá-la por alguns minutos que fosse, eu não conseguia ficar longe dela. Aqueles olhos me prendiam, me hipnotizavam... e quando menos esperava, eu estava viajando naquele olhar, sem me importar com nada em volta.

- Dan... acorda! – saí de meus pensamentos

- O que? Ah... desculpa, eu estava pensando em como seus olhos são tão encantadores... – corei

Ela não falou mais nada, apenas me beijou delicadamente.

Decidi que levaria minha linda para um passeio, ela precisava se distrair das coisas ruins que andam acontecendo. Peguei na mão dela e a arrastei pra fora, levei ela na sorveteria, fomos a praça, sentamos no balanço e ficamos namorando.

Como era bom estar com ela... realmente eu tenho sorte. De repente Julie olha pra mim com uma expressão que não consegui decifrar, ela se apoiou no meu braço e então vi que ela estava pálida.

- Julie o que foi? – perguntei preocupado

- ah.. dor... muita... – e desmaiou

A levei pra casa e liguei pra bia. Eu andava de um lado para o outro, suando frio, até quando Bia chegou escancarando a porta e falando atrapalhado.

- Julie, cadê, bebê, Daniel, hospital – a interrompi pois não estava entendendo nada o.O

- Bia, Bia, calma, me ajuda aqui, eu estou tão nervoso que não consigo nem raciocinar direito

Quando vi, Julie estava acordando, corri para a cama e sentei do seu lado. Segurei sua mão.

- Meu amor, que susto vc me deu... o que houve?

- Não sei... eu só... senti muita dor, e não vi mais nada depois disso...

Bia achou melhor levar Julie para o hospital – de novo, suspirei – afinal ela estava grávida e seria mais prudente deixá-la sob os cuidados de um médico.

Chegamos lá, e Julie foi rapidamente internada. Eu estava cansado, com dor de cabeça. Bia e eu ficamos esperando por noticias por volta de duas horas, quando a médica chamou pelos acompanhantes dela.

- Sou eu – respondi, pulando do sofá da sala de espera.

- E vc é...

- Daniel, o... bem... o namorado dela – pensei em dizer algo como marido, mas o.O era só um desejo ainda...

- Não tenho boas notícias.