No outro dia acordei cedo, bem disposto, afinal agora teria a vida que eu sempre sonhei, ao lado de Julie. Rolei pro lado dela, a acordando com vários beijinhos. Sonolenta, ela sorriu para mim.

- Bom dia Dan... – se espreguiçava

- Bom dia meu amor, te acordei pra avisar que vou tomar um sol na praia... estou muito branco – apontou para si mesmo – a tarde poderemos ir ao mercado se vc quiser J

- Tá bom... vc trás algo para a gente almoçar? – pediu

- Sim, o que vc quiser hehe

Então levantei e vesti uma bermuda – Daniel de bermuda? – sim, estranho né. Durante o caminho não pude deixar de notar olhares voltados para mim. Sorri convencido, fazendo pose.

POV autora

Enquanto isso, do lado de fora da casa, tinha alguém que estava os seguindo lá de campinas, e esperava o momento certo para dar o ‘bote’.

Na hora em que Daniel saiu, esse momento chegou – mais rápido do que eu imaginei – era o que alguém falava baixinho para si mesmo.

Aproximou-se da porta da sala, constatando que a mesma estava aberta. A empurrou e, sorrateiramente se arrastou pela casa e encontrou Julie distraída na cozinha, procurando algum tipo de louça qualquer para colocar à mesa para servir o almoço que Daniel traria mais tarde.

Julie remexeu no armário e tirou de lá dois pratos, os pegou e quando se virou, levou um susto tão grande que eles caíram de suas mãos, quebrando.

- Olá – sorria cinicamente

- O que vc tá fazendo aqui... quer dizer, como chegou aqui, não... como sabe onde estou?

- Eu disse que vc não se livraria de mim né Julie – disse com um sorrisinho nos lábios

-Nic...Nicolas? – Julie disse assustada

Ele simplesmente partiu pra cima dela, a golpeando no rosto, ela caiu de joelhos, sentindo o ardor em suas bochechas, levou a mão até onde o tapa acertou, se sentindo indefesa sem o seu amor... Daniel, onde ele estaria agora? Será que demoraria muito para voltar?

- Dan... – ela sussurrou baixinho, enquanto seus olhos embaçavam com as lagrimas.

Nicolas – esse cara não desiste – pegou Julie pelos braços e a jogou com força contra a parede, fazendo-a bater as costas e sentir um pouco de dor.

- Você nunca quis ser minha não é Julie? – ele sorria – pois agora vai ser, sem querer.

Bateu mais em Julie, a agarrou pelos cabelos e arrastou escada a cima, em direção ao quarto. Arrancou a blusinha que Julie usava, e também seu sutiã, deixando seus seios à mostra. Prendeu-a novamente contra a parede, e amarrou suas mãos atrás das costas com a blusinha que ela usava anteriormente. Ele batia muito nela, afinal ela estava indefesa. Só pensava em Daniel, onde ele estaria naquele momento.

Daniel estava sentado na areia, inquieto. Sua pele era tão branca que refletia o sol. Pensava em Julie – não consigo mesmo ficar um minuto sem ela – então decidiu que iria para casa, e traria ela junto, assim se sentiria melhor.

Caminhava rápido em direção à casa, parecia que sentia que algo não estava bem. Viu a porta da casa aberta, estranhou. Entrou rápido, porem silencioso. Ouviu barulhos no andar de cima – JULIE! – sim, era ela.

POV Daniel

Corri escada a cima, ouvia gemidos, o que estava acontecendo? Cheguei na porta do quarto, trancada. Arrebentei com um chute, já pensando besteiras. Encarei Nicolas em cima da minha cama, com a... Julie! Meu sangue ferveu, mas ferveu mais ainda quando vi que ela estava amarrada e indefesa, machucada. Minha intenção era de ralar a cara dele no asfalto, voei pra cima dele e o puxei de cima da minha mulher – sim, era assim que eu a considerava – o joguei no chão, montei em cima dele e comecei a lhe encher de socos, parecia que eu estava possuído pelo ódio. Soquei tanto a cara daquele desgraçado que ele chegou desmaiar.

Levantei de cima dele, abracei o corpo de Julie. Ela estava gelada, trêmula. Ela chorava baixinho.

- Meu amor, o que esse desgraçado fez com vc? – eu já tinha um nó na garganta de olhar para o meu amor naquele estado

- E...ele não teve tempo de... fazer muita coisa... – Julie me respondia fracamente.

- Ele te machucou meu amor... meu deus...

Então liguei para a policia – não sei se era o certo a se fazer – eles chegaram, contei a história e levaram o Nicolas algemado.

Levei Julie para o hospital, em momento algum saí de perto dela. No caminho ela desmaiou, estava fraca demais. Levaram ela para fazer alguns exames, então tive que esperar do lado de fora.

Vi a médica vindo ao longe, corri para o seu lado.

- Doutora, como está a Juliana Spinelli?

- Os dois estão bem – ela respondeu, tranquilamente com um sorriso no rosto

Fiquei feliz com aquela resposta, Julie estava bem... mas espera, dois? Será que aquele cretino tinha sido encaminhado pra cá também e – infelizmente – estaria bem?