A semana passou rápido, já era sexta feira, no dia seguinte seria o natal, os pais de Hermione não mandaram mais nenhuma carta ou seja, passaria o natal em Hogwarts. A semana foi tranquila, sem Ron e sem Draco.

No dia anterior todos haviam saído para comprar os presentes de natal, Hermione pensou em comprar algo para Ron, mas resolveu deixar pra lá, comprou artigos de quadribol para Harry, alguns acessórios para Gina, e coisas assim para seus outros colegas. Comprou também presentes para mandar para seus pais.

- Devo comprar um presente pra ele? – a garota sussurrou baixo demais para si mesma.

Não, não devo. – completou por pensamento.

[...]

- ... e espero que, para aqueles irão para casa no natal, tenham boas festas! – Dumbledore terminou seu discurso.

Hermione se despediu de Ron, Harry e Gina e voltou para o Salão Comunal, Harry iria para a casa dos Weasley no natal.

- Mione, tem certeza que não quer ir para nossa casa? – Gina perguntou.

- Não, obrigada Gina, está tudo bem – Hermione sorriu.

A morena voltava para a torre da Grifinória com seus presentes em mãos, ganhou um livro de Harry com vários doces da dedosdemel e de Gina ganhou um cachecol rosa bonito, não tinha visto o de seus outros colegas ainda, veria depois.

- Ei... – ele ouviu a voz fria e arrastada atrás dela, Malfoy.

- Olá Malfoy.

- Tudo bem?

- Sim, por que?

- Hã, por nada... Vai ficar aqui no natal?

- Infelizmente... Mas e você?

- Também.

Legal... além de ficar aqui no natal, Malfoy vai ficar também, wow, realmente ótimo.

- Bom, eu vou subir, isso aqui tá pesado – a garota mostrou os presentes – e é melhor eu guardar.

- Tá bom... Nos vemos depois?

- Provavelmente, já que não tem quase ninguém aqui no castelo – Hermione franziu a testa.

[...]

Draco voltou ao Salão Comunal, Blaise já havia ido para casa, convidou-o para ir junto mas o loiro negou. Bem, pelo menos Hermione estaria lá com ele certo?

Não! Errado! O que tá dando em você Draco?

Ele se segurou para não dormir chorando na noite anterior, sua mãe o preocupava, ele esperava que ela ficasse bem e esperava que ele ficasse bem para poder cuidar de Narcisa.

Draco segurou o colar onde estava gravado seu nome num medalhão pequeno, ganhara de sua mãe. Quanto a seu pai, ele o amava também, mas sua obcessão pelo Lord das Trevas irritava e assustava Draco. O garoto nunca havia visto o pai ser submisso a ninguém exceto a Voldemort.

 [...]

Mais um discurso de Dumbledore, sobre o natal, estavam todos sentados a mesa, os professores, o diretor e os alunos. O almoço foi calmo, o jantar provavelmente seria mais animado, ou não.

Hermione pediu licença e saiu do Salão Principal, não estava em clima, estava cansada demais nos últimos dias, sentiu passos atrás de si, correndo para alcançá-la, não precisou pensar muito, era Draco.

- Feliz natal Hermione – ele disse simplesmente olhando nos olhos dela.

- F-Feliz natal, Draco – ela respondeu gaguejando... mas porque gaguejou? Isso é só um feliz natal.

O loiro se aproximou, em seu olhar havia um misto de súplica, tristeza, preocupação e aquela velha vontade de beijá-la. Nos olhos de Hermione havia apenas confusão, cansaço e o mesmo desejo. Se beijaram, os lábios já se conheciam, quando se separaram os olhares se cruzaram apenas por meros segundos.

Quando Hermione pensou em falar alguma coisa, Draco fez o improvável, o que em sã consciência você nunca o veria fazer, talvez ele não estivesse em sã consciência... ele a abraçou, e as lágrimas caíram por seu rosto, afinal, pra que esconder se seus olhos já mostravam ele por dentro?

- O que aconteceu? – a voz de Hermione expressava preocupação.

- Tudo.

Draco contou a Hermione sobre Voldemort, sobre ele poder ser um futuro comensal, sobre sua mãe. E você deve estar se perguntando o porquê de ele ter contado, não é? Nem ele mesmo sabe.

Mas a resposta é simples, ele precisa dela, ele confia nela e não admite, não admite que talvez seu amigo Blaise tivesse razão quando disse que a serpente poderia se apaixonar pelo leão.