Ron sentia um misto de raiva e preocupação, raiva do Malfoy por estar perto de Hermione e preocupação com a mesma por ter saído correndo dali. Ron correu atrás dela, a garota entrou na Torre da Grifinória e ele tentou alcança-la só que a morena foi mais rápida e subiu até seu dormitório.

- Hermione! Volta aqui! – o ruivo gritava.

- Não! Vai embora Ronald! – ela gritou lá de cima.

- O que eu fiz? – o garoto perguntava indignado.

Não houve resposta, então Hermione de repente desceu as escadas vermelha de raiva.

- O QUE VOCÊ FEZ? – ela riu irônica – VOCÊ FOI UM IDIOTA! PRIMEIRO VOCÊ PASSA TODOS OS DIAS E HORAS COM AQUELA IDIOTA DA LILÁ! DEPOIS, FINGE QUE TUDO VOLTOU AO NORMAL E...

Ron não a deixou terminar.

- ENTÃO TUDO ISSO É CIÚMES?!

- NÃO! SEU IDIOTA! E DA PRÓXIMA VEZ QUE EU ESTIVER COM ALGUÉM NÃO FAÇA PRÉ - JULGAMENTOS!

- Então você está com o Malfoy? Ou melhor... você queria estar?!

- Não é da sua conta, Weasley!

Hermione subiu as escadas novamente, sem saber muito bem porque estava tão nervosa e brava.  Mas tudo veio em sua mente, Ron então achava que podia controlar a vida dela? Não, ele estava enganado.

Ela chorou mais, Parvati tentou tirar algo dela, mas Hermione foi seca e desviou o assunto.

[...]

O Weasley estragou tudo... Se ele não tivesse aparecido eu teria beijado a Hermione. Agora eu to aqui que nem um idiota parado e sem ter o que fazer, além de não saber o porque da Granger estar chorando.

Draco voltou ao seu Salão Comunal, não havia ninguém lá, todos provavelmente estavam em suas aulas, mas Draco estava em seu tempo livre, da aula de Trato das Criaturas Mágicas que seria junto com a Grifinória.

Pansy chegou ao lado de Draco sem que ele percebesse, ele se perguntava como ela conseguia essa proeza.

- Ei Draco... você anda tão distante meu bem.

- Eu não sou seu bem.

- Draquinho, não faz assim...

- Pansy, você não cansa né?

- Cansar?

Pansy conseguia tirar os últimos resquícios de paciência que lhe restavam. Ah, como ele queria que ela fosse embora dali e o deixasse pensar em Hermione... não, Hermione não, apenas em seus joguinhos.

- Pansy, eu vou embora daqui, não me siga.

A garota assentiu de má vontade e se sentou no sofá frustrda, Draco saiu do Salão Comunal, viu Snape saindo de sua sala e resolveu esperar ele passar para poder continuar seu caminho, não estava com paciência para o professor.

Quando estava no segundo andar, próximo a uma das salas vazias o loiro ouviu barulhos estranhos de dentro dela. Ele se aproximou lentamente e abriu a porta, então viu Hermione lá dentro fazendo feitiços e atirando-os contra a parede.

- Oi?

- Malfoy?

- Não, um clone dele... – Draco ironizou.

- Muito engraçado – a garota ironizou também.

- O que você tá fazendo?

- Não te interessa!

Draco responderia, mas ao olhar nos olhos da garota ele percebeu que ela não estava bem, ela sofria, e Draco sentiu algo ruim dentro de si o perceber isso. Ele se aproximou dela e fez o improvável, ele a abraçou e ela desabou a chorar.

- Ei, o que aconteceu?

- E-Eu... não sei, porque é tudo tão complicado?

Draco não pode responder, era a pior pessoa no mundo para dar conselhos, não sabia consolar ninguém então apenas continuou abraçando-a ainda mais forte.

- Por que  você tá me ajudando? – a garota o encarou com seus olhos amendoados.

- Eu não sei...

- Obrigada.

Draco ficou surpreso, mais do que esperava ficar, ali naquele momento ele não estava fazendo nenhum de seus jogos sentimentais, estava apenas suprindo sua necessidade de ajudá-la.

- Foi o Weasley?

Hermione assentiu com a cabeça.

- Ele... é um idiota, mas é meu amigo, por mais que seja um idiota!

- Eu vou lá acabar com ele... – Draco disse se levantando mas Hermione puxou seu braço.

- Não! Não adianta, eu tenho que resolver isso... fica aqui? – ela disse quase num sussurro.

E eles voltaram a se abraçar, depois de alguns minutos os olhares se encontraram de novo e ambos já sabiam o que fazer, o beijo foi calmo, Draco precisava fazê-la sentir-se melhor e Hermione precisava dos braços de Draco para chorar.

A tarde passou rápido...  e o que eles fizeram? Ficaram ali, calados, sem dizer nada, apenas ouvindo as respirações um do outro e tentando entender os sentimentos, o que era difícil, porque ambos não queriam gostar um do outro.

Eu gosto dele de novo?

Eu não posso gostar dela...