Me Apaixonei sem Querer escrita por Daniele Avlis


Capítulo 20
Chamando - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Capitulo dividido em duas partes
Parte 2 (Final do capitulo)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/2403/chapter/20

**

(Ano de 1979)

        

         O vento batia levemente numa cortina fina e delicada de uma janela num final de tarde. Ele adentrava sem pedir vasculhando estantes, objetos delicados, e ambientes entregue a um silêncio vazio e obtuso. Balançava as folhas dos livros e os cabelos de uma jovem que estava debruçada sobre grossos livros pesados. O emaranhado de cabelos se misturava aos livros e as penas de escrever. Em sua mão direita estava uma pena que mexia de quando em quando como se ainda continuasse a escrever.

         Uma mão delicada a tomou. A jovem estremeceu. Ela levantou a cabeça sonolenta ao se deparar com uma outra jovem a sua frente que esboçava um sorriso gentil.

         — Deve está bem cansada, não? – disse. A jovem olhou abobada para o lugar. Piscou os olhos algumas vezes.

         — O que acontece, Anita?

         — Você dormiu, Dorcas. – disse Anita recolhendo alguns livros. Dorcas se espreguiçou e bocejou.

         — Não consegui dormir a noite passada.

         — E quem conseguiu.

         — Tentei ler, mas não sou como você... – Anita sorriu.

         — E onde ficou aquela aposta de quando nós terminássemos os estudos em Hogwarts? Você não disse que iria passar a minha cota de livros já lidos? – Anita disse brincalhona e divertida. Dorca fez bico.

         — Mas são tantos... – ela derrubou a cabeça num baque surdo na mesa. Anita riu.

         — Mas dava para me passar sim. Mas você só tinha olhos para o Fábio Prewett quase ficou de ano, na época... – Anita piscou maliciosa para a irmã e riu em seguida quando Dorcas a olhou censurada.

         — E ainda diziam que a senhora inocente. Vejo que não! De inocente você não tem nada! – as duras riam.

         — Ele também está na ordem? – perguntou Anita se sentar à mesa defronte para Dorcas. Dorcas pegou a mão de Anita com carinho.

         — Sim. – disse esboçando um sorriso e corando. Anita sorriu. As duras ficaram assim por um longo tempo. Em silêncio, apenas escutando o vento bater na janela, calmamente. – Anita.

         — Sim.

         — Obrigada.

         — Pelo quê?

         — Por ser minha irmã.

         — Ora, pare de bobagem! – riu Anita constrangida. – E como vai o seu romance com ele?

         — Anita, pare com isso! – exclamou. – Somos... somos apenas amigos. – disse corando.

         — Aham, sei. – disse Anita rindo. – Eu quero um sobrinho.

         — ANITA!

         — Ta bom, ta bom. Já calei. – Dorcas olhou fechando a cara para a irmã, mas ainda assim suprimia um sorriso. – Uma sobrinha? – Dorcas lhe deu um tapa na mão. – AI! – exclamou ela. – Eu escolho o nome se for menina! Vai ser Annabela! – disse rindo ao se desviar de mais um tapa da irmã que agora, estava vermelha de tanto corar.

         — Por que Annabela? – quis saber Dorcas. Anita a olhou de rabo de olho num tom maroto.

         — Ahhh... então... – Anita fez gestos com as mãos num olhar malicioso.

         — Então nada! – berrou de um salto Dorcas. – Só estou perguntando, oras! Você sempre leva essas coisas para o outro lado.

         — Por que Annabela? Porque... era o nome da nossa mãe, não lembra? – Dorcas ficou em silêncio.

         — É claro que lembro... – as duas ficaram em silêncio por mais um tempo.

         — Já estamos em setenta e nove, daqui a pouco é ano novo.

         — O ano está passando rápido.

         — Você ainda está na ordem como espiã para os Comensais?

         — Sim. Mas não quero falar sobre isso.

         — Tome muito cuidado com eles.

         — Eu sei.

         — Você tem a marca?

         — Sim.

         — E é ruim?

         — Muito. Imagina que Milanet Dorant é um Comensal?

         — Como?!

         — É. Alguém que nós confiávamos passou para o outro lado, Anita. – Anita ficou abismada com a noticia.

         — Nossa! – disse ela chocada. – Nunca pesei que...

         — É. As pessoas mudam. – Anita olhou para a irmã.

         — Agüente firme. – pediu aflita. – Tenho medo que você passe para o outro lado de vez.

         — É o que Fábio sempre me diz. – Dorcas suspirou pesado.

         — Ele é uma boa pessoa.

         — Sim ele é...

         Anita ficou encarando a janela enquanto a tarde passava pela mesma.

         — Eu queria Arthur se fosse menino. – Dorcas não hesitou em jogar um livro na irmã que saiu gritando e berrando a fazendo rir.

         — Depois que você casou, você ficou muito atrevida!!

        

Alguns meses depois. (Ano de 1980)

 

         Um homem estava sentado numa mesa de madeira num ambiente mal iluminado pela lareira que estava ao lado. A frente dele havia vários pergaminhos abertos e alguns fechados. Duas penas escreviam rápidas e sem pausas em dois pergaminhos diferentes, por vezes, mergulhavam-se nos tinteiros abertos próximos e continuavam novamente enquanto ele lia um pergaminho longo que se estendia pela mesa.

         O homem era alto, cabelos negros que lhe caiam nos olhos delicadamente e olhos negros e expressivos. Trajava vestes leves de trouxas, como um casado desbotado azul de mangas longas e capuz que pendia nas costas e calça largas com vários bolsos, azul escuro. Um barulho de algo caindo no chão ecoou pela sala. Logo ele levantou a cabeça. Rapidamente ele se levantou pegando a varinha que estava em cima da mesa. Saiu da sala a passos rápidos e parou a uma porta fechada. Ele a empurrou.

         — Dorcas? – chamou. O quarto estava escuro e a única luz que se entrava era pela janela do quarto a um canto. – Lumus. – disse e a ponta da varinha dele se acendeu. Uma mulher estava a sua frente com a varinha em punho.

         — Estupefaça! – disse ela numa voz grave e ressonante apontando para ele. O homem foi jogado contra a parede com violência. A mulher avançou para ele a passos pesados. Ele a olhou enquanto pegava a varinha que havia caindo alguns metros de distância. Ela estava de olhos abertos, seus olhos castanhos eram opacos e sem brilho, o olhavam, mas pareciam que não o via. O homem arregalou os olhos. – Fábio Prewett. – soou a voz fria dela. Enquanto ela apontava a varinha ameaçadoramente para ele.

         — Voldemort. – disse o homem enquanto sentia a varinha pontiaguda encostar-se a seu pescoço o obrigando a se levantar. Ele obedeceu, mas escondeu que pegará a varinha a suas costas. – Hum... – a mulher sorriu desdenhosa de lado. – Eu já desconfiava. Vocês da Ordem estão em todas as partes. É... impressionante. Parecem pragas. – disse enquanto seus olhos opacos examinavam o homem, este ainda segurava firme a varinha atrás de si. Um choro alto de um bebê ecoou pelo quarto, a mulher rapidamente virou o rosto.

         — Estupore!! – urrou o homem apontando a varinha. A mulher foi jogada para dentro do quarto novamente e caiu pesadamente no chão. Fábio correu em sua direção. – Dorcas?! Dorcas?! – gritou ele enquanto a pegava em seus braços, desacordada. Ele pegou a varinha. – Ennervate. – alguns segundos depois ela acordou. Atordoada. – Calma, calma! – dizia ele quando ela fez menção de se levantar aos tropeços. Cambaleou para o lado levando a mão à cabeça. Ele a segurou pela cintura – Fique calma.

         — O que...? O que...?

         — Voldemort. – rapidamente Dorcas encarou Fábio, assombrada.

         — O quê?! – ofegou.

         — Ele usou a sua mente, Dorcas. – Dorcas se sentou devagarzinho na cama e olhou para o berço. O homem se agachou a sua frente e pegou em suas mãos. – Mais cedo ou mais tarde ele iria fazer isso. Ele pode controlar muitos com a marca e você a tem.

         — Ele... viu... você?

         — Viu. E escutou a Ann chorar. – A mulher chorou baixinho. Ele sentou-se na cama ao seu lado e abraçou.

         — Ele vai levá-la de mim. Vai levá-la!

         — Não, ele não vai levá-la, eu não vou deixar! – ele ficou em silêncio enquanto Dorcas se aninhava em seus braços. – Vamos ter que levá-la para Oliver, ele e sua irmã irão para França. Ela estará segura com eles lá.

         — Eu não vou agüentar me separar de minha filha. – sussurrou aos soluços.  Fábio se levantou e foi até um armário começou a catar algumas roupas. – O que vai fazer? – ela perguntou numa voz embargada.

         — Temos que sair daqui. Agora. – disse. Dorcas foi até a criança no berço e tirou a menina de lá a colocando na cama calmamente. – Vista-se. Vamos levá-la para sua irmã.

         Dorcas ainda soluçava baixinho e segurava firme a filha em seus braços. Estavam parados a frente de uma casa num bairro de Londres. Fábio estava batendo na porta quando um homem de cabelos castanhos e olhos verdes os atendeu.

         — Entrem. – disse e o casal entrou. – Meu Deus, Fábio o que faz aqui? – perguntou de esgoelar. Mas antes que Fábio respondesse Anita apareceu à porta da sala e rapidamente correu para a irmã que estava atrás de Fábio.

         — O que aconteceu? O que houve? – perguntou Anita assustada enquanto olhava para Dorcas que ainda chorava. Dorcas estendeu a filha para Anita que a pegou rapidamente. – Dorcas! Minha irmã, fale comigo!

         — Fique... fique com ela... fique com ela, Anita. Fique até que... Leve-a com você para a França... – dizia aos soluços Dorcas que ainda chorava muito. Fábio rapidamente foi acalmar a mulher.

         — O que está acontecendo Fábio? O que aconteceu com minha irmã?! – perguntou Anita numa voz alterada e olhando para Fábio que abraçava Dorcas.

         — Ele. Tomou a mente de Dorcas. – ele respondeu sem olhá-la. – Eu não sei o que vai acontecer. Mas ele já sabe sobre mim. – Anita olhou rapidamente para Oliver que balançou a cabeça negativamente. Dorcas abriu com um só gesto a porta da casa da irmã e se precipitou para fora sem dar ouvidos aos chamados dos outros. Fábio correu atrás dela. – Dorcas! Espere! – disse Fábio, mas Dorcas não quis ouvir e antes que ela aparatasse, ele a agarrou novamente. – Espere, por favor.

         — Ele vai tomá-la de nós, Fábio. Vai tomá-la de nós. A nossa filha...!

         — Ela vai ficar segura conosco, Dorcas. No momento não é seguro ela ficar com você. – disse sua irmã ao chegar perto deles. Dorcas olhou para a irmã enquanto ainda estava abraçada a Fábio. – Fábio, tome cuidado. – Fábio olhou rapidamente pra Dorcas, que arregalou os olhos. – Se ele tomou a mente de Dorcas, a qualquer momento, ela pode matá-lo.

         — Não vou deixar minha mulher sozinha!

         — Não estou pedindo que você deixe a minha irmã! Estou pedindo que tome cuidado. Não quero que você morra e deixe a minha irmã sozinha!

         — Eu ataquei você? – ofegou Dorcas. Ele não respondeu. Dorcas sentiu o coração pesar.

 

(Ano de 1981)

        

         — VEM, VEM! – berrava um homem para o outro que estava se levantando aos tropeços. Este caiu pesadamente no chão, agonizando. – Levanta! Urel!

         — Não dá! – disse Urel com uma voz embargada.

         — Vamos embora logo Fábio!! – berrou um outro que olhava desesperado para os lados.

         — Escute seu irmão, Fábio. Vão embora. Já deu pra mim! – Gideão pegou o irmão pelos braços e o arrastou. Os dois saíram correndo aos tropeços pelos barrancos da rua suja e fria. 

         — Estamos cercados! – gritou Fábio que corria pelas ruas cinzentas sob o véu negro da noite. O frio enregelante de inverno pairava sobre as casas e a neblina rondava ameaçadora pela rua. Os dois homens estavam com suas varinhas em punhos olhando de esgoelar para os lados.

         — Fábio. – disse Gideão Prewett ao lado do irmão. Fábio apenas resmungou. – Estamos perdidos.

         — NÃO, NÃO ESTAMOS!

         — FÁBIO, ENCARE OS FATOS! SÃO CINCO CONTRA DOIS!

         — CALA A BOCA GIDEÃO!

         Gideão correu os olhos pelas casas.

         — Eu... – balbuciou Fábio nervoso. – Esteja comigo agora, meu irmão. – Gideão olhou para Fábio. Este encarava a neblina hostil à frente. – Eu... ainda quero ver novamente a minha filha. – Gideão engoliu em seco. – Não, não pode ser agora. Ele matou a Dorcas, - Gideão viu os lábios do irmão estremecer. – não pode me matar. Não agora. – ele pareceu atordoado.

         — Ela está à salva, meu irmão. Está a salva. Está com Anita e Oliver Lorenz! Eles vão levá-la para França, lá é seguro! – Fábio apenas encarava a neblina. – Enquanto a ingrata da Valpany levou o meu embora.

         — Ninguém mandou você se apaixonar por uma Comensal! – resmungou Fábio exasperado. – Valpany Rivert. Os Rivert sempre foram um grande apoio para Voldemort.

         — Tentei fazer com que ela visse para o nosso lado! – ele disse de um modo desesperado.

         — Acho difícil. – bufou o irmão.

         — É, seu sei. E ela levou meu filho, o Thomas. – sua voz soou distante. Fábio olhou para o irmão. – Eu queria vê-lo de novo. Pela última vez...

 

***

         Pansy estava caminhando para ir a sua sala comunal da Sonserina. Passou por um corredor estreito e ao cruzá-lo escorregou em algo e quase caiu se escorando na parede.

         — Mas o que...? – fez ela se escorando. Um rastro de algum líquido se formou no chão. Ela observou atentamente. Abaixou-se e examinou o rastro. Passou o dedo levemente no mesmo e o levou até as vistas. – Humm... – fez ela com uma leve ruga. – Polisuco? Mas o que está fazendo isso aqui? – ela olhou em volta. Não era um corredor de dormitórios. Levantou-se ignorando o ocorrido. Seguiu em frente. Virou mais uns dois corredores e se deparou com o corredor improvisado dos alunos de Beauxbatons e mais a frente ficava o corredor de Durmstrang. Pansy parou olhando para o corredor deserto. Voltou para um corredor atrás e o ficou olhando ainda com uma leve ruga na testa. Levou a mão até os olhos e o ficou olhando. – Quem está usando Polisuco? – ela se perguntou. Encostou-se na parede ainda examinando o dedo que passará na poção. – Seja quem for é bastante descuidado... – ela ainda ficou ali, parada observando a mão e o silêncio tomava conta do lugar. De repente, como um estalo, uma lembrança lhe veio à mente:

         “Abrir os portões de Hogwarts?! Ficou maluco?!” a voz de Roland Welling ecoava em sua cabeça. Um brilho malicioso formou nos olhos da garota que saltou da parede e olhou para o corredor onde estava. Ela saiu correndo, voltando para o corredor onde escorregará na poção. Examinou o corredor. Foi mais adiante. Cruzou um corredor adjacente. Estava num dos corredores improvisados para os Aurores, ela viu dois deles cruzar o corredor mais adiante.

         — Eu sabia que Welling, mais cedo ou mais tarde, iria me dar uma mão. – disse ela maliciosa. Pansy olhou em volta. – Agora só falta descobrir qual dos quartos é o dele... – disse ela olhando para o corredor ladeado de portas. Caminhou apressadamente por ele. Um dos aurores estava saindo do quarto. – Com licença! – disse ela. O homem parou.

         — O que deseja? – perguntou.

         — Sabe onde fica o quarto do auror James Milian?

         — É aquele lá na ponta. – indicou o homem.

         — Obrigada! – agradeceu.

         — Para que quer saber? – disse o homem sorrateiramente.

         — Tenho um recado do Professor Dumbledore, para ele. – respondeu sem pestanejar. E ainda mostrou a insígnia de Monitor da Sonserina que carregava no peito.

         — Ok. – disse o homem olhando para o emblema de monitor e seguiu seu caminho sem perguntar mais nada. Pansy esperou que ele sumisse de vista. Caminhou apressadamente até a porta indicada.

         — Vamos ver se você é mesmo James Milian ou um Comensal da Morte disfarçado. – falava enquanto sacava a varinha. Respirou fundo. – Alorromora! – disse. A porta abriu. Em seguida riu ironicamente. – Isso é tão fácil. – ela adentrou sorrateiramente e fechou a porta em seguida espiando o lugar escuro tendo apenas um facho de luz que entrava pela fresta da porta. Com a varinha em punho ela esperou alguns segundos, atentamente, para verificar e ter certeza de que estava sozinha no quarto. – Lumus! – a ponta da varinha se acendeu mostrando um lugar amplo. Um quarto. Uma cama a um canto. Móveis. Uma mesa. E alguns pergaminhos sobre a mesma, um tinteiro e uma pena. Pansy, que ainda segurava firme e maçaneta, correu os olhos pelo lugar. Encostou o ouvido na porta. Silêncio. Afastou-se da mesma e olhou para o quarto. Levou a mão até as vistas como se verificasse do que estava procurando.

         Andou vagamente pelo lugar, examinando tudo atentamente. Abriu gavetas, baús, malas. Nada. Olhou numa estante. Vários livros. Saiu puxando um a um. Mordeu os lábios inferiores, apreensiva.

         — Droga... – bufou ela. Olhou para o quarto. – Onde você pode guardar o restante. Seu idiota. – murmurou aborrecida. Ela correu os olhos mais uma vez pelo lugar. Levantou a varinha para o alto e com um estalo. Uma névoa desceu do teto ao chão, no quarto. Banhando todos os móveis que estavam ali dentro. Pansy olhou atentamente um brilho se formou a um canto. Rapidamente ela correu e sem hesitar abriu a gaveta num gesto bruto a derrubando no chão. Sua face se iluminou excitante.

         Passos apressados ecoavam pelo corredor. Apressados e pesados. Rapidamente a porta foi aberta num estrondo e alguém entrou no quarto batendo a mesma de forma bruta. Um homem caminhava pesadamente no quarto. Ele esbarrou em alguns móveis. Ele arfava e cambaleava. Abriu uma gaveta de um móvel a um canto e uma sombra espantava de assombro passou por seu rosto. Ele deu dois passos para trás e seus olhos furtivos fitavam a gaveta vazia.

         — Está procurando por isso? – disse uma voz arrastada a um canto do quarto. O homem girou nos calcanhares. O quarto escuro. Ele sacou a varinha. – Expeliarmus! – o homem bateu pesadamente na estante derrubando alguns livros e sua varinha girou ferozmente no ar. – Accio Varinha! – e a varinha do homem correu na escuridão. – Lumus. – a voz soou grave e ponderada, a voz de uma mulher ou uma garota, ele não conseguia identificar. O homem viu um raio de luz se ascender dando a direção de onde se encontrava. Mas ele não conseguia ver seu rosto a varinha iluminada estava apontada para o rosto dele. Ele tentou colocar a mão a frente do rosto, mas não adiantou.

         — Quem é você? – perguntou o homem rapidamente.

         — Eu que perguntou: Quem é você? – disse calma e pausadamente. O homem não respondeu. – Seu nome é James Milian? – o homem estalou o maxilar. – Tem certeza disso?

         — Você é um auror? – ela riu abertamente. Mas não respondeu.

         — Ou posso chamá-lo de Albert Chamber? – o homem arregalou os olhos. – Não precisa ficar assustado. Eu vim ajudar. – Ela disse se aproximando a passos perigosos.

         — O que quer?

         — Nada. Por enquanto. – acrescentou ao parar de andar, mas ele ainda não conseguia ver quem é. – Será apenas uma troca de favores.

         — Um trato?

         — Exatamente.

         — Quem é você?

         — Isso não vem ao caso. – disse firme. – Eu vou lhe dar um pedaço de um pergaminho com algo anotado nele.

         — O que tenho que fazer?

         — Nada. Por enquanto. – repediu. – Mas em breve. Muito em breve. – O homem se levantou.

         — Você não me parece um auror e nem muito menos um Comensal. – Pansy ficou quieta.

         — Posso ser as duas coisas. – o homem se empertigou. – Aceita o trato ou não?

         — Depende. – disse ele coçando a garganta. Pansy espremeu os olhos, mas ele não conseguia vê-la. – Você nem muito menos sabe o que quero.

         — Os portões de Hogwarts abertos. – disse. O homem respirou fundo. – Não é isso?

         — Como sabe? – ele perguntou e um leve sorriso se formou em seu rosto. Estava querendo jogar com aquela pessoa. Pansy ficou o observando. Era alto, mas não era Albert Chambers, Pansy já o tinha vista uma vez, há muito tempo; ele estava como James Milian. James tinha cabelos claros e espetados um tanto bagunçados e olhos claros e singelos, porém havia um tom malicioso e misterioso por trás deles.

         — Isso não vem ao caso. – repetiu ela mais uma vez.

         — Digamos que seja isso. E como vai fazer?

         — Isso não lhe interessa. Mas presumo que o seu favor venha primeiro. Mas antes. – ela acrescentou. – Terei uma prova contra você, caso quebre o acordo.

         — E se alguém delatar sua ajuda.

         — Quem foi o inventou de uma maldição tão poderosa como Imperius... deveria ser bastante inteligente não?

         — Você parece ser muito espera.

         — Pareço, não. Sou. – disse. – Inteligente.

 

         Papoula Pomfrey estava verificando uma lista de seu armário. Verificava num relógio estranho cheio de ponteiros e números tortos de madeira, as horas se passando naquele dia. Ela guardou alguns objetos num armário, muito bem organizado, e caminhou até o leito de Malfoy. Curvou sobre o mesmo. Ela franziu o cenho por alguns instantes. E verificou mais atentamente. Rapidamente correu para a sua salinha, o som de objetos caindo no chão ecoou. Ela reapareceu com um objeto metálico. Colocou no peito do jovem e abaixou a cabeça para escutar num compartimento pequeno e de borracha. Ela soltou um grito agudo. Ela correu desesperada para fora da Ala.

         — Draco! – exclamou Ann de um salto ao sentar na cama levando a mão ao peito.

         — Ele ainda está na enfermaria. O que foi Ann? – perguntou Gina se sentando na cama com um livro nas mãos.

 

         Uma movimentação estava postada às portas da Ala-hospitalar. Já se passaram algumas horas adentro e Pomfrey estava numa conversa tensa com a professora Mcgonagall, Severo Snape e dois homens – que foram chamados as pressas –, estes pertencentes à família dos Malfoy já que Narcisa Malfoy não foi encontrada e Lúcio Malfoy se encontrava preso.

         Uma noticia fez baixar as bandeiras da Sonserina. Draco se fora. Algumas alunas da Sonserina choravam e se descabelavam a porta da Ala-hospitalar. Os alunos da Sonserina estavam de cabeça baixa. Ann e Gina passavam pelos corredores as pressas. Curiosas em saber o que aconteceu.

         — O que está acontecendo? Por que tem gente chorando? – perguntou Gina um passo atrás de Ann. A garota viu duas garotas da Sonserina chorando, rapidamente ela correu. – ANN!

         — Malfoy? – disse Samantha ao notar que o rapaz parou de andar. Os três estavam num corredor deserto. Murta olhou para Samantha sem entender. Draco levou a mão ao peito. – Malfoy?! – exclamou quando Draco caiu de joelhos no chão. Samantha ficou ao seu lado. – Malfoy? Está me ouvido? – ele olhou para ela.

         — Eu... Eu... – gaguejou ele. Samantha arregalou os olhos se levantando de um salto. – Murta. O livro... o livro está num criado mudo. Ao lado... da minha cama.

         — Murta! Ache agora o Thomas Rivert! Vá! – berrou. Murta não esperou e saiu flutuando rápido pelos corredores. Samantha se abaixou ao lado de Draco que ofegava. – Você não morreu ainda. Ainda tem uns minutos. Não podemos deixar que levem seu corpo do castelo. Vamos! – terminou ferozmente ao tentar levantá-lo. Eles saíram correndo pelo corredor.

         Ann chegou ao corredor da Ala-hospitalar. A boca estava seca o coração ia à garganta. Gina parou derrapando ao seu lado ainda sem entender o que estava acontecendo. Ann engoliu em seco ao ver aquelas pessoas chorando estava rezando por dentro impedindo-se de imaginar o pior. Pansy apareceu a sua frente. A face pálida e igualmente assustada. As duas lutaram contra a aglomeração de alunos que se apinhavam ali, alguns curiosos e outros chorando aos berros, as duas abriram as portas da Ala hospitalar num estrondo. Pansy levou a mão ao rosto soltando um grito ensurdecedor. Ann ao seu lado, cambaleou para o lado se escorando num dos leitos vazios. Os professores correram para fechar as postas com um feitiço. Rapidamente Gina entrou e foi acalmar Ann.

         — Não podem entrar aqui! – ralhou Mcgonagall nervosa com as garotas. Mas elas não escutavam. Dois homens estavam, um de cada lado, do leito de Malfoy. Pomfrey veio em direção as duas.

         Ann encontrou os olhos de Pomfrey que devolveu num olhar triste que respondeu o que Ann mais temia.

         — A SENHORA DISSE QUE NÃO ACONTECERIA NADA DE MAL A ELE! DISSE QUE ELE FICARIA BEM! – Ann gritou em plenos pulmões em desespero para a enfermeira. Gina falava com Ann, mas ela não escutava.

         — Ann, calma! – dizia Gina sem sucesso. Pansy se levantou e foi segurada pela Professora Mcgonagall.

         — É TUDO CULPA SUA! SUA THERON, VOCÊ O MATOU. VOCÊ O MATOU! – Ann olhou para Pansy que gritava com ela estava lívida de raiva e igualmente desesperada como ela. Ann arregalou os olhos assombrada.

         — Não... não.... – ela balançava a cabeça freneticamente.

         — SIM, SIM! – berrou Pansy em plenos pulmões. – SE ELE NÃO TIVESSE CONHECIDO VOCÊ, NADA DISSO TERIA ACONTECIDO.

         — CALA A BOCA PARKINSON! – berrou Gina em plenos pulmões. Ann corria os olhos pelo local atordoada. – NINGUÉM TEM CULPA DE NADA AQUI! FOI UMA FATALIDADE!

         Pansy se desvencilhou dos braços da professora e andou a passos pesados em direção a Ann sacando a varinha. Ann fez o mesmo e Gina as suas costas sacou a sua. Mcgonagall sacou a varinha e fez um feitiço para separar as duas.

         — ACALMEM-SE VOCÊS! – berrou ela mais alto ainda. Pansy e Ann se fuzilaram com os olhos. Gina estava bufando de raiva. – A senhorita Weasley tem razão. Foi uma fatalidade. – ela olhou para Pomfrey. – Sirva algo para essas meninas. – disse ao se encaminhar para onde estava o corpo de Draco no leito.

         — Venham comigo. – disse Pomfrey gentilmente pegando nos ombros de Pansy, mas a garota recusou. A enfermeira desistiu. Olhou para onde e Gina e Ann estavam. Gina olhou pra a enfermeira e acenou dizendo que não precisava e Ann fitava o leito de Draco.

         Draco chegou ao corredor apinhado de gente ao lado de Samantha. Os dois se olharam por um instante e correndo pela aglomeração de alunos sem precisar esbarrar neles. Draco parou as portas fechadas e Samantha passou. Rapidamente ela voltou.

         — O que está fazendo? – perguntou exasperada.

         — As postas estão fechadas. – disse simplesmente encarando as mesmas. Samantha sabia que não era porque ele havia esquecido que era um fantasma e poderia passar, mas por medo de encarar o que estava ali dentro. Samantha respirou fundo.

         — Vou fazer você voltar nem que isso custe a minha existência. – disse ao pegar na mão dele. Draco hesitou.

         — Não. – disse. – Vamos esperar a Murta e o Tom. – disse ao se afastar da porta. Samantha o seguiu. Draco respirou fundo quando já estavam fora do corredor cheio de gente.

         Tom caminhava pelos corredores correndo, esbarrando em alguns alunos pelo caminho. Murta Que Geme já o havia encontrado e dado o recado e as noticias. O rapaz corria rápido desviando aqui e ali de alguns alunos. Chegaram às portas da sala de Monitoria Chefe e Tom não esperou nem para abri-la, arrombou a porta num chute se precipitando para dentro.

         — Sabe onde está?

         — Num criado mudo ao lado da cama! – respondeu rapidamente. Tom abriu a porta do quarto e rapidamente adentrou no mesmo chegou ao criado mudo pegando a gaveta e a jogando no chão. Só haviam papeis ali dentro. Ele olhou assombrado para Murta que devolveu num olhar de desespero.

         — Tem certeza que era aqui? – perguntou ofegante.

         — Sim. – respondeu ela numa voz tremula – Ele disse que estava aqui!

 

         Roland estava sentado numa cadeira à frente de uma mesa e sobre ela estava um livro aberto. Suas mãos estavam de dedos entrelaçados a frente de seu rosto ocultando seus lábios com os cotovelos apoiados na mesa. Ele fitava o livro aberto com as caligrafias estranhas e suas páginas amareladas. Numa sala vazia.

         — Malfoy, está me ouvido? – perguntou Welling.

         Draco franziu o cenho. Samantha o encarou.

         — O que foi? – perguntou.

         — Tem alguém me chamando! – Samantha arregalou os olhos. – Não, não é o além. – a garota fez uma cara interrogativa. Draco esperou alguns instantes. – É Rolando Welling.

         — Como?!

        

 

**********************************************************

N/A:

Bom, vocês podem não entender bem este capitulo, talvez sim, talvez não. Eu o achei muito rápido. Mas infelizmente não deu para encaixar mais coisas pelo simples fato de que eu vou ficar sem pc durante alguns dias, muito próximos, e não sei por quanto tempo. Então, antes que essa tragédia em minha vida aconteça, eu fiz o máximo possível para fazer esse capitulo e entregá-lo antes do acontecimento, pois se eu demorasse mais a fazê-lo, poderia ficar sem o pc e o capitulo só faltando um pouquinho para terminar não ser entregue a tempo. Assim poderei deixar a carroça do meu pc em paz para assinar contrato de: “Já era”. E partir para comprar outro o mais rápido possível para poder continuar a fic.

 

Sobre os acontecimentos do capitulo:

Ohh como eu queria ver a Ann e a Pansy num duelo >.

Mas acho que isso já ficou evidente que em breve essas duas vão se enfrentar!

E o trato de Pansy? Espertinha ela não?

Roland Welling é um mistério, e como eu já disse uma vez, até mesmo pra mim o.o”

Adorei a Murta no: “ — AAAIIIII LINDDOOO EU SABIA QUE UM DIA VOCÊ FICARIA DO MEU LADO POR TODA A ETERNIDADE!” xD

Segredos revelados não? Humm.... Os segredos da familia de Ann são complexos....

 

E Draco morreu mesmo???!!!

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!