Outro Conto Da Cinderela Moderna escrita por LuhJackson


Capítulo 15
Peter, Peter e... Derek?!


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, eu queria agradecer às seis pessoas maravilhosas que me mandaram reviews maravilhosos (os quais já estão todos respondidos!).
Segundo... um SUUUUUUUUUUUUUUUUPER obrigada para a pessoa que me deixou muuuuuuuuuito emocionada com a sua recomendação: Uzumaki May!!
Sério, eu quase chorei! Muito obrigada mesmo!
Enfim... Vamos à história!



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- Peter é filho do Julius. - Katie disse.

- E...? - Incenivei-a.

- E, por ser filho do Julius e ter menos de 18 anos, ele mora aqui. - Ela respondeu como se aquilo fosse óbvio.

Franzi as sobrancelhas e inclinei a cabeça um pouco para o lado, com uma cara de "O que?". Katie riu e, quando ia continuar, meu celular tocou.

- Só um minuto. - Disse para Katie e saí do cômodo. Me assutei ao ver quem era no identificador de chamadas. - Derek?

- Sentiu minha falta? - Ele perguntou brincalhão.

- Ah, claro! Muita! - Respondi sarcástica. "Se bem que não era taaaaaanto sarcasmo assim, né..." pensei. - Enfim... O que você quer?

- Nossa, é assim que você fala com o seu príncipe? - Ele fingiu estar ofendido.

- Ha ha ha! Muito engraçado! O problema é que você ligou na hora errada!

- Hora errada? Onde você está? Por que eu liguei para a sua casa e a sua mãe disse que você não estava e... - Ele hesitou. - Por que a sua mãe me perguntou se eu era seu namorado?

Meu queixo caiu. Até a minha própria mãe?! Esse mundo está perdido!

Eu poderia ter dito muitas coisas, do tipo: "Me desculpe, mas é que quando ela era criança a minha avó deixou ela bater com a cabeça!" ou até "Eu tenho certeza que ela não tinha a intenção... Ela é meio louca, sabe? Tivemos que interná-la no hospício da cidade uma centena de vezes!", mas não. Eu tinha que perguntar...

- O que você respondeu? - Eu queria parecer menos desesperada do que realmente estava, mas não consegui controlar meu tom de voz muito bem...

- Calma! Eu não respondi nada demais! - Ele respondeu e eu suspirei aliviáda, mas então ele continuou. - Só disse que estávamos completamente apaixonados.

- O que?! - Eu berrei. Acho que o Derek ficou surdo do outro lado da linha.

Katie apareceu na porta, com uma cara assustada.

- Você está bem? - Ela perguntou.

Levantei um dedo positivo para ela, mas ela só levantou uma sobrancelha, como quem diz: "Ah, tá, e eu sou o Papa!". Respirei fundo.

- Derek, me dá um minutinho, já falo com você. - Disse para ele, com uma calma fingida, mas não sei se ele ouviu, como já disse, acho que ele deve ter ficado surdo. Então me virei para Katie. - Depois eu te explico, mas, se você ouvir outro grito, o que eu tenho certeza que vai acontecer, não precisa vir aqui.

- Tem certeza? - Ela perguntou hesitante.

- Tenho. - Respondi, tentando controlar o acesso de raiva.Acho que Katie percebeu isso, porque ela só assentiu e voltou para dentro do quarto. Fechei os olhos, respirei fundo e tentei me acalmar.

Levei o celular ao ouvido novamente.

- Como você teve a coragem de fazer uma coisa daquelas?! - Berrei ao telefone.

- Ai! - Ouvi a voz de Derek do outro lado. - Calma, Cindy!

- Calma?! Como você quer que fique calma numa hora dessas?! - Não me pergunte como, mas eu consegui berrar ainda mais alto.

Nesse momento, o Sr. Lawrance/Alfred subiu as escadas e me lançou um olhar de: "Quem é o pobre coitado que vai estar morto amanhã?". Eu rolei os olhos e disse silenciosamente, somente movendo os lábios: "Depois explico.". Ele assentiu e desceu as escadas.

"Quer que a vizinhança toda escute seus gritos?!" - "Ah! É só nessas horas que você aparece mesmo, não é conciência?" - "Ora, me desculpe se você não precisou de mim até agora!" - "Mas eu não preciso de você, conciência!" - "Ah, eu sei que você precisa! Bom... Talvez você não precise, mas o Derek precisa de mim! E se você matá-lo? Não podemos ser presas com 16 anos! Eu sou muito jovem para ser presa!" - "Olha... Deixa comigo, ok?" - "Promete não matá-lo?" - "Não prometo nada!" - "Cindy..." - "Ok, ok... Eu prometo não matá-lo! Mas é só porque depois teríamos que arranjar outro príncipe e, com isso, perderíamos muito tempo! Feito?" - "Feito"

Acabada a discussão comigo mesma, contei até dez e voltei ao telefone.

- Derek...? - O chamei, com a voz um pouco mais calma.

- Sim...? - Ele respondeu hesitante. Ele deve ter pensado que eu gritaria com ele novamente. O que eu queria muito fazer...

- Eu. Vou. Te. Matar. - Respondi pausadamente.

- Primeiro me escuta! - Ele pediu.

- Estou ouvindo.

- Olha... - Ele parecia segurar o riso. Por que ele estava rindo se eu ia matá-lo? Garotos... - Você promete não me matar?

"Que maravilha! Outro que me pede para prometer não matar o Derek! Sendo que esse é o próprio Derek! Eles não confiam no meu auto-controle?" pensei.

- Ok... - Respondi de má vontade.

- "Ok" não é uma promessa... - Ele cantarolou. Esse garoto está querendo morrer.

- Certo. Eu prometo. - Respondi, já quase rangendo os dentes.

- Promete o que...? - Ele incentivou.

- Eu já disse que prometo! Quer falar logo? - Eu elevei a voz, mais um pouquinho e eu estaria gritando.

Ao invés de começar a falar, o garoto retardado com o qual eu estava falando, simplesmente, começou a rir! Rir! Por que ele estava rindo?

- Derek? - Eu o chamei. Ele não parou de rir. - Derek. - Elevei a voz, mas não adiantou. - Derek! - Gritei. Finalmente ele ouviu, porque parou de rir.

- Ah, certo...

Ele parecia quase... Envergonhado? Não, não poderia ser isso! Devia ser outra coisa! Derek envergonhado? Ha ha! Ele pigarreou e disse:

- Eu não falei aquilo para a sua mãe. - Ele falou tão docemente que ninguém pensaria que eu estava querendo matá-lo há alguns segundos atrás!

- Como é que é? - Perguntei completamente confusa e desconfiada.

Ele riu fraco (o que quase parecia um riso triste... Mas por que ele estaria triste?) e continuou:

- Eu só estava brincando.

- Só... Brincando...? - Perguntei lentamente.

- É... - Ele riu mais um pouco e, não me pergunte o porque, me acalmou.

- Então você... Não falou que era meu namorado para a minha mãe? - Eu perguntei ainda um pouco desconfiada, mas já aliviáda.

- Não, eu não falei nada disso para a sua mãe. - Ele confirmou paciente. - Mas ela perguntou mesmo se eu era seu namorado. - Nessa última frase ele parecia estar segurando o riso!

- Bem... - Eu fiquei SUPER envergonhada. Como a minha própria mãe pôde fazer isso comigo?! - Digamos que a minha mãe não seja muito... Normal. Mas o que você respondeu afinal? - Disse rapidamente a última frase. Se ele não tinha respondido "estamos completamente apaixonados"... Então o que ele respondeu?

- Fica tranquila! Eu não disse nada de mais! - Levantei uma sobrancelha. - E não precisa levantar essa sobrancelha, ok? Não foi nada mesmo!

- Como você sabe que eu levantei uma sobrancelha? Você por acaso é um vidente?! - Perguntei assustada.

- Talvez... - Ele respondeu e eu ri. - Brincadeira... É que eu te conheço. Eu sabia que você não acreditaria e levantaria uma sobrancelha.

- Nossa... Então você me conhece mesmo! Mas... O que você respondeu à minha mãe?! - Nervosa? Que nada! Nervosismo é para os fracos!

- Eu já disse: nada demais! Só disse que somos amigos. - Ele respondeu rindo. - E que eu sou seu parceiro de biologia. - Ele emendou e sua voz foi ficando um pouco mais séria. - E que nós temos um trabalho para fazer. O qual o prazo termina segunda-feira. Lembra? - Ele perguntou irônicamente. É claro que eu não lembrava!

- Ah... O trabalho... - Eu falei lentamente. - Me desculpa, me desculpa, me desculpa! - Disparei tudo num fôlego só. - Eu esqueci completamente! Foi mal! Eu...

- Cindy! - Ele me interrompeu.

- O que? - Perguntei inocentimente.

Espera um pouco... Há um segundo atrás era eu quem estava brava com ele, mas agora é ele quem está bravo comigo? Como nós conseguimos inverter uma situação tão rapidamente?

- Eu não estou bravo com você. - Ele respondeu.

Meu queixo caiu.

- N-não...? - Perguntei hesitante.

- Não. - Ele confirmou rindo, um riso doce... O riso mais lindo que... Epa! Foco, Cindy! Foco!

- Então... Quando podemos fazer o trabalho? - Perguntei, já mais aliviada.

- Amanhã. Que tal?

- Ótimo. Onde podemos fazer?

- Pode ser na minha casa?

Corei com aquilo. A casa dele? Eu nunca havia ido na casa dele. Ok, ok... Eu sei que só conheçia ele há pouco mais de uma semana, mas... Eu só conhecia a Katie há algumas horas e já ia dormir na casa dela! Eu sei... É diferente! O Derek é um garoto e... Bem... Meu pai diz para eu não confiar em garotos. Se é que você me entende? Mas... O Derek é diferente... Eu... Sinto isso. Tudo bem, isso foi muito clichê!

Ele deve ter percebi que eu não respondi de imediato e um silêncio desconfortável se instalou.

- Cindy... Tudo bem? - Ele perguntou um pouco desconfiado.

- Ahn? Ah! Claro, claro... Tudo certo... Eu só... - Hesitei.

- Você só...? - Ele incentivou.

- Eu... - Uma idéia me ocorreu e essa idéia me daria mais tempo para pensar. - Minha mãe! Eu tenho... Hã... Que perguntar para a minha mãe! É, eu tenho que ver com ela antes! - Suspirei silênciosamente. Ufa!

- Ah! Eu já perguntei para ela! - "Como é que é?!" pensei "E o meu plano vai por água abaixo!". - Quando eu liguei para a sua casa, eu aproveitei e perguntei para a sua mãe se você poderia ir à minha casa amanhã, para fazermos o trabalho de biologia!

"É... Agora lascou-se!" pensei.

- Bom... Então eu acho que... Tudo bem. - Respondi com certa dificuldade.

- Ótimo! Te espero amanhã, às dez horas! E não se preocupe com o endereço, eu já passei todos os detalhes para a sua mãe! - Ele respondeu alegre.

- Ah! Que... Bom! - Fingi animação. "Que maravilha!" pensei sarcástica.

- Tchau, Cindy! Até amanhã! - Ele se despediu.

- Até... - Respondi encerrando a chamada.

E aí você pensa: "Como você pode estar triste por ir na casa de um gato como o Derek?!"

Simples: meu pai. Ainda não entendeu? Ok... Vou explicar... Meu pai é o tipo de pai "super protetor" com a filha única. Eu sou, meio que... Deus do céu... A "princesinha" dele. Humilhante, não? Enfim... Acho que o meu pai não ia gostar da idéia da "princesinha" dele na casa de um garoto, mesmo que esse garoto seja só amigo dela!

Aí você fica mais confusa ainda e pergunta: "E a peça? Você vai ter que beijá-lo no final! Como seu pai reagiu com a noticia?"

Outra coisa simples: atuação. Acho que o meu pai pensa que o beijo será pura e simplesmente atuação. (O que, da minha parte pelo menos, não é muita verdade...). Resolvido!

- Cindy? - Katie me despertou dos meus devaneios.

- Sim?

- O que houve? - Ela conseguia se conter de tanta curiosidade. Tive que rir disso. Mas então uma coisa me ocorreu...

- Você estava escutando de trás da porta, não estava? - Perguntei estreitando os olhos.

- E-eu... N-não eu não... Ah... - Ela se enrolava nas palavras. Por fim, fechou os olhos, respirou fundo, abriu os olhos e respondeu. - Sim. Me desculpe, mas eu não resisti!

Comecei a rir e entrei no quarto. Sentei no pufe e disse à ela:

- Não posso te culpar... Eu teria feito a mesma coisa! - Então começamos a rir.

Ela me pediu para recontar toda a conversa, porque algumas partes tinham ficado meio abafadas por causa da grossura da porta e porque ela queria houvir a minha versão de tudo. Terminada a história, estreitei meus olhos para ela e disse:

- Você ainda me deve algumas respostas, Stra. Wayne!

Ela começou a rir, mas mesmo assim assentiu com a cabeça.

- O que você quer saber?

- O que acha? - Levantei uma sobrancelha. Ela parecia confusa, então rolei os olhos e continuei. - Peter!

- Ah! Ele... - Ela parecia um tantinho triste. Por que?

- Você disse que ele é filho do Julius e que tem menos de 18 anos, mas eu nem sei quem é Julius! - Relembrei-a, o que a fez rir fracamente, meio sem humor e finalmente responder.

- Meu pai tem, meio que, uma política com os empregados dele que moram aqui em casa: se a pessoa tem algum filho ou filha, com menos de 18 anos, essa pessoa pode trazer o filho para morar aqui com ela. Mas... - Ela abaixou a cabeça. - Quando esse filho completa 18 anos, ele tem que ir embora, vai para a faculdade e... Nunca mais volta. Bem... Alguns até vem visitar os pais de vez em quando, mas é muito raro isso acontecer, porque o meu pai não gosta muito dessas visitas.

- Então o Peter não é... - Hesitei. - Seu irmão?

Ela me olhou indignada e até um pouco corada. Era o que eu estava pensando?

- Não! Ele não é meu irmão! Não é nada meu!

- Mas poderia ser...

- O que você está insinuando? - Ela perguntou desconfiada.

Eu ri e respondi:

- Você gosta dele.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Esse capítulo ficou maiorzinho, né?
Será que eu mereço reviews, mesmo tento ficado mais de uma semana sem postar?
Beijinhos!! :D