Outro Conto Da Cinderela Moderna escrita por LuhJackson


Capítulo 11
Revelando alguns segredos (Parte II)


Notas iniciais do capítulo

Desculpe por ter demorado! Era para eu postar ontem, só que eu tive que reescrever esse capítulo, aí rolou alguns problemas e tal... Enfim... Espero que gostem do capítulo!
Beijinhos! :D



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Ela me olhou um pouco envergonhada e respondeu:

- Bem... Acho que sim...

- Como assim, você "acha que sim"? - Perguntei, já completamente confusa. "Ela é a Katie Campbell?!" pensei, pela centésima vez. - Você é a única herdeira de uma empresa multibilionária!

- Shh!! - Ela tampou minha boca com uma das mãos. - Quer que o bairro inteiro te ouça! - Ela falou em um tom mais baixo do que antes e tirando a mão da minha boca.

- Ah, certo, desculpe... Acho que você não gostaria de ser sequestrada no seu primeiro dia de aula, não é? - Eu disse sarcástica. Ela me olhou séria.

- Cindy, isso é sério. Eu só contei para você por que alguma coisa me diz que posso confiar em você.

- Como assim?

Eu estava mais perdida do que cego em tiroteio! Fala sério? A garota, que se dizia tímida e que poderia ser confundida com uma órfã facilmente, estava alí, me dizendo que tinha bilhões de dólares (com certeza mais) em sua conta bancária! Aquilo me pegou de surpresa! Mas o que mais me deixou confusa com aquilo era: por que ela só resolveu que contaria agora? Por que para mim? Por que não contou antes ou para outra pessoa?

"Eu só contei para você por que alguma coisa me diz que posso confiar em você." a frase dela ecoou em minha mente.

- Tudo bem, vou explicar, mas com uma condição: não conte para ninguém o que vou te contar, ok? - Eu assenti. Ela respirou fundo e começou. - No início eu até achava legal ter tantos amigos... Quer dizer... Para ficar rodeada de gente me paparicando e querendo ser meu amigo, era só eu falar algo como: "Oi, o meu nome é Katie Campbell e, a propósito, meu pai é dono das empresas Campbell!". - Ela riu, sem humor. - Mas, depois de um tempo, fui percebendo que todas as pessoas só se aproximavam de mim por interesse... - Uma lágrima começou a brotar no canto dos seus olhos, mas ela rápidamente a limpou. - Então... Há uns três anos atrás, eu pedi aos meus pais para mudarmos de cidade, pois eu já não aguentava mais toda aquela falsidade!

"Ela é a Katie Campbell!" Era só nisso que eu conseguia pensar, mas não deixava de prestar atenção na história dela.

- Eles aprovaram a idéia e nos mudamos de Miami para Nova York. Pedi para meus pais terem cuidado e não se exporem muito, já que os rostos deles apareciam muito em revistas e jornais. Ao contrário de mim, que sempre preferi ficar longe da mídia. Eles seguiram o meu conselho: só saíam para coisas realmente importantes, como jantares com sócios importantes e coisas do tipo! Mesmo assim, era difícil se esconder dos flashs das câmeras, porque, com uma foto, todos descobririam quem eu era e toda aquela "onda de falsidade" voltaria a atacar! Para mim era mais fácil... Como eu disse, sempre preferi ficar longe da mídia, ou seja, poucas pessoas sabiam que era eu filha do Sr. e da Sra. Campbell, só mesmo os mais próximos, como família e amigos super confiáveis... Enfim... Mesmo nos mudando repetidas vezes... Sempre tinha alguém que nos reconhecia. Foi assim em Nova York, Paris, Londres, Rio de Janeiro, Tokio... Em todos os lugares em que íamos, sempre tinha alguém que nos reconhecia e tínhamos que nos mudar... Novamente. 

- Espera aí! Vocês chegavam a mudar de continente só por causa de pessoas querendo ser suas amigas? Mesmo que fosse um pouco chato e incômodo... Se mudar por causa de pessoas falsas? - Perguntei, um pouco espantada. 

"Quem dera eu poder passar uma temporada em Paris!" pensei. "E ela e a família dela mudam de continente só com um estalar de dedos! Só por causa de 'pessoas falsas'! Eu posso estar julgando-a mal... Mas ela e a família se mudam por motivos fúteis!"

Tenho que admitir: eu estava completamente indignada por dentro! Talvez fosse inveja, não sei, mas a frase seguinte de Katie me fez mudar completamente de opinião.

- Você deve estar me achando uma garota super fútil, não é? - Ela me perguntou, com os olhos marejados e eu percebi que ela iria chorar a qualquer momento.

- Não, não é isso... - Eu tentei dizer, mas ela me cortou.

- Não vou te julgar por me imaginar dessa maneira... Eu mesma comecei a achar um pouco fútil esse lance de "viajar pelo mundo em busca de um lugar em que as pessoas queiram ser minhas amigas pelo o que eu sou"! - Ela riu, sem humor. - Nome um pouco grande, não é? - Eu consegui sorrir. Só ela sabia o que dizer para afastar, pelo menos por um certo tempo, o clima tenso que se instalava. Mas logo em seguida ela voltou a ficar com o semblante sério. - Eu só fiz o que fiz porque já não aguentava mais tudo aquilo! Você pode ver pelas minhas roupas: quem diz que eu sou filha de um bilionário? A única coisa que eu consegui dizer quando minha mãe me obrigou a usar uma roupa de marca pela primeira vez foi: "quem é essa patricinha e o que ela fez com a verdadeira Katie?".

- É... Você não tem mesmo jeito de quem tem uma bolsa de Louis Vuitton no guarda-roupas! - Nós rimos um pouco, como se fôssemos velhas amigas.

Finalemente paramos de rir, mas então me lembrei de uma coisa...

- Katie... Posso te perguntar uma coisa?

- Pode.

- Você disse que você e os pais passaram por vários lugares! Tipo... França, Inglaterra, Brasil, Japão... Mas isso tudo foi em três anos. Quanto... - Hesitei em perguntar. E se fosse um assunto que ela não quisesse tocar? Mas ela foi mais rápida do que eu, porque acho que ela já esperava que eu perguntasse isso.

- Quanto tempo em passo em cada lugar? - Eu assenti. - Bom... Os lugares que eu citei são só uma pequena parte de todos os lugares em que eu já morei! E o lugar que eu fiquei mais tempo... Foi em Londres. Nós ficamos lá por cinco meses.

- Cinco meses?! - Perguntei, completamente confusa e espantada.

- É... Cinco meses. - Ela respondeu de cabeça baixa. - Mas mesmo sendo um tempo muito curto para se morar em um lugar, esse foi o mês mais longo de toda a minha vida. - Ela finalmente levantou a cabeça e eu percebi que ela estava tentando segurar as lágrimas, mas algumas escapavam, meio que, "sem querer".

- Não chora! - Foi só o que eu consegui dizer. Passei da cadeira à sua frente para a cadeira ao seu lado e a abracei. - Não precisa mais falar nada se não quiser!

- Não, C-cindy, eu pr-preciso f-falar! - Ela tentava falar em meio aos soluços. Me levantei, fui até o balcão e pedi um copo com água e açúcar. Entreguei o copo a Katie e, depois de beber, repirar fundo e secar as lágrimas, ela continuou. - Nós só ficamos cinco meses em Londres por que lá tem um dos melhores hospitais de todo o mundo que é especializado no tratamento de câncer.

"Epa, para tudo! Câncer?! Como assim? A Katie tinha câncer? O que?! Agora eu estou mais perdida do que antes!" pensei.

- Katie... - Eu estava pasma. - Você... Você tem...

- Não. Eu não tenho câncer. - Ela me cortou. - Minha mãe tem. Ou, pelo menos, tinha...

- Nossa, que alívio! Eu achei que... - Parei de repente. Entendi o que ela queria dizer. A mãe dela "tinha" câncer. Mas isso não quer dizer que ela se recuperou. - Sua mãe... Ela... - Eu não conseguia terminar a frase.

- Sim. A minha mãe morreu de câncer.


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Notas finais do capítulo

E aí... Gostaram?
Estão com peninha da Katie?
Querem matar a Cindy por achar a Katie fútil?
O que acharam??
Por favor, eu preciso saber!!
Beijinhos e até o próximo capítulo!
:D



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