Meus pensamentos...

Fiquei muda. Aquele sorrisso era tão cativante, quente, lindo, angelical. Isso é irônico, irônico até demais. Somos seres que nunca conhecerão o paraíso, como eu poderia saber o que é angelical, se tudo o que eu vi se resumia a sangue e sofrimento?

Mas pensando melhor já vi esse sorrisso antes, não consigo lembrar aonde ou quando, porque isso me prende nesses pensamentos?

- Deve ser porque você ainda é humana.

Ótimo, uma conversa com minha outra personalidade.

[ Dupla personalidade: pode se conversar e discutir com sua outra personalidade. Parece que o tempo para, mas na verdade é uma dimensão em minha mente que faz o tempo passar mais rápido.]

- Você acredita nisso?

- Por que não acreditaria?

- Isso é ridículo.

- Por quê?

- Isso é impossível!- Gritei.

- Por quê?- Não consigo responder, esta preso em minha garganta e se recusa a sair.- Você acha isso. Por que mente para você mesma?

- Para sobreviver.

- Acredita mesmo em suas palavras?- Ela falava enquanto tombava a cabeça para o lado de forma infantil.- Você negou seus sentimentos dizendo que era para sobreviver. Você negou seu nome dizendo que não se importava.

- E não me importo!

- Vamos embora, isso já esta muito cansativo. Podemos conversar mais tarde.- Disse. Se virou. E desapareceu.

- E então? Vai me contar o que aconteceu com sua antiga colega de quarto?

Aquela voz me tirou do transe. Soltei um leve sorrisso, ri de mim mesma. Como posso ser tão ridícula? Respirei fundo e comecei a narrar os acontecimentos.

- Ela se chamava Lira Freid. Ela me viu uma noite.

- Na sua forma de caça?

- É, ela contou aos professores e estes contaram aos pais dela que por sua vez a colocaram em um sanatório. Nunca mais a vi.

- Entendo.

Andamos um pouco mais. Chegamos a cidade. Resolvemos correr por uma estrada. Avistamos uma casa.

- Bem, acho que aquela da para um gasto. Contei 5 almas e você?

- Também. Como você faz...?

Olhei em volta e ele sumira. Logo ouvi os gritos de dentro da casa. Era uma estrada vazia então fazer barulho não era tão ruim. Me aprocimei  da porta, ele a deixou aberta. Entrei.

- Belo trabalho.- Disse.

- Você acha? Mas nem se compara com o que você fez outra noite. Fiquei horando de receber um elogio vindo de você.

Essa cena, achei engraçada. Ele desceu do segundo andar com a cabeça de uma das pessoas da casa na mão. Sua forma de caça era algo assustadoramente bela.

[ Forma de caça: Assim que você faz um contrato você recebe uma segunda forma. A primeira forma: sua forma original, humana; A segunda forma: essa forma é o que te define como demônio, que pode variar de um vampiro até uma criatura de sua criação(estes tem preço mais alto), essa forma é conhecida entre contratantes como forma de caça.]