Um Dia Tudo Muda escrita por Niina Cullen


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Ooi... Eu demorei né? ):
Sorry...
Oooown... Ganhei Recomendações o/
Lucy Ferreira, Thais Vidolin e Alice!!!# Não há palavras para agradecer vocês... E eu estou definitivamente sem palavras, então vocês vão me desculpar rs. Obg mesmo por vocês estarem aqui *-*
Boa Leitura a TODAS...
PS: Não amei o Capítulo, simplesmente nem sabia que ia postar hoje, mas como acabei não indo trabalhar, deu tempo de dar continuidade. Comecei a digitar os primeiros parágrafos do Capítulo 19, mas também não tenho data prevista para nova postagem...



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Um Dia Tudo Muda

Capítulo 18


Na casa da família Cullen, na casa onde Edward nasceu e teve a infância mais repleta de pura felicidade, se encontrava agora em puro silêncio. O jardim antes sempre iluminado – com luzes saindo dos arbustos, de cima das poucas, mas espaçosas árvores – só se ouviam o chiar dos grilos, e nada mais...

Edward adentrava o imenso portão, tentando de alguma forma estacionar seus Volvo corretamente, pois as lágrimas que não haviam lhe deixado atrapalhavam a sua visão. Ele não queria que seus pais o vissem naquele estado lamentável; na verdade, ele não queria ter ido para lá, mas era o único lugar onde ele teria apoio. Não era o lugar onde ele precisava estar, mas era o lugar onde ele tinha que estar.

Ele conseguia se recordar da sua infância naquele jardim, conseguia se lembrar da felicidade que teve naquela casa. Ele conseguia se lembrar perfeitamente de quando teve que deixar aquela casa, para ingressar em uma faculdade fora de Nova York, conseguia se lembrar de que mesmo tendo a felicidade naquela casa, ele queria que ela se ampliasse para fora, em uma vida nova.

Uma vida nova.

Foi o que Edward, aos 26 anos, teve ao conhecer o amor da sua vida. Sempre soube, que desde aquela noite linda, no mesmo dia que tinha voltado para casa, depois de formado, e ter visto o lindo e belo rosto daquela mulher pela primeira vez, teve a certeza de que a sua felicidade se estendera, e ele a tinha encontrado, agora plena... Não faltava mais nada.

Ele não saíra da casa dos pais, só para encontrar a felicidade – ele já a tinha -; não saíra de casa para procurar o amor da sua vida. Queria um futuro para a sua vida, e quando voltou, encontrara o amor que nunca havia procurado; encontrara a felicidade que não lhe faltava. Mas agora, ali, hesitando em seu carro – para saber se devia mesmo entrar na casa de seus pais, ou simplesmente dar a volta, e sair por onde entrou – ele sabia que a felicidade lhe faltara, e ele, com uma angustia tremenda, não sabia se ela voltaria. Não sabia.

Será que simplesmente o sofrimento não podia vim, mas logo depois, ir embora?

Não, não seria tão fácil assim, não é?

Não. Se tiver uma pergunta para qual Edward sabia a resposta, era para essa. Não.

Edward tirou forças de se sabe lá onde para erguer o braço do lado do corpo, e tocar a campinha, e assim, Esme, que estava um pouco desatenta a tudo, simplesmente levantou do sofá onde se encontrava sentada, depois que seus dois filhos foram embora, e assim foi atender a porta.

Surpresa por ver o filho ali de novo, Esme só conseguiu notar o sofrimento visível na face do filho, o sofrimento que traspassava para as lágrimas que escorriam pelo canto do rosto dele. Ela só conseguiu caminhar alguns centímetros até ficar bem perto de Edward, e... Abraçá-lo. Na verdade, quem abraçou quem primeiro, foi o próprio Edward, o Edward que desde criança não queria se sujeitar a precisar disso, o mesmo Edward, que agora, precisava da mãe mais do que tudo, que precisava do amor da família, que ali, ele tinha certeza que teria.

Adentraram a casa ainda abraçados, o que fez Carlisle tirar os olhos do jornal – que com uma maldade explicita dizia: Será que a PODEROSA PROMOTORA Isabella Cullen SUPEROU a PERDA DA FILHA? – e jogá-lo em cima da mesinha de centro da sala, e olhar para a entrada.

Os três já estavam sentados, e em silêncio. Esme não sabia o que dizer para o filho, não podia dizer que tudo ficaria bem, essa frase tão simplória, já não fazia parte daquela família; Carlisle também não sabia o que dizer para o filho, e sentia, que assim que Edward estivesse pronto contaria o que ele e Esme julgavam saber.

Esme como mãe, não sabia como se encaixar aquilo tudo. Ela como mãe, nunca tinha perdido um filho, mas isso não a impossibilitava de viver o mesmo sofrimento que a nora vivia.

E assim, Edward sussurrou uma frase, que naquele momento poderia resumir muitas coisas:

– Acabou...

– Querido, não diga isso! – Esme falou, convicta da dor do filho por dizer aquela simples, mas dolorosa palavra. Um amor tão bonito, não podia simplesmente acabar assim, podia?

Edward contou tudo o que tinha acontecido naquela noite, depois que ele chegou em casa. Contou em uma forma de que o peso que carregava esvaísse, pois é o que ‘todos’ dizem, que não podemos guardar nada para gente, pois faz mal, mas ali, tendo contado tudo, fazia com que Edward percebesse a verdade que ele não queria que fosse real, a verdade que ele lutou para que não acontecesse, a verdade que ele sabia o tempo todo da existência dela, só não sabia que quando ela viesse, seria tão doloroso.

Aquilo tudo... Exatamente tudo, estava sendo a causa do fim de um relacionamento, de um amor tão puro e verdadeiro, de um amor visto como perfeito, mas nada na vida é perfeito, mas com o amor, podemos fazer com que a nossa vida seja perfeita. Edward e Bella conseguiram isso, até o momento drástico da vida deles. Ter perdido a filha, levou a perfeição de uma família. Levou o amor, e este, simplesmente não se podia ter a certeza se os tinha abandonado, simplesmente deixou de ser tão importante.

Edward havia se dado conta, de que sua luta, de que não ter desistido desde o primeiro momento que isso se deu válido, havia só prolongado a dor, havia só alimento esperanças vãs e dolorosos. Ele havia se dado conta, de que para Bella, o melhor era ele ir embora da vida dela, e assim se deu a decisão de Edward, ir embora, mas mesmo assim, não seria o suficiente.

– Edward, você não pode simplesmente desistir. – Alice disse entrando no escritório com uma fúria sem igual. Desde ontem, ali na casa dos pais, ela sabia que algo aconteceria, e agora, vindo depois de uma ligação desesperada da mãe, dizendo que Edward estava decidido a ir embora do país, ela teve essa confirmação.

Edward estava analisando as papeladas que eram relatadas semanalmente vindas da filial da Construtora Cullen em Londres, percebendo como o sol brilhava lá fora, fazendo com que nem parecesse que ontem uma chuva forte havia irrompido o céu com uma fúria, que ele tinha que admitir que não se igualava a da irmã.

Sim, Edward estava decidido a ir embora. De fato a dor, o vazio, iria com ele, mas ele precisava dar a chance que para ele, Bella precisava. Para ele, aquelas rejeições só diziam uma única coisa: Bella não o amava mais. E Edward continuaria nutrindo esse amor, que mesmo não sendo compartilhado, nunca o deixaria.

Ele duvidava do amor que jamais deixaria Bella. Jamais. Mas só ela para fazer com que Edward não pensasse isso. Só ela para fazer com que ele percebesse que ainda o amava com todas as forças

– Edward. Eu estou falando com você. – Edward se surpreendeu ao ver a irmã que antes estava na porta do escritório, e agora a pouco tinha tirado as papeladas da mão dele. – Seu destino será Londres? – Alice havia corrido os olhos nas letras miúdas que continham nas folhas.

Edward não respondeu nada, o que deixou Alice ainda mais irritada.

– Será que você pode parar com esse silêncio que só combinava com você aos cinco anos? – Alice fez uma pausa. – Espera. Isso nunca combinou com você.

Edward bufou pelo comentário de Alice. Ela nunca deixaria de ser a brincalhona da família, mas Edward já esperava a bronca por trás das frases bem pensadas de Alice.

– Sim Alice. Eu vou para Londres.

Alice tinha a certeza num ‘tom’ estranho de que um dia, Edward simplesmente desistiria.

– Você não pode fazer isso. – Ela sussurrou, vencida pelo estado de espírito do irmão.

– E você quer que eu faça o quê? – Edward perguntou num tom grosseiro. Ele queria que a irmã fosse capaz de dizer algo. Algo que fosse a solução, mas percebeu que ela não diria nada. – Eu não posso simplesmente continuar naquela casa, sabendo que...

Ele perdeu a voz, sentiu que elas começariam a embargar. Se sentiu fraco, sem forças para encarar a irmã que agora o abraçava.

Alice se viu, pelo o que se pode dizer pela primeira vez, sem saber o que falar; sem saber fazer com que as palavras de consolo saíssem de sua boca. Ela sabia que não era de consolo que Edward precisava, e sim... De Bella.

E assim, as horas se passaram. Eles ficaram conversando no escritório, mas nada que se dizia a respeito por trás de tanta dor.

Quando chegou a hora da partida precipitada de Edward, Alice e os pais se viram sem saber como impedi-lo de ir embora.

Alice, como a imperativa da família Cullen teve a ideia clichê que sempre vemos em novelas, filmes, mas nenhuma faria sentido naquele momento. Ela precisaria da cunhada ali, precisaria de sua amiga ali, e mais do que tudo, ela sabia que Edward esperava com que essa ideia não verbalizada de Alice, se tornasse real. Ele queria que Bella estivesse ali, que o impedisse de ir, que o fizesse acreditar no que nunca devia ter duvidado, no amor dela.

De repente ele se sentiu hesitante, e sabia que a confiança lhe abandonara. Diante da sala de embarque, depois de se despedir dos pais, da irmã e de Jasper, ele se via olhando para os lados, querendo que ela aparecesse. Mas as esperanças já haviam ido embora, não é? Por que querer correr atrás de algo, que não adentraria na realidade que sua vida se transformou?

Já dentro do avião que partiria para Londres, Edward percebeu que estaria deixando o amor da sua vida para trás, mas com ele foram as lembranças de uma vida feliz; com ele foi uma foto, que ele pegou da estante cheia de fotos da casa da mãe. Uma foto de sua pequena Elisa, a única que havia deixado ele, mas que as mesmo tempo estava ali presente.

Edward fechou os olhos, e sabia que a imagem do amor da sua vida viria como uma enxurrada, mas que não o levaria, pois ela não estava ali. Ele não queria uma foto dela, começaria uma nova vida, e sabia que onde quer que Elisa estivesse, ela estaria o observando e com um biquinho se formado nos lábios pequeninos: uma forma de dizer que não gostou de algo que o pai estivesse fazendo. E Edward sabia o que era isso: ter desistido.




Ela nunca soubera como era sofrer por alguém que não se podia ter mais.

De fato, Bella perdera sua pequena, mas agora, ela tinha que aprender a lidar com uma dor muita maior do que já julgara sentir. Uma dor sem precedentes, com uma totalidade enigmática... Sim, enigmática, pois ninguém nunca conseguiu de fato, descrever como e por que sofrer dói tanto. Alguns, simplesmente sofrem, e logo depois, ‘acham’ a solução para essa dor profunda, mas agora, uma dor, ela se torna enigmática quando a solução para ela, não existe.

Bella se encontrava agora, em seu quarto, tentando de alguma forma se abstrair do clarão que os raios de sol eram capazes de fazer – mesmo com a cortina cobrindo a parede de vidro.

Depois da noite chuvosa de ontem, o sol resolveu ser contra todas as razões meteorológicas, e agora brilhava lá fora, sem nenhuma nuvem para abstraí-lo.

Mesmo o dia estando tão lindo, não significava que a dor presente ali, naquela casa, se esvaísse.

As lágrimas dela já haviam secado, mas esta ainda sentia a umidade no travesseiro que continha o cheiro inebriante dele. Ele. Ela queria saber onde ele estava, mas não se julgava ter esse direito mais...

A noite de ontem, as palavras ditas... Tudo se resumia agora, em um pesar absoluto.

Bella sempre precisara de Edward, gritava de uma forma muda isso, mas parecia que tudo se fazia ‘mudo’ perante a tanto vazio e dor.

“...Eu não tinha forças para mais nada, e foi ai que percebi que você precisava de mim, e eu precisava me fortalecer por você. Só que você decidiu que... Que simplesmente não precisava de mim. Talvez, nunca tenha precisado.”

Essas foram às palavras de Edward, que tiveram um poder tão grande de destruir Bella por dentro, que ela definitivamente não sabia ainda como conseguia continuar viva. Talvez ela não estivesse.

Não tinha mais, não o tinha mais.

Ele se fortaleceu por ela, e ela, simplesmente fez o quê? O destratou, destratou e desprezou o amor que os consumia, que nunca a abandonou, mas agora, sozinha, ela sabia que o abandono se tornara palpável e dilacerante. Tornara-se algo real.

Por mais que as pessoas digam que consigam seguir sozinhas, elas estão enganadas. Ninguém consegue seguir por si próprio, e Bella tinha essa certeza, a certeza de que não conseguiria.

Todo mundo quer saber, que não está sozinho, que há alguém para lhe estender a mão quando precisar... Bella precisava de Edward como o ar para respirar... Pode parecer clichê, mas era a pura verdade. Todos precisamos de alguém.

E agora, ela se via sem esse alguém, sem esse alguém pra respirar... Sem vida, quando antes, já tinha julgado não tê-la mais.

Não adianta achar que já sofremos o suficiente, pois sempre haverá mais. Mas só houve mais, porque Bella permitira. Ela permitira que o vazio fosse capaz de tomar seu coração, que fosse capaz de fechá-lo para a vida que continuava.

Debaixo daqueles imensos edredons, num dia ensolarado lá fora – sentido falta do calor próprio que emanava do homem da sua vida; sentido falta da descarga elétrica que percorria seu corpo a cada toque ou aproximação dele, que era capaz de abstraí-la da realidade, de desconcertá-la literalmente –, Bella se sentia vazia, como nunca havia se sentido. Era um vazio diferente daquele que sentiu quando recebeu a notícia de que sua filha, de que sua pequena Elisa havia morrido. Era diferente, era discernível. O vazio era capaz de queimá-la por dentro, sem que ela sentisse os espasmos contínuos de alguém ‘desfalecendo’ nas chamas ardentes; era capaz de ser pior.

Um vazio que ela teve a capacidade de impedir que se instaurasse em seu coração, e que agora sim ela poderia dizer que não podia fazer nada para que ele não se apossasse do seu ser.

O amor àquela altura continuava invicto, mas sem nenhuma necessidade de ser usá-lo, pois o amor que unia Edward e Bella – o casal perfeito – era e sempre seria um só, só que com quem e onde ele havia se instaurado, não havia respostas. Ele, o amor, poderia voltar, mas quando ambos não desistissem do que desistiram.


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Notas finais do capítulo

Meninas... Esse último parágrafo assim... Como eu posso me redimir rsrs? Ficou sem nexo, mas é que eu queria postar logo, então... E eu nem pensei muito nas palavras. Não foi desleixo, é que eu não sabia mais onde a minha criatividade estava...
Até o Próximo Capítulo (:
PS²: Esse Capítulo tinha que ser assim, se por alguma eventualidade vocês não entenderam, não hesitem em me perguntar. Ficou sem muitas falas, espero que não me MATEM por causa disso, como o Capítulo - que eu não me lembro o número - que não teve nenhuma, que foi só uma explicação. Okey, exagerei rsrs!!! Beeijo!!! (: