Pov Edward

– Esme querida, - disse meu pai- não é melhor entrarmos primeiro?

E só agora nos damos conta que não tínhamos sequer cruzado a porta principal.

– Ohh.. que distração a minha... por favor meninas venham, vou mandar preparar os quartos acho que querem um banho e um pouco de descanso ....- minha mãe falava sem parar puxando as meninas e nós cinco íamos atrás.

– Mãe...só tem um probleminha – disse Emmet – elas não falam nossa língua .

– Não falam nossa língua? – perguntou surpresa – Quer dizer... nenhuma palavra?

–Nada mãe.- respondeu Jasper.

– Acredito que tenham sido criadas com a linguagem dos antigos maias - disse Carlisle. – Talvez Zafrina possa nos ajudar.

– Santa Sara mas o que estas pobres meninas passaram? – pôs as mãos no rosto em descrença – Bom Zafrina foi na casa dos Winsor, mas já deve estar de volta...Vamos meninas, vou lhes mostrar seus aposentos. - Ana, Izilda- chamou as criadas que já esperavam na porta para nos receber.

– Sim minha senhora, senhores –disseram fazendo uma reverência.

– Venham aqui, quero que conheçam minhas noras. –puxou-as para frente - Não são umas formosuras! -disse com orgulho - Me ajudem a preparar o banho delas e me arranjem os mais belos vestidos. – disse já indo em direção as escadas.

– Mãe vamos lhe ajudar...- comecei a dizer sendo seguidos por meus irmãos.

– Ficaram loucos?- esbravejou - Nada disso! Podem ir cada um para seu quarto e se preparem para o jantar; deixe que delas cuido eu. Ainda não se casaram e não querem desonrá-las vendo-as em roupas intimas.- finalizou.

– Mas nós...

– Meninos...- disse Carlsile – escutem sua mãe, as meninas estão exaustas com tudo isso, precisam descansar. Vocês terão toda uma eternidade para ficarem juntos. – assentimos amuados - Ainda temos alguns assuntos pendentes para tomar conta antes do jantar.- lançou um olhar cheio de intenções pra gente.

Elas também não queriam nos deixar e assim que viram que não as acompanharíamos deram um passo para trás se aconchegando em nós. As costas de Isabella bateram de encontro ao meu peito e sua cabeça ficou logo abaixo meu queixo. Uma onda de sensações me atingiu e profundamente inalei todo o perfume; sem autorização minhas mãos se fecharam em sua fina cintura, na mesma hora o corpo de Isabella ficou rígido e muito tristemente soltei minhas mãos dela. Ela não se sentia a vontade comigo.

–Bebê –comecei a dizer virando o corpo de Isabella para mim - não se preocupe está segura aqui e ninguém lhe fará mal. – disse segurando seu rosto em minhas mãos para que ela pudesse ver a verdade em meus olhos.

–Vamos fazer o seguinte então, vocês descansam um pouco, tomam um banho e assim dá tempo de Zafrina chegar e logo depois do jantar conversamos. – explicou minha mãe como se elas estivessem entendendo tudo.

Enquanto elas se afastavam ouvi um alto e longo suspiro e pra minha total surpresa o barulho veio de mim e meus irmãos. Logo Jacob deu uma sonora gargalhada.

–AHAHAHAHAHAHAHA- já estão de quatro cunhadinhos...

– Olha só quem fala- disse Jasper olhando Jacob com a sobrancelha levantada.

– É... deixa estar. Quando Leah, sua vampirinha chegar, ela vai te por no seu lugar –eu disse. Ainda não tinha esquecido do risinho dele alguns minutos lá trás quando Emmet nos deu uns sopapos.

Jacob fez cara de desdém levantando os ombros. Ele e Leah já tinham feito o enlaçamento de alma há alguns anos atrás. Como vampira, ela já tinha chegado a idade e precisava se alimentar de seu companheiro cigano. Como Jacob nos ajudava nas buscas das irmãs ficava pouco tempo com ela e por isso meu pai após o casamento pediu que aceitassem morar aqui. Ela não aceitou e resolveram então presenteá-los com um pequeno chalé nos arredores do castelo, assim ele não ficava longe das buscas e nem longe de sua companheira.

Na verdade ela era muito teimosa também; não quis nem ter festa de casamento alegando que com certeza Jacob não iria querer se ausentar por tanto tempo e assim não teriam uma lua de mel descente. Até hoje jogava isso na cara dele. É aquele problema, os vampiros dificilmente aceitam dividir seus parceiros e até entendo ela; ter que sempre ficar muito longe já que ele passava o dia no castelo no controle de algumas missões e em viagens, com apenas poucas horas do dia ao lado dele.

Meu pai nos lançou um olhar de calem a boca ou eu mesmo vou fazer calá-los e por isso apenas o seguimos até o lado norte do castelo, em completo silêncio, onde ficavam alguns prisioneiros. Iríamos rever um grande amigo em especial, o traidor Billy.

Dois soldados guardavam a cela dele. Como tínhamos ordenado, eram vampiros já que feitiços contra nós não surtia tanto efeito como em humanos. Ainda não sabíamos do que aquele infeliz era capaz. Com um leve aceno meu pai ordenou que os guardas abrissem a cela.

O cubículo em que ele estava era até grande e por isso conseguimos todos entrar. Estava escuro e o fedor insuportável de urina invadiu rapidamente nossas narinas. Billy acabara de se mijar sinal que ele não usava a privada no canto e estava ciente de nossa presença,temendo pela própria vida.

Ele estava com as mãos algemadas numa das grossas vigas com os olhos vendados e na boca ele tinha uma mordaça que não conseguiria tirar sozinho. Como cigano Billy poderia proferir algum feitiço; não que o tirasse dali mas que pudesse de alguma forma enfeitiçar algum desavisado que passasse por ali o livrando do local por isso havíamos providenciado a mordaça.

– Ora ora Billy; é um imenso prazer revê-lo. - disse meu pai assim que adentrou o local tirando a venda de Billy que continuou com a cabeça abaixada sem expressar nenhuma reação. Ouviamos o batimento descompassado de seu coração e no momento seguinte Jacob pulou pra cima dele

– NÃO ESTÁ OUVINDO SEU FILHO DA PUTA?- disse desferindo um forte soco em seu rosto. – SAIBA QUE NÓS AS ENCONTRAMOS E VOCÊ VAI PAGAR POR TUDO QUE AS FEZ PASSAR. – ameaçou.

– Jacob você vai ter o seu momento- disse Carlisle o puxando para o canto – agora precisamos de respostas.- ele assentiu mas seus olhos ainda estavam tomados de fúria.

– Ok.- respondeu.

– Soltem ele!- ordenou meu pai.

Caminhei até ele e apenas com um puxão arrebentei as correntes; com a ponta de minha espada desatarraxei o parafuso que prendia a mordaça em sua boca. Billy balançou os braços apertando as mãos ao sentir o sangue correr por suas veias livremente.

– Muito bem, - disse meu pai ao se aproximar -você pode acabar com tudo isso agora e ter uma morte rápida ou ficar agonizando ai por mais três ou quatro longos dias.

Ele levantou o rosto encarando meu pai com os olhos mais gélidos que já tinha visto em minha vida. Ele passou as mãos pelo cabelo negro e de repente começou a rir, rir não, gargalhar.

–Achas mesmo que vou colaborar com você Carlisle, sem nenhuma garantia? – disse exaltado - Dei minha vida a você; dediquei todo o meu tempo ao seu reino e bastou esses moleques terem nascido pra você me pôr de escanteio. Eu que deveria assumir o reino na sua ausência e não esses merdinhas que ainda cheiram a leite.

– Quando isso acabar vamos ver quem é o merdinha. – disse segurando seus braços para trás.

– Agora você vai ter o que merece! – disse Jasper injetando uma pequena dose de cicuta na corrente sanguínea de Billy. Se isso doía pra caralho em nós que éramos vampiros imagina em um humano.

– Isso é por tudo que passamos durate esses anos.- ao dizer isso o soltei e ele caiu no chão aos nossos pés. - Tantos anos conosco e estava com elas. O que pretendia com isso? Com certeza não era somente por inveja que queria nossa morte. - Billy se contorcia no chão já sob o efeito do veneno.

Seus olhos reviravam nas orbitas com a dor que estava sentindo.

No canto da sala estava Jacob e seu olhar estava tão sem emoção que cheguei a me preocupar com ele, assim como nós ele não via a hora de por as mãos naquele safado e agora estava quieto.

Eu não fiz nada Carlisle- disse recuperando o fôlego - não sei de nada... Ahhhh – gritou de dor.-  Apenas me assustei com o lobo na biblioteca. – reviramos os olhos em descrença. Era incrivel que Billy achasse que éramos tão idiotas.

– Você quem sabe... -meu pai levantou as mãos deixando o maldito homem aos nossos cuidados.

– Sabe Billy,- disse Jasper estalando os dedos - eu estava doido para que não cooperasse- ergueu seu corpo segurando-o por trás.

– Assim teríamos o prazer de acabar com essa sua cara de filho da puta traidor – Emmet disse já acertando um chute na cara dele fazendo com que esguichasse sangue pela parede.

– Ahhhh por favor Carlisle nós sempre fomos amigos. - Billy choramingou.

– Você nunca foi meu amigo... – respondeu meu pai - queria a morte de meus filhos e sabe-se lá o que fez com as meninas. – balançou a cabeça em sinal negativo. - Se vendeu por quanto Billy? Qual foi o preço de sua traição?

– Com certeza não foi dinheiro, afinal aqui tinha tudo seu porco imundo- dei outro soco em Billy, dessa vez arrancando alguns dentes da frente.

–Ahhhhhh... - Billy gritava e já não sabia se pela dor do veneno ou pelos golpes que Emmet e eu desferíamos nele.- Agora me ajude...- murmurou e na mesma hora me virei para o canto que seus olhos focalizavam. Jacob saltou sobre nós desferindo golpes e socos.

Emmet e eu nos desviamos e olhamos incrédulos para ele e na mesma hora percebemos que Billy tinha lançado um feitiço em Jacob por isso ele estava tão quieto no canto; sua ira agora estava voltada contra nós. Seus lhos estavam desfocados e ele apenas continuava tentando nos atingir.

– Jacob você está sob o feitiço,- disse segurando no exato momento que o punho dele passou a centímetros do meu rosto. Meu pai segurou seu outro braço para imobilizá-lo - lute contra isso.

Ouvimos a risada sinistra de Billy. Porra, mesmo na derrocada o maldito não perdia a pose. Soltei a mão de Jacob e caminhei até ele.

– LIBERTE-O AGORA! – ordenei puxando a espada e dando um corte no comprimento de seu rosto já deformado. Puta que pariu, tinha que admitir que ele era doido ou forte pra caralho; tinha apanhado mais que vara verde e continuava com aquele sorrisinho imbecil na cara.

– Se eu vou morrer... não vou sozinho. - Ao dizer isso entendemos o que Billy queria. Jacob puxou uma das injeções de cicuta presa na calça de meu pai e já ia injetar em si.

–JACOB – berrou Emmet  dando um rodopio no ar acertando a mão de Jacob, que provavelmente quebrou mais serviu para lançar a seringa pra longe.

– SEU MALDITO!- Jasper gritou lançando o corpo de Billy com força contra a parede- LIBERTE-O DO FEITIÇO AGORA!

O cheiro de sangue e suor misturado com a urina de Billy era um fedor insuportável.

– Me dê as algemas. - disse meu pai para um dos soldados que aguardavam do lado de fora. Mesmo algemado Jacob se debatia tentando em vão se soltar. Uma lagrima solitária desceu por sua face.

Jacob estava consciente do que estava acontecendo, consciente que nos atacava e que tentara acabar com sua própria vida. Sua dor era em ser controlado dessa forma.

– Tudo bem Jacob, nós sabemos. – disse tentando amenizar sua dor na luta para recuperar seus sentidos.

– Levem-no e deixem na cela ao sul e não o soltem. Fiquem de olho nele. – disse meu pai -Se algo acontecer com ele vocês serão responsabilizados severamente soldados! – disse aos soldados vampiros.

Eles assentiram e saíram da cela levando Jacob com eles.

– Agora é a minha vez.- disse Carlisle – Você mexeu novamente com um de meus filhos e isso eu nunca mais vou permitir. – seus ombros se alargaram e seu corpo triplicou tendo que encurvar a cabeça que bateu no teto. -Um nome...- disse com sua voz de trovão transformada na criatura - Eu só quero um nome.- segurou o pescoço de Billy erguendo-o do chão.

–Ahhh- m...me..meu rrrrrrei...- - a voz dele agora denotava todo o terror ao ter o soberano dos vampiros degolando-o – Ahhh....cccccle...clemência...- se antes não pegamos firme na surra por sermos mil vezes mais fortes e apenas um golpe com nossa força sobrenatural poderia matá-lo, ele agora com Carlisle estaria com os minutos contados. - Aaaaaaro volturiiiii- disse num fio de voz. Em seguida seu pescoço foi quebrado separando a cabeça do tronco que rolou por nossos pés se chocando com a privada fétida da cela.

– DESGRAÇADO!- bradou Carlisle e num baque violento o corpo decapitado de Billy foi atirado contra a parede.

– Pai quem é Aro?- perguntei correndo atrás de meu pai que ainda transformado voou pelo corredor pulando pela alta janela do castelo. Em velocidade vampírica correu até alcançar as arvores altas que circundavam o castelo.

Sons de trovão foram ouvidos como se uma tempestade estivesse por vir mas sabíamos que com certeza era a fúria do soberano dos vampiros destruindo algumas árvores que encontrava pelo caminho.

– Quem será esse tal Aro que o deixou assim?- perguntou Emmet.

–Não faço ideia, mas vamos descobrir assim que ele voltar. –disse.

–Ahhhhhh- um berro de dor foi ouvido do lado sul e lembramos de Jacob. Corremos até lá e a cena que vimos nos paralisou. Jacob estava no chão se debatendo enquanto os soldados tentavam paralizá-lo. Ele estava tendo uma convulsão.