Cruel Fairy Tale escrita por Talita Ribeiro, jamxx


Capítulo 7
Capítulo 6: Passado


Notas iniciais do capítulo

Voltei, meu povo. Voltei. Muahuahuahuahua
Ok, vamos parar de surtar e ir pro cap, certo?
Tenho um aviso: quem lê o que eu escrevo, sabe que apesar de tudo eu tento manter uma história bem realista. As ações que eles fazem são baseadas em coisas que eu já vi na realidade. Então é, não se choquem com as conversas ou ações dos personagens. Como Freddie disse: a ocasião faz o ladrão.
Ah, vou dedicar o cap à Bella Figueiredo que fez uns questionamentos extremamente coerentes e que me fez prestar atenção em detalhes que tinham passado despercebidos. Thanks, Bella.
Bem, era só isso de aviso.
Aproveitem o cap



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Ele suspirou

E eu olhei pra ele esperando ele me dizer algo.

E ele me disse. Começou dizendo a minha idade: 21 anos. Depois disse meu nome completo, disse onde eu tinha crescido e o nome da minha mãe adotiva. Me mostrou uma série de papéis que comprovavam o que ele estava dizendo.

Depois me mostrou o documento que mostrava minha aprovação em Yale, mostrou todos os documentos da minha vida, mostrou que eu saí no jornal por ter convencido um assassino a parar de matar na minha época de faculdade, mostrou que eu entrei no FBI e que eu fui promovida à chefe da minha seção.

Mostrou que eu tinha resolvido o caso da Jéssica Puckett ano passado e mostrou que assim que eu saíra do caso, eu tinha sido convocada pra um caso sigiloso o suficiente pra que nem mesmo Freddie e seus “agentes secretos particulares”, que tinham acesso a quase tudo, soubessem.

Olhei tudo aquilo com um olhar de um espectador. Aquela não parecia minha vida. Simplesmente parecia que alguém que tinha a minha cara tinha vivido tudo aquilo por mim. E quando eu comentei isso com Freddie, ele engoliu seco e coçou a cabeça.

–Diga.

–Ahn? – ele perguntou sem entender

–Tem algo te incomodado. Diga. Tá faltando algo nessa história que você sabe e não quer me contar.

Ele suspirou pesadamente mais uma vez e pegou um aparelho quadrado e me mostrou uma foto.

Era eu. Extremamente machucada, nua e pálida.

– Três meses atrás você apareceu morta. – ele disse – fizeram o teste de DNA e era o seu.

–Eu não estou morta – foi apenas o que eu disse olhando praquela foto.

A foto pareceu se mexer e o eu da foto pareceu olhar diretamente pra mim. Completamente assustador, diga-se de passagem.

E de repente eu vi tudo girar. Uma quantidade imensa de imagens e fatos começaram a aparecer na minha cabeça sem ordem nenhuma.

– Freddie. – eu o chamei me escorando no tampo de madeira – me segura.

E antes de desmaiar eu pude ver que ele pareceu perdido em seus pensamentos por alguns segundos.

–--

“-Mãe! – eu chamei a velha que vinha em minha direção – Eu posso ir lá fora fazer um boneco de neve?

–Você vai ficar resfriada e vai morrer se você for. – a mulher respondeu enquanto passava por mim e ia em direção à escada

–Eu não vou morrer por um resfriado… – eu disse emburrada, cruzando os braços – aqui não tem nada pra fazer. Eu já fiz todos os deveres da escola e já li todos os livros que eu peguei na biblioteca antes de começar a nevasca.

–Não me importa. Se você está entediada arranje algo pra fazer dentro de casa. Se você sair você vai morrer. Ou pela nevasca ou pelas pessoas que você atrai. – ela parou na metade da escada e me olhou - Quantas vezes eu já te disse que você só atrai desgraça, menina.

–Você sempre fala que eu sou amaldiçoada, mas nunca me diz o porquê.

–Porque você nasceu das pessoas erradas, menina. – a mais velha voltou a subir a escada. – Se não quiser morrer, fique dentro de casa.

–Pelo menos adota outra criança pra eu brincar então. – eu voltei a reclamar emburrada – Só nós duas nessa casa é muito chato, principalmente se eu não puder sair.

Minha mãe não respondeu, mas eu sabia que ela tinha me escutado. Ela só não respondeu por que achou que a conversa já tinha terminado.

Mas que a vaca podia ter me respondido, ela podia.

O que eu, uma criança de sete anos, pode fazer em um dia de nevasca em uma casa caindo aos pedaços, sem energia elétrica e nem ninguém pra brincar? Acho que esse vai ser um dia difícil”

–--

“-Você me odeia – eu disse simplesmente assim que entrei em casa com uma mochila nas costas e vários livros nos braços.

Ela me analisou de cima a baixo antes de perguntar:

–O que aconteceu?

Nós duas sabíamos que ela me odiava. Na verdade até mesmo o Papa lá no Vaticano devia saber que ela me odiava. Por isso que ela não contestou minha afirmação.

–Porque nós vamos nos mudar de novo? – eu perguntei cruzando os braços depois de ter colocado todas as toneladas de livros em cima da mesa da cozinha.

Era a terceira vez naquele ano que nos mudaríamos, e isso porque nem estávamos em julho.

–Porque é necessário. É pro nosso bem. Deixe de ser tão mal-agradecida e vá devolver essas coisas –ela apontou pros livros em cima da mesa – porque estamos nos mudando amanhã.

–Você poderia ao menos me avisar antes. – eu reclamei pegando os livros – Ao menos posso saber qual vai ser meu nome? Porque eu não quero apanhar quando você me chamar por algum nome que eu não conheça de novo.

–Mirajane Strauss. – ela me avisou – E eu vou ser Lisanna Strauss – eu assenti.

–Podia ter escolhido um nome melhorzinho – reclamei enquanto levava os livros pro meu quarto. Eu tinha que decidir naquela tarde quais seriam os livros que voltariam pra biblioteca e quais eu levaria pra estudar até que chegássemos à nossa próxima cidade.

–Queria que eu te chamasse como? – ela gritou da cozinha

–Talvez por Samantha que é o meu nome de nascença – eu murmurei batendo a porta do meu quarto.”

–--

“-Robin! – uma voz me chamou e eu virei pra trás apenas pra ver um menino de nove anos correr até mim. – Me espere.

–O que foi, Carlos? – eu perguntei quando ele parou ofegante na minha frente

–Você vai embora? – ele perguntou segurando na minha mão – Vai pra casa agora?

–Sim. Aqui não tem mais nada pra fazer. – eu respondi – Porque?

Carlos era um garoto legal. Pena que nossa amizade não fosse durar. Afinal, eu só ia ficar naquela cidade por mais alguns dias.

–Eu gosto de você – ele disse rápido. Eu sorri pra ele e soltei minhas mãos das deles.

–Eu também gosto de você, Carlos. Você é legal, um bom amigo. – eu o abracei. – Agora eu tenho que ir antes que minha mãe venha me buscar com uma cinta na mão. Você sabe que eu não posso ficar na rua depois de anoitecer.

Ele pareceu meio triste achando que eu não tinha entendido o que ele tinha me dito. Mas... eu não podia dar esperanças pra ele, eu iria embora pra outra cidade em menos de uma semana.

Eu me virei pra ir embora. No caminho eu pensei que faria meu aniversário de dez anos numa cidade que eu não conhecia ninguém... Quer dizer, Robin Amuro não faria aniversário, quem faria era Nami Elric.

Suspirei. Onde a ‘Muriel Cindry’ arranjava esses nomes? ”

–--

“-Hannah – minha mãe me chamou – você vai ganhar um irmãozinho – ela disse num falso tom de contentamento e só então eu olhei pra ela com a sobrancelha direita levantada.

–Cadê? – eu perguntei e só então eu vi que tinha uma massa humana se mexendo atrás da velha gorda. – Quem é você?

O menino devia ter uns quatro ou cinco anos e colocou a cabeça pro lado me olhando, mas logo voltou a colocar a cabeça atrás dela de novo.

–Ele é o David Bark – respondeu a mulher – cuide dele e trate-o bem. Eu tenho que ir trabalhar pra por comida nessa mesa. - Dizendo isso ela saiu, me deixando com o menino na minha frente e uma mala ao lado dele.

Irônico ela falar sobre comida. Fazia alguns dias que eu não comia nada diferente de feijão enlatado e mortadela.

–David? – ele me olhou – eu sou sua nova irmã, por favor não tenha medo de mim. Você já comeu? – eu perguntei e ele assentiu – Ok. Então, você quer fazer o que? Já tomou banho?”

–--

“- Nunca tem nada pra comer nessa casa – reclamou Van Augur. O segundo irmão que minha mãe tinha me arranjado. Ele tinha doze anos quando chegou, agora já estava com quatorze. Eu com treze e David com 7.

–Já devia ter se acostumado. – eu disse, tirando os olhos do livro e olhando pra ele.

–Você só fica estudando o dia inteiro – ele reclamou mau humorado– deveria ir trabalhar.

–Eu trabalho: eu vendo uns trens aí – eu me defendi -, mas eu não posso sair à noite pra vender nada, esqueceu? – suspirei – E como anda o teu bico com os traficantes lá do gueto?

–Quase fui pego hoje. – ele disse – Ia dar trabalho pra sair da prisão dessa vez.

–Tu tem que fazer igual eu e aprender a correr rápido – ele mostrou o dedo do meio pra mim e eu ri. - Eu estava lendo... – comecei e vi que ele revirou os olhos – seria bom se a gente começasse a treinar alguma arte marcial ou sei lá... Ao menos poderíamos nos proteger da polícia.

–Com que dinheiro, inteligente? Essas coisas não são baratas.

–Talvez a gente possa ver num filme. – eu suspirei – Eu passei na frente dos móveis usados e tinha um vídeo cassete que era barato.

–Hum, se você tem dinheiro pra comprar vídeo cassete, compre comida – reclamou novamente Van. – Eu realmente estou com fome. O carreirão que eu tomei da polícia foi do mal pra caralho.

–E o que você quer que eu faça? Eu não consegui arranjar dinheiro nenhum hoje. Se ao menos aquela velha imbecil aparecesse... Mas já faz três dias que ela nem dá as caras por aqui.

Van bateu na mesa.

–Maldita hora que aquela filha da mãe me adotou. Pelo menos no orfanato tinha comida.

–Tinha mesmo? – eu perguntei irônica - Se quiser voltar pro orfanato eu ligo pra assistência social. – eu disse com a sobrancelha erguida.

Assim como David, Van tinha sido adotado porque minha mãe soube que ele sofria maus tratos de outras crianças e dos adultos dentro do orfanato. Antes de ser adotado por ela, Van já tinha ficado de castigo sem comida por alguns dias, outras vezes ele tinha comida, mas ficava acorrentado a uma parede, sem poder ir ao banheiro ou coisas do gênero.

–Chama e eu ligo pros fdps virem pegar você também.

Depois de crescida, eu tinha entendido que a gente se mudava tanto por que estávamos fugindo: da assistência social, da polícia, dos bandidos e de pessoas aleatórias que queriam matar a mim ou a algum dos meus irmãos.

O porquê eles queriam matar a gente ainda era um mistério. Nem eu nem eles sabíamos. A gente desconfiava que a velha sabia, mas ela não dizia nada pra gente.

Nós já tínhamos entendido que ser pego por qualquer um desses significaria nossa morte, ou coisa pior.

–Cheguei! – a velha que a gente estava chamando agora de Rose Charlie apareceu na cozinha carregando alguns pacotes nos braços – Isso são três sestas básicas. Economizem, eu não sei quando vai ter mais. Tenho que sair pra ir trabalhar. – ela se virou pra sair, mas logo parou e se voltou pra nós novamente – Soube que quase foi pego pela polícia, Van.

–É, e daí? – ela suspirou

–Não seja pego. Não tenho dinheiro pro caixão e não posso te entregar pra assistência te enterrar ou seus irmãos vão morrer junto com você. – ela suspirou pesadamente novamente – Se você não liga pra sua vida, ligue pra deles.

–E você, Paulienne, cuide dos seus irmãos. Se eu souber que você deixou eles serem pegos, quem te mata sou eu. – minha mãe saiu de casa e eu a imitei de forma debochada e irritante, sem fazer nenhum barulho.

Eu me levantei pra fazer nossa comida, enquanto Van tirava as coisas dos enormes pacotes, escolhendo o que faríamos pra comer.

–Faz macarrão de alho – pediu David, enquanto brincava com um carrinho no canto da cozinha.

–Eu to dizendo, a gente tem que achar um jeito de se proteger. – eu coloquei água no fogo pra cozinhar pro macarrão.

–Marcos me ofereceu uma arma. – Van pegou os alhos que tinha na geladeira – Mas se eu for pego pela polícia com uma arma, nem vou ter chance de escapar.

–Por isso que eu disse sobre artes marciais.

–Eu vi na tv da loja da esquina gente atirando facas – disse David fazendo o carrinho de brinquedo voar – eles eram bem legais.

–É... é uma boa ideia.”

–--

“-Argh, velha maldita – reclamou Van, agora com 16 anos. – Se ela arranjasse um homem pra fuder ela eu duvido que ficaria mudando tanto assim.

–Você sabe que ela faz isso por causa dos mais novos. – eu tirei os meus olhos do livro e olhei pro menino que se jogou na outra cama do quarto.

–Eu já disse pra ela quietar em algum lugar que eu cuido da segurança de todo mundo

–Ok, fodão. – eu ironizei – Porque é realmente muito fácil achar uma cidade grande sem boca de fumo pra você abrir a primeira, né? – ele ficou emburrado e eu ri – De certo nem vai ter um monte de traficante querendo tua cabeça se tu abrir uma boca concorrente.

–Eu posso me filiar a alguma. Não ia ser a primeira vez– ele disse simplesmente – Além do mais, a Mei já ta sabendo atirar quase igual à gente e como ela é bonita pode muito bem abrir as portas entre os traficas lá pra mim.

Mei era a quinta ‘criança’ que chegara a casa, assim como os outros, ela tinha um passado cruel que envolvia muita coisa ilegal, e ela só chegara na casa porque minha mãe tinha comprado ela no mercado negro. A gente nunca soube como ela tinha arranjado a grana pra comprar a Mei, mas era meio que um consenso nosso que era melhor gastar o dinheiro comprando a Mei do que comprando roupa de frio ou comida. Acho que por todo mundo ter um passado difícil, a gente sabia o que Mei podia ter sofrido na mão do “antigo dono” dela.

Agora estávamos em sete irmãos. O mais velho era Van, depois eu e Mei com quinze anos, David tinha nove anos, Chuck tinha 8, Claire tinha sete e Anne com três.

–Você não quer que eu abra as portas, quer que eu abra outras coisas. – disse Mei entrando no quarto. – Pare de reclamar, Ray. É melhor que continuemos nos mudando até que os pirralhos cresçam. Você sabe que se um de nós morrer todo mundo morre.

–É que é um saco isso de ficar se mudando. – disse Ray, que era como Van estava sendo chamado agora.

– E a gente nem se muda tanto quanto antes. – eu disse deitando na cama – Antes do Josef vir morar aqui, a gente não passava nem dois meses num lugar. Agora a gente já ta passando bem mais tempo.

Josef era o novo nome de David.

–Mas eu acho que a Marie vai parar aqui em Argentine – disse Mei – Lembra que quando a gente tava em Dallas ela disse que queria vir pra uma cidade pequena pra poder parar em um lugar só?

–Ela quer é despachar a gente. – falou Van.

–Não duvido nada. Nem sei porque aquela mulher juntou a gente. O tanto que ela ganha do governo pra cuidar da gente nem sequer dá pra comida! E convenhamos, ela não adotou todo mundo porque tem um coração bom.

–Eu não vou ser mal-agradecida, porque eu posso não viver na melhor das casas, mas é melhor que ser escrava. – disse Mei – Só que eu não sou imbecil o suficiente pra acreditar que ela tenha adotado todo mundo por causa do nosso passado nem por causa do dinheiro do governo também.

–Eu também acho que ela não fez isso por causa do dinheiro igual ela sempre diz, mas eu não vou ficar ligando pra isso. – Van deu de ombros.

–Verdade, não é? – perguntou Mei – A gente tem mais coisa com o que se preocupar do que com esses detalhes bestas. – ela deitou do meu lado na minha cama. –Carla, você vai fazer o teste pra entrar na escola aqui? Faz tempo que você não freqüenta a uma.

–Eu vou perguntar quanto tempo a gente vai ficar aqui. Dependendo eu entro só pra falar que eu tenho um histórico. – eu me espreguicei na cama – A idade mínima pra se inscrever na faculdade é dezesseis. Se não fosse por isso eu já tinha feito o SAT.

–Já pensou qual faculdade você vai fazer? – Van perguntou

–Vou tentar todas, mas entro na que me der bolsa.

–Se a gente tivesse dinheiro aposto que você entraria pra Harvard. Nunca vi alguém estudar tanto quanto você.

–Eu odeio ficar entediada – me defendi – e a gente não tem tv pra distrair. Eu também não posso ficar saindo à noite.

–Não pode ficar saindo à noite, mas quase que fica grávida em Dallas. – lembrou Van –Ia ter seu próprio pirralho pra tomar conta 

–Deus que me livre, se eu realmente tivesse ficado grávida eu tinha abortado. Ser mãe com quatorze anos não é muito esperto e ainda mais sem ter o que dar pro filho se alimentar. – eu disse.

–É, mas não foi só uma vez que tu ficou desconfiada. – acusou Van novamente

–Eu tenho direito de me divertir também, dá licença?

–Essas coisas são só pros adultos – disse Mei rindo  fazendo eu e Van gargalharmos.

– Eu estudo e trabalho desde que me entendo por gente. Cuido de um bando de pirralhos que agem como se eu fosse mãe deles, qual a diferença entre eu e um “adulto”? – eu perguntei com a sobrancelha erguida pra ela.

–Eu sei, relaxa.-ela abriu a boca como se lembrasse de algo - Sábado vai ter uma festa na casa do Frederick, os pais deles vão viajar e pelo que eu ouvi falar o filho do cara do supermercado... como é o nome dele mesmo?

–Zack – disse Van

–É, o Zack vai levar bebida à vontade. Acho que se a gente falar com a mãe ela fica aqui cuidando dos pequenos. – disse Mei.

–Pode ser. Faz tempo que eu não saio pra caça – eu me espreguicei mais uma vez e vi Van revirar os olhos – que foi? Você pode sair por aí falando que caçou a noite toda, que transou não sei com quantas e eu não posso falar o mesmo?

– É feio quando é dito por uma menina – ele disse fazendo eu e Mei revirarmos os olhos.

A gente ficou em silêncio e eu já tava quase pegando no sono quando escutamos um choro. Nós três já estávamos de pé e correndo pra acudir o chorão quando escutamos Chuck gritar:

–Anne só caiu. Está tudo bem.”

–--

“- Se afasta, garota. – o homem na minha frente disse.

Me afastar pra onde? Eu já estava grudada na parede. Ele queria que eu fizesse o que? Me misturasse ao cimento? Eu revirei os olhos e ele não pareceu gostar.

–Você não parece ter muito medo da minha arma. – é, ele tinha uma arma apontada pra mim. Mas não é como se eu já não tivesse convivido com gente armada a minha vida inteira... Não é como se os amiguinhos babacas do Van nunca tivessem apontado isso pra minha cabeça antes...

–Pois é. – eu dei de ombros e suspirei – Posso te fazer uma pergunta: você pretende matar alguém? – ele acenou um sim – E vai matar todo mundo? – eu mordi a língua antes de perguntar se aquilo ia demorar muito porque eu tinha que voltar a trabalhar se eu não quisesse perder meu emprego de garçonete.

–Vou ter que matar um por um até que eles me deixem ir embora.

Nós estávamos em um banco de New Heaven. Eu tinha ido lá pagar umas contas e dei azar de ser justo na hora que um imbecil tinha inventado de roubar um banco sozinho. Será que ele não sabia que pra dar certo tinha que fazer isso em grupo?

O fato é que tudo tinha desandado pra ele quando a polícia chegou e aí o assaltante mandou fechar o banco sem saber o que fazer. Agora eu tava ali, de refém, junto com mais umas quinze pessoas.

–E porque você simplesmente não vai embora? – eu perguntei e me impedi de bater na minha própria testa.

–Eu não posso! E cala a boca que você está me irritando.

–E o que te impede de pegar o beco? – eu perguntei ignorando a última frase. Ele me olhou como se eu tivesse uma segunda cabeça.

–Eu vou ser preso!

–E daí? Nunca foi preso na vida, não? – eu perguntei rindo – Você não roubou nada, nem machucou ninguém, se você se entregar eu aposto que passa uma semana na cadeia e depois o povo te solta.

–Como você pode saber disso.

–Experiência, meu filho. – eu disse batendo no ombro dele.

Ele se assustou com meu gesto e sem querer atirou. O tiro pegou na lateral da minha perna e eu caí no chão gritando de dor. O cara pegou a arma firmemente, mas parecia mais desesperado que antes.

– Foi mal. – ele disse e eu quase revirei os olhos. Só não fiz isso porque eu realmente estava com a perna doendo e sangrando desgraçadamente.

Eu parei de gritar e sentei escorada na parede.

–Cara, faz o que eu to dizendo... Connecticut tem pena de morte. Se você se entregar aposto que tu nem sequer chega a ir a um presídio. E eu presto meu depoimento que você atirou sem querer. Foi sem querer não foi? – ele assentiu – Então...”

–--

“-Nós estávamos te observando a algum tempo – disse um homem loiro com uma roupa do FBI sentado na minha frente. – e você é boa pra essa nova seção que a gente recém abriu.

Quando ele chegara ao meu dormitório em Yale, a primeira coisa que eu pensei foi: fudeu, me descobriram e agora vão atrás dos outros. Mas eu não poderia estar mais errada. Ele dissera que queria me recrutar pro FBI e parecia não saber de nenhuma das minhas “outras vidas” porque ele dissera que eu não tinha nenhuma passagem na polícia e que meu histórico era mais limpo que água de coco.

Eu mantive um rosto impassível quando ouvi aquilo, mas eu devo dizer que eu morri de vontade de gargalhar daquilo. Eu? Limpa? Claro...

–Porque eu?

–Nós temos várias pessoas que trabalham pra gente, o seu professor Black é uma delas. Ele te indicou a algum tempo e então vimos sua interação com o assaltante no banco, vimos sua interação com os voluntários da pesquisa e por último com o assassino do caso Yale.

Eu suspirei. Ele se levantou e fechou a porta da sala, então ele voltou a sentar e recomeçou a falar em voz baixa

–Senhorita Puckett, nós estamos aqui te dando uma chance de recomeçar do zero. Apagar todo o seu passado. As suas identidades falsas, suas passagens pela polícia, tudo. Em troca queremos que você nos ajude a prender as pessoas de quem você fugiu a vida inteira.

Ah, sim... Agora eles estavam falando a sua língua: eles não eram burros o suficiente pra não saberem de seu passado, mas estavam dando uma chance de recomeçar. A chance que procurava desde que me inscrevi com meu nome verdadeiro pras faculdades.

–Eu aceito se vocês fizerem algo por mim. – eu declarei e ele se espantou, mas fez um sinal para que eu continuasse falando – Charles Muller, Claire Chumiya e Annebelle Lefleur. Eles nunca cometeram nenhum crime, mas eu sei que vocês tem um arquivo sobre eles. Se tiver como limpar o arquivo deles e o meu, eu entro no FBI. E se tiver como eles entrarem no programa de proteção à testemunha também, é claro.

–Só eles? – ele perguntou. – Os outros não? –eu balancei um não com a cabeça

–Eles tem uma chance de saírem vivos e bem daquele buraco, os outros não. – eu declarei. – Eu posso adotar eles, se mudarem de nome e tiverem o passado apagado.

–Se você começar a trabalhar pro FBI seu salário não vai passar dos 35 mil anuais, você sabe disso certo? – disse o loiro – como pretende cuidar de três crianças ganhando só isso e fazendo faculdade?

–Eles estão acostumados com muito menos que isso. – eu ri. ”

–--

“-Essa vai ser a nova casa de vocês – eu disse pros três a minha frente.

A kitnet era pequena, mas estava decorada com extremo bom gosto. Eu realmente dei muita sorte achando aquele apartamento completamente mobiliado pra comprar.

–Porque Josef não veio com a gente? – perguntou Anne que agora se chamava Lara Black

Como eu explicaria praquela criança que David estava traficando drogas pelo mar até o Canadá a mando de Van que agora estava em San Diego trazendo drogas do México?

–Lara, meu amor, ele estava trabalhando, eu não podia tirar ele do serviço dele pra vir pra cá, não é?

O que salvou aqueles três era que Chuck era tão estudioso quanto eu e, como não tinha TV na casa, ele arrastava as duas mais novas pra estudar juntamente com ele. Outra coisa que salvou foi que como David, Van, Mei e eu sempre mandávamos dinheiro pra eles, os pequenos não precisávamos trabalhar nem se envolver com nada ilícito para poder comer ou não morrer de frio. Igual nós precisávamos fazer quando éramos mais novos.

–Ah... E a mãe?

–Você queria que ela tivesse vindo? – Lara negou e eu ri.

Agora nós quatro estávamos em Las Vegas, num pequeno, afastado e tranquilo apartamento no subúrbio. Tinha uma escola perto para eles irem a pé e com o salário que eu ganhava, nós conseguíamos viver razoavelmente bem pros padrões normais. Bem até demais pros padrões que eu tinha crescido e que a gente estava acostumado a ter.

Mesmo assim Chuck, que agora se chamava Tomas Mack, dissera que procuraria um bico ou algo do gênero e Claire disse que trabalharia de babá pra ajudar também. Eles sabiam que com a minha transferência de faculdade eu estava meio endividada porque eu tinha perdido alguns por centos da minha bolsa.”

–--

“Eu recém tinha chegado em casa. Fazia algum tempo que eu não aparecia ali pra ver os pirralhos. Na verdade tinha sido desde o tempo que tinha sido raptada pelos traficantes de pessoas.

Agora eu estava sentada no sofá com os pés estendidos no sofá e me espreguiçava de vez em quando. Não demorou muito e os três chegaram da escola. Eles sorriram quando me viram e vieram me abraçar.

–Voltou! – disse Lara sorrindo. – Como foi o caso?

–Foi resolvido. – eu disse apenas.

Eu tinha dito a eles que eu podia viajar repentinamente pra resolver um caso. Eles nem sequer ficaram sabendo do meu rapto.

Nós descobrimos como o trafico humano era e conseguimos resgatar várias pessoas que estavam sendo vendidas como escravas no mercado negro. Uma delas realmente parecia a Mei quando ela chegou em casa e isso realmente me marcou muito. Infelizmente, Jéssica Puckett, uma das pessoas raptadas pra ser vendida como escrava e que era quem tinha me feito trabalhar no caso, tinha sido morta.

Mas ao menos, todas as pessoas que tinham sido raptadas de suas famílias puderam voltar a elas e as órfãs tinham sido encaminhadas a uma assistência social que eu tinha escolhido a dedo pra que elas não fossem mais maltratadas.

–Como vocês passaram? Tiveram comida? Foram na escola? – eu perguntei preocupada – Alguém veio encher a paciência de vocês?

–Nada aconteceu. A gente comeu certinho – disse Sophie Abraahn, o novo nome de Claire – E estamos nos mantendo como os melhores alunos, não é, Tom?

–Sim. – ele assentiu – Ah, a Soph está fazendo bolsas agora.

Eu olhei pra ela e ela sorriu assentindo.

– Lara e Tom estão me ajudando a fazer e vender as bolsas. Todo mundo aqui no subúrbio tem uma das minhas bolsas. – ela sorriu – Estou pensando em vender elas pela internet.

Lara tinha saído correndo pra me mostrar a bolsa que elas tinham feito. Era realmente bonita e não parecia ter sido feita por crianças.

– Eu já estou ganhando o suficiente pra gente não morrer de fome caso você... – ela não completou.

Eles sabiam que meu emprego era arriscado.

–Bem, eu tenho uma novidade. – eu sorri – Com essa última missão eu ganhei o suficiente pra pagar o restante da nossa casa. Que tal se a gente fizesse uma festa pra comemorar?

Eles sorriram e começaram a pular.

Todos nós sabíamos que sem a mensalidade do apartamento sobraria mais dinheiro pra algumas coisas supérfluas, ou até mesmo nos mudarmos pra outro apartamento maior e alugarmos esse. ”

–--

“-Agora que eu to fazendo sucesso, a mãe veio entrar em contato comigo – reclamou Sophie bebendo um copo de suco – quer que eu mande dinheiro pra ela.

–Manda ela à merda – foi Lara quem respondeu fazendo todos rirem.

As bolsas da Sophie tinham feito sucesso na internet e agora ela tinha contratado alguns ajudantes pra montar as bolsas. A menina tinha uma visão completamente diferente de moda que dava certo. Tinham até mesmo feito um artigo falando que ela era o Jeffrey Campbel das bolsas.

Como ela estava fazendo sucesso com as bolsas e carteiras, nós tínhamos nos mudado pra uma casa de cinco quartos e reformamos dois quartos para que ela pudesse trabalhar neles. Assim, dois dos cinco quartos tinham se tornado uma mini-fábrica de bolsas. Ali dava conta de todas as bolsas que ela vendia porque agora as bolsas dela eram consideradas artigos de luxo.

As bolsas da marca Sophie Belle. Todas queriam ter. E acho que eu era a única pessoa que tinha todos os modelos, desde que ela tinha começado a fazer as bolsas. Todos os modelos e uma a mais, já que Sophie tinha criado exclusivamente pra me dar de aniversário.

Fora engraçado quando ela mostrou a foto da bolsa pronta em seu site e disse que era exclusiva pra mim. Várias mulheres tentaram comprar a bolsa e ela tivera que criar um modelo baseado na minha pra vender junto com a coleção seguinte.

–Mana, nós temos que arrumar as coisas da Sam antes de ela ir trabalhar. – disse Lara sorrindo – Ela não pode sair desarrumada.

Desde que Lara dissera que eu fazia má propaganda delas, as duas tinham como missão pessoal me arrumar todos os dias. Isso tinha me rendido alguns elogios no serviço e várias cantadas na rua.

–Eu acho que vou precisar faltar à aula hoje – avisou Tom mudando de assunto, se espreguiçando e se levantando da mesa – Estou realmente pensando em largar a escola e continuar os estudos em casa. Todos nós já sabemos que eu não preciso ir praquele lugar.

–Eu não acho que isso seja bom. É você quem força suas irmãs à irem pra aula – eu disse enfiando uma panqueca na boca. – E porque você não vai à aula hoje?

–Tenho uma reunião com algumas pessoas da Vogue hoje às 10. Quero ver se consigo uma página de anúncios mais barata lá. Estou achando cinco mil por três meses muito caro.

Tom e Lara continuavam trabalhando com ela e Sophie era humilde o suficiente pra deixar eles como sócios da pequena empresa. Tom cuidava da parte financeira, Sophie da parte criativa e Lara ajudava no que podia, mas já mostrava sinais que iria ser estilista de sapatos. Seus desenhos eram realmente muito lindos.

Eu sabia que caso algo acontecesse comigo, eles teriam como se virar. Afinal, eles já estavam ganhando mais que eu.”

–--

“-Sam, eu descobri algo que você vai achar interessante. – o loiro a minha frente, que era meu chefe desde que eu chegara a Las Vegas, disse sorrindo.

–Diga.

Ele me deu uma pasta amarela com alguns papéis dentro. Tinha uma foto de uma mulher loira, da minha mãe adotiva e uma foto minha, com cabelo preto e com uma roupa que eu nunca tinha visto.

–Você tem uma gêmea de 23 anos.

–Como? – eu perguntei dando uma olhada na ficha da menina que se parecia comigo.

–Essa loira é sua mãe biológica e essa é sua irmã gêmea. – ele disse – Só que nenhuma das duas foi registrada no ano do nascimento de verdade de vocês. Então não sabemos exatamente sua idade e nem a dela já que Pam não deu a luz a vocês num hospital.

–E como vocês acharam isso? – eu perguntei olhando diretamente pra ele que riu.

–Coincidência. Essa é Melanie Puckett. – ele apontou pra minha cópia morena - Nós finalmente conseguimos localizar a irmã da Jéssica Puckett. ”

–--

Eu acordei tentando entender o que estava acontecendo. Na minha mente tinha uma quantidade absurda de informações novas. Mas a única coisa que eu conseguia pensar era que tinha um homem lindo a minha frente sorrindo.

–Finalmente acordou, bela adormecida – ele disse sorrindo – eu nem acreditei quando cheguei aqui e te vi loira. Finalmente saiu da época rebelde da faculdade.

Eu passara boa parte da minha vida trocando a cor do meu cabelo. Quando eu tinha ido pra Yale e tinha assumido meu nome real, eu pintara ele de preto. Apenas um dos meus colegas de classe sabia que meu cabelo real era loiro e sempre reclamara comigo que eu ficava horrível de cabelo preto.

–Colin? – eu perguntei estranhando ele ali. Eu tinha voltado pra New Heaven?

– Sim, Paul Colin em carne, osso e pura gostosura, meu bem. – ele riu – Eu pedi pro Dr Carol deixar você comigo. Eu sei que você não gosta de gente desconhecida tocando no seu corpitcho maravilhoso.

Eu ri. Paul Colin era meu melhor amigo em Yale. Ele era quem mais me ajudava lá. Cansei de fingir que ele era meu namorado pra um de nós dois fugir das enrascadas que nos metíamos por causa de homens. Em toda a minha vida de mudanças de cidade, ele foi a única pessoa que eu fiz questão de manter o contato. De todos, ele era quem mais me conhecia, mesmo que não morássemos na mesma cidade. E eu poderia me apaixonar facilmente por ele, se ele não fosse o homem mais gay que eu conhecia.

–Onde eu estou? – perguntei pra ele

–Ainda não melhorou da amnésia? – ele perguntou preocupado, enquanto pegava uma lanterninha no bolso do jaleco e vinha me examinar. – Você está na clínica do Dr Carol. – ele disse – em Seattle. Estamos no dia vinte de janeiro e você ficou desacordada por dez dias. - ele suspirou - Quando eu voltei do meu recesso e vi ouvi que tinha uma desmemoriada aqui na clínica eu vim correndo ver. Menina, você não sabe o susto que eu levei quando te vi aqui toda machucada e quase morri quando li o laudo.

–Hum... – ele continuou fazendo os procedimentos médicos básicos pra saber se eu estava bem. Até que ele me perguntou se eu me lembrava das coisas – Eu lembro. Quero dizer. Lembro da minha infância perfeitamente. De Yale eu lembro algumas coisas, mas depois de entrar no FBI... Não lembro muito depois disso. Só alguns raros flashes. – eu disse.

–E pelo jeito é coisa secreta do seu trabalho – eu assenti. E ele sorriu e mudou de assunto – Amor, me diz uma coisa e isso você não pode me esconder: como você conheceu os Bensons, sua vaca? – ele fez uma pausa e recomeçou a falar mais animado ainda - Não, espera. Como você conheceu o maravilindo do Fredward Benson? –ele suspirou sonhador enquanto se abanava – Você tem noção do tanto que eu tive que trabalhar e me esforçar pra vir trabalhar aqui só pra conhecer ele? E eu ainda nem analisei aquele corpinho esculpido por Deus! – ele fingiu secar uma lágrima que nunca escorreu - Conte-me seus segredos pra conseguir isso mais rápido que eu, sua vadia sortuda.

Eu ri. Aquele era o Colin que eu conhecia.

–O Freddie? – eu perguntei – Como ele está?

–Ele vem todo dia te ver. Ele, o Spen e a gatíssima da Charlotte junto com o namorado bizarro dela.

–Spen? – eu perguntei curiosa – quem é?

–Spen, oras, o Spencer Shay. – eu gargalhei. – Ah, a mãe dele veio te ver algumas vezes também. Me disse que era pra avisar ela assim que você acordasse. Ela não parece ir muito com sua cara não.

Eu suspirei.

– É... Pelo que eu ouvi dela, ela não ia ser muito boazinha comigo...

–Mas mulher, você não tava morando em Las Vegas? Veio fazer o que aqui em Seattle? E ainda mais toda machucada desse jeito. – ele abriu a boca como se entendesse tudo e colocou a mão na frente a tampando – você está num romance tórrido com Fredward, sua vadia! – ele riu me dando um fraco tapa no ombro – Quem diria... Eu peguei seu chefe, você pegou o meu...

–Peraí, você pegou o Richard? - eu abri a boca abismada - Ele é casado!

–Ele não gemeu o nome da esposa nenhuma vez que eu me lembre. - ele disse olhando pras unhas e eu gargalhei

–Sua bicha má.

–Vamos, desembucha logo! Como o Freddie é na cama?

Eu gargalhei mais alto.

–Eu não sei. Não tenho nada com o Freddie. Ele só me salvou quando eu estava com amnésia.

–Ah, eu sei que ele é um verdadeiro príncipe. – Colin colou a mão no coração e eu já sabia que veria um show de drama na minha frente – Porque os príncipes não são gays? Porque essa maldade acontece conosco, porque? – ele parou de fazer a pose e voltou a me olhar sério – Mas porque você está em Seattle?

–Eu não sei como vim parar em Seattle. – eu suspirei – Acho que nem mesmo avisei os pirralhos que viajaria. – eu eufemizei a situação - Eu tenho que falar com meus irmãos. Avisar que eu estou viva.

–Eu te empresto meu celular – ele disse – Se você convencer sua irmã a fazer uma bolsa masculina pra euzinho aqui.

Eu ri.

–Eu prometo pedir pra ela, serve?


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Notas finais do capítulo

E aí, meu povo. O que vocês têm a comentar do cap?
Vou colocar algumas informações pra quem não entendeu: New Heaven é a cidade onde Yale fica. Connecticut é o estado onde New Heaven fica. SAT é o Enem deles, quer dizer, é quase isso. Ah, quando Sam fala do vídeo cassete, era porque naquela época quase não existia DVD. Ainda era lançamento e a população em geral usava vídeo cassete. Igual Blu-Ray hoje em dia
Pra quem quiser saber, os nomes das pessoas que eu usei no cap: Mãe adotiva da Sam(Urmila Matondkar). Van Augur(Bi Rain). Mei (Christina Milian). Chuck/Thomas Mack (Darsheel Safary). Claire/Sophie Abraahn (Madison Pettis) Anne/Lara Black (Emma Roberts). Paul Colin (Ezra Miller)
Paul Colin foi inspirado no Colin Creevey da fanfic Androgyny (uma fic de Harry Potter que conta a história de três amigos gays que moram juntos e que é declaradamente minha fic favorita. Completamente realista e perfeita. O link é esse www.fanfiction.net/s/7097896/1)
Perceberam que a Sam lembrou-se de coisas que não estão relacionadas ao desaparecimento dela, apenas ao passado mais distante que ela não guardou nenhum trauma? O que convenhamos, isso ainda vai dar muito pano pra manga.
Será que os irmãos dela vão voltar? Será que ela vai voltar pra Las Vegas ou vai ficar em Seattle por mais um tempo? Não sei. Vamos ver o que a Jaqs tem pra nos mostrar, certo?
Beijinhos da YoMismo e até o cap 8!