Um Fantástico Recomeço escrita por Viviane Oliveira


Capítulo 5
Capítulo 5




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Sora acordou rápido no dia seguinte. Eram 10 da manhã e ela ainda não havia feito tudo que precisava, para depois se encontrar com Layla.

- FOOL, POR QUE NÃO ME ACORDOU? – disse ela, desesperada, se trocando mais rápido do que qualquer um no mundo naquele instante.

- Sora, eu não sou sua empregada – disse ele calmamente, aparecendo perto dela – Eu sou o Espírito do Palco e...

- FOOL, PARE DE BESTEIRAS!! – disse Sora, pegando-o e o girando no ar.

- ARGH, SORA! PARE COM ISSO! ISSO NÃO SÃO MODOS DE SE TRATAR O ESPÍRITO DO PALCO! EXIJO QUE ME SOLTE!!! – Gritava ele.

Sora finalmente o largou, fazendo com que ele batesse na parede.

- O que você tem afinal?!? – Disse ele, após se recuperar da tontura.

Sora, apesar de estar muito atrasada e correndo o máximo que podia, possuía um brilho nos olhos e um sorriso no rosto.

- Ah sim, me lembrei agora – disse Fool – Você vai visitar e...

- Srta. Layla! – Interrompeu Sora, quase caindo por tropeçar na roupa que estava no chão – Sim!

-... Por isso está tão feliz – completou Fool.

- Tchau, Fool! – disse Sora, batendo a porta.

Sora desceu para o refeitório, explicou resumidamente a história para Mia e Anna, comeu qualquer coisa e seguiu em direção ao hospital. Seria uma corrida de pelo menos 30 minutos, se não fosse por Yuri, que estava encostado em seu carro, na frente do Kaleido, esperando por Sora.

- Vai a algum lugar, Sora? – perguntou ele, discretamente.

- Jovem Yuri! O que faz... – Sora não completou, porque percebeu que Yuri queria uma resposta mais rápida – Eu... Estou indo visitar a Srta. Layla.

- Eu também irei. Não gostaria de uma carona?

- Como... Você...?

- Ela sabe que estou indo, não se preocupe.

- Tudo bem, então. Obrigada.

- Entre, por favor – disse Yuri, abrindo a porta do carro.

No caminho, Sora puxou conversa.

- Jovem Yuri, por que a Srta. Layla o chamou?

- Ela pediu que eu a visitasse depois do almoço – disse ele, olhando para frente – Disse que fazia tempo que não nos víamos... E também, disse que queria me mostrar algo...

“Será que ela o chamou para mostrar o nosso... treino?”, pensou Sora, mas não disse mais nada.

Layla estava na porta do hospital, a espera dos dois. Já sabia que Sora viria com Yuri porque foi ela mesma quem o pedira isso. Kate a acompanhava, já que Layla estava de cadeira de rodas e pediu sua ajuda.

- Só quero que saiba, Layla, que só concordei com essa sua idéia insana porque sou sua amiga – disse Kate – mas penso até que isso seja burrice de sua parte.

- Não, não é – respondeu Layla. Viu o carro de Yuri se aproximando – Isso, Kate, se chama “renascer das cinzas” – sorriu.

- Olá, Layla – disse Yuri, estacionando.

- Boa tarde – olhou para os dois – Olá Sora.

- Boa tarde, Srta. Layla – disse Sora, saindo do carro – desculpe, me atrasei?

- Não, está no horário.

- Como? – Disse Yuri – Chegou no horário? O que quer dizer, Layla?

- Você verá, Yuri – respondeu Layla – vamos, Kate.

- Certo – respondeu ela.

Kate os levou até uma sala espaçosa, onde se encontravam diversos aparelhos de ginástica e aparelhos especiais, usados no tratamento de pessoas com problemas semelhantes aos de Layla, como a paralisia. Yuri, ao chegar, olhou para tudo aquilo perplexo.

- O que... Vai fazer? – disse ele à Layla.

- O que parece que irei fazer? Vamos Sora, hora do nosso treino.

- Treino?!? Você enlouqueceu, Layla??? Não pode treinar assim!

- Não, Jovem Yuri, na verdade ela vai se exercitar e... – começou Sora, mas Yuri a interrompeu.

- E nada! Vai se esforçar, incapacitando-se ainda mais! Não posso permitir que se machuque mais do que já está!

- Yuri, eu não lhe pedi para que viesse aqui dar palpites, muito menos me impedir – disse Layla. Estava mais séria do que nunca, apresentando um ar calmo e decidido.

- Dar... Palpites? – disse Yuri, se segurando para não explodir – Layla, você...?!

- MAS SIM – interrompeu-o – Pedi para que viesse aqui assistir meus treinos. Isso já basta.

- Layla! Não entende que pode se matar tentando consertar o estrago? Kate! Bela amiga você é!

- Não me culpe, Yuri! Não consegui impedi-la e garanto que o Sr. Também não vai – respondeu Kate, indignada.

- Não, não irá mesmo – disse Layla, olhando, finalmente, nos olhos de Yuri, que hesitou ao falar o que viria a seguir.

- Vai se arriscar assim? A esse ponto?! – disse Yuri.

- Não me diga que terei que explicar a você novamente, Yuri?

- Explicar? – disse ele, desconfiado.

- A Técnica Fantástica me motiva a arriscar. Qualquer que seja o desafio a ser feito para aperfeiçoá-la novamente não será em vão. Não irei desistir. Não agora.

Yuri só vira aquele brilho no olhar de Layla quando ele brigou com ela na última vez, e foi sobre essa mesma circunstância. De certa forma, fora hipnotizado por aqueles olhos cor safira, e não sabia explicar o por quê. Depois de alguns segundos, retomou sua fala.

- Eu só espero que... Um dia nós possamos aperfeiçoar uma técnica tão maravilhosa como essa... Layla – Yuri havia mudado o tom de voz, mas o desespero em sua fala perante Layla ainda existia. Desviou o olhar, virou-se de costas e saiu andando.

- Y-... Yuri... – disse ela, bem baixo. “Por que disse isso...?”, pensou ela.

- Faça o que quiser – disse ele, antes de sumir pelos corredores do hospital e sair de lá.

- Sora? – disse Layla, um tempo depois.

- S-sim? – respondeu Sora, um tanto confusa pela discussão que tinha acabado de ouvir.

- O que está esperando para me dar ordens? Vamos treinar.

Layla começou seu “treinamento” se apoiando no andaime, mas não moveu um músculo sequer. Tremia, não conseguindo se mexer.

- Vamos Srta. Layla, vamos... – disse Sora. “Ela está fraca demais, não vai...”, pensou, mas não complementou, já que viu a parceira cair no chão – Srta. Layla!

Sora se aproximou dela e estava prestes a ajudá-la a se levantar, mas ela a impediu.

- Não Sora, fique aí! Apenas me dê ordens! – disse em um tom de cansaço extremo.

- Mas... Srta. Layla, não posso! Não posso te dar ordens assim!

- Ande! Vamos! – disse, tentando se levantar.

- Mas...

- SORA! – gritou Layla, o que fez Sora se assustar – não percebeu qual é seu papel em tudo isso ainda?! Você é a minha fonte de energia, Sora! É o lugar onde eu deposito minha confiança e os meus sonhos – disse, ainda tentando se levantar, mas com um esforço sendo utilizado em vão. Parou para repor a pouca energia que lhe restava – Por isso... Você, como minha parceira, é a única que pode me curar!

- Srta. Layla... – disse Sora, quase chorando.

- Se não me forçar a fazer isso... Se não me der confiança o suficiente para seguir em frente, nunca voltarei ao palco – disse Layla, um pouco mais baixo. Em seguida, retomou o tom de voz de antes – O que me diz?!

Sora parou por um segundo. “Muito bem”, pensou. Ao abrir os olhos, não havia mais tristeza, mas sim, uma expressão de alguém totalmente decidida e confiante.

- Levante-se então, Srta. Layla! – disse Sora.

- Era disso que eu estava falando – disse Layla, sorrindo. Sabia que conseguiria agora. Porém, ainda tremia muito para ficar em pé. Acabou caindo novamente.

- LEVANTE-SE AGORA, LAYLA! – disse Sora, em um susto. Nem ela mesma acreditara ter dito algo tão imponente assim. Layla a olhou, um tanto receosa – ANDE!

Layla não sabia como explicar. Algo a deixara de pé no mesmo instante. Olhou para Sora; ambas se assustaram, mas logo em seguida, sorriram.

- Ótimo, agora tente se equilibrar com a perna direita no chão. – disse Sora.

- Certo – respondeu Layla que, com muito esforço, manteve-se na mesma posição por alguns segundos.

- Impressionante... – disse Kate a si mesma.


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