Já haviam se passado mais quatro semanas, ou seja, um mês e duas semanas que a Jade sabia que estava grávida. Ainda podia usar suas blusas justas, aquelas que a deixavam extremamente linda.

Jade aproveitava ao máximo sempre seus momentos com  Beck, com a Cat, André, até mesmo com Robbie e Tori. Ela sabia que iria embora logo, e ela queria aproveitar isso antes de partir. Todos achavam estranhas essas novas atitudes da malvada West, embora, não reclamavam.

- Ah, Jade... Estou indo ao parque hoje a tarde com o Robbie, quer vim com a gente e levar o Becky também? Isso seria tão incrível! – Cat sorriu animada. Jade sorriu para ela.

- Claro, Kitten, isso seria legal! – Ela concordou, antes de abraçar a amiga e sorrir calorosamente.

Ambas se sentaram à mesa do Asphalt Coffee, arrancando olhares curiosos de André e Tori que chegavam. Robbie se sentou ao lado da Cat, Beck chegou ao mesmo tempo, se sentando ao lado da Jade.

- Como estão? -  Tori perguntou, fazendo uma careta animada.

- Bem! – Jade respondeu sorridente. Temendo, que essa poderia ser uma das últimas vezes que ouviria isso.

- Bem. – Beck disse ainda estranhando a atitude de sua namorada, ele beijou a bochecha dela antes de falar.

- Maravilhosamente incrível! – Cat deu um gritinho. – Ei, Tori,André, eu, Robbie, Beck e Jadey estamos indo ao parque hoje a tarde, querem vir com a gente?

- Oh, isso séria legal, pequena ruivinha... – André disse, bagunçado os cabelos da Cat.

- É, bem legal. – Tori concordou, encostando o ombro no braço do André. – Já comentei que a Trina está me dizendo que precisa de minha ajuda para aquele novo trabalho de canto? É, minhas tardes estão horríveis, cheias de remédios para dor de cabeça!

Alguns minutos de conversas gastas, alguns pedidos, beijos e carinhos entre a mesas dos “Namorados mais populares de HA”, o sinal tocou e eles foram obrigados a irem para dentro da escola. Como sempre, Jade foi junto com o Beck, segurando a mão dele o tempo inteiro.

- Querida, - Beck disse, tentando ser um pouco sociável. Ele estava observando ela guardar seus livros. – Uh, posso saber por que você está agindo tão... Diferente comigo e com todos?

Ele gelou, esperando com medo uma resposta sarcástica dela.

- Eu apenas quero ser! – Jade disse sorridente, isso o deu mais medo se fosse algo sarcástico e bem malvado. Beck suspirou.

- Algum motivo em especial? – Ele perguntou.

Sim, é claro. Estou grávida de você agora, estou mentindo e irei fugir em segredo para Londres e tentar uma vida por lá, até eu ser famosa o suficiente para sustentar eu e meu filho! Isso foi o que Jade quis gritar. Mais ela mostrou um grande sorriso. – Claro que não. Vai logo pegar seus livros e nos encontramos na aula!

Jade se inclinou, beijando suavemente os lábios dele.

Beck sorriu, ainda estranhando a reação dela... Mas ele simplesmente a beijou. Ela acenou de um jeito sedutor para ele, sorrindo enquanto ia para a direção oposta. Sua próxima aula.

Quando virou o corredor, seu sorriso se apagou rapidamente. Ela sentiu mais medo do que nunca na vida. Ela iria o perder, de qualquer forma, indo ou não para Londres, Jade perderia o Beck e o amor dele.

Perderia os toques. As palavras. Os gestos.

Perderia o amor. O carinho. O entendimento.

Perderia sua esperança de vida.

Ela estaria disposta  a largar realmente tudo para um futuro incerto?

Agora ela tinha que se doar para outra pessoa, um pequeno serzinho que crescia dentro dela. E mesmo a  Jade com todo o seu ódio por crianças, ela amava mais do que tudo aquele bebê, e faria mais do que o impossível para o vê-lo bem.

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- Está pronta para ir, Jade? – Beck perguntou, esperando sua namorada que ainda passava um batom na boca delineada.

- Acabei. – Jade sorriu, se levantando e indo na direção dele. – Eu amo você, sabia?

- É eu sei... Se não me amasse não seria minha namorada há quatro anos. – Beck sorriu, a puxando pela cintura e colando seus corpos. – Eu também te amo.

- Você nunca se esquecerá de mim, não é? Promete? – Ela pediu, o fitando com aqueles olhos azuis e brilhantes.

Ele estranhou a pergunta repentina. – Claro que não, você é inesquecível.

- E você me amará para sempre, não é? – Dava para sentir a esperança pingando da voz dela.

- Claro que sim! – Ele beijou ela. Jade sorriu.

- Ótimo, por que eu também te amarei para sempre. – Ela deu essa indireta, ela iria embora a pouco tempo, e ele precisava se lembrar disso na hora em que estiver no altar se casando com outra.

Ele sorriu, beijando novamente os lábios dela. – Vamos agora, os outros estão nos esperando. Beck pegou a mão dela, a guiando para fora do RV em direção ao carro dele. Ele suspirou, tinha a certeza de que hoje seria uma ótima tarde, ele também sentiu que precisava de algum jeito aproveitar o bom humor da Jade.

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Alguns dias depois.

O médico tinha acabado de passar aquele gel gelado na sua barriga, pegando o aparelho de ultrassom e passando suavemente ao decorrer de sua pele pálida,um pouco inchada. Ambos olharam automaticamente para a tela. O médico sorriu. 

- Ali, é o feto. O bebê tem apenas um mês. Como sabe, ainda não é possível descobrir o seu sexo. – Ele continuou movimentando o aparelho. Jade sorriu, maravilhada, olhando para tela... Aquela coisinha deformada e feia, do tamanho de um grão de feijão era o seu futuro bebê.

Era uma onda de alegria e tristeza em sua pele. Era o primeiro ultrassom, e nem mesmo o pai estava aqui, Jade pensou duas vezes... Ela não era a única passando por isso, ela precisava ser forte.

 Ela sabia que ser mãe seria incrível, que ela teria um futuro maravilhoso com um filho, ou filha( ela ainda torcia com todas as forças do mundo para ser um garoto). Mas, ela sabia também que agora era óbvio que teria que largar para sempre sua vida, sua escola, seu amor, seus amigos.

Era um risco em que  Jade teria  que cometer.

Beck a odiaria com um filho, simplesmente, ela sabia que estragaria a vida dele e a carreira dele. Ele pararia de amar ela, se ela o desse um filho. Ele queria casar primeiro antes disso acontecer.

Ela também.

Mas, olhe só o que o destinou reservou para eles?

Jade saiu do hospital, caminhando pelas ruas movimentadas de Los Angeles. Ela pegou seu celular, e discou cuidadosamente o número da mãe.

- Oi, mãe... – Jade sorriu nervosa.

- Olá minha filhota, e ai... Realmente grávida? – A hesitação em sua voz era maior do que tudo no momento. Jade parou de andar.

- Sim. – Ela congelou.

- Oh meu bebê, eu vou te apoiar... Ok? Vou mandar hoje a tarde o dinheiro para sua conta, e você me diz que dia pretende ir para Londres. – A mãe dela disse, Jade segurou sua respiração para não chorar.  -  E o Beck, decidiu contar para ele, ou não?

- Não. Eu vou fugir e pronto. - A mãe pareceu um pouco nervosa com isso.

- Tudo bem, meu amor... Tudo bem. – Ela repetiu mais para ela, do que para  a Jade.

- Obrigado por tudo, mamãe, a senhora nem sabe o quanto eu sou grata. E mais uma vez, me desculpa, eu não queria te dar problemas. – Jade disse, com todo o amor guardado em seu coração.

- Não se preocupe meu amor, eu sempre estarei aqui para você, princesa... Olha, seu tio está me chamando, vou te ligar a noite para conversamos. – A mãe sorriu. – Tudo bem?

- Claro. – Jade assentiu. Se despedindo e desligando o celular.

Ela continuou caminhando, com aquele sentimento de remorso dividindo lugar com felicidade em seu coração.

O que ela faria lá? O que eles fariam aqui? Será que alguém a acharia?

Como que ela se despediria deles? Ou ela se despedia deles, ou apenas fugiria?  Como que eles não chamariam a polícia ao verem que ela fugiu?

Como que ela passaria as suas poucas semanas com as únicas pessoas que a amavam?

Como que ela viveria daí em diante sem o Beck?

E no futuro, se descobrir... O que ele pensaria dela?

Jade continuou fazendo aquelas perguntas que ninguém iria responder, ela se sentia posta em perigo... Ela sabia que havia decisões difíceis a serem tomadas, e agora, era a hora dela passar por isso. Mais algo em seu peito a dizia que tudo estaria bem. Ela continuou andando, com um meio sorriso em seu rosto, pensando em sua vida, pensando em sua mãe, pensando em si mesma e neste bebê que nasceria daqui a algum tempo.