Quando A Chuva Cai escrita por MyAngel


Capítulo 2
Capítulo 2 - Lembranças


Notas iniciais do capítulo

** Vocês irão perceber que costumo colocar antes de cada cap. um verso, este verso será um tipo de introdução de cada cap. ou um pensamento/ sentimento do personagem em questão. Na maioria das vezes os versos são de minha autoria, quando isso acontecer irá aparecer os nomes dos personagens respectivos, e se for de outro autor irei colocar o nome do próprio!
*** Boa leitura!!



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* Lembranças

Não me cante canções do dia, pois o sol é inimigo dos amantes. Cante-me as sombras e a escuridão, me cante as lembranças da meia noite!

*Sidney Sheldon*

"A única luz que conseguia enxergar, em meio aquela noite tempestuosa, vinha de uma cabana velha, para qual corria, tentando me proteger daquela chuva tão fria que insistia em cair da mesma forma que a lua insistia em se esconder por detrás daquelas nuvens escuras. Adentrei a cabana iluminada, cuja porta se encontrava entreaberta e apesar da luz forte que eu havia visto vir de uma lareira, a cabana me pareceu mais fria do que a noite chuvosa. Talvez fosse pelo fato de ter um corpo de uma garota pálida, com os cabelos longos e negros, esticada no chão com um vestido todo ensanguentado. Ou talvez fosse pelo simples fato daquela garota ser tão parecida comigo!"

Um estrondo tão alto acordou-me, me fazendo dar um pulo na cama assustada. Olhei para a janela e percebi que era apenas a chuva me trazendo das minhas lembranças. Ainda assustada escuto uma voz aguda me chamar:

Lilith?! - Olho para a pessoa a minha frente e me lembro daquela noite tão chuvosa e fria em que a conheci.

Lili?!- Mais uma vez volto das minhas lembranças, só que desta vez trazida pela voz de Sarah que me olhava assustada.

Lili, você está bem?

Sim, apenas o mesmo sonho de sempre!

Hum, é que desta vez você me pareceu mais assustada.

É que desta vez eu consegui ver o rosto da garota.

Sério? E quem é a garota? Você a conhece?

Sim, eu a conheço.

Então... Quem é? - Sarah me perguntou, com um tom na voz que aparentava... Medo?

Sou eu! - Foi à única coisa que consegui responder.

***

A noite desta segunda-feira era um contraste com o tempo que se fez presente durante o dia, a lua exibia-se em meio às estrelas, mostrando toda a sua beleza em um céu totalmente desprovido de nuvens. Uma luz brilhante em meio a um céu escuro... Algo realmente belo!

Algumas lendas sobre nós, vampiros, têm seu fundo de verdade como a de sermos totalmente vulneráveis a luz solar, nosso corpo se em contato com ela transformar-se-ia em pó. No entanto, nem tudo nessa lenda é verdade! Existem alguns vampiros, tão fortes, tão antigos e poderosos que conseguem exporem-se a luz do sol, quando esse se apresenta em pouca quantidade, é claro! A chuva e o nevoeiro, pode-se dizer, são bons exemplos dessas situações. Mas esse , infelismente, não é o meu caso! Não sou tão forte e antiga para merecer tamanha regalia. Por esses motivos nós, meros vampiros comuns, tomamos como prática dormir durante o dia, só que nestes últimos dias dormir se tornou um martírio para mim! Nesta tarde mal consegui pregar os olhos por conta do meu sonho ou deveria chamá-lo de pesadelo? Um pesadelo tão enigmático que me fez perder a noção do tempo de novo! O relógio no bidê ao lado da cama mostrava que já estava mais do que atrasada. Arrumei-me com pressa, enquanto chamava por Sarah.

– Droga, ela já deve ter saído! – Resmunguei para mim mesma... Sinceramente não entendi por que ela saiu e nem me chamou! Ela sabia que eu tinha que me encontrar com o mala do Cristopher!

– Agora perdi a carona! Vou ter que correr para poder chegar a tempo. - Ok! Admito, ser um vampiro tem suas vantagens, como a de correr mais rápido que o animal mais veloz da Terra. Mas só de pensar em correr já me deixava cansada!

Desci as escadas rapidamente e me deparei com um bilhete grudado na porta dizendo:

“Lili desculpe por não ter acordado você!”

“Beijinhos, Sarah”

Típico dela! Ao invés de me acordar perde tempo escrevendo bilhetinhos! Bom, não tenho tempo para pensar nas maluquices de Sarah, havia combinado com Christopher de nos encontrarmos na cafeteria próxima ao Central Park, às 19h30min.

Mesmo sendo noite a cafeteria estava lotada. Várias pessoas se amontoando na volta do balcão tentando comprar a única coisa que as manteriam acordadas até o fim da noite. A cafeína fazia com que seus corpos tão frágeis suportassem a rotina de trabalho e deveres exaustivos que uma grande cidade como New York exigia. Estavam tão dependentes daquela substância que era possível ver as olheiras de noites mal dormidas e o estresse que sentiam. Nem percebiam que estavam tão dependentes do café quanto os drogados do crack e nós vampiros do sangue. Desviei os meus olhos daquelas pessoas decrépitas e me dirigi à última mesa daquele recinto, lá estava ele, sentado perto da janela olhando pela vidraça enquanto uma xícara de café esfriava sobre a mesa.

– Não sabia que tinha virado mais um adepto do café? - Tentei ser o mais sarcástica possível.

– Está atrasada. - Foi à única coisa que me disse.

– Você não respondeu a minha pergunta. - Falei enquanto me sentava no lado oposto da mesa.

– Não virei só que ficaria difícil dizer para o garçom que desejo um copo de sangue O+. Sinceramente acho que ele não teria no cardápio! - Não pude evitar rir ele, com certeza, era mais sarcástico do que eu.

– Só estou atrasada 5 minutos, você poderia me dar um desconto. - Falei fazendo um biquinho.

– Você não me chamou aqui para questionar os meus hábitos alimentares, não é?

– Sim, você tem razão. Não o chamei aqui para isso.

– Então...

– Precisamos que você nos ajude a conseguir novos passaportes.

– Novos passaportes?... Mas eu consegui novos passaportes pra vocês há um ano!

– Dá pra você diminuir o tom? Ou quem sabe você coloca na Internet, aí talvez todos fiquem sabendo! - Tentei falar o mais baixo possível. Ele havia falado tão alto que várias pessoas ficaram olhando para nós. Christopher esperou as pessoas desviarem os olhares até começar a falar novamente.

– Você tem ideia o do quanto é difícil conseguir passaportes falsos, sem ter esses malditos policias fuxicando nos meus assuntos Lilith?

– Mas eu sei que você consegue... - Não consegui terminar de falar, ele estava furioso e já começava a praguejar novamente.

– Em apenas dois anos eu consegui cinco passaportes diferentes pra vocês. E eu nunca perguntei o motivo de tantas mudanças, mas agora eu não posso deixar de perguntar... Por que vocês querem outro passaporte? - Tudo bem ele tinha razão, Sarah e eu tínhamos o costume de nos metermos em encrenca e por muitas vezes precisávamos de documentações novas para fugir das mesmas, mas daí querer saber o motivo... Desde quando ele se importava com os motivos pelos quais os vampiros e alguns humanos procuravam os serviços dele?... Ele já estava me dando nos nervos!

– Se não vais responder então já vou indo, não tenho tempo a perder com vampiras como você! - Nunca me senti tão ofendida na minha vida, está certo que ela não era tão longa quanto à vida dele, mas isso não o dava o direito de falar assim comigo. Muitos vampiros não gostavam de nós, justamente por não sermos iguais a eles. Mas isso não importava não podia deixá-lo sair sem antes conseguir os passaportes. Ele já estava se levantando quando falei.

– Espera! Eu te conto. - Esperei ele se sentar, agora seu semblante não era mais de raiva e tão pouco de sarcasmo, sim de triunfo. Odiei-me naquele momento, odeio ter que fazer o que os outros querem!

– Temos que ir para Londres, Sarah recebeu uma carta dos superiores pedindo a nossa presença. Nem adianta me perguntar o porquê, não faço à mínima ideia. - Realmente eu não sabia o motivo, ele me era tão estranho quanto o era a Sarah. Ele começou a rir, odiava tanto seu sorriso quanto o seu sarcasmo.

– No que vocês, sanguessugas, se meteram agora a ponto do Conselho Superior chamá-las?... Não gostaria de estar na pele de vocês! - Não consegui responder nada estava tão furiosa, se ele falasse mais alguma...

– Vou ver o que posso fazer, mas não garanto nada. - Dito isso ele se levantou e foi embora. E pela primeira vez comecei a sentir um pouco de medo depois de... Depois de muito tempo. Com certeza ser chamada pelo Conselho Superior não queria dizer ser convidada pra uma festa.




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Notas finais do capítulo

Pessoal gostaria de saber a opinião de vocês já que essa é a 1º fic que escrevo, então por favor deixem um review! ^^



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