-Como será que serão os nossos filhos? – Ricardo perguntou enquanto eu me deliciava de um sorvete de baunilha. O encarei e balancei a cabeça.

-Você já tá pensando nisso? – Dei uma gargalhada.

-Claro! Você não?

-Sei lá, nunca pensei em ser mãe. – Murmurei e ele suspirou.

-Você não quer filhos? Tudo bem, eu amo você, Windy. Com ou sem filhos. – Ele riu.

-Não disse que não quero... Só nunca pensei a respeito. – Dei os ombros e ele passou o braço sob a minha cintura.

-Então...

-Futuramente, Ricardo. Eu nem sei cuidar de mim ainda. – Dei uma risada.

-Deixa que eu cuido... Com prazer. – Ele mordeu meus lábios e eu soltei um gemido.

-Chato! –Revirei os olhos e ele sorriu. – Você só pensa malicia, é?

-Até que não. Mas acho melhor irmos pra casa, antes que eu te agarre aqui, e bem... Sabe... Acho que dá cadeia. – Ele disse brincando e eu dei um tapa nele.

-Falando assim, parece que você tá comigo só por sexo. – Eu disse sincera e os seus olhos estalaram.

-NUNCA! Quer dizer, já fiz isso algumas vezes. Mas se fosse realmente SÓ isso eu não teria ficado igual um cachorro morto quando você me chutou. – Tudo que Ricardo dizia tinha um tom de brincadeira, segurei-me para não soltar uma risada. – E também, jamais diria que a amo, se realmente não a amasse. E nem pediria em casamento... Cama é cama, aliança no dedo é completamente diferente.

-Porque você fica se explicando? – Eu soltei uma gargalhada. – Poxa, falei brincando.

-Não quero que restem dúvidas a respeito do meu amor por você.

-Falando assim, até parece que você é um homem muito sério. – Debochei.

-Sou seríssimo.

-Repete isso pra ti mesmo umas nove mil vezes, quem sabe você incorpore um outro alguém.

-Não quero incorporar outro alguém. Tendo o seu amor, não preciso ser sério. – Ele murmurou enquanto me abraçava.

~*~

  Os preparativos para o casamento estavam prontos, eu entraria sozinha já que Dan me odiava e não, eu não queria entrar com mais ninguém além dele.

-Tá bem mesmo? – Ricardo murmurou enquanto beijava minha testa. Era 10 horas da manhã, eu iria passar o dia em um spa com as minhas amigas e a minha mãe também iria.

-Não, não estou. Você sabe o motivo. – Murmurei tentando impedir que lágrimas escorresse  pelo meu rosto.

-Eu sei... Dan! – Ricardo murmurou. – Ainda dá tempo...

-De que? – Indaguei.

-De desistir... – Ricardo disse, engoliu seco.

-Mas eu não quero desistir...

-Eu sei, mas você não está bem. Não quero te ver triste justo no dia do nosso casamento, Windy...

-Eu sei, vai passar. – Murmurei. Ricardo me abraçou.

-Ainda dá tempo... Só não me deixe plantado no altar! Isso seria triste demais. – Ricardo falou e eu ri.

-Ricardo, menos né.

-Tá bom, tá bom.

    Organizei todas as minhas coisas na bolsa para ir para o spa, as garotas já estavam lá e eu como sempre estava atrasada.

-Te vejo no altar, MINHA Windy. – Deu-me um selinho.

-Até. – Sorri de canto e fui para o spa.

~*~

-O Dan está bravo comigo ainda... Não é mãe? –Indaguei, minha mãe me fitou e seus olhos pareceram triste. Incrível como um simples olhar pode revelar tantas coisas a um bom entendedor.

-É o seu casamento... Para de pensar nisso. – Murmurou minha mãe relaxada.

-Todo mundo casando, Windy & Ricardo, Priane & Cadu... Só falta eu e o Thi e falta a mãe da Windy arrumar um namorado!

-Já arrumei. – Soltou minha mãe. Todos os olhares se voltaram a ela.

-Quem é? – Perguntei chocada com a afirmação dela. Minha mãe ficou anos solteira, chegou a dizer que não queria mais ninguém. Na verdade, creio eu que, ela se sentia culpada pela morte do meu pai.

-Filha... Acho que aqui não é o melhor lugar para falarmos disso! –Ela disse arrependida de ter revelado.

-É sim, se você não falar eu saio daqui e desisto do casamento! A culpa será toda sua. – Disse irritada para ela que bufou de raiva.

-Vem comigo... – Disse saindo da banheira, se enrolou em uma toalha branca e caminhou em direção a porta.

Fomos para o pátio onde não havia ninguém.

-Fala mãe... – Disse tentando me preparar psicologicamente para ela assumir que estava namorando com o pai do Rafael.

-Eu estou namorando com o... Arthur. Eu sei. Você vai ficar brava, mas se você quiser eu termino! Eu entendo, ele é seu ex-namorado, acho que isso não deve ser muito confortável. – Eu não consegui responder, simplesmente caí na gargalhada.

-Sério isso mãe?

-Muito!

-Eu não estou brava, não me importo sério... Agora entendo o porquê de você admirá-lo tanto...

-Mas eu estou com ele à pouco tempo! Um mês no máximo.

-Tudo bem mãe, mesmo. – Sorri.

-Ainda bem. – Suspirou aliviada.

-Achei que você estivesse com o pai do Rafael. – Dei uma gargalhada.

-O que eu quero com um velho broxa? – Ela indagou e meus olhos saltaram. – Aff filha, não se faz de santa. Você não é mais uma criança e sabe muito bem o que é bom!

-Mãe... – A repreendi.

-Mas é! Se o Ricardo fosse broxa você iria querer-lo?

-Mãe!!! – Dei uma risada e ela se conteve.

-Tem que ter pegada. – Ela deu os ombros e saiu rebolando.

(...)