Windy.

A Shayane posou na minha casa para assim pensarmos em todos os detalhes da festa.

-Então, eu estava aqui pensando... -Shayane disse como quem não quisesse nada.

-O que? -Virei-me puxando o edredom, é eu estava com frio.

-Você não percebeu ainda, não é? -Shay disse.

-Do que você está falando? -Esses papos da Shay, sempre confusos.

-O Ricardo, tá escrito na testa dele que ele é louco por ti.

-Nada a ver, somos apenas amigos. -Disse.

-Amigos? Windy. Você achava que estava grávida dele, isso significa que rolou algo.

-Rolou e dai? -Assumi o que já estava assumido.

-Você pode não amar ele, mas acho que "essa noite" fez com que ele te idolatrasse. -Revirei os olhos, mas não pude evitar uma gargalhada.

 -Que boro godo é esse? Dama na sociedade e puta na cama?! -Riu.

-Nada a ver sua louca, simplesmente aconteceu. –Falei como se fosse algo normal.

-Eu acho aquele Arthur uma mala amiga, desculpa.

-Ah, às vezes ele é.

-Às vezes? -Shay ergueu as sobrancelhas.

   Fiz uma careta apenas, levantei da cama e fiz a minha rotina matinal.

(...)

-Você já sabe o que tem que fazer. Não é? - A fitei.

-Sim. Calma Windy, vai dar tudo certo.

-Espero. –Sorri largo.

   Arthur entrou no meu quarto sem mais nem menos.

-Oi. -Disse sorrindo para mim.

-Oi. -Retribui o sorriso.

-Bem, vou para o banho. -Shay disse e jogou o cabelo para trás saindo assim do quarto deixando-me sozinha com o Arthur.

-Tudo bem? -Perguntou, evitei olhar para seu rosto, fitando o chão ou às vezes o teto.

-Sim e ai? -Perguntei.

-Ótimo. -Respondeu. -Eu vou ser direto!

-Você sempre foi direto. -Dei os ombros e ele riu.

-O que está rolando entre você e o Ricardo? –Perguntou. Logo se aproximou de mim.

-Eu preciso responder isso? –Me mantive séria.

-Se você responder que tem algo rolando eu a deixo em paz.

-Se não? -Perguntei franzindo o cenho.

-Não posso mais conviver com isso. -Disse e me agarrou, me debati no início dando-lhe socos e tapas, mas aos poucos me rendi ao seu beijo. Para ser sincera parecia que o beijo faltava algo... Algo que só o beijo do Ricardo tinha.

Não acredito que esse pensamento veio em minha mente.

-Não acredito que você ainda não está pronta! -Ricardo disse invadindo meu quarto afastei-me rapidamente do Arthur. O Ricardo ao perceber o que havia acabado de acontecer passou uma das mãos pelos cabelos e corou, mas não de vergonha e sim de constrangimento.

-Ah, desculpa. Eu atrapalhei? -Perguntou.

-É só isso que você sabe fazer mesmo. -Arthur retrucou. -Tchau Windy.

-Tchau. -Respondi sem tirar meus olhos do Ricardo. Arthur saiu do quarto, peguei a minha roupa que estava em cima da cama.

-Pelo jeito você e o playboy voltaram. -Ricardo insinuou como quem não quer nada.

-Não. –“Respondi” e fui para o banheiro.

Tirei a minha roupa e entrei na banheira, fiquei um bom tempo ali deitada com os olhos fechados.  Ouvi um barulho de porta, abri apenas um olho dando assim de cara com o Ricardo.

-Tá maluco? O que tá fazendo aqui? Alguém pode ver! -Disse visivelmente irritada, Ricardo revirou os olhos e adentrou a banheira.

-Ninguém vai ver, por favor, não me mande parar. -Ele fez uma careta e seus lábios tomaram os meus em um misto de carinho e desejo. Ricardo alisava minhas costas em um gesto carinhoso enquanto sua outra mão acariciava meu rosto, levei minhas mãos até as suas costas e o unhava de vez em quando.

(...)

Sai do banheiro enrolada na toalha e o Ricardo estava com o cabelo molhado, conclusão: Ao sairmos do mesmo, Shayane estava sentada na cama e levou um susto que quase caiu da mesma.

-Eu preciso me acostumar com isso. – Shay engoliu o riso.

-Precisa mesmo. – Ricardo rebateu.

-Não, não precisa não. – Bufei, entrei no closet e coloquei um vestido e um sapato alto como sempre e uma maquiagem forte.

VESTIDO DA WINDY:

Fomos para a tal festa e o Dan foi junto com nós, a Liane não iria, pois estava na faculdade, ou seja, eu iria aproveitar e por ao invés de um plano em prática, dois!

Chegamos à festa que por sinal estava bem movimentada, era uma casa noturna com as paredes vermelhas e tinha um DJ tocando. Aproximei-me da Shayane e sussurrei no seu ouvido:

-Faça a sua parte, confio em você. Enquanto isso... Irei fazer outra coisa.

-Pegar o Ricardo?- Ela praticamente gritou por causa do som alto e ele ouviu, já que estava ao meu lado, deu um sorriso malicioso em minha direção e eu revirei os olhos, era automático.

-Não, e não me provoca Shayane! – Bufei.

Ela foi para um lado e eu, Dan e Ricardo para outro. Fomos até o bar e ficamos conversando. Depois de muito papo e muita bebida o Dan já estava tonto, peguei o celular de seu bolso e o Ricardo ajudou-me a carrega-lo para um dos quartos acima da boate. O colocamos na cama e arrancamos a sua roupa colocando-as no lixo do outro banheiro, voltamos para a festa.

-Sabe no que eu estava pensando? – Ricardo disse enquanto colocava suas mãos ao redor de minha cintura.

-O que? – Disse de braços cruzados. E com uma cara feia o fitando.

-Podíamos pegar um quarto, para nós. – Riu.

-Você já teve demais hoje. – Disse tirando suas mãos da minha cintura.

-Ah, nossa. – Levantou as mãos para cima como se estivesse se rendendo. Balancei a cabeça e comecei a encarar as pessoas dançando na pista e só então lembrei então da Shayane que já estava demorando e nenhuma notícia dela.

-Cadê a Shayane? – Perguntei.

-Vai saber. De certo o Rafael gostou da coisa. – Riu.

-Eu te odeio Ricardo. – Murmurei.

-Percebi. – Riu.

-Ãn? – Perguntei sem entender.

-Hoje, na banheira, na minha casa aquele dia... Muito ódio envolvido, realmente.

-ARG! Insuportável. – Corei e ele fingiu que não viu, acho que para me confortar.

Logo avistamos todo mundo da festa indo para os fundos da mesma, ergui as sobrancelhas e Ricardo me puxou pela mão para ver o que estava de fato acontecendo.

Shayane.

-Tá maluca? Você é amiga da Windy. -Rafael disse, estava com ele nos fundos da festa o prensando contra o muro que dividia o pátio da festa de uma casa qualquer.

-Isso nunca te impediu antes. -Mordi os lábios. -E, aliás, ela te deu um pé na bunda. Use-me como uma pequena vingança. -Rafael se empolgou depois disso.

-Aqui não, alguém pode ver. -Disse ele.

-Por isso mesmo, eu gosto de correr riscos. -Disse.

A coisa começou a esquentar, Rafael me beijou e levantou o meu vestido, virei de costas e um tumulto se formou.

-Olha ali, o Rafael tá pegando um traveco! -Gritou um cara.

Todos riam do Rafael e eu também ria, Rafael tapou a cara com as mãos e muitas pessoas tiravam fotos. O abracei e ele me empurrou saindo assim do tumulto que o perseguiu.

-Muito bem. -Windy falou. Estava parada ao meu lado com um sorriso satisfatório nos lábios.

-Foi divertido. -Ri.

-Vamos embora? -Ricardo perguntou e Windy assentiu.

-Vão vocês, vou ficar aqui. Quero curtir. -Sorri.

-Ah, tudo bem. -Deu um beijo no meu rosto e saiu com o Ricardo.

Windy.

-Dorme lá em casa? -Ricardo pediu.

-Sonha. Que parte do "você já teve demais hoje" você não entendeu? -Perguntei, estava indo para o estacionamento.

-Tecnicamente já passou da meia-noite. -Riu e eu bufei. – Juro. Não irei nem tocar em você. -Fiz uma cara de pensativa.

-Tá. Mas eu preciso passar em casa.

-Ok. Pega teu biquíni, vamos para a praia amanhã. -Disse, entramos no carro.

-Praia. Não fui nenhuma vez desde que vim, eu acho. -Sorri.

-Agora você vai. -Sorriu.

(...)

Chegamos à casa do Ricardo e ele me fitou.

-Que tal brigadeiro e filme? -Propôs.

-Ok. Faço o brigadeiro e você escolhe o filme.

-Tá insinuando que eu não sei fazer brigadeiro? -Perguntou.

-Quer mesmo falar disso? -Ri. -Vê se escolhe um filme que preste pelo menos.

-Aham. Vou ligar meu notebook e por no redtube. -Gargalhou, o fitei séria. -Você leva minhas brincadeiras a sério demais.

   Ricardo foi para o quarto escolher o filme, fiz o brigadeiro e caminhei até o quarto com o brigadeiro e as colheres.

-Escolheu? -Perguntei

-Sim. É uma comédia romântica, sexo sem compromisso. -Respondeu.

-Hum.

    Fui para o banheiro e coloquei minha camisola, voltei para o quarto e o Ricardo estava só com uma cueca Box preta. Ignorei, deitei ao seu lado e ele deu play no DVD.

(...)