-Alô?  -Disse.

-Oi minha Windy, tá a fim de sair? – Perguntou Ricardo.

-Porque não convida a sua namorada? Coitada, pelo jeito você não dá atenção para ela. –Disse e fiquei observando o homem em minha frente, eu estará na rua onde o marido da tal Karine trabalhava. Observando tudo para depois agir.

-Aprecio a sua preocupação, mas enfim estamos dando um tempo.

-Ah. Tenso. - Digo e encaro minha imagem refletida no espelho, arrumando assim meu cabelo.

-Vamos ou não? Sei que você ama a minha companhia. – Disse irônico.

-Você que me chama para sair e eu que amo a sua companhia... – Dei uma risada e ele bufou do outro lado da linha.

-Windy, não me subestime. – Riu.

-Ok, eu vou.

-Onde você está? – Ele perguntou.

-Observando para por em prática o próximo passo da vingança. – Suspirei.

-Que passo é esse? Não estou sabendo. 

-Marido da Karina. Depois te explico. Tchau, preciso agir agora.

  Disse ao me deparar com o homem indo em direção a um barzinho, coloquei minha peruca e um óculos para dificultar o meu reconhecimento. Desci do carro e fui em direção ao local, todas as mesas estavam ocupadas. Dirigi-me até o homem.

-Com licença, posso sentar-me aqui?

-Claro. – Sorriu de canto, sentei-me e ele me fitou, pedi um café e o tal homem começou a demonstrar interesse.

-Nunca há vi por aqui. –Disse sorrindo.

-Porque é a minha primeira vez aqui, sabe como é, recomendações de uma amiga.

-É aqui é tudo ótimo. Os cafés...

-É. – Assenti

-Você trabalha? – Perguntou o homem.

-Sim, num escritório de contabilidade.

-Eu sou advogado. Desculpe nem me apresentei, meu nome é Marcos.

-Vivian. – Sorri de canto.

-Lindo nome.

(...)

Fui para o chuveiro e deixei a água escorrer sobre o meu corpo. Lavei meu cabelo e tudo mais, logo sai e me enrolei na toalha. Passei meu creme hidratante por todo o corpo e coloquei um vestido com detalhes marrons, um cinto de um tom mais forte, um casaco verde por cima e uma sandália rasteira prata. Passei uma maquiagem básica, e prendi meu cabelo.

Ricardo passou em minha casa para buscar-me e logo fomos para o shopping.

Ficamos conversando e dando voltas, até irmos para a praça de alimentação.

-Eu quero um milk-shake de morango! – Disse sorrindo de lado.

-Eu quero um de chocolate. – Pedimos e fomos até as nossas mesas, tomei um pouco do meu milk-shake e dei um sorriso maroto.

-Eu amo milk-shake de morango! –Sorri igual uma criança ao se deparar com um monte de doces em sua frente.

-Eu sei cinderela, é a décima vez que você fala isso. – Riu.

-Ah sério? Nem percebi. – Falei dando os ombros.

-Eu notei. – Franziu o cenho.

-Não existe nada melhor do que milk-shake de morango!

-Fala isso porque não me experimentou ainda. – Ricardo deu um sorriso malicioso.

-Acho melhor não, pode me causar náuseas. – Sorri de canto.

-Você tem é medo de viciar. – Disse e deu um gole no seu milk-shake.

-Eu tenho é medo de pegar doenças. – Fiz uma careta.

-Não se preocupe, não sou como os caras que você andou se relacionando. Sabe. Que –Fez aspas com os dedos- “Pegam” geral.

-Eu não ando me relacionando com ninguém. – Bufei.

-Sério? Mas mesmo assim, Rafael, Arthur. Muitos em sua volta, não? Você tem mais chances de contrair doenças amor. Eu namorei durante cinco anos com a mesma garota, e ela não tem nenhuma doença. – Sorriu maléfico.

-Eu não fiz nada com o Arthur, muito menos com o Rafael. O Rafael é apenas uma parte da minha vingança.

-E falando nisso, quando vai por em prática? –Perguntou.

-Hoje mesmo, saindo daqui vou direto para a casa dele. Preciso concluir logo essa parte.

-Sabe, eu estava pensando aqui. Está ciente de que fazendo isso vai quebrar o coraçãozinho do pobre Arthur? – Disse fazendo biquinho e eu ri.

-Sim, estou ciente Ricardo. Por isso não o deixei ir mais além ontem.

-PUTA QUE PARIU! – Ricardo quase gritou. –Vai me dizer que vocês ainda não foram para a cama?- Disse rindo. – Esse Arthur é gay, sempre desconfiei.

-Cala a boca Ricardo! Acha que eu sou uma vadia que sai na rua e diz para todos:

“Oi, vem pro meu quarto, vamos brincar!”. Se manca né garoto.

-Não, eu sei que você não é vadia. Mas poxa, ele é gay!

-Ele tem um filho Ricardo. –Ri.

-E dai? Isso não o impede, vários gays tem filhos porque descobrem que são gays depois de sei lá quinze anos de casamento.

-Algum preconceito contra os gays? –Disse erguendo minhas sobrancelhas.

-Nenhum. Mas tenho contra aqueles “gays” que iludem uma garota mentindo, dizendo que a ama e na verdade não! Que arruma qualquer besteira ou algo que aconteceu no passado como desculpa para arrumar uma briga e ir transar com outra. –Disse, bebi o que restou do meu milk-shake e o fitei colocando meu cotovelo sobre a mesa.

-Está falando do Arthur? E a proposito milagre você não o chamar de playboy. E isso foi uma indireta?

-Uma pergunta de cada vez, Windy.

-Está falando do Arthur? – Perguntei.

-Sim, o assunto era sobre ele, não? – Assenti.

-Isso foi uma indireta? – Repeti a outra pergunta.

-Isso você nunca saberá. – Sorriu de canto.

-Poxa, malvado você.

-Mas me conta, o que você foi fazer atrás do marido da tal Karina ou Karine, sei lá. – Disse mudando de assunto e eu sorri, parecia que ele estará sentindo algo e escondendo.

-Próximo passo para meu acerto de contas.

-Como você descobriu tudo sobre ele? – Riu.

-Observei, eu sei onde ela mora. Não foi muito difícil.

-E se ele te reconhecer?

-Não irá, usei peruca e óculos e umas roupas que acredite! Eu jamais usaria. Mais vulgares impossíveis. –Ri.

-E então, qual o plano?

-Vou seduzir ele.

-Você vai ir para a cama com ele? – Ricardo falou chocado, revirei os olhos e bufei.

-Não, mas umas amigas vão.

-Amigas? Que amigas? Você não tem amiga. Que eu saiba. Só se for a Priane ou a Liane. Ah é a Shayane, não é?

-Priane e Liane nunca, elas nem sabem disso. E a Shay eu tenho outros planos para ela. Aguarde e vera, Ricardo querido! – Ri.

-Você é má.

-Não viu nada.

-Mas vem cá... -Disse cruzando os braços.

-O que? -O fitei.

-Você disse que usou roupas vulgares...

-Sim, e dai? -Perguntei ainda confusa.

-Bem que você poderia vesti-las para mim qualquer hora, não é? -Deu um sorriso malicioso.

-Aham Ricardo, claro! -Falei irônica.

-Não se preocupe, eu tiro elas em um piscar de olhos. -Riu.

-Ricardo. -Coloquei as mãos na testa e bufei.

-Bora lá para casa? -Perguntou.

-Lógico que não, não estou louca ainda. -Revirei os olhos.

-Maliciosa você! Estou te chamando para ir sei lá, ver um filme. Mas se você quiser fazer outras coisas... OPA!

-Idiota. -Dei um tapa em seu braço.

-Tá Windy, vamos?!

-Vamos. -Levantamos e fomos caminhando.

-E só uma coisa.

-O que? -Franzi o cenho.

-Bate, bate que eu gosto. -Mordeu os lábios.

-Eu te odeio! -Bufei.

(...)