Windy.

Acordei e já era noite, fui para o meu quarto e tomei um banho. Resolvi ligar para a Priane.

–Ai eu tive um sonho muito estranho! -Priane disse e riu.

–Conte.

–A gente estava numa festa, na verdade era um show e te pediram em namoro.

–Eu?

–Sim, mas eu não sei quem era o cara.

–Puta que pariu Priane! -Botei a mão na testa chocada.

–Ah foi só um sonho calma.

–Não é isso, lembrei que eu sonhei com o Arthur. Ele tá me deixando tão louca que eu estou até sonhando com ele! - Bufei, nunca cheguei a esse ponto.

–Sonhou o que amiga?

–Que ele fazia carinho no meu rosto, disse que amava ver-me dormindo e deitava do meu lado. Foi muito real.

–É a tua mente sentindo falta dele. -Priane disse e eu ri.

–Pode ser. Se ele for inteligente vai ficar longe de mim. -Murmurei e me joguei na cama.

–Que isso amiga?

–Eu tenho o dom de fazer as pessoas sofrerem. Eu deveria sair com uma placa escrita: "Cuidado, risco de tristeza e muito sofrimento".

–O jeito que ele te olha e você olha para ele é tudo amiga. Nunca vi o Arthur apaixonado assim.

–Coitado. -Murmurei.

–Até parece que não gosta dele.

–Eu aprendi que amar alguém hoje em dia não é o suficiente.

–Que clichê isso. -Ela riu.

–Muito. -Ri também. -Vou voltar a dormir. Beijo.

–Beijo. Dorminhoca.

Antes de dormir, mil pensamentos vieram em minha mente. Meu sonho fora tão real que eu sentia até agora a pressão dos dedos de Arthur no meu rosto. Eu só posso estar ficando louca, só agora que ele me odeia que aprendi a dar seu devido valor.

(...)

–Já está tudo pronto? -Perguntei encarando Ricardo, que estará ao meu lado olhando para umas vagabundas que dançam na pista.

–Sim. Claro que sim. -Respondeu ele.

–Qual o seu problema? Porque homem gosta tanto de mulheres vadias? -Perguntei balançando a cabeça.

–Porque elas são boas de cama. E além do mais sabem o seu lugar. -Ele disse sorrindo.

–Fala isso porque nunca foi para a cama com uma "santinha". -Falei rindo.

–Posso mudar isso hoje, se me permitir. -Ricardo disse me olhando de cima a baixo e mordendo os lábios.

–Você é tão nojento. -Revirei os olhos.

–Qual é Windyzinha. Estou te ajudando em troco de nada, e além do mais é bom curtir novas experiências.

–Você está ajudando porque quer, não estou te implorando por ajuda. Não sou uma prostituta para realizar trocas de favores.

–Não estou te chamando de prostituta pelo contrário, gostaria de ver esse teu jeitinho meigo só que na cama.

–Quem disse que eu sou meiga na cama? -Retruquei.

–Quero experimentar para saber.

–Nos teus sonhos. -Bufei.

–Pode ter certeza que você está nele.

–Não acredito que estamos falando sobre isso! -Revirei os olhos e corei.

–Você fica linda vermelha. -Disse apertando minhas bochechas.

–Vai para o inferno. –Bufei. Meus olhos então encontraram os olhos de Arthur, que estará parado no outro lado do salão perto do bar, com uma mão no bolso e outra ajeitando o cabelo.

Estava lindo naquela camiseta social azul e com uma calça jeans escura que me arrancou um suspiro.

–Ei acorda, minha santinha. -Ricardo disse fazendo com que eu tirasse os olhos do Arthur e o encarasse.

–Que foi? Merda mesmo. -Disse irritada.

–O que eu fiz? Calma patricinha. Só para de babar no marmanjo. -Ele disse encarando também o Arthur, que agora encarava diretamente Ricardo com uma cara nada amigável. -Acho que o teu playboy não gosta muito de mim, e ele tem razão. -Ricardo deu uma risada que fez com que eu revirasse os olhos.

–Você é um idiota.

–Já me chamaram de coisas piores. -Disse ele rindo.

–De broxa? -Dei uma risada e ele me fitou com ódio. -Vou ir até o bar pegar algo para beber, se não nem irei aguentar ficar aqui.

Fui até o bar e percebi o olhar de Arthur direcionado a mim. A Liane e o Dan estavam juntos com ele.

–Pois não? -Disse um homem musculoso sem camiseta.

–Um ice, por favor.

Ele me entregou um ice e eu o paguei, o cara me entregou um papel e eu o abri sem entender.

–É meu número amor, me liga. -Ele piscou e eu saí dali amassando o papel e jogando-o no lixo.

–É tão linda que conquista até o barman. -Rafa disse sorrindo parando em minha frente, impedindo-me de avançar.

–Licença. -Pedi e passei pelo seu lado, que puxou meu braço.

–Desculpa por tudo, mas eu realmente gosto de você. -Dei uma gargalhada, olhei para o lado e vi que o Arthur nos encarava. Era por isso que o Rafael estará me incomodando. Era tudo um jogo para causar ciúmes no Arthur.

–Aliás, belo par de olhos roxos. -Falei rindo e sua expressão de bonzinho mudou para cafajeste.

–Brinca com fogo pra você ver.

–Nem se preocupe, eu jogo um balde de água em você. -Falei ironicamente. Em um movimento rápido e preciso Rafael colou nossos corpos, seus lábios foram em direção aos meus. Libertei-me dos seus braços e virei o ice todo nele.

–Seu filha da puta, nunca mais encoste em mim! -Disse e dei um tapa no seu rosto para completar. Virei e só então percebi que todos da festa me observavam. Sai dando passos largos em direção à rua, coloquei as mãos no rosto e fiquei parada observando as estrelas, balancei a cabeça e me senti envergonhada por atrair tantos olhares. Então essa cena me lembrou ao que Rafael e Karine fizeram comigo, mas hoje o jogo virou.

–Linda noite. -Disse uma voz atrás de mim, virei lentamente e com certo receio. Arthur estará parado com as mãos no bolso encarando o céu.

–Sim. -Concordei assentindo.

–Então... -Disse ele sem jeito

–O que? -Fitei Arthur, parecia nervoso.

–Vou ser direto. -Disse se aproximando de mim colocando a mão no meu rosto. -Eu gosto muito de você Windy, mas percebo que ainda não é o momento de ficarmos juntos, acho que às vezes parece que você tem outros planos e eu sei que ainda não estou incluso neles. -Ele deu uma pausa. -Não tem o porquê de agora sermos indiferentes um com o outro, eu falei tudo aquilo porque estava de cabeça quente, pois no fundo sei que aquela é a verdadeira Windy e algo faz com que você tente esconde-la. Não sei se é medo de sofrer, insegurança ou se tem a ver com os seus planos de vida. Mas acho que você tem que aprender a confiar nas pessoas novamente, porque eu sinto que você não confia em mim. -Ele deu um meio sorriso e colou nossos lábios, que saudade que eu estava dos seus lábios, das suas mãos brincando com o meu cabelo. Nossos lábios juntos formavam uma sintonia perfeita, Arthur parou o beijo lentamente e me encarou.

–Isso é para você saber e jamais esquecer, quando você estiver pronta estarei aqui a sua espera. -Ele disse dando um beijo na minha testa.

–Eu te amo. -Murmurei. Arthur me fitou surpreso e sorriu.

–Eu te amo, também. -Arthur se afastou de mim, virei de costas limpando uma lágrima que insistia em cair.

(...)

Cadu.

Karine.