When You Find Me - Hiatus escrita por CGAA


Capítulo 4
Inesperado




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Mesmo cansada de ter certeza, eu ainda conseguia me impressionar com como as pessoas julgavam as outras sem conhecê-las. Só por Jacob ser musculoso e alto demais pra 16 anos, elas o olhavam como se ele tivesse repetido duas séries e tivesse algo a ver com drogas. Eu já estava me cansando dessa noção ridícula de julgar as pessoas.

– A aula não é aqui não. – Falei em tom ríspido fazendo finalmente com que esses estúpidos voltassem a atenção pra outro lugar.

– Renesmee – Stefan, o professor de biologia me repreendeu.

– Sim? – perguntei como se não soubesse de nada.

– Acontecendo algo aqui?

– Não senhor. Só não entendo porque as pessoas não sabem cuidar das suas próprias vidas. – ele levantou o dedo pra falar alguma coisa, mas o abaixou e começou a falar sobre a matéria. Jacob se espreguiçou na cadeira enquanto eu pegava meus livros.

– Obrigado. – ele sorria.

– Todos eles tinham a chance de não escutarem nada, mas se preferiram assim – dei de ombros. –, não posso fazer nada. E a propósito, o que está fazendo aqui?

– Ué, não posso passar o bimestre aqui? É bem provável que eu tenha que parar de estudar ano que vem pra me dedicar ao meu pai e sua cadeira de rodas, à oficina e à alguns negócios da tribo. Seria bom ter um pouquinho da Seattle High School no currículo. E a propósito, você está linda. – sorri sem que ele percebesse.

– Se for assim então, aquela é Brianne, ou Anne, aqueles são Embry, Quil e Brady. São os mais gente boa daqui. O resto é o resto. Tem também Alice, mas ela do terceiro ano então, depois te apresento.

– Além de linda, você é a garota mais legal daqui. – dessa vez não consegui conter o sorriso.

– Certeza que você veio aqui só pra estudar? Nenhum de nós dois está fazendo isso.

– Como estão se dando tão bem, tenho uma novidade pra vocês. Vocês têm até o dia 09 de dezembro pra me trazer um trabalho sobre os reinos, como fungi, monera, protista... E detalhe gente, trabalho em dupla, ou seja, até lá vocês estão com as duplas permanentes – alguns protestos na sala... –. É eu sei, bom né?

Anne e Embry deram um sorriso tímido, Quil e Brad continuaram do mesmo jeito e eu nem precisava comentar que Jacob não tirava o sorriso do rosto.

– Vai ser um longo tempo juntos não? – ele disse passando o braço envolta das minhas costas. Tirei-o um segundo depois e olhei no fundo de seus olhos castanhos.

– Jacob, sinceramente, quais são suas intenções aqui?

Ele pensou por uns segundos e depois respondeu.

– Estudar, continuar no hipismo, achar uma garota legal...

– Então você terá que procurar bastante porque Anne já está com o Embry e Alice está com meu tio Jasper.

– E a senhorita Cullen está com alguém?

– Caralho. O mundo tá de marcação comigo agora?! – ele fechou o sorriso e suspirou, senti que fui muito sem educação, mas eu me desculparia depois. – Depois a gente fala sobre isso Jacob.

– Se é assim que você quer... – ele deu de ombros pegando um caderno.


Continuamos o resto da aula apenas falando sobre a matéria e o pouco do “reino monera” – o nosso tema no trabalho – até que o sinal tocou.

– Aula de Matemática agora. E você?

– Física. Acho que você vai se dar bem com Roger. Ele adora fazer piadinhas e se intrometer na vida das pessoas. – brinquei sorrindo, ele levantou as sobrancelhas.

– Eu? Eu me intrometo na vida das pessoas? – sorri.

– Depois te falo minha opinião sobre o assunto.

Enquanto ele ia para a sala de Matemática fazendo gestos como se estivesse questionando pra si mesmo se era intrometido ou não, disse baixinho pra mim mesma: “sim Jacob. Você se intromete na vida das pessoas sem pedir licença.”.

– Ei Nessie, espera – Anne me chamou. Como apenas parei sem dizer nada ela continuou. – Assim que eu voltar da minha aula você vai me contar absolutamente tudo sobre essa rara criatura que apareceu aqui. E claro, como faz pra ter todos esses garotos aos seus pés. – bufei e revirei os olhos.

– Anne se você quiser, pode ficar com todos eles.

– Menos o... Como é que é nome dele mesmo? Ja... Me ajuda Nessie. – revirei os olhos de novo.

– Pode ficar com o Jacob também. Não quero nada com ele, além, claro, do trabalho de biologia. – ela riu, irônica.

– An han, sei... Nem que ele me quisesse eu não iria fazer isso com você. Tanto o jeito que ele te olha quanto o jeito que você olha pra ele é diferente Nessie. O seu sorriso é diferente quando você tá com ele. Você fica diferente quando tá com ele. Fica envergonhada, brava, tipo, você sempre é, mas dessa vez de um jeito mais protetor sabe.

– Anne eu não estou apaixonada por ele. Querendo ou não, se apaixonar com 14, praticamente 15 anos, não rola cara. Mesmo que o cara goste de você tem sempre algo que vai te impedir de ser feliz. E aí vai dar no mesmo que a minha mãe. E falando sério mesmo, eu não quero criança agora.

– Tá bom então. Só fala pro Haniel que se ele perder a protegida dele eu tô à disposição viu?! – ela ria enquanto eu dava eu pequeno tapa no braço dela.

– Ele é meu anjo Anne. Sinto muito. – ela riu.

– Tudo bem meu anjo. – revirei os olhos enquanto ela ia para a aula de educação física. Ela ainda curtia de uma coisa que era extremamente importante pra mim. Deve ser a convivência com uma certa pessoa tipo... Eu.


Em uma mesa no refeitório estavam Quil, Anne – ao meu lado esquerdo – e Embry vinha se sentar na cadeira vazia ao meu lado direito.

– Embry não. – protestou Anne categórica, sem sombra de dúvidas. Embry olhou assustado, mas não fez objeção, até eu puxar ele para a cadeira fazendo com que ele se sentasse a força.

– Embry sim. – olhei pra Anne com uma cara provocativa.

– Cara, decidam-se aí. – contendo o sorriso e sem tirar os olhos dos meus, Anne insistiu.

– Embry não.

– Tá bom então. – revirei os olhos. Claro que ele faria o que a namoradinha dele pedisse. Anne sorria.

– Que isso Brianne? Mal começaram a namorar e já tá tendo crise de ciúmes? – os dois deram um rápido sorriso, mas depois como se fosse ensaiado, reviraram os olhos. – Cuidado pra não virar obsessão hein?!

– Posso saber o que está acontecendo? – a voz rouca, agora familiar, perguntou atrás de mim.

– Não é nada Jacob. Por que não se senta conosco? Nessie, porque não nos apresenta seu novo amigo? – Anne piscou pra mim, com certeza dando o troco. Contra minha vontade, corei, Jacob pareceu ver já que subitamente, sorriu.

– Gente esse é o Jacob.

– E aí cara, beleza? – cumprimentaram eles.

– De boa. Legal a cor do cabelo.

Jacob comentou o cabelo vermelho de Embry, mas depois piscou rapidamente pra mim me fazendo ver a ironia. Dei um leve sorriso. Jacob estava sendo injusto com ele. Só porque ele quis de uma maneira meio inusitada se destacar na escola ele tinha que ficar curtindo da cara dele?! Ele é novo ainda. Tenho certeza que essa vai ser só uma besteira a mais na vida dele.

– Top né? Mas então, quais são sua intensões com a Renesmee? – perguntou Embry com uma expressão de detetive, até a mão estava no queixo como se Jacob tivesse cometido um crime. Jacob ia falar alguma coisa, mas o interrompi. Já estava ficando cansada dessa marcação.

– Fica na sua. – rebati ríspida pegando minha mochila e indo em direção ao estacionamento da escola. Pude ouvir de longe Quil perguntando “como assim?”. Embry não tinha culpa da minha raiva, que não desaparecia tão rapidamente para que eu imediatamente voltasse lá e me desculpasse com ele.

– Ei Nessie, o que foi isso? – Jacob me segurou pelo braço.

– Me solta Jacob.

Falei alto o suficiente pra atrair olhares um tanto especulativos de uns meninos do segundo ano eu acho. Mas também o que eles iriam pensar? Uma garota que eles julgariam ter 15 anos, baixinha falando “Me solta Jacob” em um tom de voz meio nervoso para um garoto que eles julgariam ter uns 18, 19 anos, alto e musculoso. Jacob percebeu os olhares soltando o meu braço e encarando os garotos no maior estilo “perdeu alguma coisa aqui?”.

– Jake não faz isso. Não quero que arrume confusão com essas pessoas. – seu rosto iluminou-se com um sorriso diferente, que até então eu não havia visto em seu rosto.

– Jake? – corei desviando o olhar.

– Poxa Jacob, eu só quero que você fique bem nessa escola, pelo menos até o final do ano, e você complica tudo! – era para a decepção e a frustração serem menores, mas como eu não sou nada dramática com meus melhores amigos... Ele apenas continuou sorrindo, mas dessa vez acariciando minha bochecha com o dedo. Jake sabia como me impressionar.

– Não fique assim doce criança. Agradeço por me querer bem aqui e... Uau, que carro.

– Que ca... – olhei para o rumo em que seus olhos estavam e vi a Ferrari da minha mãe. Sorri. – Até amanhã Jacob. Peça desculpas ao Embry por mim. – me estiquei para que com a rápida colaboração dele, eu conseguisse dar um beijo em sua bochecha e sair correndo em direção à Ferrari da minha mãe. Enquanto minha mãe acelerava o carro pude ver que ele ainda olhava na minha direção.

– Quem era aquele? – pus a mão no rosto. Eu acabaria brigando feio com alguma pessoa realmente importante pra mim alguma hora.

– Mãe, pelo amor de Deus. Não me fale de garoto algum nos próximos dias está bem? Eu vou socar o próximo que me perguntar algo sobre isso.

– Tudo bem então. Estarei esperando a resposta. Só não me venha respondê-la tarde de mais. – Meu Deus. Bufei.

– Claro mãe. – respondi num tom óbvio.


“Para mí eres un ángel

Que me viene acompañar

Que bajo del cielo y su amor

Me quiso regalar

Para mí eres un día

Lleno de sol

Que le puso letra a mí vida

Con su corazón”

~Para mí - Isa TKM~


– Olá Haniel, o que tem feito ultimamente? – ele me girou num abraço, mas não me soltou por mais ou menos uns 15 segundos. Quando soltou me deu um beijo na testa. Ele tentava esconder um certo sofrimento com um pequeno sorriso, eu não conseguia esconder o sorriso, e muito menos entender o por que dele estar sofrendo. – O que foi meu anjo?

– “Sinto que vou perder você logo”.

– Por que diz isso meu anjo?

– Acho que... Vai ficar mais difícil agora eu ser seu anjo... Desse jeito.

– Que jeito Haniel? Vai direto ao ponto.

– Assim Nessie. – acariciou minha bochecha com o dedo – É próximo de mais. Eu sinto muito, fiz de tudo, mas não consegui evitar. – pus minha mão sobre a dele encorajando-o. – Renesmee eu... Eu me apaixonei por você.

Primeiro eu fiquei sem reação. Só conseguia olhar em seus olhos azuis procurando qualquer sinal de dúvida ou indecisão. Mas as únicas coisas que eu podia encontrar eram sinceridade, certeza, verdade e apesar do sofrimento, ele continuava a me olhar com aquele carinho que nenhum dos meninos que me olhavam tinha. Talvez eu já tivesse visto isso nos olhos de Jacob, mas em doses bem menores.

– Eu sinto muito Nessie, de verdade. Eu não quero te forçar a nada. Ainda mais que... Agora você tem o Jacob.

– Não, eu não quero te ver sofrendo. E o Jacob é só meu amigo, anjo, por favor. – ele balançou lentamente a cabeça, me contrariando.

– Não Nessie. Pode ser que eu esteja errado, mas eu vi o jeito que ele te olha. Vi o jeito que você olha pra ele. É diferente do jeito que você olha pra mim. Eu não tenho chance.

– Você? Você tem... – as palavras iam sair mais rápidas, mas eu provavelmente ia dar esperanças de mais que não sabia se poderiam mesmo ser dadas e o meu começo de choro. – Chances sim. – um breve sorriso passou por seu rosto de anjo.

– Mesmo? – assenti deixando uma lágrima escapar.

Apenas fechei os olhos e deixei que seus lábios encontrassem os meus. Eu não esperava sentir tudo aquilo por ele. Em tão pouco tempo... Aquele beijo fez com que tudo que eu sentia por ele saísse de mim e irradiasse por todo aquele quarto. A sensação de ter seus lábios doces e macios nos meus era agora oficialmente a melhor coisa que eu já tinha tido na vida. Ele transmitia tanto amor, carinho... Era como se eu tivesse perdido o chão e apenas ele me prendesse ali. Aos poucos ele foi desacelerando o ritmo até que finalmente eu pude respirar direito.

Seus olhos brilhavam e em seu rosto estava o mais belo e puro sorriso que um ser humano poderia dar. Talvez fosse até por esse motivo: ele não era humano.

– Isso é permitido anjinho abusado? – ele riu, irradiando felicidade e bom humor. – Mas apesar de tudo, eu te amo. – era impossível não se maravilhar com seu estado de espírito.

– Eu não ligo. A única coisa que me importa é o amor que eu sinto por você. – eu simplesmente não conseguia desviar meu olhar do dele. – Esperei um longo tempo por isso Srta. Cullen. – ri.

– Faz só um mês e alguns dias que você me conhece. Isso não me parece um longo tempo. – ele balançou a cabeça na negativa, ainda sorrindo.

– Você nunca vai entender não amor da minha vida? – olhei pra ele com um olhar bem tipo “você já tá exagerando”. Ele ignorou e continuou. – Tudo na vida tem uma hora certa para acontecer. Esse momento não aconteceria um minuto antes ou um minuto depois. Ele aconteceria na hora dele, na hora que aconteceu. Porque as coisas são assim. Não tem como mudar. Entendeu? Eu espero desde a hora que fui criado para estar com você e sentir tudo isso que você faz florescer em mim.

– Agora você está exagerando demais, sendo romântico de mais, filosofando de mais, e resumindo? Falando de mais e... – não consegui terminar a frase. Seus lábios já se moldavam novamente aos meus, movendo-se em uma sincronia perfeita.



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Notas finais do capítulo

como será que seria o final dessa frase hein ... ? dskpdskpdskpdskpdskpsd espero que estejam gostando ;)