When You Find Me - Hiatus escrita por CGAA


Capítulo 1
Anjo da Guarda


Notas iniciais do capítulo

Narrado pelo ponto de vista da Renesmee =)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/238006/chapter/1

Queria muito pensar em outra coisa, mas o prólogo do livro dois de um dos meus livros preferidos se adequava bem a situação.


“A vida é uma droga. E aí você morre. Tivera eu essa sorte...”


Às vezes eu queria mesmo morrer. Morrer é tão fácil. Tão rápido. Você não sentiria quando seus problemas desaparecessem. Talvez você sentisse alguma dor antes, mas uma dorzinha física faria mesmo diferença sendo que tudo que te angustia ia desaparecer num piscar de olhos? Eu não indico isso a ninguém, mas no meu caso... Brigas e brigas dentro de casa... As vezes que eu dava uma boa e verdadeira gargalhada, que eram pouquíssimas, infelizmente não eram com os meus pais. Suspirei.

– Já terminou seus exercícios Renesmee? – revirei os olhos quando Roger, meu professor de matemática, me tirou do meu drama.

– Err... Não. Por quê? – eu nem tinha começado. Não tô ligando nem um pouco pra exercício simples que ele nem vai dar nota.

– Você devia prestar mais atenção na aula ao invés de ficar aí sonhando.

– Verdade. – disse sem que ele pudesse me ouvir.

– No que estava pensando Ness?

– Ah Anne. Eu não quero conversar agora não...

– Me fala Nessie. Tem alguma coisa aí que tá te deixando triste... Me conta.

– Depois Anne. – ouvi-a suspirar, enquanto eu tentava me concentrar na maldita aula de matemática.


Quando cheguei em casa subi as escadas indo direto para o meu quarto ignorando meu pai e minha mãe que estavam na sala de jantar almoçando.

– Você não vai almoçar não Renesmee? – Pude ouvir do alto da escada meu pai me chamar.

– Não, tô sem fome. – respondi sem muito entusiasmo.

Entrei no quarto e tranquei a porta. Me atirei na minha cama e fiquei pensando nas coisas que me deixavam feliz. Meus amigos, Crepúsculo... Mas uma coisa que realmente me fascinavam eram os cavalos. Desde pequena quando Edward nos levou a um hotel fazenda comecei a gostar de cavalos. Animais tão imponentes, fortes, majestosos... Inabaláveis. Em alguns aspectos, eu invejava os cavalos. Viver livre sem ter que dar satisfações da minha vida a ninguém... Você dono da sua vida... Mas infelizmente ou felizmente para a minha parte, somente os selvagens são assim... Acho que tô ficando dramática de mais. Preciso de alguma coisa que me anime. Levantei-me da cama e liguei meu rádio. Não estava na estação que eu mais gosto, mas parei para prestar atenção na música.

“Senhor estou aqui

Para te adorar

Em Tua presença

Desejo estar

Eu sei que nada sou

Mas vim me humilhar

Preciso de Ti

Vem me restaurar...”

Não sei por qual motivo lágrimas silenciosas rolavam pelo meu rosto enquanto eu escutava aquela música. Não sabia por que estava escutando uma música evangélica e muito menos por que estava chorando, sendo que eu pensava que Deus já havia me esquecido há muito tempo. Quando pensei isso, um vento frio soprou no meu rosto e desapareceu quase que no mesmo instante. Bem estranho. O que aquele vento significava? Que Deus existe e que não se esqueceu de mim? Um aviso? Apenas uma pessoa que eu conhecia poderia talvez me ajudar com essas perguntas. Peguei o celular e rapidamente disquei o número que já sabia de cor.

– Alô?

– Anne? Eu preciso muito falar com você.

– Fala Ness. Tô te ouvindo.

– Eu não sei bem como explicar... Eu... Liguei meu rádio e tocava uma música evangélica. Aí do nada eu comecei a chorar – pude ouvir dela um “oh!”. – E essa não é a parte mais estranha. O mais estranho é que eu me perguntava por que estava chorando ao ouvir uma música evangélica sendo que eu pensava que Deus já havia me esquecido há muito tempo – ela bufou –. E quando pensei isso, um vento frio soprou no meu rosto e desapareceu. Do Nada. O que isso significa Anne? – perguntei apreensiva.

– Isso não é estranho Nessie. Todos deveriam passar por isso que você passou. Sentir o Espírito Santo é a melhor coisa do mundo. E pelo amor de Deus Nessie. Deus não se esquece de ninguém. São as pessoas que se esquecem d’Ele – franzi a testa.

– Eu orei Anne. Durante muito tempo na minha vida. E nunca obtive resposta. Nunca. Eu venho pensado em suicídio há um bom tempo. E por quê? Porque Deus já se esqueceu de mim – ela bufou de novo.

– Suicídio Ness? Sério? Ah pelo amor de Deus. Ele pode demorar, mas faz tudo na hora certa. Eclesiastes capítulo 3, versículo um. E “Deus não se esquece de você”. Isaías capítulo 49, versículo 15. Pode conferir.

Houve uma pausa. Mais ou menos um minuto depois Anne quebrou o silêncio.

– Deus quer que você se volte pra Ele Ness. Quer que você acredite que só Ele pode resolver seus problemas e te dar a paz que você precisa. Ele te ama e não quer te perder. E eu sei que você não perdeu totalmente a sua fé – suspiramos. Mais outra pausa. – Ness, hoje antes que você durma, pode fazer uma coisa pra mim?

– Bom... Depende – respondi em tom brincalhão.

– Não comece com suas gracinhas agora Nessie. Quero que você peça pra Deus te ajudar com seus problemas, pra que você tenha mais fé e que tudo dê certo – suspirei. – Tenho certeza que as coisas vão se ajeitar. Mas e aí. Como vão seus pais?

– Sei lá. Nem tô ligando muito não.

– Ah Nessie. Para com essa birra idiota sua e inventa alguma coisa pra falar com eles ué.

– Começa não Anne – ela riu. – Depois a gente conversa. Beijos.

– Beijos. E... Faz o que eu te pedi.

– Tá.

Coloquei o celular na mesinha do computador e pensando nas coisas que Anne tinha me dito, rapidamente peguei no sono.

Acordei com duas batidas na porta.

– Nessie filha, o jantar tá na mesa.

– Acho que não vou não mãe.

– Filha eu... Posso entrar?

– Sim mãe – revirei os olhos.

Abri a porta pra ela, que se sentou na cama ao meu lado.

– Por que não quer comer filha?

– Sei lá mãe. Não tô afim.

– Tem alguma coisa te deixando triste e você não quer me contar – ela fez uma pausa, testa franzida. – Eu te conheço Renesmee. Apesar de não ser uma mãe tão presente, sei que algo tá te deixando triste – que bom que sabe.

– Deixa quieto mãe.

– É algum garoto?

– Não mãe, claro que não – ela estreitou os olhos, mas depois sorriu e estendeu a mão pra mim.

– Vem. Não quero minha filha sem comer e jogada pelos cantos – era brincadeira ou ela estava mesmo se preocupando comigo? Com algum esforço consegui sorrir e pegar em sua mão, aceitando o convite.

– Finalmente Nessie. Pensei que nunca mais ia sair daquele quarto.

– Eu só fiquei a tarde inteira dentro do quarto. E desde quando vocês resolveram bancar os pais presentes e preocupados?

– Você é nossa filha Renesmee. É isso que os pais fazem não? – fiz uma cara tipo “bom, talvez”. Bella já colocava as mãos na cabeça. – Você se enfia o dia inteiro dentro daquele quarto, não almoça e se nos preocupamos com você estamos sendo falsos?

– Edward! Não fale assim com ela. Não vê que há algo errado acontecendo?

– Sim Bella. Eu não posso mais ser pai – me levantei. Quando estava no alto da escada o retruquei.

– Agisse assim desde o começo – continuei andando normalmente para o meu quarto.

– Edward! Edward NÃO! – me virei pra olhá-los. Edward havia perdido a paciência e Bella não era tão rápida e nem tão forte para impedir que ele me agredisse. O engraçado era que ser mulher, tinha seus privilégios.

– Encoste um dedo que for em mim que eu chamo a polícia agora e a coisa não vai ficar muito boa pro seu lado não Edward.

Sua respiração estava pesada e sua pele, geralmente pálida, estava agora num tom de vermelho. Não muito escuro e nem muito claro. Minha pele só não denunciava que eu não estava tão diferente dele porque no meu caso, eu não estava só com raiva. Tinha um tom de batalha ganha no meio.

– Edward, deixe isso pra lá. Vamos todos nos acalmar e resolvemos isso depois.

– Não Bella. Já tenho minha decisão. Durante uma semana, é da escola pra casa, da casa pra escola. Nem que eu mesmo tenha que te levar e te buscar Renesmee. E durante um mês, sem hipismo viu mocinha. Um mês – um sorriso sarcástico se abriu em seu rosto. – Dói tanto quanto uma boa surra não? – ele ria sarcasticamente da expressão que eu fazia. As palavras eram mesmo como uma boa surra. Daquelas que você teria que ir para um hospital depois.

– Vai se ferrar – ele ainda ria enquanto com lágrimas nos olhos eu fechava a porta com toda a minha força.

Agora eu tinha mais que certeza: a única solução era mesmo apelar para as forças sobrenaturais. A questão era que agora eu recorreria a todos os recursos que estivessem ao meu alcance, sejam eles bons, ou ruins.


POV BELLA


Suspirei. Eu os amava mais que tudo e vê-los brigando desse jeito sem poder fazer nada... Certo que o temperamento de nós três não ajudava muito, mas...

– Edward você... Ainda vai comer?

– Não, mas... Vou lá te ajudar – por sua expressão e seu tom de voz, ele parecia ter tomado consciência do que tinha dito, mas não sabia se voltaria atrás.

– Sabe que a amo não sabe? – assenti. – Também sabe que eu faço de tudo pra não deixar o meu mau-gênio levar a melhor, não sabe? – assenti novamente. – Então me ajude, por favor, a entender, por que ela tem que deixar tudo tão difícil? – suspirei pesadamente enquanto arrumávamos a cozinha.

– Não sei Edward. Algo está deixando-a triste e ela não quer me falar. E... Seja o que for seja compreensivo, por favor. Você viu o que meu pai fez quando descobriu que estávamos namorando.

– Ela tá namorando? – ele fechou a mão eu punho e bateu na mesa.

– Não meu amor. Não está não – sorri ao vê-lo suspirar de alívio. – É que na maioria das vezes, quando uma garota está assim o motivo é um garoto – ele franziu a testa. – Mas... Não tenho certeza se é isso mesmo então, dê um tempo pra que ela esfrie a cabeça e é até bom que você também esfria a sua – ele bufou. – E quando a poeira baixar converse com ela. Diga que ela pode confiar em você e que irá apoiá-la em qualquer decisão que ela queira tomar – ele ia começar a falar, porém coloquei dois dedos em sua boca. – Sshhh. Com isso você ganha a confiança dela. Depois vemos como vamos... Lidar com a situação. E fique tranquilo que eu farei o mesmo. – ele suspirou, mas depois sorriu e me beijou.

– Sim meu amor.


POV NESSIE


Já eram 23:59. Eu havia ficado mais ou menos 4 horas lá, ajoelhada orando pra que Deus resolvesse meus problemas, ou pelo menos me ajudasse. Enquanto eu me preparava pra dormir, a luz piscou duas vezes e a televisão começou a chiar. Em milhares e milhares de filmes de terror, e principalmente na minha série de TV preferida, a luz piscar e a televisão começar a fazer barulho do nada nunca. Nunca, era um bom sinal. Gelei. Eu nunca, jamais tinha sonhado que um dia algo “sobrenatural” aconteceria comigo. Olhei para o relógio na mesinha ao lado da minha cama. Marcava exatamente 00:00. Fiquei em silêncio por algum tempo, respirei fundo e lentamente me virei de olhos fechados.

Quando finalmente abri meus olhos, vi um homem alto que eu diria ter aproximadamente 1,80 de altura, pele clara, cabelo castanho escuro e olhos de um azul bem claro, porém de uma intensidade marcante.

– Quem é você? – consegui perguntar, com medo da resposta.

– Sou Haniel. Um dos anjos de Deus. Digamos que sou seu... “Anjo da Guarda” a partir de agora – ele deu de ombros me fazendo arregalar os olhos. Ele me olhava com um sorriso em quanto eu o encarava incrédula.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!