Um sorriso malicioso e inteligente surgiu no rosto do Assassino.

Bianca parou de respirar. Não era possível. Não tinha como. Ezio Auditore? Que tipo de brincadeira era aquela? Ela sentia vontade de gritar com ele novamente, como naquela vez, algum tempo atrás dentro do Volvo. 

Mas, uma intuição dentro de si mesma, a alertou que não era mentira. O olhar que ele possuia parecia ser sobrenatural, bem pensado.

Bianca, dessa vez, não duvidou. Ela sentia em seu interior de que estava na frente do Assassino de Florença, mesmo ele tendo mais de quinhentos anos!

Só que havia uma questão a resolver ainda.

- Mas - Ela começou. - Digamos que eu acredite nisso tudo. Só que tem um pequeno problema aqui. Você quer que eu acredite que você é Ezio Auditore. Beleza. Mas quando você me contou a história, disse que ele passou anos matando os Templários. Você não aparenta mais de dezesste anos. 

Ezio deu uma risada longa e olhou com carinho para a menina.

- Carissima - Ele disse pacientemente. - Aconteceram muitas coisas quando apenas comecei a concluir a minha missão. Mas no final dela, quando entrei na Câmara Secreta do Vaticano encontrei tudo e encontrei nada.

- Hã? Não entendi. - Ela respondeu confusa.

- Deixe-me explicar, querida. Quando entrei na Câmara, encontrei tudo o que estava além de meus conhecimentos. Um mundo diferente do qual eu fora criado, tecnologia. E, encontrei também uma existência da qual eu sempre negara. Os Grandes Deuses do Passado. Como prova disso, Minerva (ou em grego, Atena), me explicou que era eu quem deveria fazer e tornar o mundo diferenre, adaptável. Livre dos Templários. Quando ela me disse isso, eu já era um homem de meia idade, nos meus quarenta e quatro anos, por aí. Mas, sim, eu a escutei.

- E, por um bom tempo, realmente consegui cumprir a minha promessa. Mas, Minerva queria mais, e ela via que eu tinha o potencial para ajudá-la nisso. Disse que nossas crenças não deveriam ser ignoradas, mas os Antigos Deuses também não deveriam ser esquecidos. Ela disse que no futuro, alguém iria me ajudar com a tarefa de continuar a exterminar os Templários, por isso, você surgiu, Bianca. Você é a escolhida. A escolhida de Minerva. A profecia se referia a você.

- E, então, para esperar por você, minha descendente direta por parte de minha irmã Cláudia, ela me deu a imortalidade e minha aparência de quando comecei tudo isso. Aos dezessete anos. Mas agora que você já sabe, minha primeira parte está concluída. Agora, resta saber se você aceita ser uma Assassina. 

Bianca olhou para ele com dúvida. Ela queria mais do que nunca vingar a morte da mãe, mas não queria matar além disso.

Mas, ela deu outra resposta igualmente verdadeira a Ezio.

- E meu pai? Ele vai pirar quando descobrir tudo isso! Eu não posso abandoná-lo.

Ezio olhou para ela com um olhar de que ele era a pessoa que mais entendia aquela garota na vida.

- Querida, - Ele começou - Acredite, eu sei como é difícil, mas seu pai, já sabe de toda a verdade. Exceto, que vim procurá-la. Mas não se preocupe, isso eu cuidaderei pessoalmente. Ele é um dos meus também. Um Auditore, como você.

- Mas garanto que ele não iria querer me ver como uma Assassina! - Ela respondeu áspera. - Tudo bem, quero a morte desses desgraçados que mataram a minha mãe, mas não quero matar depois disso. Eu não quero sujar as minhas mãos e julgar além da minha capacidade! Só Deus pode julgar a morte das pessoas, Ezio. 

- Sabe que eu pensava a mesma coisa que você, querida? - Ele acariciou o cabelo da menina. - Meu tio me ensinou que as mortes não eram por puro prazer de matar. E sim, como um dever. Um dever com a sociedade. Com a Ordem dos Assassinos. Por isso, sempre que matei, eu antes olhava para a vítima e fechava os olhos, lhe impondo uma benção e dizendo para elas descansarem em paz. Não havia escolha, querida - Ele disse quando ela ia começar a falar. - Infelizmente, eu tinha que livrar o mundo desses monstros. E, você foi destinada a me ajudar. Mas não é obrigada. - Ele acrescentou de má vontade, percebendo o desconforto de Bianca.

Ela parou para pensar. Em tudo o que ele estava te dizendo. Ele não mentia em nada, isso dava para ver. Ela pareceu considerar o que ele estava te pedindo. Afinal, estava na hora de alguém fazer alguma coisa, porque os Templários já estavam interferindo demais em sua vida. Com a sua família, desde os tempos da Renascença.

E, mesmo que ela negasse, ela não teria escolha. Agora que eles sabiam sobre ela tanto quanto Ezio, iriam perseguir a menina de um jeito ou de outro. Poderiam fazer mal a seu pai, ou a seus amigos, ou a alguém de sua família. Ela não estava mais livre. Assim que atendeu aquela ligação, sua vida mudara para sempre.

Ela, de alguma forma não sabia, mas estava animada com a ideia. Parecia que seu interior, seu cérebro fora programado para isso. E, quando descobriu, estava mais em alerta do que nunca. Ela percebeu que isso era a vida dela agora, e que ela não podia fazer nada para impedir. Por isso, a vontade imensa de ir a Florença. Por isso, ela reconheceu Ezio Auditore antes mesmo de ele se apresentar. Por isso tanta confiança, tanta agilidade e inteligência,

Bianca era destinada a esta vida. O ódio pelos Templários e o amor por sua mãe só confirmavam isso. Ela não seria mais uma adolescente tímida que se escondia de todos, exceto em competições. Agora, ela era um membro oficial da família Auditore. Sabia tudo sobre sua família e também sobre a Ordem a qual pertenciam.

E, mal reconheceu a sua voz quando se dirigiu a Ezio:

- Tudo bem. Eu aceito. Vou entrar para a Ordem e aceitar o destino a qual me foi proporcionado.

Mais uma vez naquela mesma noite, Ezio Auditore sorriu maliciosamente.

- Então, Bianca Auditore, eu te declaro como um membro na Ordem dos Assassinos.