All That Drugs - Sugar Coma escrita por AbyssinWonderdead


Capítulo 5
CAPITULO 4: Susto


Notas iniciais do capítulo

--- eu tava sem saber que nome colocar, pra n colocar só Cap. 4 que fica chato... -----
---- acho q ficou meio grande, n sei... ----
---- enjoy! ----



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ALL THAT DRUGS

CAPITULO 4: Susto

Somebody mixed my medicine
I don't know what I'm on
Somebody mixed my medicine
Now baby it's all gone
Somebody mixed my medicine
And somebody is in my head again
And somebody mixed my medicine again, again

– My Medicine - The Pretty Reckless

– O que quer fazer hoje à noite? – Frances perguntou, enquanto aquecia as mãos na boca.

– O que sempre fazíamos antes, talvez? – Travis sorriu, puxando-a para perto dele, pela cintura.

Frances sorriu de volta.

– Frances... Está tudo bem? – Travis a olhou nos olhos - Está congelando. – Travis pegou as mãos dela, e as colocou em frente a boca.

Frances deu um pequeno salto, e era um alivio, Travis sempre tinha o corpo quente, era impressionante, estava frio, muito frio, e as mãos dele estavam quentes como se tivessem saído do fogo.

– Onde está o seu carro?

– Meio escondido.

Os dois andaram por um tempo, até estarem completamente fora do alcance da casa dos Lorance, e encontrarem um Porsche Cayenne preto estacionado. “de volta aos velhos tempos” pensou Frances, com um sorriso tranqüilo, mas maroto, abraçando a cintura de Travis. Ela tinha quase esquecido o cheiro dele, o cheiro de inverno que emanava dele, suas roupas cheiravam a cigarro, mas sua pele, e seu cabelo cheiravam a frio, a inverno, o inverno que ela mais adorava naquele mundo.

Travis abriu a porta do passageiro para ela, esperou Frances entrar e fechou, passando pela frente do carro e indo se sentar no banco do motorista.

– Para aonde vamos? – perguntou Frances.

– Aonde quer ir?

– Eu não sei... Você chamou, você escolhe.

Travis soltou um pequeno riso, e ligou o carro.

– Tenho um presente para você, do jeito antigo?

– Jeito antigo? Okay, me surpreendeu – Frances riu. – Mas, afinal... Para aonde vamos?

– Bem, hum... Meus pais estão viajando, podemos ficar na minha casa.

Os pais de Travis ficavam fora de casa na maior parte do tempo, eram empresários, ricos que viajavam direto para todo o Estados Unidos, mas naquela noite Frances não parecia muito bem com a ideia dos pais de Travis fora de casa, ele estava sozinho, a estava assustando um pouco, ela não sabia o por que de estar assustada, mas sabia o que talvez aquilo queria dizer.

Isso só queria dizer uma coisa...

– Travis... Eu...

– O quê? – seus olhos azuis-piscina me encararam. – Está tudo bem? Você ta meio estranha desde que te dei aquele susto.

– Eu... Eu não posso. – sua voz estava falhando. – Eu não posso... Passar a noite com você.

Pensou em alguma desculpa.

– Meus pais não estão em casa, está tudo bem. – ele falava enquanto dirigia. – E podemos planejar tudo.

Aquilo pegou ela de surpresa.

– Tudo o quê?

– Nossa fuga.

Aquilo pegou ela mais ainda de surpresa.

– Travis... Fuga? Ficou louco?

Ele pareceu irritado, seus olhos relampejaram da mesma forma que haviam relampejado da primeira vez que se viram, frios, cheios de irritação, um mar enfurecido. Não se lembrava de Travis com raiva, e não queria lembrar.

– O quê? Você quer ficar aqui nessa cidadezinha para sempre, e voltar para a escola? Desculpa Frances, mas eu não quero isso... E aposto que com você não é diferente! – ele não olhava mais para o volante, aquilo já estava assustando ela mais do que os olhos relampejantes dele.

– Travis... – sua voz falhou – Por favor, vamos conversar melhor quando chegarmos em sua casa, ok? Olha pro volante, vai acabar batendo o carro.

Ele logo desviou seus olhos dos dela, rapidamente com desprezo, e aquilo só queria dizer que ele estava chateado com ela. Frances detestava ver Travis chateado com ela, era como se mais um virasse as costas para ela, abandonando-a nas trevas do mundo, mais um a esquecesse.

E todo o caminho desde lá tinha sido um completo silencio.

Quando chegaram a frente da casa, Frances olhou para Travis, que parecia mais tranqüilo, mais calmo, parecia que não tinha mais raiva dela, e também, para Frances, não havia motivos para ele ter ficado tão chateado, fora só um “não”, qual o motivo de tanta irritação por causa de um simples, não?

– Frances – sua voz era um fiapo, e seus olhos eram carentes, brilhantes, calmos e perfeitos, os olhos que Frances mais conhecia.

– Seu idiota! – exclamou com um sorriso. – Vamos, tenho que voltar para casa oito horas!

Travis sorriu e saiu do carro, indo até ela a passos rápidos abrir a porta do carro.

Frances saiu e fechou a porta atrás dela rapidamente, ainda encarando os olhos de Travis.

– Posso beijar a noiva, agora?

– Que noiva?

– Essa noiva. – Travis a puxou pela cintura e a beijou rapidamente.

Tudo aconteceu rápido demais para ela, Travis a pegou de surpresa, e foi quase como se ela tivesse tomado um susto no começo, mas logo se tornou algo doce, quente e apaixonado, ficaram ali por segundos, ou para ela foram minutos, não sabia ao certo.

– Estúpido... Estou vestida de noiva por acaso? – exclamou quando ele parou de beijá-la.

– Não.

– Estou com um anel no dedo?

– Vai estar...

– O quê? Você andou se drogando mais ainda foi?

– Além da heroína na... – Frances tampou a boca de Travis, abafando o resto da frase. Depois que ele ficou em silencio ela retirou a mão. – Por que fez isso?

– Foi uma pergunta retórica, imbecil! E não é normal falar em “heroína” no meio da rua.

– Estão todos dormindo, e eu nem falei tão alto assim. Parece até que é um crime... relaxa! Vem.

Travis a pôs no colo e a levou para dentro do terreno dos Moranttes, colocando-a no chão quando chegaram à porta. Ele pegou o chaveiro do carro, procurou uma chave meio antiga e abriu a porta da casa, calma e tranquilamente, pegou a mão de Frances e a puxou para dentro, fechou a porta num movimento rápido e a prensou na parede no mesmo instante, colando seus corpos, e entrelaçando suas pernas.

– Você não me respondeu, sobre a nossa conversa no carro – murmurou Travis, com sua testa colada na dela.

– Eu tecnicamente já respondi – murmurou de volta.

– Não respondeu.

– Você não tem jeito... – Sorriu, e Travis a soltou da parede, indo até um armário de vidro ali perto.

Frances analisou a casa, era enorme por dentro, embora olhando por fora não parecesse assim tão grande.

Tirou a blusa xadrez vermelha, e se aproximou de Travis, ele já fumava um cigarro e abria uma garrafa de champanhe, ou era isso que parecia, ou talvez algum vinho branco, ela não entendia nem um pouco dessas coisas refinadas de vinhos, champanhes e espumantes.

– Vamos começar ficando bêbados? – Frances perguntou.

– Um gole para comemoração, Frances – Travis estendeu a garrafa para Frances – Primeiro as damas.

– As vezes eu penso que nasci ao contrario... – ela riu e deu um gole da garrafa.

– Como assim?

– As pessoas que eu deveria amar, eu odeio... E as pessoas que eu deveria odiar eu amo – disse pegando o cigarro dele e colocando na boca.

– Engraçadinha...Você deveria me odiar, é? – Travis colocou a garrafa em cima da mesa, tirou o cigarro da boca de Frances, apagou-o na mesa e beijou Frances, colocando-a em seu colo, com uma perna em cada lado.

- Talvez - Frances riu;

Ele a segurou pela cintura e começou a subir a pequena escada que dava até o seu quarto, Travis a segurou com uma mão e com a outra rodou a maçaneta, Frances fechou a porta para ele com um chute e voltou a beijá-lo, com os braços em volta do pescoço de Travis e as mãos sumindo dentro de seus cabelos louros e medianos.

Ela podia ouvir os batimentos cardíacos dele, e ele podia ouvir os dela.

O beijo ficava a cada segundo mais intenso, Travis encostou Frances na parede e ela o ajudou a tirar a camisa, seu corpo ainda era o mesmo, com um pouco de músculos, o corpo de um cara normal que mantinha o corpo.

– Ainda é o mesmo – Frances sussurrou em seu ouvido.

– Sempre serei o mesmo – sussurrou de volta.

Travis a sentou em sua cama e deitou-a lentamente.

– Travis...

– Hã?

– Eu... Não sei se devíamos...

– Chegamos tão longe... – Travis tirou a blusa dela, a beijou e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha – Por favor...

Frances o beijou e cegamente, com os calcanhares ela tirou os tênis e as meias, Travis a acariciou, beijou seu pescoço e sua boca, enquanto ele tirava o resto das roupas dela e ela as roupas dele.

Quando se deram conta estavam nus, acomodados na cama de forma que os formava um. Os músculos de Travis estavam tensos, a respiração dos dois era acelerada, e parecia lutar por ar, seus lábios lutavam em uma briga por espaço, em que não se sabia quem ganharia.

Frances gemeu algo que parecia uma risada em seu ouvido, com seu corpo colado ao dele por uma camada de suor.

– Como ficamos agora? – Travis perguntou.

– Voltamos? – sugeriu Frances.

– Estamos voltando a namorar?

– Você que diz.

Travis a beijou e se levantou da cama, colocando a calça novamente e indo até seu armário.

– O que foi? – Frances o seguiu com o olhar, enquanto ele procurava alguma coisa embaixo de suas roupas em uma gaveta – Travis... O que você está fazendo?

– Procurando uma coisa.

– Heroína?

– Não sei... – ele sorriu – Talvez seja outra coisa.

Ele voltou com uma caixa um pouco grande e preta e se sentou na beirada da cama. Frances se sentou ao lado de Travis, com a coberta cobrindo uma parte de seu corpo e se esticou um pouco para ver o que tinha dentro. – tinha umas seringas descartáveis, um saco plástico com heroína branca chinesa (que Frances adoraria perguntar a Travis onde ele havia conseguido, já que era meio difícil achar aquele tipo de heroína) e tinha bem no cantinho da caixa, no fundo, quase invisível, uma caixinha de veludo preto.

– Travis...

– Sim? – ele perguntou, enquanto preparava as seringas com a heroína.

– Cuidado com a quantidade. Pode nos matar.

– Relaxa. – ele colocou um menos de meia seringa em uma e a deu para Frances, e colocou mais de meia para ele – Isso não vai matar a gente...

– Travis... – ela apertou com força os olhos quando a agulha entrou em seu braço e a droga foi injetada em sua veia. Logo depois Travis fez o mesmo. – Como realmente ficamos agora?

– Vamos beber alguma coisa – sugeriu Travis, levantando da cama.

Frances puxou uma parte de suas roupas e as vestiu, se levantando da cama e seguindo Travis até a escada.

Frances achou que ele estava estranho, achou Travis meio mole pra quem havia acabado de injetar heroína no sangue... Estava... Tonto... Parecia que ia cair, ele não tinha bebido tanto para ficar tonto, ele começou a trocar os pés, e caiu dos últimos três degraus de distancia do chão. Frances pulou o resto dos degraus e caiu de joelhos ao lado de Travis, ele havia ficado automaticamente frio, não... congelado, seus músculos estavam tensos, e a pele tão pálida que parecia meio esverdeada.

Ele não parecia vivo, estava como um cadáver deixado largado em um beco frio, por um assassino.

– Travis! – ela se desesperou, começou a dar tapas de leve na face dele, estava realmente fria. – Ai meu deus! Travis!

Encostou o ouvido em seu peito, seu coração não batia, ele não respirava. Automaticamente começou a fazer movimentos para reanimá-lo, pressionando as duas mãos em seu peito, como um paramédico determinado, trabalhando em uma vítima de enfarte, vendo que não estava dando certo, Frances o esmurrou no plexo solar para que seus pulmões voltassem a expelir ar.

Sem resposta, ele não respirava.

Correu até a cozinha, pegou um borrifador de água que tinha dentro de um armário e colocou água da torneira com gelo, borrifou uma, duas, três vezes e voltou a pressionar seu peito e dar murros, até que ouviu um resfolegar, o que indicava que Travis estava respirando. Ele voltara. Estava respirando, continuou a pressionar as mãos em seu peito e a borrifar água em seu rosto, até que ele estava realmente acordado, ainda muito chapado, mas acordado, com um enorme sorriso afetado no rosto, como que orgulhoso de sua proeza.

Frances tinha os olhos cheios de lágrimas, deu um tapa no rosto de Travis e o abraçou, soluçando.

– Nunca mais faça isso! Seu imbecil, fodido, drogado!






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Notas finais do capítulo

------ vale reviews?



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