All That Drugs - Sugar Coma escrita por AbyssinWonderdead


Capítulo 11
CAPITULO 10: Amor, Drogas e Rock n' Roll


Notas iniciais do capítulo

--- nome de capitulo significativo
--- eu simplesmente adorei escrever esse capitulo, me senti bem escrevendo, então acho que ficou bom
--- espero que gostem! ^ ^



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ALL THAT DRUGS

CAPITULO 10: Amor, Drogas e Rock n' Roll

She eyes me like a pisces when I am weak

I've been locked inside your heart-shaped box

for weeks

I've been drawn into your magnet tar pit trap

I wish I could leach your cancer when you turn Black

– Heart - Shaped Box - Nirvana


Era de noite quando pretendia voltar para casa e se lembrou da porcaria que tinha acontecido há algumas horas atrás.

Entrou na rua, fazendo o caminho de como se estivesse indo para casa, olhou para a mansão dos Moranttes, sua antiga casa e viu sua mãe bêbada chorando, sentada na porta da casa, com seu pai fumando um dos seus charutos caros e envolvendo a esposa nos braços murmurando-lhe palavras que Travis não fazia a mínima questão de estar ali para ouvir.

Deu mais uma olhada para a casa e enfiou o pé no acelerador, parou no portão do terreno da casa dos Lorance. Desceu do carro, olhou para ver se tinha algum botão para abrir, mas não havia nada além de um fecho de ferro, puxou-o para cima, fez um estalo e os portões rangeram enquanto ele os empurrava até o limite. Voltou ao carro, rodou a chave, fez uma manobra e entrou no terreno, parando no meio do caminho, desceu, fechou o portão, tirou o violão de dentro do porta malas do Cayennee seguiu a pé até a casa.

Estava tudo escuro lá dentro como era de se esperar, já que eles haviam ido embora. Mas não havia nenhuma placa de vende-se, o que era estranho, e nada estava trancado, pelo que aparentava. Rodou a maçaneta, pelo menos a porta da frente se encontrava trancada.

Lembrou-se da noite em que saiu com Frances, a chave poderia ter sido largada embaixo to tapete, era uma suposição.

Abaixou-se e levantou o tapetinho, a chave estava ali, pura, sem nenhum chaveiro, nada além de uma chave de aparência antiga, com uma pinta de tinta vermelha seca – a chave que ficava sempre com Frances, pegou-a e abriu a porta da casa.

– Prometi... – murmurou enquanto caminhava para dentro da casa, com seu violão nas costas. – Mas não sei se consigo cumprir.

A casa estava toda escura, ele não conseguia andar muito seguro, achando que poderia esbarrar em alguma coisa. Puxou o celular do bolso, e o usou para iluminar o caminho até uma escada que dava até o segundo andar e o sótão. Subiu a escada e viu uma porta branca no canto, com um personagem de anime colado na frente, deveria ser o quarto do irmão mais novo de Frances. Caminhou mais um pouco, e entre o quarto da uma ponta e outra tinha uma porta branca com uns adesivos de “não entre”, “mantenha-se afastado” e um pôster do Nirvana – como ele sempre suspeitara, Frances era viciada na banda.

Entrou no quarto, tinha uma atmosfera diferente da casa, ele podia sentir isso, era diferente, sem muita alegria, um lugar escuro e triste. Olhou em volta, para as paredes pintadas de modo bizarro, as prateleiras vazias, tudo vazio, mas algo chamou sua atenção na parede do canto, do lado da porta, Frances fizera daquela parede um mural, não sobrara muita coisa ali, pelo que se podia imaginar de que eram muitos papéis, muitas fotos que haviam sido retiradas dali. Pelo visto todas as fotos que ela tirara com Travis tinham ficado ali, sentiu-se completamente atordoado, como se alguém tivesse apertado suas têmporas com força, até ele ficar tonto.

Pousou a mão por cima das fotos e pelas palavras de jornais e revistas cortadas e coladas ali. “amor”, “morte”, “suicídio”, “frustração”, “desespero”, e por cima de todas essas palavras repetidas coladas na parede, havia a mesma tinta vermelha circulando tudo, e por dento escrito:“fim”.

Frances tinha começado durona com ele, era uma garota problemática até a alma ele sabia disso, mas seus olhos tinham penetrado nos dele, e Travis nunca a esquecera até então.

“Eu realmente te amo!” ele gritou para ela, quando se encontraram pela última vez antes de seus pais a trancarem em casa. “Será que é impossível para você entender isso, Frances?! Eu realmente te amo, porra!”

Ela estava tão irritada com ele que nem conseguia olhar em seus olhos. Mas ele tinha coragem para olhar nos dela, e Travis pode ver tudo, ele sempre tinha sido muito empático, sempre soubera ler as pessoas, sempre soubera ler os sentimentos das pessoas apenas olhando para elas, e Travis sabia que ela estava mais irritada consigo mesma do que com ele, mas o último olhar que ela lhe lançou foi como se quisesse que ele morresse ali, na frente dela, como se ela pudesse matá-lo só com o olhar.

"Mas eles sabem agora!” ela gritou, com lágrimas de fúria correndo por seu rosto “E eles estão com furiosos! Realmente muito furiosos, comigo e com você, será que não entende? Porque durante o tempo que eu os conheço, eles me caçavam, me prendiam e eu me libertava, estava livre de novo, e agora eles estão prontos, agora eles são fortes o bastante para me prender de novo... Fortes o bastante para romper o único laço fixo que eu tinha. E eu não posso lutar contra eles. Eu costumava ser capaz disso... Quando eu era forte, mas ... VOCÊ ME FEZ FRACA!” aquilo o entristeceu bastante, ele era uma espécie de fraqueza, então? “E agora eu não posso, não posso!"

As palavras de Frances daquela noite ecoavam no quarto dela, junto com seu choro, como se enquanto ele passava a mão por cima das fotos e das palavras coladas na parede, aquela cena ganhasse vida novamente.

Arrancou tudo e amassou com as mãos com fúria, formando uma bola de papel, sendo que uma das fotos se salvou e caiu no chão perto dos pés de Travis.

Largou a bola de papel amassado em cima da mesa que tinha ali, unida a parede e pegou a foto que estava no chão. Fora uma das primeiras fotos que tinham tirado juntos. Virou-a, e atrás estava escrito com a letra de Frances:

“21 de Outubro de 2011 – Com Amor, Drogas e Rock n ’Roll”

Dobrou a foto, e a guardou no bolso da calça... Não podia perder aquela foto de jeito nenhum. Pegou os papéis amassados, o violão, e desceu para a sala de estar.

Largou a bola de papéis amassados dentro da pia, procurou álcool, ou alguma bebida em algum armário, até que achou uma garrafa de vodka pela metade, talvez aquela estivesse velha, ou apenas esquecida por seu usuário ali dentro do armário. Abriu a garrafa, cheirou-a, o mesmo cheiro forte e atrativo de uma vodk nova, iria servir bem, deu alguns goles no gargalo até sentir a garganta arder, deixando um gosto amargo e bom na língua, que o fazia se sentir melhor, eliminando toda a angustia, raiva e tristeza que estava sentindo naquele momento, depois despejou todo o resto por cima da bola de papel dentro da pia, espalhando por todos os papéis que tinham começado a dissolver e a soltar tinta com o álcool. Sorriu, sentindo a cabeça rodar um pouco com a vodka, procurou em seus bolsos para ver se tinha algum isqueiro, mas não tinha. Procurou quase que desesperado por todas as gavetas, até que achou uma caixa de fósforos. Não tinham muitos, provavelmente uns oito ou doze fósforos dentro da caixa, riscou o primeiro, acendeu uma fagulha e automaticamente jogou na mistura de papel e vodka, mas não pegou, acendeu outro e jogou, aquele também não pegou, apagou antes mesmo que ele jogasse no álcool, riscou dois de uma vez, aqueles pegaram rapidamente, fazendo um enorme fogo vivo e laranja queimar rapidamente os papéis de revistas e jornais, mas demorar um pouco para derreter as fotos com suas imagens deformadas pela tinta que tinha se espalhado com o álcool.

"VOCÊ ME FEZ FRACA!" a voz de Frances gritando com ele surgiu em sua cabeça, gritando e gritando várias e várias vezes, mas dando a impressão de que a chama e os papéis gritavam para ele, olhou para o fogo, por uma fração de segundos achou que tivesse visto a face de Frances, sacudiu a cabeça, e então ela sumiu mas depois a data surgiu em sua cabeça: "12 de Outubro de 2011"... Por que aquela data vinha toda hora em sua cabeça, agora que tinha a foto do dia no bolso? Estava querendo lhe dizer alguma coisa? Balançou a cabeça, tentando ignorar a droga da data e a foto.

Desviou um pouco os olhos da chama, estava lhe doendo os olhos, olhar para a sua obra incendiaria, poderia colocar fogo na casa, não era uma má ideia, mas era loucura, e ele seria preso por isso e por invasão de propriedade. Voltou a olhar quando a chama já não parecia tão forte, e esperou as chamas apagarem, até que só restavam cinzas das fotos e todos os outros papéis, Travis pegou as cinzas, foi até o banheiro e as jogou dentro do vazo sanitário. Voltou para a pia e derramou água por cima das manchas de fogo marcadas no aço.

Sobraram alguns poucos goles da vodka na garrafa, entornou o resto e subiu as escadas tropeçando até o quarto de Frances, caiu na cama pesadamente, fechou os olhos e dormiu como uma pedra, ou ele queria ter dormido, enquanto seus primeiros minutos de sono estavam sendo atormentado pelas lembranças e pela data que insistia em aparecer em sua cabeça:


12 de Outubro de 2011


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Notas finais do capítulo

--- :'( tadinho...
--- espero que tenham gostado!
--- não esqueçam as reviews! okay??



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