Deadhills escrita por Black Lotus, Daniel Cronwell


Capítulo 6
Lavinia - Articles for camps




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Lavinia


Olhei para o relógio pendurado na parede atrás do balcão, 16:42 PM. Até que não era uma má idéia ficar por aqui, tínhamos alimentos, água e abrigo. Levantei guardando as batatas e segurando a besta.

– Ei gordo, preciso de você! – Falei em quanto estendia a mão para ele.

– Para que? – Ele levantou os olhos em minha direção, com a boca cheia de biscoito.

– Preciso ter certeza que esse lugar é realmente seguro, e quero que você me acompanhe – Disse.

– Porque eu? – Retrucou apreensivo.

– Vamos logo! – Encerrei a conversa puxando ele pela gola da camisa.

A verdade era que eu não queria deixar o gordo com a Mary sozinhos, se algo acontecesse por aqui, ao menos queria alguém mais competente que ele para protegê-la.

– Jack, empreste seu facão para ele - Falei em quanto indicava o gordo com a cabeça. O garoto estendeu o facão na direção do gordo para que ele pudesse pegar.

– Porque eu tenho que ficar com o facão? Me de a pistola! Não quero morrer!

– Não! Fique com o facão. Não quero você atirando por qualquer besteira, vai acabar chamando atenção dos infectados lá fora. – Falei em quanto o fuzilava com os olhos.

O gordo pegou o facão e me seguiu calado.

– Hmm... vamos começar lá por cima, ok? Preciso ver uma coisa.

Subimos as escadas escuras em direção a cobertura. Como eu imaginava, o numero de infectados perambulando pelas ruas aumentou, minha picape particularmente estava cercada por no mínimo uns oito deles, tornando quase impossível sair do prédio. No prédio ao lado do nosso havia um letreiro grande com o nome “Articles for camps” em letras garrafais.

– Acho que é uma loja com artigos de camping, deve ter algo útil lá. – Falei pensativa em quanto apontava o local para o meu parceiro.

– E o que pretende fazer? As ruas estão cheias de zumbis, como pretende chegar lá? – Perguntou desacreditando.

– E quem disse que irei usar as ruas? – Abri um sorriso malicioso – Fique aqui e me espere, vou precisar de você caso eu ache algo legal.

Pendurei a besta nas costas com sua alça. Fui até a outra ponta do prédio para pegar distancia, em seguida corri o mais rápido que pude dando um salto assim que cheguei na outra beirada em direção ao outro prédio. Isso só foi possível porque os prédios deveriam ter no máximo um pouco mais de dois metros de distância.

– Fique ai e me espere, não tente me seguir, volto em poucos minutos! – Avisei

Retirei minha besta preparando-me para o que estivesse por vir e caminhei em direção a porta que me levaria para dentro do prédio. Desci as escada silenciosamente, encostei os ouvidos na próxima porta. Parecia não haver nenhum movimento. Girei a maçaneta vagarosamente me esgueirando para dentro. Como eu havia imaginado, aqui tem barracas para acampamento, garrafas térmicas, sacos de dormir entre muitas outras coisas úteis. O lugar parecia abandonado talvez todos os funcionários tivessem ido para suas casas em meio ao desespero. Fui em direção a uma das prateleiras e peguei um par de botas de couro, retirei meus sapatos deixando-os de lado, as botas com certeza seriam mais úteis daqui para frente. Troquei minha calça jeans por uma calça-bermuda bege com quatro bolsos nas laterais, minha blusa roxa por uma camisa feminina preta com proteção UV e um colete de expedição verde com mais quatro bolsos na frente. Proto, agora eu me sentia mas confortável. Fui até outra prateleira e joguei quatro mochilas cargueiras no chão, coloquei algumas mudas de roupa para mim e para meus companheiros em uma delas, junto com garrafas térmicas, walk toques, canivetes, lanternas, isqueiros, fósforos, cordas, kit de primeiros socorros, cobertor de emergência, um filtro de água portátil, uma bussola. Nas outras dividi entre uma barraca para seis pessoas e sacos de dormir, eles ocupavam muito mais espaços do que eu gostaria.

Coloquei uma nas costas e subi as escadas. Assim que ultrapassei a porta ouvi o gordo falar.

– Graças a deus! Você está bem?

– Sim! Não tive problemas com infectados por aqui. – disse arrastando a mochila.

– O que você tem ai? – Perguntou

– Algumas coisas úteis, achei sacos de dormir, kit de primeiros socorros, lanternas... essas coisas. – Falei já ofegante – Vou jogar para esse lado, e você pega ok? – O gordo assentiu com a cabeça. Joguei a mochila para ele e me virei para buscar as outras.

– A onde você vai? – Questionou preocupado.

Dei de ombros e voltei ao local onde estavam as outras bolsas. Uma por uma fui levando até o gordo e arremessando-as para ele.

– Acabou? – Perguntou

– Acho que sim, vou só dar mais uma olhada para ver se acho mais alguma coisa de interessante, já volto. – Desci as escadas.

Dei uma ultima olhada no local conferindo se não teria mais nada. Peguei um óculos de aviador de uma das prateleiras e pendurei na gola da camisa.

– Pronto, acho que acabou! – sussurrei para mim mesma – Mais antes preciso ir ao banheiro.

Segui em direção a porta que ficava atrás do balcão, o que deveria ser o banheiro dos funcionários, girei a chave destrancando a porta abrindo-a e entrando logo em seguida. Paro subitamente quando vejo dois infectados devorando um cadáver destroçado no chão do banheiro. Fechei a porta vagarosamente e passando a chave, trancando-os la dentro.

– Acho que posso esperar um pouco – sussurrei em quanto apoiava as costas na porta me recuperando do susto.

Os infectados investiram contra a porta que estremeceu em minhas costas, fazendo com que eu deixasse escapar um grito engasgado de medo pela garganta. Segurei a minha besta pulando o balcão e corri em direção a cobertura.

– O que foi isso Lav? – perguntou o gordo – Eu ouvi você gri...

Antes que ele pudesse terminar a frase eu já havia pulado do prédio caindo em cima dele.



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