Distância escrita por Ushio chan


Capítulo 13
Notícia inesperada.


Notas iniciais do capítulo

AMOREEEEESSSS DA MINHA VIIIIDAAAAAA, PERDOEM-ME PELA DEMORA!!!!
Aqui segue uma explicação:
Como qualquer boa autora do Nyah! eu queria postar um capítulo. Acontece que, aqui na minha casa em Edimburgo, pra onde me mudei há umas semanas, só tem um 3G que não funciona muito bem e, no computador do meu pai, o NYAH era bloqueado pelo 3G ?!(O_O;!
Aí nós fomos viajar e eu não pude sequer escrever um capítulo. Eis que ontem eu descobri que no computador da minha mãe o Nyah não era bloqueado, aí desatei a escrever como se não houvesse amanhã e consegui este capítulo e, agora há pouco, escrevi um pedaço do próximo enquanto esperava a minha irmãzinha liberar o 3G pra eu usar. Agora eu finalmente posso escrever.
AH, e, para aqueles cujas histórias eu acompanho EU NÃO PAREI DE LER OU DE COMENTAR, EU SÓ NÃO CONSEGUIA ENTRAR NO NYAH!
Enfim, não foi por preguiça, ok?
Espero que gostem do capítulo.



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Ultimamente, não tenho saído de casa. Nem de meu quarto. Mais uma vez em minha vida eu parei de comer. Parei de dormir. Parei de viver. O único com quem tenho contato é meu bom e fiel amigo Akira, que vem me visitar depois da escola para trazer o dever de casa, minha única distração. Sayu não vem aqui por causa do irmão, que era o melhor amigo de Yuki-kun. Raito tem evitado esta casa ao máximo, como eu faria se não morasse aqui.

Mal me comunico com o Wammy’s. Tudo o que sei é que Íris agora tem uma nova colega de quarto, uma tal de Ushio, uma menina japonesa que morava no Brasil, mas sendo inteligente como nós foi mandada para o Wammy’s. Parece que ela e um outro garoto, Ino, vieram do Brasil. Acho curioso um país tão grande não ter um orfanato para criar os sucessores do L. Eles são os terceiros ou quartos órfãos transferidos para lá. De qualquer forma, nunca conheci essa Ushio. Quando falo com alguém da Inglaterra, ou é com Mello ou com Near, que me ligam de vez em quando.

Quanto a Kyou e Tomoya, ela mal sai da cama, deprimida pela perda de Yuki, e ele dificilmente está em casa, enterrando-se no trabalho. Eu faço o que posso para ajuda-los, quando consigo sair da cama de manhã antes de Akira vir.

Às vezes é ele quem me tira da cama e me obriga a tomar banho, pentear o cabelo e escovar os dentes. Er... Não, ele não me vê tomando banho, ok? Só me puxa da cama e me faz entrar no banheiro, depois sai de lá. Talvez seja por isso que Mello não gosta quando cito Akira em conversas. Porque o louro acha que meu amigo é apaixonado por mim. Mas sei que não, porque o coração de Akira pertence a um menino chamado Furukawa Ken.

Saio do quarto, ainda usando minha velha camisola de quando eu tinha seis anos (sim, isso cabe em mim). Vou para o quarto de Kyou e Tomoya, ver se minha mãe adotiva precisa de algo. Muito me surpreendo quando não ouço uma voz passando pela porta, mas duas. Tomoya também está no quarto, discutindo com a esposa.

-  Ela é minha filha! – Ouço-o elevar o tom de voz.

-  Ki-chan já sofreu demais, Tomoya.

-  Ela pode superar, Kyou. Eu não vou perder mais uma criança.

-  Ki-chan é infeliz aqui. É a segunda vez que ela perde alguém. E está afastada das pessoas que ama, aqui ela não tem ninguém.

-  Kim tem a mim. Tem a você. E o Akira. Acho que aquele garoto é bom para ela.

-  Ela não tem a nós. Ao menos ela não sabe disso.

-  Mas pode aprender, Kyou. Não vou deixar que tire minha filha de mim.

-  Kim não é sua filha, Tomoya! Nós nunca deveríamos tê-la adotado. Entenda, eu a amo, mas Ki-chan é infeliz aqui.

-  Ela é minha filha. Ela é tão minha filha quando Yuki era meu filho. Tanto quanto você é minha esposa. E eu tenho o direito de criar minha filha.

Me afasto da porta, não conseguindo mais escutar o fim da conversa. Tenho lágrimas nos olhos. Nunca achei que Tomoya realmente me amasse. Muito menos a ponto de brigar com Kyou para poder me criar.

Limpo o rosto. Não tenho tempo de correr para o quarto antes que um Tomoya muito triste e irritado saia de seu quarto e feche a porta antes de se virar para mim e se assustar.

-  Você escutou?

Hai.

-  Kim...

Arigatou gozaimashite, Tomoya. – Digo ao abraça-lo com força. Ele me abraça também, afagando meu cabelo.

-  Eu sentirei sua falta, chibi-chan.

-  Eu também, Tomoya. Nós manteremos contato. Acho. Só o tempo pode nos dizer, isso é algo que aprendi há muito tempo.

-  Eu vou ligar para o seu orfanato agora. Você voltará para lá em alguns dias. Acho que será mesmo melhor para você.

-  Acho que sim.

-  Com licença, preciso falar com o Wammy’s House.

-  Vou voltar para o quarto. – Digo faço o caminho de volta pelo corredor e me deito na cama. Daqui a pouco Akira vai chegar aqui.

Fico deitada olhando para o nada, pensando no que acabei de escutar. Em qualquer outro dia eu ficaria feliz. Eu estou feliz, mas não consigo realmente me sentir assim. A situação não permite que eu realmente me sinta contente, embora eu esteja louca para chegar no único lugar que chamo de casa.

As horas se passam e a campainha toca. Agora a campainha é só um aviso. Akira descobriu o esconderijo da chave de casa. Não me preocupo em descer para recebe-lo. Meu amigo já se acostumou a andar nesta casa.

Ele abre a porta e me vê deitada na cama.

-  Ah, Kim, quando eu vou poder parar de te colocar no banho? – Suspira ele antes de puxar o cobertor para longe de mim e me levantar da cama. Akira me conduz para dentro do banheiro e liga a água quente. – Entre aí.

-  Saia do banheiro. – Respondo.

-  Sabe que não precisa se preocupar. Não é como se você não fosse bonita mas, sabe, eu não gosto de garotas.

-  Eu sei, Akira, mas saia logo do banheiro. Não me importa se você é gay ou não, você não vai me ver tomar banho.

-  Eu não ia ficar aqui dentro. Hm... Acho que você deveria tentar falar mais com o pessoal do seu orfanato, já que se recusa a sair de casa.

-  Talvez. – Respondo com a voz um pouco mais baixa. Como contarei a Akira que vou embora do Japão? O garoto vai ficar arrasado!

-  Quer saber? Vou entrar no seu Skype e nós vamos falar com eles. Precisa abrir a boca de vez em quando, sabe? – Akira sai do banheiro e fecha a porta, a qual eu tranco um segundo depois.

Tiro a roupa e entro no chuveiro. A água está escaldante, mas não me importo. Às vezes, tenho a impressão, é bom deixar a pele ser queimada pela água do chuveiro. Só é uma pena que minha pele seja completamente branca e eu fique toda vermelha ao sair da água.

PDV- ICHINOSE AKIRA:

Saio do banheiro e fecho a porta. Kim a tranca imediatamente. Ligo seu computador e digito a senha. Eu nunca descobri qual era. Tentei tudo. Todos os nomes, números e palavras que poderiam se relacionar a ela. Por fim lhe perguntei e ela me disse qual era e para não me preocupar, não era uma falha de minha inteligência, pois uma vez conseguiu impedir um grande detetive de abrir uma caixa com esta mesma senha. Uma senha com três algarismos e duas letras. Impossível de descobrir sem ajuda. Eu jamais pensaria em 1r5I9. E por que pensar? Por que é que uma senha seria inventada do nada? A maioria das pessoas, imagino, procura colocar uma senha da qual possa se lembrar por ser referente a algo próximo a elas. A princípio tentei “Mello”, “Near”, “Matt”, “Íris”, “L”, “Beyond Birthday” (muito me surpreendi ao descobrir que Kim tinha alguma relação de amizade com tal assassino). Tentei os nomes de seus pais, Anne River e Jonathan River e até mesmo o meu nome. Nada funcionava. Depois tentei sua data de nascimento e datas de nascimento de pessoas próximas. Nada. Acabei tendo que perguntar.

Entro no Skype de Kim, cuja senha eu decobri sozinho, uma vez que ela julgou que não era algo importante o bastante para ser devidamente protegido. A única coisa realmente difícil de acessar no computador da albina são os “perfis” que ela traça das outras pessoas. Estão espalhadas pelas pastas e não têm os nomes que esperamos. Está tudo misturado em uma ordem que ela se treinou para compreender, para que a ordem não possa ser compreendida por mais ninguém.

Durante meu segundo de intensa reflexão, Mello, o namorado de Kim, me chama, achando que é ela que está aqui. Certamente não ficará contente quando descobrir que sou eu. Atendo-o e vejo minha própria imagem surgir na câmera, antes que a imagem do louro apareça também.

-  Akira? – Diz.

Hai. – Respondo em japonês apenas para irritar.

-  Kim me ensinou um pouco de japonês. – Ele diz na minha língua. O sotaque é evidente e muito mais forte do que o de minha amiga, mas ainda assim ele fala bem depois de suas inúmeras “aulas particulares” com a namorada. – Onde ela está?

-  Tomando banho.

-  Hmpf. – Mello bufa. Ele me odeia, em especial quando coloco em dúvida o tipo de amizade que tenho com Kim. O louro acha que eu gosto da albina e que disse à ela que sou gay para me aproveitar dela, mas não acho que Kim seja assim tão ingênua. – Como ela está, Akira? Melhorou ou ainda está na mesma? Ela mal fala comigo. – Este fato parece realmente entristecer Mello.

-  Ela... Ela ainda não está indo para a escola. Está muito triste. Na verdade ainda sou eu quem venho aqui tirá-la da cama. E coloca-la para tomar banho. E escovar os dentes. E comer alguma coisa. Eu diria que ela está em um estado semi-vegetativo.

-  Snowdrop não ficou assim nem quando chegou aqui. – Reflete. – Provavelmente por causa do albininho. Para cuidar dele.

-  Deve ser. Uma coisa que aprendi sobre Kim é que ela se preocupa mais com vocês, especialmente Near, do que com a própria vida. Ela não tem de quem cuidar aqui, então nem se importa em sair da cama de manhã. Faz isso apenas para que eu não me preocupe muito. – Digo. Mello assente.

-  Mello? É a Kim? – Escuto uma voz do outro lado e o ruivo, Matt, surge na tela também. – Oh, Akira. Tudo bem? Cadê a Ki-Ki?

-  Tomando banho. – Diz Mello entredentes. Seu mau humor faz Matt rir e, por isso, levar um soco.

Kim sai do banho enrolada em uma toalha rosa. E se assusta, ficando vermelha como um pimentão. Não por minha causa, acho, porque ela sempre esquece a roupa fora do banheiro, mas por Mello e Matt estarem ali.

-  Ér... Oi. – Diz para eles.

-  Snowdrop! – Mello dá a impressão de que vai pular dentro da tela do computador. Matt assovia para Kim, fazendo mais uma piada com o momento.

-  Hm... Eu... Eu vou me vestir. – Diz andando até o armário e pegando uma roupa antes de voltar para o banheiro. Ela sai de lá completamente vestida com um short branco e uma blusa azul escura. Minha amiga se senta à sua maneira peculiar em uma cadeira no canto do quarto, geralmente usada para colocar seu uniforme, que ela arrastou para perto do monitor.

-  Olá. – Diz com um sorriso meio forçado no rosto.

-  Snowdrop... Que saudades! Como... Como você está?

-  Eu estou bem. – Responde automaticamente, fazendo-me revirar os olhos. Kim, nunca querendo preocupar ninguém.

-  Ah, baixinha, queria que você fosse totalmente sincera comigo. Eu sei que não quer falar, mas me lembro que, uma vez, você disse que eu não precisava ser forte o tempo todo. Você também não. – Vejo uma lágrima escorrer pelo rosto de Kim, mas ela a enxuga e não permite que outras caiam.

-  Eu sei. – Sorri. - Eu vou acabar superando. É só uma questão de tempo.

-  Aham. – Concordo, afagando os cabelos brancos, molhados e lisos de Kim. Ultimamente tenho notado que algumas ondas delicadas surgiram nele. Mello está quase rosnando para mim.

A conversa prossegue por algum tempo, mas acabamos tendo que desligar. E eu preciso ir embora também.

Kim me acompanha até a porta.

-  Akki-san? – Ela me chama. É esse o apelido que Kim usa quando precisa de algo. Ou quando vai dar uma má notícia.

-  O que foi? – Paro e me viro para ela.

-  Akki-san, eu não sei como dizer isso, mas... – Ela se interrompe no meio da fala.

-  Desembuche, Kim.

-  Eu vou embora, Akki. – Ela cospe. O QUÊ?! Sinto meu mundo desabar. Como assim ela vai embora? O que Kim quer dizer com isso? Vai votar para a Inglaterra? E eu? Kim é minha única amiga! Sayu é legal comigo e tudo, mas não é minha amiga de verdade. Só um tipo de porto seguro. Com quem eu vou falar agora? Com quem dividirei minhas teorias sobre a criação do universo e sobre a mente humana? Quem me ajudará a praticar meu raciocínio e dizer que eu seria um ótimo candidato para suceder L? Certamente não será Yue.

-  Como assim? Vai... Voltar para lá?

-  Vou. Kyou e Tomoya discutiram hoje e decidiram que eu vou voltar. Ainda não sei quando, mas não deve demorar. Talvez em uma ou duas semanas.

-  O QUÊ?! Ki-chan, não! O que eu vou fazer agora?

-  Akira, eu não sou a sua vida. Você é que não se autovaloriza.

-  Ki-chan, eu sou gay e sei disso desde os oito anos de idade, mas nunca nem falei com os meus pais sobre isso. Eu não me autovalorizo nem um pouco.

-  Não seja assim. É a última coisa que eu vou te pedir. Conte para a sua família, seja você mesmo, seja feliz.

-  Ki-chan! – Começo a replicar. Ela não pode interferir nessa decisão?

-  Por favor?

-  Não há nada que você possa fazer?

-  Não. Já está tudo decidido. Fará isso ou não?

-  Eu vou. Mas prometa que manterá contato.

-  Sim. Eu prometo. – Diz. Isso me deixa mais seguro. Kim nunca quebra uma promessa. E voltar para lá é mais uma promessa que ela está cumprindo. Para o irmão. Ela prometeu que voltaria para ele. E, agora, está voltando mesmo.

Abraço minha amiga com força, prendendo-a contra mim por alguns instantes, sentindo, surpreso, ela me abraçar também. Depois a solto.

Viro-me de volta para a porta e saio, sentindo os olhos roxos de Ki-chan em minhas costas.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço reviews, mesmo que seja só pela dedicação ao escrever esse capítulo sem parar durante HORAS enquanto meus pais e irmã viam um filme super interessante (mentira) na TV?
Mereço, né?
Enfim, comentem, beijos para todos.
PS: INO-KUN, Está lá em cima a referência ao seu pedido, ok? Se a fic ficar ruim por sua causa, eu vou usar meu DEATH NOTE pela primeira vez. E vou descrever uma morte bem lenta para você, ok? Beijinhos!
Pessoal, beijos da Ushio, que se matou para escrever esse capítulo a tempo de postar NO MEU ÚLTIMO DIA DE FÉRIAS! Amo vocês, leitores e leitoras! (menos os leitores fantasmas, desses aí eu só gosto muito mesmo, mas não é amor... hehe)