A raiva que Kagura sentia parecia revirar seu estômago, ela sentia muitas coisas ao mesmo tempo. Sentia-se aliviada por não estar mais presa com yanoichi, porém a que preço? Se ela não era a culpada pela morte dele então quem era? Ela estava sentindo raiva, uma raiva muito grande dela mesma, Kagura fechou seus olhos com força. Pensou consigo mesma que aquela seria a hora perfeita pra cair a pior chuva se estivesse em um filme, mas a chuva não caiu. Ela tentava se acalmar e abrir os olhos, mas se acalmar era impossível para ela, cada vez que abria os olhos e via Tsuna sem respiração em seus braços... ela simplesmente não podia abrir os olhos.
De repente ela ouviu uma voz como de uma mulher bem mais velha "quer abrir os olhos novamente? Quero dizer abrir os olhos dele novamente?" A voz falou.
Do lado de fora de seu íntimo todos os presentes se assustaram quando Kagura caiu desmaiada sobre o corpo inerte de Tsuna, porém não tiveram tempo de fazer algo foram parados no tempo quando o corpo de Kagura levantou a cabeça com um dos olhos brilhando numa chama muito forte na cor laranja.
"quero, quero fazê-lo viver novamente" Kagura respondeu a voz que tinha falado com ela.
De repente sentiu-se envolvida pelas mão da mulher que parecia ter seus 45 anos.
"Não se preocupe querida, eu não sou uma pessoa má... Sou a rainha Meire. minha história é muito antiga, não deve conhecê-la... eu fui casada com um rei e tive dois filhos. Digamos que um de meus filhos e meu marido faziam parte da árvore genealógica do primeiro Vongola, por isso sempre estive perto dessa família para que um dia eu pudesse salvar um filho meu! Bem... Voltando a minha história, eu tive dois filhos um era habilidoso com qualquer coisa o outro era um erro total, fazia tudo errado, não era corajoso e não se dava bem em nada. Esse meu filho sempre era motivo de chacotas para o reino e isso foi o bastante para meu marido friamente o rejeitar e o mandar embora. Eu não queria aquilo para meu filho, meu marido não me deu outra opção, eu não podia ir contra suas decisões naquela época, eu e ele brigamos muito no dia que ele o expulsou. Eu levei meu filho até ele pelo braço e exigi que meu marido o aceitasse, mas meu marido estava muito bêbado ele puxou duas espadas e falou que o perdoaria se ele o derrotasse. obviamente ele não conseguiu e então ele matou meu filho, matou meu filho na minha frente! - a mulher chorava desesperadamente como se estivesse vendo a cena em sua frente uma segunda vez. - eu não aguentei aquilo a culpa era minha por ir contra meu marido? Era dele por estar bêbado ou ser insensível? Porém minha raiva fez algo maior, minha chama queimou intensamente com o ódio que eu estava sentindo e eu, como último desejo, quis salvar a vida do meu filho. Meu desejo foi parcialmente cumprido, porém eu teria que esperar 1000 anos para poder ter forças para fazer isso. Com esse objetivo eu estive sempre perto da Vongola que é a minha família, então estive sempre nas garotas que eram escolhidas como " a futura mulher do chefe" por isso estava em sua mãe e por isso estou em você. tecnicamente sou seu olho alaranjado, sabe a cor vem da cor das minhas chamas, me desculpe fazer você se sentir diferente dos outros as vezes... Agora me diga seu desejo é salvar a vida do meu "filho" agora?

–Sim!

–Vai ser realmente doloroso ser você, usar meu poder tem seu preço, você realmente quer fazer isso?

– Se for para salvar o Tsuna faço qualquer coisa, se tiver que me machucar, eu nem ao menos vou sentir a dor desses machucados e cortes, vou ser forte, por ele. Eu só quero que ele abra os olhos novamente!

The anger swells in my guts
And I won't feel these slices and cuts
I want so much to open your eyes
´Cause I need you to look into mine

–Não temos tempo, temos que agarrar a alma enquanto ela não deixou a Terra! vamos!
Então Kagura sentiu-se sendo puxada para fora, de alguma forma livre, tinha o controle de seu próprio corpo e agora podia ver a alma de Tsuna terminando de sair por sua boca. Tudo ao redor estava parado, todos pareciam estar olhando-a e correndo e ela não entendia por que estavam parados. Sentia seu olho queimando fortemente a voz de Meire disse "agarre a alma, coloque-a na boca e cuspa de volta dentro dele! Tenha cuidado! De forma alguma engula a alma. Entendeu?!"

–Acho que sim...
Kagura tentou pegar a alma com as mãos mais ela era forte e haviam varias outras se agrupando como que para leva-la são e salvo pelo caminho que devia tomar depois da vida, a garota entrelaçou os dedos aos dedos daquele Tsuna meio transparente e sentiu-se puxada junto com ele, era muito forte e pareciam estar indo para algo muito escuro, ela tinha que ser rápida trouxe a mão que havia agarrado até a boca e sugou a alma pelo "dedo", era realmente estranho, a alma se mexia dentro da boca da garota e era muito difícil impedi-la de entrar. Pelo esforço desesperado que ela fazia ele tinha que acordar, não importava o preço que teria que pagar.

Tell me that you'll open your eyes [x4]

Get up, get out, get away from these liars

´Cause they don't get your soul or your fire

Take my hand, knot your fingers through mine

And we'll walk from this dark room for the last time

Kagura ajoelhou-se ao lado do corpo de Tsuna e cuspiu a alma para dentro como Meire havia dito. Tsuna abriu os olhos e o tempo voltou ao normal.
–Ainda bem!... - Kagura conseguiu dizer antes da chama de Meire abandonar seu corpo se apagando e ela cair no chão em um baque surdo.
–Kagura! - Tsuna gritou.

10 anos depois
O décimo Vongola saia de sua sala de reuniões acompanhado de seus melhores amigos, Gokudera e Yamamoto.
–Décimo eu realmente acho que você devia...
–Conheço seu discurso, Gokudera. Você sempre fala a mesma coisa! Não eu não vou deixar de ter aquele caixão de vidro aberto no meu quarto, ela está viva e enquanto estiver respirando eu não vou deixar de ter esperanças, vou continuar falando com ela todos os dias como se ela estivesse me ouvindo e vou continuar implorando que o Byakuran traga ela de volta de alguma forma. - Tsuna era mais decidido e mais valente agora do que antes, ser o chefe teve suas vantagens, porém as vantagens não a trariam de volta, todos os dias ele se perguntava "devo continuar a ter esperanças?" ele realmente não sabia a resposta.
Ele entrou em seu quarto, tirou os sapatos, sentou-se na cama grande que tinha, a qual ele as vezes pensava que era grande demais para apenas uma pessoa, o que o fazia se sentir mal por pensar se um dia Kagura acordaria e aceitaria dividir aquela cama com ele.
Espantou os pensamentos e abriu o armário, pegou um pijama e vestiu, ele não sabia por que estava fazendo aquilo já que durante noites de verão como aquela ele tinha por hábito acordar só de cuecas, porém ele sempre colocava o pijama, talvez por educação já que Kagura estava ali e não tinha consentimento daquilo, afinal estava inconsciente vegetando desde quando o salvara da morte.
Ele olhou pro lado para o canto em que repousava o corpo inerte de sua amada num caixão de vidro sem tampa.
Tsuna olhou para o caixão que lha trazia pesar e foi até ele sem atenção, quando chegou perto o bastante percebeu finalmente que o corpo não estava lá. Ele olhou por todos os lados, se desesperou e então ouviu o barulho do chuveiro vindo do banheiro de sua suíte.
As empregadas costumavam dar banhos em Kagura e a trocar todos os dias, porém faziam isso durante a tarde, elas não estariam ali naquele horário... Ou será que estariam?
Tsuna não aguentaria aquela incerteza podia estar acontecendo algo perigoso também! Ele tentou abrir a porta, porém estava fechada, então simplesmente deu uma distância e arrombou a porta do banheiro. Lá dentro as roupas de Kagura estavam no balde de roupas sujas então ele olhou para dentro do box.
Viu os lindos cabelos lisos escorridos com a água que passava pelo seu corpo desenhado, cheio de curvas de costas para ele. Porém não eram as curvas, o jeito que a garota o olhava nem nada disso que o chamava a atenção. Os olhos! Os olhos que ele tanto quis que olhassem dentro dos dele novamente com aquele jeito de olhar que parecia penetrar sua alma e conhece-lo da ponta sul a norte. Os olhos DELA estavam abertos finalmente! Finalmente ela despertara, finalmente ele podia vê-la de olhos abertos novamente.

Every minute from this minute now
We can do what we like anywhere
I want so much to open your eyes
´Cause I need you to look into mine

Tell me that you'll open your eyes [x8]

Ele abriu o box como um desesperado e abraçou a garota com força, ele estava chorando, o choro misturado a água do chuveiro que caía sem parar.
–Kagura! - sua voz parecia o de um menino de 3 anos assustado depois de finalmente agarrado na saia de sua mãe.
–Tsuna! -Ela falou com voz raivosa -Eu estou nua!
–Me desculpe, me desculpe -As palavras saiam atrapalhadas, dando a ideia que ele a soltaria, porém sua ação foi aperta-la ainda mais e tirar a blusa do pijama com uma das mãos enquanto lhe apertava contra si próprio com a outra.
De olhos fechados ele a soltou virou-se e entregou o casaco a ela. Ela não pegou o casaco, ao invés disso empurrou o rapaz para fora e falou para ele continuar de olhos fechados.
Saiu do banheiro, pegou um vestido de seda branco que estava no armário depois de procurar por algum tempo pela roupas femininas naquele grande armário. Pegou também um pijama seco no outro lado do armário e jogou no rapaz molhado sentado na porta do banheiro.
–já pode abrir, Tsuna!
Ele abriu os olhos devagar ela estava bem na sua frente, seu rosto estava a quase 5 cm dele. Ele sorriu aliviado o fato de fechar os olhos parecia realmente que tudo tinha sido um sonho e ela estava no caixão de vidro como sempre.
–Veste o pijama, prometo que não vou olhar - ela tampou os olhos com as mão e sentou na cama enquanto esperava, ele não estava tão envergonhado se trocando na frente da garota, havia feito isso muitas vezes.
Apesar de ter falado que não iria olhar ela entreabriu seus dedos e observou, ele estava enrolado com uma toalha na cintura, ele era bastante rápido já havia secado o corpo e estava colocando as cuecas por baixo da toalha.
Ela continuou observando ele jogou a toalha no chão já de cuecas e colocou a calça do pijama ela observava o corpo definido de Tsuna, ele tinha ficado mais forte e tinha mais cicatrizes agora do que antes. Ele abruptamente virou-se na direção da garota.
–Kagura-chan você é uma mulher não devia ficar espionando homens trocarem de roupas!
Ela tirou as mãos do rosto e as apoiou na cama.
–Olha quem fala! Um cara que saí por aí abraçando garotas nuas! -Ela deu língua pra ele e riu.
Ele sorriu dando um suspiro sentou-se ao lado dela na cama enquanto terminava de abotoar os botões do pijama.
–Tsuna, eu sempre te escutei, foi um pouco doloroso estar consciente e ter que lutar para recuperar o controle do meu corpo, mas obrigada por ter me dado forças pra continuar lutando todas as vezes que você falava comigo. Era realmente frio dormir naquele caixão sabia! - ela brincou - Mas eu escutei cada palavra que me disse, obrigada por me manter informada durante esse tempo - Ela riu novamente - Então quer dizer que o Gokudera e a Hikari casaram, a Natsuki e o Hibari estão noivos e meu nii-san está saindo com a professora? - Tsuna fez que sim com a cabeça.
–Eu te amo, Kagura você casa comigo? - Ele disse se esticando para chegar até a gaveta e pegando a caixinha com um lindo anel de noivado com uma grande esmeralda.
–Você não acha que está sendo muito apresado, Tsuna?! Acabei de acordar, sabia! e somos novos demais para poder nos casar não acha?
–Kagura nós temos 26. -ele riu- Me desculpe por ser meio do nada sei que você acabou de acordar, mas eu fiquei longe e perto de você por 10 anos, por favor me entenda...
–Eu aceito seu bobo! -Ela abraçou Tsuna e ele correspondeu.
no dia seguinte Tsuna contaria a todos que Kagura acordou, eles fariam uma festa gigantesca, mandaria vestirem Kagura como uma rainha e chamaria todos os oficiais da Vongola e aliados para testemunhar a felicidade de tê-la de volta ao lado dele.
Iria pedir sua mão para o nono na frente de todos se ajoelharia e colocaria o anel novamente no dedo dela, lhe daria um beijo apaixonado e festejariam a noite inteira, mas somente amanhã.
Por esta noite eles iriam apenas apreciar a presença um do outro, deitar juntos naquela cama que não era mais vazia para Tsuna, e dormir quentinhos e abraçados sem falar mais nada ele apenas queria acariciar os cabelos ainda molhados de Kagura e aperta-la contra seu peitoral ela apenas aceitaria o carinho e lhe roubaria um beijo pouco antes de cair no sono nos braços de seu querido Tsuna.